Mystic : O Segredo das Sombras escrita por Glaucia Torres, Tatiane Torres


Capítulo 3
Capítulo 3- Um novo lugar, um novo olhar


Notas iniciais do capítulo

oieeeeeee baby's espero que esteja tudo incrivelmente ótimo com vocês kkk
Estou muito feliz pelos acessos e agradeço sempre, é muito importante para mim a opinião de vocês.
Hoje nossa garota entrará em uma grande aventura.
Curiosos?
Tenham uma ótima leitura ;)



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Poucos passos mata adentro, me deparo com dois caminhos — Ótimo, já começo com uma encruzilhada — escolho a mais bem camuflada. As arvores são tantas que chego a ficar zonza e a cada passo que dou o lugar se torna mais escuro e horrorizante. O ar fica mais rarefeito, tenho dificuldades em passar por tantos galhos fechados, o caminho começa a ficar confuso e por diversas vezes penso estar perdida.

Cerca de dez minutos de caminhada depois, quando começo a me questionar se aquela, de fato, foi uma boa idéia... uma muito bem vinda, rajada de vento fresco me atinge em cheio, reavivando-me. Olho para aquela direção e vejo que, a alguns poucos passos da trilha , ao lado de uma árvore meio caída, há algumas roseiras cobertas por enormes rosas brancas, tão brancas como flocos de neve. Não resisto e vou até lá, me afastando do caminho seguro.

Sem pensar duas vezes, me embrenho na pequena moita ladeada por roseiras maiores, mesmo com os jeans, não deixo de notar as pontadas afiadas dos espinhos, mas não me importei, pois um doce aroma das rosas me envolveu. Fechei os olhos e tentei aproveitar ao máximo a sensação das pétalas sob meus dedos e do perfume me invadindo, meus pulmões pareciam se abrir agradecidos. Quando abro os olhos novamente, vejo que a minha frente tem uma clareira perfeitamente circular, quase totalmente cercada por grandes árvores e uma densa parede de plantas e flores, não há nenhuma entrada, a não ser pelo pequeno espaço por onde acabei de passar. Um brilho forte me chama a atenção, é uma roseira completamente hipnotisante localizada bem no centro daquele enorme círculo escondido. Abandonei o lugar que me encontrava e caminhei vagarosamente... me deliciando com a sensação do sol aquecendo minha pele. Apenas quando cheguei ao seu lado, tive a real proporção do tamanho daquele lugar e algo me passou pela mente. Uma ideia maluca, mas que poderia fazer muito sentido.

A trilha abandonada pelo qual caminhei por tanto tempo poderia ser um caminho em circulos e zigue-zagues muito bem planejada, com o objetivo de cansar as pessoas e manter os curiosos afastados daqui. — Mas quem faria isso? — Deixo de lado minhas teorias de conspiração e resolvo simplesmente relaxar e aproveitar a paz desse lugar que, de alguma forma, faz eu me sentir em casa. Me sentindo exausta, sento na grama macia ao lado das flores, não satisfeita, acabo tirando meus tênis e meias para sentir as folhas nos meus dedos. Tudo aqui é tão estranhamente perfeito, as árvores em seu círculo protetor, a grama macia, os raios de sol me aquecendo.

Depois de perder a conta de quanto tempo estive ali, me sinto repentinamente em completo estado de alerta, assim como mais cedo na estranha parte cinza da cidade, quando aqueles olhos azuis profundos me encaravam. Meu coração deu um salto descompassado, medo e angústia tomaram conta de mim. Instintivamente olho para trás e de relance o vejo... só para no segundo seguinte não ter mais nada, nem ninguém ali.

— Você deve estar pirando, Amélia! — digo a mim mesma.

Olho no relógio e tomo o maior de todos os sustos. Já são quase cinco horas! Não sei como pude passar o dia todo ali. Calço meus sapatos, pego minhas coisas e saio de lá, mas não antes de prometer a mim mesma e aquele lugar que eu voltaria. Não tive trabalho para locaizar o caminho de volta, ele pareceu menos cansativo e complicado que da primeira vez, meu corpo já devia estar anestesiado ou eu estava certa sobre a teoria da trilha labirinto.

Em casa, como já esperado, Ligia não notou minha falta. De certa forma isso machuca mais que os espinhos que enfrentei mais cedo, subi as escadas completamente cansada, depois do banho não consigo identificar se o que mais me ataca são os olhos quase fechando ou o estomago roncando.

Saio do inferno em tons pasteis e vou procurar Ligia, não foi muito difícil encontrá-la, afinal ela está sempre no escritório. Trabalho, trabalho e trabalho.

— Ligia o que tem para o jantar? Estou morrendo de fome. — falo sorridente, tentando ser sinpática.

— Eu não tenho tempo para essas futilidades de familia feliz onde sua avó te mimava. Aqui não preparo jantares, até porque nunca aprendi a cozinhar, mas posso pedir uma pizza, ou comida japonesa. Pode ser? — Ela nem mesmo tirou os olhos do documento que segurava, mas seu tom foi brincalhão.

— Pizza. Com certeza pizza! — falei o mais rápido que pude — Amo pizza! Estou morta de fome!

— Ótimo.

Longos vinte minutos para meu estomago e minha pressão baixa dando picos de desistência. Desde sempre tivemos pequenas desavenças, mas hoje o fato de ter passado o dia todo sem comer a deixou completamente maluca. Assim que a comida chegou, devorei rapidamente dois pedaços grandes, assim como um vicking esfomeado provavelmente faria. Ligia me encarava com reprovação.

— Sua avó nunca lhe ensinou bons modos? Comporte-se como a dama que deveria ser.

— Desculpe mas estou com fome e só estamos nós duas aqui, não preciso manter sempre a pose fresca de uma dama inglesa na hora do chá, Pessoas normais não vivem assim. — falei em um tom explicativo mas recebi outro olhar reprovador.

— Pessoas normais não se destacam. Você não deve desejar algo tão medíocre para si. — dizendo isso, se levantou e calmamente saiu da sala, novamente rumo ao escritório.

Acabei minha " refeição" e subi para o meu medonho quarto e fui direto para a cama, estava tão cansada que peguei no sono sem o menor problema.

— Amélia. — alguém me chamou.

— O que foi? — falei inconsientemente.

— AMÉLIA — ouvi um grito e senti como se um terremoto estivesse a me chacoalhasse pouco antes de me chocar contra o chão. Levantei minha cabeça meio zonza, com meus cabelos, normalmente lisos, completamente bagunçados e atrapalhando minha visão, os assoprei e falei irritada.

— Precisava me derrubar da cama? Que horas são?

— De que outra maneira te acordaria? Agora são exatamente uma e quarenta e cinco da manhã — Lígia parecia se divertir com minha reação.

— A não... Por que fez questão de me acordar a essa hora?— falei exatamente como uma criança descontente.

— É porque esqueci–me de te dizer algo. Hoje as sete e quarenta da você deve se apresentar a diretoria do colégio Cruz de Malta sem atrasos, então se prepare e arrume suas coisas, deu muito trabalho para consiguir uma vaga faltando só um mês para o fim do ano letivo, eles são muito intolerantes com encaixes. Me custou uma pequena fortuna fazer com que te aceitassem!

— Tá okay. — Ela ja estava saindo mas parou na porta.

— Que cabeça a minha, já ia me esquecendo de mais uma coisa. Viajo para São Paulo agora de manhã, tenho uma grande empresa nas mãos, volto amanhã a tarde. Isso se o vôo não atrasar.

— Mas eu vou ficar sozinha aqui? Nessa casa enorme?— falei assustada

— Acredito que já tenha passado do tempo das babás. — saiu fechando a porta atrás de si.

Meio destranbelhada graças ao sono, arrumei minha bolsa e roupa para ir à escola, coloquei meu celular para despertar e apaguei novamente.

Mal consegui dormir pensando no que poderia me aguardar nesse novo colégio. Será que continuarei sendo vista como a CDF que todos implicam, ou finamente chegou minha hora de ser vista por mais pessoas além dos professores? Não que eu me importe com essas futilidades, mas como sempre, minha curiosidade é mais forte que eu!

 


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Notas finais do capítulo

Como será essa nova vida social ?
Ela realmente existirá?
Como Amélia se verá em meio a tantas mudanças?
Descobriremos logo logo no próximo capítulo.
Comentários e opiniões são sempre bem recebidos.
Espero que tenham gostado e até o próximo baby's.



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