Festas, Drogas & Problemas escrita por Julya Com Z


Capítulo 4
O Vingador e a Peladona




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Abrir os olhos não foi uma tarefa muito fácil. Na minha primeira manhã no acampamento, concluí que a cama da janela talvez não fosse tão boa quanto pensei. O sol que fazia questão de invadir meu espaço pessoal sem pedir licença me dizia que as 9 da manhã ainda nem estavam perto de chegar. Escondi a cabeça sob a coberta e me preparei para encarar a explosão de luz que viria. Busquei meu celular sob o travesseiro e chequei minhas mensagens. Max me enviou 6 mensagens, o que me fez lembrar que eu havia esquecido de avisar que estava lá. Eu prometi que avisaria, mas todos os acontecimentos do primeiro dia no acampamento me fizeram esquecer completamente de dizer que eu estava viva.

Max (14:58)

Naty, você chegou?

Max (15:04)

Por favor, não me deixa sem notícias.

Max (15:32)

NATALIE, VOCÊ ESTÁ RECEBENDO AS MENSAGENS, VOCÊ ESTÁ VIVA?! COMO VOCÊ TEM WI-FI E NÃO TEM VIDA?! VOCÊ DISSE QUE ME AVISARIA QUANDO CHEGASSE!! EU VOU TE CAÇAR NA QUINTA DIMENSÃO SE FOR PRECISO!

Max (18:47)

R.I.P Natalie Moser, desastrada esquecedora de trancar portas e amiga desnaturada.

Max (21:03)

Ok, eu não vou mais te mandar nada, claramente você CAGOU PARA A MINHA PREOCUPAÇÃO E EU ESTOU MUITO CHATEADO COM VOCÊ.

Max (23:54)

Só me fala que você está viva, Naty, por favor. Eu tô realmente preocupado.

Aquilo me deu um certo aperto no peito. Max não era do tipo que se preocupava. Não era do tipo "grudento", se alguém que ele gosta está vivo, para ele está tudo ok. Desde que nos conhecemos, nunca testemunhei nenhum ataque histérico de superproteção vindo dele. Então eu me lembrei, quebrar promessas era o problema. Max confiava plenamente nas pessoas; se alguém lhe desse sua palavra, ele tomaria aquilo como um contrato assinado e registrado. Qualquer promessa para ele era um acordo de cavalheiros. A única pessoa que eu tenho ciência de que quebrou uma promessa feita à Max teve três costelas quebradas. Era seu melhor amigo. Numa festa do colégio, o cara que tinha um apelido esquisito que eu não me lembro agora, estava entediado e resolveu beijar a garota que namorava Max. Não precisa ser nenhum Dalai Lama ou Mahatma Gandhi para saber que o título de melhor amigo carrega consigo o mandamento que diz "não trairás seu melhor amigo", certo? Max pode até ser alguém que confia plenamente nas pessoas até que lhe provem o contrário; mas ele não é alguém que controla seus sentimentos negativos com muita facilidade. Para resumo da ópera, ele voou sobre o cara e lhe quebrou as costelas na base da porrada.

Eu fiquei realmente preocupada. Quebrei uma promessa feita a Max. Quantas costelas minhas ele quebraria?

Natalie (07:19)

MAX, ME DESCULPA, PELO AMOR DE DEUS! EU FIQUEI MUITO BÊBADA ONTEM, ESQUECI DE PEGAR O CELULAR, ME DESCULPE! POR FAVOR, NÃO QUEBRE MINHAS COSTELAS!

Max (07:20)

GRAÇAS AO MESTRE CAMELO, VOCÊ TÁ VIVA! Relaxa, eu não vou quebrar suas costelas. Eu quebro costelas de quem merece. Você merece só um pescotapa por me deixar tão preocupado. O que foi que você bebeu que ficou com amnésia? Era só me mandar "cheguei e não morri, vou beber, tchau".

Natalie (07:22)

Me desculpe, Max, de verdade. Eu fui nadar pelada no lago e esqueci de pegar o celular, só lembrei agora que acordei.

Max (07:22)

VOCÊ FOI NADAR PELADA?!?! TEM VÍDEO?! TE DESCULPO!

Natalie (07:23)

Não, engraçadinho. Não tem vídeo. E se tivesse eu não te mandaria.

Max (07:25)

Tentar não custa nada... eu preciso voltar a dormir, porque você me acordou. Mas obrigado por dar um sinal de vida, posso ficar em paz agora. Não esqueça de mim, ok? E da próxima vez que for nadar pelada, me manda um vídeo.

Natalie (07:25)

Você é ridículo. Bons sonhos.

Max não respondeu. Como eu sabia que ele é daquelas pessoas que "se encostar dorme", não me importei por ele ter sumido tão rápido. Respondi às mensagens da minha mãe, perguntando se eu estava bem, como estava a viagem e que ela estava morrendo de saudades de mim e resolvi levantar. Todas as garotas ainda dormiam, inclusive Gabi, que chegara no quarto pouco depois de voltarmos do lago. Ela nos olhou com desdém, revirou os olhos e deitou na cama, se privando do mundo com seus fones de ouvido.

Entrei no banheiro e escovei os dentes, prendi o cabelo, já que estava muito calor e deixá-lo solto pinicando minha nuca não seria uma opção e saí do quarto. Vi algumas pessoas indo em direção à casa grande e me lembrei que o café da manhã seria servido lá. Pelo caminho, notei alguns olhares e risadas voltados a mim, mas eu já esperava que acontecesse, após meu show de nudismo na noite anterior.

O refeitório da casa grande era dividido em mesas de quatro e de oito lugares. Se não fosse suficiente, os alunos ainda poderiam juntar outras mesas para aumentar sua galera. Como a minha galera ainda estava mergulhada em seu sono profundo e eu estava morrendo de fome, fui até o enorme buffet e peguei uma bandeja, coloquei um prato e uma caneca sobre ela e comecei a pegar tudo o que via pela frente: ovos, pães recheados, salsicha com molho de tomate, bacon frito, pão de queijo, pastéis, inúmeros tipos de queijo, tapioca, manteiga, requeijão e eu nem comecei a falar da parte dos doces.

Com o prato pesando mais que um bulldog inglês, enchi minha caneca com café preto e parti em busca de uma mesa vazia para poder encher meu estômago pelo dia inteiro.

Havia uma mesa com três garotas de outra turma, que eu não gostava muito e outra mesa com apenas um garoto sentado: O Vingador do Cocô. Eu não poderia perder aquela oportunidade por nada nesta vida; me aproximei da mesa e perguntei se poderia me sentar ali, já que as outras mesas estavam cheias.

— Claro, à vontade. — Ele apontou a cadeira à sua frente e eu me sentei. — Não entenda de forma errada, mas... por que você não se sentou com as garotas ali?

— Eu não gosto muito delas. Não são pessoas muito legais. E como eu não te conheço, resolvi sentar aqui e me apresentar.

Ele sorriu. Eu estava doida para falar sobre o cocô, mas me contive. Seria necessário pelo menos mais algumas horas de conversa.

— Seu nome é Natalie, certo?

Minha atenção, que estava totalmente voltada ao meu prato de pães e queijos, foi imediatamente transferida ao garoto à minha frente.

— Como você sabe?

Antes de responder, ele deu de ombros e bebericou de seu suco.

— Você e suas amigas chamaram um pouco de atenção ontem. — Ah, meus Deus, ele viu! — Os caras que estão no alojamento comigo não falaram de outra coisa.

Senti minhas mãos suarem. Ele dizia tudo com a maior naturalidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo estar em um lugar e de repente aparecer quatro garotas completamente nuas correndo e gritando por aí.

— Você viu aquilo? — Eu senti minha cara inteira mudando de cor. Eu deveria estar da cor exata do molho de tomate que cobria a salsicha em meu prato.

— Eu acho que meu avô morto e enterrado há quase dez anos viu aquilo. Mas não se preocupe, vocês conseguiram fazer a melhor recepção que os novatos já tiveram. É uma boa história para contar aos filhos. Sabe, para poder dizer aquela famosa frase "Faça o que eu digo; não faça o que eu faço".

— Talvez seja melhor eu não colocar essa ideia na cabeça dos meus filhos. Bom, já que estamos relembrando histórias cabeludas um sobre o outro... posso te confessar uma coisa?

— Acabei de perceber que você não sabe nem meu nome, então não tem como saber uma história cabeluda sobre mim, mas pode.

— Eu sei que seu nome é Pedro e que você se vingou do cachorro de uma garota fazendo cocô nas correspondências dela.

Eu nunca vi olhos mais arregalados que aqueles.

— Era seu cachorro?! — Foi a vez dele de mudar de cor.

— Não, mas eu estava lá. Era o cachorro da minha melhor amiga. Você é o Vingador do Cocô.

— Eu nunca mais ouvi esse nome. Me sinto um criminoso. Como eles pegaram as correspondências depois?!

— Não pegaram. Deu um baita problema para pagar as contas naquele mês.

Ele sorriu. Seus caninos afiados me chamaram a atenção logo de cara. Ele passou um tempo olhando para mim, o que fez crescer o constrangimento e tornou minhas bochechas vermelhas novamente. Coloquei um pedaço de pão na boca, encarando o prato rapidamente, a fim de fazê-lo olhar para qualquer outro lugar que não fosse a minha cara. Percebi que ele tentou me fazer olhá-lo novamente, mas desistiu e deu vários goles em seu suco, até esvaziar o copo. Aquele silêncio constrangedor começou a tomar conta da mesa, até que eu terminei de comer.

— Você quer conhecer o acampamento? Me disseram que tem pranchas de Stand Up Paddle perto do lago.

Eu nunca pratiquei Stand Up Paddle, mas sempre tive vontade, então topei. Ele pegou sua bandeja, esperou que eu pegasse a minha e fomos juntos levá-las ao balcão das louças sujas. Como precisaríamos de roupas de banho, cada um foi ao seu próprio alojamento. Entrei o mais silenciosamente que pude, peguei minha mala e me tranquei no banheiro para me trocar sem acordar as meninas. Quando saí, Pedro já estava na porta do dormitório, me esperando para irmos.

Andamos pelo lago, onde algumas pessoas nadavam, outras tomavam banho de sol com suas bundas para cima e levavam esporros do monitor, que não estava nada contente em ver aquela "cena deplorável". Imagine o que ele diria se visse o show da noite anterior...

— Vamos, pegue uma prancha e eu te ajudo a subir.

As pranchas eram muito maiores que eu, o que me fez sentir uma certa vontade de chorar quando levantei uma delas. Por que eu tomo decisões tão estúpidas às vezes? Eu poderia ter dito para ficarmos nadando em paz e serenos, mas não, eu preciso bancar a "garota radical".

— Eu estou com uma ligeira sensação de que vou quebrar algum osso!

— Relaxa! Vamos, suba!

Ele me ajudou a subir na prancha e eu caí em menos de três segundos. Não é nada legal cair de barriga na água. Após minhas queixas de dor, Pedro continuou me ajudando e me ensinando, mas o máximo de tempo que eu consegui me manter em pé sobre a prancha foram quinze segundos. No fim das contas, decidimos que o melhor seria se eu ficasse sentada na minha prancha e ele fazia o que tinha que fazer na dele.

— Você está fazendo Sit Down Paddle, não vale!

— Pelo menos eu estou tentando! Vamos até o outro lado do lago?

Ele sorriu. Parecia arriscado.

— Você tem algum problema com regras?

— Claro que não! São as regras que têm um problema comigo! Vamos!

E fomos. O lago não era muito extenso; era possível ver que ele terminava em um lugar parecido com o que ficava localizado o acampamento. Sem muita demora, chegamos à outra ponta do lago, onde havia algumas pessoas jogando vôlei na areia. Uma mulher que aparentava ter a idade da minha mãe nos viu saindo da água e deixou o jogo para vir até nós.

— De onde vocês vieram?

— Da água. — Pedro respondeu casualmente. — Você acabou de ver a gente sair de lá, não?

Ela deu de ombros.

— Justo. Querem jogar? Deixem as pranchas aí!

Pedro me olhou como se pedisse permissão. Dei de ombros e a mulher — que se apresentou como Ana jogou a bola para mim e me chamou para seu time, então Pedro se juntou ao outro time. Nos apresentamos rapidamente e então começamos a jogar. Passamos horas jogando com eles, até que algumas outras pessoas apareceram parar jogar e aproveitar a água, que estava realmente agradável. Pedro se juntou aos caras e eu me sentei sobre uma toalha no chão para assistir ao jogo mais estranho de todos os tempos: aparentemente, era cada um por si e o objetivo do jogo era se manter em pé a maior parte do tempo, enquanto tentavam acertar uns aos outros com a bola.

— Caras. — Uma garota sentou ao meu lado e analisou cada um dos jogadores. — Tão lindos e tão brutamontes. — Minha resposta foi um acenar de cabeça, que ela entendeu como um sinal para continuar a falar — Então... qual é a situação entre você e o surfista ali?

— Nos conhecemos hoje. Não acho que vá acontecer alguma coisa.

— Por que diz isso? Ele olha toda hora para ver se você está assistindo ao seu show de músculos definidos correndo sensualmente!

Ele realmente estava olhando. E quando viu que eu o assistia, lançou-me uma piscadela e voltou ao jogo. Sorri em resposta e, quando voltei a olhar para a garota, ela me encarava como se acabasse de descobrir o meu segredo mais perverso. Eu dei de ombros; o que poderia fazer? Não havia nem um dia que eu conheci o garoto, o máximo que aconteceria seria... bom, isso a gente deixa para o futuro.

Natalie, sua puta. Posso até ouvir a Olivia falando. Mas o que eu posso fazer? Ele é bonito e me pareceu uma ótima pessoa. Se ele quiser perder algum tempo comigo, eu não vejo motivos para recusar, não é mesmo?

  — Olha, eu ouvi vários comentários das garotas sobre ele. Se você não for rápida, alguém vai te passar a perna e você vai perder o bofe.

— Mas isso não tem a menor importância para mim! Eu nem sei o sobrenome dele!

— Você quem sabe — ela bateu as mãos uma na outra para tirar o excesso de areia e se levantou — Mas se quer um conselho, eu no seu lugar voltaria ao meu acampamento e daria um jeito de dormir agarradinha com ele. Antes que outra garota fure a fila.

Ela saiu, me deixando ali um tanto confusa. Dormir agarradinha com alguém não estava nos meus planos por pelo menos três anos. 

  — Quer voltar?— Pedro soltou o peso do corpo para cair sentado ao meu lado, ofegante.— Estamos aqui o dia todo, está começando a escurecer. 

  — Você não precisa descansar? A gente pode ficar mais um pouco, eu consigo um pouco de comida. 

— Ainda temos que remar de volta, esqueceu? Falando nisso; onde você deixou as pranchas?

— Eu?! As pranchas estão onde nós deixamos!

Mas as pranchas não estavam onde nós deixamos. 

E foi então que percebemos: fomos roubados. Em primeiro lugar, nós nos desesperamos. O que faríamos, como voltaríamos? Depois, começamos a procurar pelo acampamento as nossas pranchas. Onde elas poderiam estar? Procuramos por todos os lugares possíveis, até que uma garota veio nos dizer que viu dois caras saírem com as pranchas.

  — Ah, não. Como faremos para voltar agora? 

  — Quem rouba pranchas?! — foi a pergunta de Pedro.

  — Você não acha que deveríamos nos preocupar em como vamos voltar? Depois a gente dá um jeito com as pranchas.

— A gente vai ter que pagar! — Pedro revirou os olhos— Eu não estou no humor de gastar dinheiro com pranchas que nem serão para mim. 

— Você perdeu, você paga.

— Você perdeu também! Você também deve uma prancha!

— De quem foi a ideia de pegar as pranchas em primeiro lugar?

 — Isso não vale! 

  — Oh, casalzinho de histéricos — Ana, a garota que nos recebeu quando saímos do lago, interrompeu nossa discussão — Eu levo vocês de volta e lá no acampamento vocês decidem o que vão fazer quanto às pranchas roubadas, pode ser? 

Considerando que a nossa outra opção era voltar nadando, aceitamos a carona. Ela chamou um cara para nos acompanhar, então nos levou ao seu carro. Pelo lago era muito mais fácil, considerando que não havia nenhuma curva e estrada de terra esburacada. 

  — Chegamos! — Ana ergueu as mãos em comemoração quando parou na frente do acampamento. — Foi um prazer conhecê-los, mas imagino que nunca mais nos veremos novamente. Então, tenham uma boa vida! 

Quando descemos do carro, um monitor que aparentava desespero veio correndo em nossa direção.

  — Vocês são Natalie Moser e Pedro Gonzales?! — respondemos que sim, movendo nossas cabeças positivamente. — Estamos procurando por vocês dois o dia inteiro!— Pedro e eu nos encaramos confusos e eu comecei a sentir um certo desespero correr no meu peito. O monitor tirou um rádio comunicador do bolso e posicionou-o próximo à boca. — Podem cancelar as buscar, estou com os garotos. — alguém disse algo do outro lado que eu não consegui entender — Sim, na porta da frente. Sem as pranchas. 

Merda.

Quando ele encerrou a conversa, Pedro deu um passo à frente para começar a explicar. O cara não havia perguntado nada, apenas nos olhou com muita raiva.

— Nós atravessamos o lago com as pranchas. Fomos parar em outro acampamento, onde nos roubaram. Conseguimos carona e então voltamos. 

  — Vocês querem que eu acredite que vocês passaram o dia todo procurando carona por aí?

  — Ele não disse isso, meu filho. — Foi a minha vez de falar. — Ele disse que nós fomos parar em outro acampamento, onde nos roubaram e então nós voltamos quando apareceu uma carona. mas nós passamos o dia fora, sim. Por livre e espontânea vontade. Pode ficar tranquilo, que eu me resolvo com essa galera.

A primeira pessoa a aparecer foi a Malu. Ela sorria da forma mais irônica possível, encarando Pedro como se ele fosse o mais novo criminoso da cidade.

— Vejo que Natalie está trazendo novos membros à sua quadrilha.

— Vejo que a professora azeda está me difamando e correndo risco de ser processada...

— Onde estão as pranchas?

— Por que você não procura dentro do meu...

— ÊPA! — Pedro gritou, me impedindo de terminar a frase. — Calma aí! Nós fomos roubados, professora. Eu vou arcar com o prejuízo, mas a culpa foi minha, já que eu dei a ideia de atravessarmos o lago nadando.

Ele beliscou a parte baixa da minha cintura quando eu tentei desmentir. A ideia de pegar as pranchas foi dele, mas quem disse para atravessarmos o lago fui eu. 

  — Tudo bem, garoto. A conta será enviada ao seu pai e você vai ter que assinar um termo de responsabilidade, assumindo a culpa pelas pranchas. 

— Sem problemas. Fique à vontade.

Ela deu de ombros. Cerrou os olhos para ele e migrou seu olhar até o meu, desafiadoramente. 

— Estou de olho em você, garota.

— E eu estou cagando para você, mulher.

—  Gente, você é muito desrespeitosa!— Pedro disse, expressando toda a sua indignação.

— Você não viu nada, garoto! Cuidado com essazinha aí, ela não é boa influência.

— Com todo o respeito, professora... Eu passei o dia com ela e já posso dizer que seremos grandes amigos. Agora, quanto à senhora, eu acho que não poderei dizer o mesmo. Ela não te julgou em momento algum, apenas respondeu à altura das suas ofensas, enquanto a senhora a atacou duas vezes em menos de cinco minutos. Se a minha função fosse identificar a pior pessoa entre vocês duas, eu sem sombra de dúvidas escolheria a senhora.

Após um show de reclamações e berros da Malu, dessa vez direcionados ao Pedro e sua "petulância absurda", ela se retirou, nos deixando com a ameaça de que se sumíssemos novamente, voltaríamos para nossas casas a pé.

  — Que mulher maluca!

— Você não viu nada, meu querido. Já você... — eu o olhei de cima à baixo, com um sorriso de canto — Já quero ser sua melhor amiga.

Ele estendeu a mão para que eu apertasse, formalizando um acordo.

  — Fechado. A partir de agora, somos o Vingador e a Peladona.   


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