Festas, Drogas & Problemas escrita por Julya Com Z


Capítulo 2
Pintora de rodapé




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Eu estava cansada física e psicologicamente. Fora um dia horrível, com direito a teste surpresa de física – matéria que eu odiava com grande parte das minhas forças – para fechar o ano letivo com chave de ouro e uma belíssima briga com meu nada belíssimo ex-namorado. Para resumo do que tomei a liberdade de batizar de anedota, o garoto com quem eu havia passado seis meses de minha vida apareceu na porta da minha escola no fim da aula para me apresentar à sua nova namorada e dizer o quanto ela era melhor que eu. Eu acredito que isso tenha sido uma aposta, pois quem é tão imbecil ao ponto de sair de casa para dizer a alguém "Olha, essa é minha nova namorada e ela é muito melhor que você em todos os sentidos!"? Eu usei as aspas porque essas foram as exatas palavras que saíram da boca dele. Eu te juro, amado leitor, que eu ouvi essa afirmação quando saí da escola detonada pela terceira lei de Newton. Eu não sei aplicar a lei da ação e reação em números e fórmulas. Mas eu sei aplicá-la na vida:

Ao ouvir aquela declaração infeliz daquele garoto infeliz, eu andei até estar frente a frente com ele, substituindo todas as lembranças bonitas que eu havia guardado por todo o ódio que ele fez sentir.

— Já que vocês estão tão felizes, por que não saem em lua de mel? Conheço um lugar ótimo, se chama Casa do Caralho! Comprem passagens só de ida e sumam da minha frente!

A garota – cujo nome eu não fiz a menor questão de anotar – começou a discutir comigo, como se eu estivesse atacando o casalzinho mais feliz do mundo. Então, com toda a delicadeza que eu não tenho, joguei uma lata de refrigerante na cabeça dela e fui embora. Caso você não tenha entendido corretamente, eu lancei a lata fechada em sua cabeça. Se fosse para simplesmente molhá-la, eu jogaria água. Eu queria mesmo machucar aquela garota. Se você se ofendeu com meu ato, peço que se retire, porque eu ainda farei muitas coisas piores que jogar uma lata de refrigerante na cara de alguém.

Ao chegar em casa, me vi completamente sozinha. Minha mãe viajou a trabalho e não fazia a menor ideia de quando voltaria e meu pai provavelmente não sabia nem onde eu morava, considerando que eu não o via desde que nasci. Na verdade, eu nem sabia quem era meu pai; ele nos abandonou quando soube que minha mãe estava grávida, ela disse que ele era casado e preferiu não arriscar sua linda união estável e jogar aos ventos uma garota de vinte anos que carregava um bebê em sua barriga. Ele não nos deixou totalmente largadas; todo mês eu recebia uma bela quantia em dinheiro para suprir minhas necessidades, mas nem o número de sua conta bancária eu sabia. Não que isso me importasse tanto assim.

De qualquer forma, decidi que, para apagar completamente aquele dia da minha cabeça, o melhor a fazer seria esvaziar uma garrafa da primeira coisa com teor alcoólico que me aparecesse à frente. Abri uma garrafa de vinho, me joguei no sofá e entornei a garrafa, sem nem lembrar que tinha taças guardadas no armário da cozinha.

Quando cheguei à metade da garrafa (e ao começo da minha dor de cabeça), a porta da minha casa se abriu e eu percebi que havia esquecido de trancá-la, pela milionésima vez. Eu sempre esquecia as portas destrancadas e isso já havia me encrencado muitas vezes. Dizem que a gente aprende com nossos erros. A não ser que você se esqueça de quais são eles.

— Por que você nunca tranca a porta, Natalie? Eu poderia ser um estuprador!

Era Max, um dos meus melhores amigos. Ele aparece na minha casa sem ser convidado desde que nos conhecemos.

— Eu tenho você para me proteger, não tenho? Maximilien, herói das donzelas indefesas que deixam as portas destrancadas.

— Eu perco o fôlego com as suas piadas, sabia?

— Por que? Elas te fazem rir tanto assim?

— Não, elas chegam aos meus ouvidos como um soco chega aos meus pulmões.

Joguei o controle remoto em cima dele, que reclamou quando foi atingido bem na clavícula.

— Sobre a porta, eu falei sério. Você precisa tomar mais cuidado. É perigoso para qualquer pessoa deixar a porta da frente destrancada, ainda mais quando essa pessoa é você.

— Fala sério, você me ama, não é?

Ele sorriu, exibindo seus lindos dentes brancos. Max era cerca de cinco anos mais velho que eu. Eu achava ele lindíssimo, mas talvez você não ache. Me diga; cabelos castanhos, olhos escuros, boca carnuda, centenas de tatuagens e quase dois metros de altura são o seu "tipo"? Nos conhecemos oito meses atrás, quando ele entrou de penetra na minha festa de aniversário e disse que era primo "daquele cara". Eu perguntei de quem ele estava falando e ele respondeu que estava com fome. Nos tornamos amigos logo de cara.

Ele se sentou no sofá, depois de jogar seus sapatos pelos ares.

— Você só pode estar bêbada. Quanto vinho você bebeu?

— Menos do que gostaria. Se me dá licença, vou atingir meu objetivo.

E entornei a garrafa outra vez, mas tive tempo de apenas dar poucas goladas, pois ele me alcançou em um pulo e arrancou a garrafa da minha mão. Levou-a até a cozinha e quando voltou, me trouxe um copo d'água.

— Eu sou um babaca, mas um babaca preocupado. O que você tem?

— Raiva.

— A raiva é muito complexa; engloba diversos assuntos. Se você for um pouco mais específica, talvez eu possa te ajudar.

Então eu lhe contei sobre a briga com o Caio e o arremesso de latinha à vadia. Ele riu um pouco, mas pude notar que se sentia mal por mim. Apesar de conhecer Max há relativamente pouco tempo, ele havia se tornado uma pessoa imprescindível na minha vida, pois sempre tinha uma resposta incrivelmente brilhante para me dar. Sem contar que sua presença era o suficiente para qualquer pessoa se sentir absolutamente em paz. Ele poderia estar inconsciente; se estivesse ao meu lado, eu me sentiria bem.

— Sabe – ele começou a falar, mas estava ainda construindo seu monólogo –, às vezes a melhor coisa a se fazer é ligar um interruptor que a gente tem aqui dentro – ele pôs o dedo gentilmente na minha testa – e falar uma coisa simples, que tem o poder de livrar as pessoas até mesmo de alguns tipos de depressão.

— Do que é que você está falando?

— Do "foda-se", Naty. Ligue o interruptor do "foda-se" e nunca desligue.

E é por esse tipo de conselho que eu gosto tanto do Maximilien Alvarez. 

Eu estudo no Colégio Alpha desde que saí da pré-escola.  Era uma semana em que, segundo a administração do Colégio Alpha, o objetivo era fazer com que todos começassem o ano letivo conhecendo as pessoas com quem estudariam e fizessem amizade, a fim de evitar constrangimentos no primeiro dia de aula, para que fosse um último ano saudável e memorável para todos. Mas a verdade era outra. Sempre que voltávamos ao colégio, éramos bombardeados com garotas grávidas, pancadarias, ossos quebrados, histórias de bêbados e alguém que não se lembrava de nada. E, obviamente, sempre havia um "contrabandista de álcool".

Eu saí cedo de casa, pois estava certo que o ônibus que levaria os alunos até o camping sairia às dez da manhã em ponto. Como Max dormiu no meu sofá e eu não quis acordá-lo, deixei um bilhete e assei pães de queijo para ele comer quando acordasse. Saí o mais silenciosamente que pude, considerando que a mala enorme que eu estava levando era tão barulhenta quanto um helicóptero. Joguei a chave reserva por debaixo da porta para que ele pudesse sair e fui arrastando a mala pela rua. Eu sempre ia andando até o colégio, já que ficava a apenas duas quadras da minha casa.

— Olha só quem finalmente chegou cedo para um compromisso!

— Bom dia para você e seu senso de humor, Olivia.

Olivia Falcão é minha melhor amiga desde os oito ou nove anos de idade. Ela entrou no colégio três anos depois de mim e sentou-se à mesa ao meu lado, que desde sempre fora ocupada pela Mariana, a garota que até então eu chamava de "melhor amiga". Quando eu disse que aquele lugar tinha "dona", ela me respondeu "Sim, eu sei. Eu sou a dona." E nada que eu dissesse a fez mudar de ideia. Ela se instalou ali e, quando a Mariana chegou e pediu que ela se retirasse, a resposta foi um sonoro e impactante "não". Para resumo da história, a Mariana pediu que eu lhe defendesse, mas não havia nada que eu pudesse fazer além de começar uma briga física e eu era tão magricela que acabaria com a bunda enorme da Olívia esmagando a minha cabeça. Então eu resolvi me abster e, a partir daquele momento, Mariana se declarou minha "Inimiga-Mortal-Até-O-Fim-Dos-Tempos". Ela dedicou todos os seus dias a me infernizar depois disso. Então a Olivia se tornou minha "Melhor-Amiga-Até-O-Fim-Do". Era assim que assinávamos nossas cartinhas.

— Preparada para saber o que acontece no acampamento do último ano? – Dei de ombros, indicando que realmente não estava interessada – Quem você acha que vai engravidar?

— Você.

— DEUS ME LIVRE! – ela deu um soco no meu braço com tanta força que senti calejar na hora. – Isso não foi uma praga, foi? Menina, se eu sair daqui grávida eu juro que vou fazer o bebê chamar você de "bisa".

— Você é ridícula. Eu só quero saber quem é aquele cara.

Indiquei com a cabeça o garoto que estava um pouco mais à frente. Ele acabara de sair do banco traseiro de um carro preto, como se fosse o "popularzinho" de um filme adolescente. Eu podia até imaginá-lo em câmera lenta enquanto todas as garotas paravam suas conversas idiotas para encará-lo e babar por ele.

— Aquele é o Pedro. Ele morava na minha rua, é filho daquele juiz que tem fama de condenar todo mundo.

— Querida, eu não sei nem qual é a profissão da minha mãe; como você quer que eu me lembre de um juiz que morava perto da sua casa quando eu ainda tinha dentes de leite?

— Mas qualquer um sabe disso, o pai daquele cara está sempre os jornais. Eu não me lembro do nome dele, mas eu tenho certeza de que é ele. Você não se lembra do Colombo e o incidente do cocô?

Aquele é o Vingador do Cocô?!

Ela fez que sim com a cabeça, com um sorriso malandro no rosto. Colombo era o vira-lata que a Olivia resgatou da rua quando era um filhote. Ele adorava fazer cocô nos jardins vizinhos, em especial na casa da esquina, onde morava o tal juiz. Esse cara reclamava tanto do pobre cachorro que seu filho (na época uma simples criança idiota, assim como nós duas) passou a reclamar também e jurou vingança. Olivia morria de medo de um dia encontrar o Colombo morto na calçada, então passou a deixá-lo dentro de casa. Um dia, no aniversário de seu pai, a casa estava cheia de gente para um jantar chiquérrimo. No meio do discurso do aniversariante, nós ouvimos alguém berrando no jardim e saímos para ver o que estava acontecendo. A empregada da Olívia tentava afugentar à vassouradas um menino que estava sem calças, agachado no gramado fazendo cocô em cima das cartas que ele tirou da caixa do correio. Foi o assunto mais falado do mês e o menino se tornou o "Vingador do Cocô", até que depois de algum tempo sua família se mudou dali. Acredito que não tenha sido por causa do incidente, pois se passaram alguns anos e as pessoas não levaram o assunto muito adiante.

— Olivia, aquele não pode ser o Vingador.

— Vamos descobrir isso em breve. Afinal, ele vai passar a semana com a gente. Pode apostar que eu vou descobrir se ele continua cagando nos jardins alheios.

— Alguém já disse que você é nojenta?

Ela deu de ombros. Como havíamos chegado um pouco cedo, o portão do colégio ainda estava fechado, então fomos à padaria do outro lado da rua. Pedi um copo enorme de café e um croissant e ela resolveu que era uma boa hora para virar uma dose de cachaça. 

— Por Deus, Olivia. São nove horas da manhã!

— Se eu quisesse saber as horas eu consultaria meu relógio. Não revire esses olhos de peixe morto para mim, sua palhaça. – ela viu que eu fechei a cara e colocou a mão sobre meu ombro – Desculpe, Naty. Eu não deveria ter te chamado de palhaça. É uma ofensa comparar você a esses artistas tão incríveis.

— Mais uma palavra e eu te faço engolir uma garrafa de cachaça pelo seu orifício anal.

— Nossa, como você é estúpida. 

Ela ficou me encarando, tentando fazer cara de irritada. Eu mordi a parte interna do lábio inferior para tentar manter a seriedade e não começar a rir, mas isso durou menos de vinte segundos; nós duas começamos a rir, fazendo barulho e chamando a atenção de alguns clientes da padaria. Ser amiga de Olivia Falcão se resume a xingamentos e gargalhadas, normalmente seguidos um do outro, não necessariamente nessa ordem.

— Me responda uma coisa, senhorita Moser...– ela começou a falar e eu logo senti a malícia em seu tom de voz. – Por acaso, havia alguém lhe fazendo companhia ontem à noite...?

Ergui uma sobrancelha, olhando para ela com um certo incômodo.

— Por que o interesse?

— Por nada... é que ontem eu estava passeando com o Colombo e resolvi te fazer uma visita, mas cheguei bem a tempo de ver uma certa pessoa entrando na sua casa. – ela levantou as sobrancelhas, sugestivamente – O que você e o Max fizeram, hein?

— Absolutamente nada. Ele só foi me ver.

Ela colocou a mão sobre meu ombro, num gesto que sugeria malícia:

— Vocês ainda vão se casar. Pode anotar no seu caderninho.

— Ah, cale a boca, Olivia! Pelo amor de Deus!

O ônibus da excursão chegou logo após meu protesto. Assim que estacionou à frente do colégio, os alunos que já se enturmavam na frente do Colégio começaram a se agitar, falando mais alto, alguns correndo e um grupo de idiotas batucaram na lateral do automóvel. Baderneiros e rebeldes sem causa são os tipos de pessoa que eu mais desprezo na vida - não que isso seja e grande importância. Eu não sou uma pessoa exemplar em nenhum sentido; mas também não sou uma completa idiota, que arruma confusões e é expulsa de colégios pela simples vontade. Eu tenho plena consciência de que existem momentos adequados para sermos os verdadeiros imbecis que somos.

— Eu juro que não entendo como eles têm a nossa idade. – Olivia resmungou, virando os olhos e direcionando uma careta à um dos garotos. – Bando de retardados.

— Se você fosse menos chata – Leonardo apareceu atrás dela, fazendo-a virar em sua direção –, talvez eles te chamassem para batucar no ônibus também.

— Você é tão ridículo, Leonardo.

Ele deu de ombros, apoiando-se em mim.

— Eu faço o que posso, amiga. – ele me olhou com um sorriso – E você, como vai a minha pintora de rodapé?

Da mesma forma que Olivia fechou a cara com a presença do Olodum Paraguaio à nossa frente, ela começou a gargalhar muito alto com o novo apelido que Leonardo inventou para mim. Brincadeiras com a minha pouca altura não eram novidade. Desde que entrei no Colégio eu era a menor aluna da sala; então havia me acostumado a ser chamada de pintora de rodapé, carcereira de gaiola, salva-vidas de aquário, surfista de microondas, alpinista de sofá, piloto de Hot Wheels, Jóquei de Hamster... e esses são os apelidos "carinhosos". 

— Leo, você é simplesmente a melhor pessoa que existe!

Ele sorriu, cerrando os olhos numa carinha fofa para a declaração de Olivia. Eu o encarava de canto de olho o tempo todo, mas ele fingiu não notar. 

Leonardo Brandão havia entrado no colégio no segundo ano do ensino médio. Nos tornamos amigos quando ele terminou seu namoro na frente do Colégio e seu ex fez o maior escândalo (já deu pra notar que o Alpha é amaldiçoado pelos ex namorados, né?) porque não queria que acabasse daquele jeito. Com toda sua classe, Leo segurou as mãos do garoto que se debulhava em lágrimas, olhou no fundo de seus olhos e disse:

— Eu nunca conheci alguém tão imbecil quanto você. E eu sou muito popular. Pode ir embora, querido. Você não é a Madonna pra dar showzinho  aqui ou em qualquer outro lugar.

Eu fui falar com o Leo depois que o menino foi embora; queria dizer horrores a ele, que não era assim que se tratava uma pessoa. A resposta dele foi quando você chegar em casa e encontrar seu namorado com sua irmã na cama, você pode me dar sermão por brigar com ele em público.

Então, ao invés de defender o "pobre menino chorão que teve o coração partido em praça pública", eu vi que ele tinha um livro nas mãos. Leo me disse que ele começou a ler naquele mesmo dia, então imaginei que ele não podia ter ido muito longe na história. Chamei por ele, que ainda estava perto, de tão devagar que andava. Quando ele se virou para ver quem o estava chamando, eu gritei:

— A garota morre! Bem na metade do livro! 

Ele ficou estático, processando a informação que havia recebido de forma tão estúpida. Olhou para mim, piscou algumas vezes e por fim olhou para o livro. Quando percebeu que eu estava falando de Helena, a melhor amiga do protagonista e a personagem mais querida da história, ele se virou para ir embora, abordou uma senhora que passava e lhe deu o livro. 

—  Boa garota – Leo sorria para mim. – O desgraçado perdeu o namorado e o livro mais fantástico de todos os tempos no mesmo dia! Já gostei de você. Qual seu nome?

—  Natalie. Mas pode me chamar de Naty, é mais amigável.

—  Querida, com essa altura que você tem, eu vou te chamar de Pouca Sombra.

— Eu te dei intimidade para isso? – perguntei, na defensiva. Me senti um tanto incomodada com a petulância dele.

—  Pode apostar que eu e você seremos mais íntimos que um casal de namorados. 

E, como todos sabemos, assim foi. Hoje em dia, Leonardo, Olivia e eu formamos um trio praticamente inseparável, como aqueles de filmes idiotas de crianças na escola. Nós não éramos o "famoso trio de amigos que é conhecido por toda a escola por apenas andar junto". Não éramos referências quando alguém perguntava por um de nós. Nós éramos apenas retardados. Um belo trio de retardados.


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