Festas, Drogas & Problemas escrita por Julya Com Z


Capítulo 10
Nove - Cheiro de concorrência


Notas iniciais do capítulo

Só um aviso: a Stefanie que vocês irão conhecer hoje é a antiga Paloma



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O terceiro e último ano letivo começou faltando duas semanas para janeiro acabar. Meu despertador tocou às seis da manhã em ponto e eu quis morrer. Não via a hora de terminar a escola e... O que uma pessoa que ainda não sabe o que quer estudar na faculdade faz quando acaba o ensino médio? Bom, fica o questionamento.

Minha mochila estava pronta desde que terminei o segundo ano. Quem precisa de material escolar no último ano, além de um caderno e algumas canetas? Ninguém.

Eu usava a mesma mochila desde que eu podia me lembrar. Era uma mochila amarela, sem detalhe nenhum além de alguns bolsos espalhados, que sempre estavam cheios de embalagens de doce e tampas de caneta perdidas. Uma vez eu encontrei um fio de telefone dentro dela, mas nunca descobri sua origem.

O uniforme do colégio para o ensino médio era apenas a camiseta com o brasão mais brega que você pode imaginar na sua vida: um escudo dourado com um livro e uma espada desenhados no centro e uma faixa com os dizeres em latim Sapientiam et Disciplinam (que eu imagino que seja "Sabedoria e Disciplina", mesmo não tendo nenhuma dessas coisas por lá).

Quando desci para tomar café da manhã, minha mãe já estava na cozinha, tirando uma caneca de dentro do armário.

— Bom dia!

— Para você, né? A última coisa que eu quero na vida é voltar à escola.

— Ih, mas já está de mau humor? Vai querer carona ou vai andando?

— Carona.

— Então vamos, eu já estou atrasada.

Peguei uma garrafa d'água na geladeira e um pacote de biscoitos com gotas de chocolate no armário e fui até o carro. Eu levaria menos de cinco minutos para chegar, mas seria ótimo não precisar andar na chuva. Não que estivesse chovendo muito; era apenas uma garoa fina. Mas chegar molhada na escola no primeiro dia de aula é desgraça demais para uma pessoa só.

Durante todo o caminho, minha mãe e eu ficamos caladas. Ela sabia que eu não era uma pessoa que se dava bem com a manhã e ela não se dava bem comigo de manhã. Então sempre ficávamos completamente mudas, como se estivéssemos bravas, mas era apenas um momento sagrado de silêncio.

— Mãe, você podia me dar um carro, né? — ela desviou os olhos da rua para me olhar com desdém. — É sério! Eu vou fazer dezenove anos e já tenho carteira de motorista, só me falta um carro! Sem contar que não falta muito para o meu aniversário.

— Se você merecesse um carro, estaria na faculdade aos dezenove anos. Não no ensino médio.

Aquela conversa outra vez. Ela sempre dava um jeito de me lembrar que eu estava atrasada. Parte da culpa era dela, considerando que eu entrei na escola um ano mais tarde do que o normal, já que ela queria me "aproveitar" um pouco mais. A outra parte da culpa era minha mesmo, porque eu era tão endemoniada que me fizeram repetir a quarta série. Minhas notas eram ótimas, mas o meu comportamento não era "digno de uma quinta série". Ah, mas eu queria tanto colocar fogo naquela escola!

— Eu te pedi um carro; não uma bronca.

Ela esboçou um sorrisinho de mãe; aquele sorriso que diz que não importa nada do que eu diga, ela é minha mãe e sempre vai vencer as discussões. Espera até chegar a minha vez, dona Sophia...

— Já diz o ditado, minha filha: Quem fala o que quer...

— Leva um tapa na cara. — eu respondi, abrindo a porta quando ela parou o carro na frente do colégio. —Tchau, bom trabalho.

Depois de me lançar um aceno bonitinho, minha mãe foi embora e eu me vi sozinha naquele lugar asqueroso de todos os anos. Até que o Alpha não era tão ruim, mas aquelas pessoas eram as piores que eu poderia conhecer na minha vida. Valentões, patricinhas, renegados, retardados, bandidinhos... Havia de tudo naquela escola.

Como era de praxe, subi direto até o terraço do colégio; um lugar que ninguém conhecia, além de Leo, Olivia e eu. Aquele era o nosso lugar especial, já que era apenas nosso e ninguém jamais aparecia por lá, além de uma inspetora vez ou outra para mandar a gente descer e voltar à aula. A vantagem de passar tanto tempo no mesmo colégio é que algumas das pessoas que deveriam fazer da minha vida um verdadeiro inferno acabaram se tornando minhas amigas, então eu possuía o aval das inspetoras para ficar lá em cima o tempo que quisesse, desde que não estivesse matando aula.

A aula começaria às sete e quinze da manhã, então eu ainda tinha cerca de quarenta minutos para fazer absolutamente nada. Resolvi acender um cigarro que tirei da minha bolsa e fiquei sob o toldo próximo à porta, fumando e assistindo a garoa caindo calmamente.

— O prodígio chegou cedo!

Era Olivia. Ela pegou o cigarro da minha mão e fumou até acabar. Ela também sabia que eu não era uma boa pessoa a se bater papo antes das dez da manhã, então me acompanhou no silêncio e na observação da chuva. Leo enviou uma mensagem no celular dela, dizendo que estava com preguiça de subir. Eu disse que ia ficar ali até não aguentar mais, então ela desceu. Como ainda me restavam alguns minutos, peguei o celular e liguei uma música. Dirty Paws, da banda Of Monsters and Men começou a tocar no mesmo instante que recebi uma mensagem do Max.

Max (06:58)

Boa aula, baixinha! 

Natalie (06:58)

Valeu, grandinho!

Max (06:58)

Grandinho? Você já foi melhor com apelidos, hein...

Natalie (06:59)

Olha só quem está falando :P

Natalie (06:59)

Não quero voltar à esse inferno! Hoje vai ter aula da sua mãezinha! S.O.S

Max (07:01)

Você já voltou, Naty. E relaxa, são menos de 30 semanas de aulas. Pelo menos você não está desempregada, como eu. Vai estudar e ser alguém na vida, tchau.

Conversar com Max era uma das melhores coisas da minha vida. Você já conversou com ele? Recomendo mais do que terapia. 

Passei os minutos restantes de liberdade andando pela escola, cumprimentando as inspetoras e analisando os alunos novos. Nada muito surpreendente, até que tocou o sinal e eu entrei na sala de aula. Havia um cara de cabelos compridos, que estava conversando com Pedro na fileira oposta à da porta, perto de onde eu costumava me sentar. O cara era realmente um gato, valei-me!

— Bom dia. 

Pedro respondeu com um movimento de cabeça. O cabeludo me deu um sorriso que quase amoleceu minhas pernas. Pedro ainda estava envergonhado por causa da última vez que nos vimos. Eu fui tão grossa quando disse que não queria nada com ele, que suas bochechas deixaram a cor rosada por conta da febre de lado e se tornaram vermelhas, ardidas de constrangimento. Ele não esperava levar aquele fora; mas ele não é a última bolacha do pacote, não! Alguém precisa segurar aquele negocinho dele, antes que caia.

Olivia e Leo entraram na sala rindo muito, pouco depois da professora Wilma, que dava aula de história.

— Tem alguma coisa nas minhas costas?

— Não, senhora. — Leo respondeu, apagando todos os traços de humor do rosto.

— Então sentem-se, essa aula é de história; não de piadas.

Olivia correu até a mesa à minha frente e Leo, como sempre, sentou na primeira mesa da fileira do meio. Não importava quantas vezes eu o chamasse de Nerd; ele sempre se sentaria naquela mesa. Dizia que não enxergava de longe, mas nós sabíamos muito bem que era para manter suas notas lá no topo, bajulando professores. Leo era o queridinho de quase todos, com exceção de dois: Maria Lúcia (por motivos óbvios) e Gustavo (por motivos de Natalie Moser. Você vai entender daqui a pouco).

Ah, o terceiro ano... Eu ousaria dizer que é o ano em que Belzebu ou qualquer outra entidade parecida entra no corpo dos professores e coloca na cabeça deles que a única coisa que importa é o tal do vestibular. Eu tenho até medo dessa palavra.

Como eu estava pouco me importando com essa prova ridícula, resolvi pegar meu caderno do ano passado, que estava praticamente novo, não fosse pelas páginas desenhadas ou com letras de música e comecei a desenhar uma cobra. Fiquei desenhando até a aula terminar e acabei cochilando antes do professor Júlio começar sua aula de química.

  ⌘  

— Moser!

Dei um pulo na cadeira. Todos estavam me encarando, principalmente o professor. Ele me encarava com tanta raiva por ter dormido na sua primeira aula do ano, que eu quase me senti mal pela forma que agi a seguir. 

— Sim, senhor.

— Não dormiu à noite?

— Dormi, professor. É que você e sua aula são tão chatos que eu não consigo ficar acordada. 

Ouvi um burburinho entre os alunos, que estavam aguardando ansiosamente pela primeira "treta" do ano. Lá estava ela.

— É um pouco cedo para gracinhas, não?

Dei de ombros.

— É um pouco cedo para encher o saco, no entanto, o senhor está aí.

— Você está no meu livro, menina.

Ah, ele tem a própria versão do "Livro do Arraso". Caso você não saiba do que estou falando, sugiro (ou melhor, eu ordeno) que você vá assistir Meninas Malvadas agora mesmo! É impossível alguém passar pelo Planeta Terra e não conhecer esse filme! Mariana é a versão brasileira da Regina George, minha gente! Se vocês não a conhecem, como vão entender o quão horrorosa é a minha colega de classe?

Enfim, o "Livro do Arraso - Versão Júlio" era exatamente igual ao original (inclusive a cor), mas tinha os nomes e todas as cagadas que os alunos faziam nas aulas dele. No fim do ano, ele mostrava tudo aos pais. Eu tinha a impressão de que ele estava tentando dar início a uma guerra entre adolescentes e adultos.

Tudo o que fiz em resposta foi dar de ombros. Eu sempre estava no Livro.

Eu não vou ficar aqui gastando seu tempo para contar como foi meu primeiro dia de aula, isso não é interessante; então eu vou fazer um breve resumo para você. A aula que antecedia o intervalo era de geografia e foi a aula mais monótona do ano. Quando fomos liberados para o intervalo, Pedro me apresentou ao cara cabeludo: era o Victor Gambini, seu melhor amigo. Victor não falava muito, apenas disse que não foi ao acampamento por "problemas pessoais". Deve ter sido algo sério, pois sua feição mudou completamente quando ele tocou no assunto.

A aula depois do intervalo era a da Malu. Aquela coisinha maravilhosa que faz estômagos revirarem na barriga. Ah, Maluzinha, como eu te odeio!

Antes mesmo de se apresentar aos alunos novos, a professora chegou anunciando a prometida advertência aos alunos que foram ao acampamento. Chamou um por um, entregou a advertência e quando ela chamou meu nome, eu peguei o papel e saí da sala.

— Onde você pensa que está indo, garota?!

— Você vai me mandar sair da sala cedo ou tarde; estou apenas poupando sua saliva.

— Volta aqui, engraçadinha!

Não voltei. Antes que ela arranjasse um motivo para eu ir para fora, já resolvi ir logo até o terraço, onde estava a tia Clarisse, que era inspetora desde antes de eu entrar no colégio. Ela sabia que eu fumava, mas era alérgica, então eu não acendi meu cigarro em respeito a ela. Tia Clarisse me encheu de sermões sobre como eu deveria tratar melhor a Malu, porque ela era mais velha que eu e nós devemos respeitar as pessoas mais velhas. Ah, mas eu não tenho saco para isso não.

— Tia, pedir para eu respeitar aquela mulher é o mesmo que pedir para um gato latir. É impossível! 

— Aquela mulher é uma ameba. Mas você é superior, precisa se mostrar assim.

— Eu estou cagando e andando para o que ela pensa de mim, tia!

O olhar de reprovação da tia Clarisse foi rapidamente substituído por uma gargalhada alta. Ela era aquele tipo de senhora que quer ser jovem, então adora quando falamos com ela as nossas gírias. Não que "cagar e andar" fosse uma gíria maravilhosa de se dizer por aí. Mas ela ficava feliz quando se sentia parte da galera. E eu adorava fazê-la se sentir assim.

— Chaveirinho — Leonardo apareceu no terraço. — É aula do seu professor querido agora.

— E daí?

— Ele perguntou por você.

Pedi licença à tia Clarisse e saí correndo pelas escadas e corredores até chegar à minha sala. Passei tão rápido que deixei Leo para trás e nem me importei em esperá-lo. Eu estava com saudades do professor Gustavo.

— Oi, professor! — eu disse assim que entrei na sala, chamando a atenção de todos.

Gustavo abriu um sorriso enorme e veio ao meu encontro de braços abertos.

— Onde você estava?

— Fugindo da Malu. 

— Essa história não vai acabar nunca? — neguei com a cabeça e ele passou a mão no meu cabelo, bagunçando-o. — Vá para o seu lugar, temos muito o que conversar esse ano. — Ele se voltou à classe enquanto eu ia até minha mesa. — Preparados para o último ano?

Ao contrário da Maria Lúcia, o professor Gustavo Menezes era a definição visual da palavra "maravilha". Era único professor além da Malu cujo queridinho não era o Leo, porque era eu. Isso mesmo, você leu direitinho! Eu mesma, Natalie Moser, queridinha de professor. Mas não era por eu ser boa aluna, não. Era por motivos mais... íntimos, por assim dizer.

— Naty, que porra foi aquela? — Olivia perguntou assim que eu sentei na mesa atrás dela.

— Ué... você esperava que eu ficasse aqui para assistir à aula da Malu?

— Eu não estou falando disso, idiota! Que cena foi essa com o Gustavo?! Ficou maluca? Se alguém descobre que vocês...

— Cala a boca, garota! Presta atenção no professor.

Eu te disse (provavelmente mais de uma vez) que você descobriria algumas coisas sobre mim no decorrer desta história, das quais você me julgaria feio, não disse? Então vamos à lista: Eu arremessei uma lata de refrigerante na cara de uma garota, bebo mais do que deveria, fumo maconha, repeti a quarta série e agora você acabou de descobrir que eu e meu professor temos uma história fora do colégio. Ai, Natalie, que absurdo! Ué, meu professor maravilhoso dava em cima de mim, eu deixei, qual o problema? Só um adendo: eu tenho dezoito anos, viu? O único crime que ele está cometendo é contra a profissão dele.

  ⌘  

Juliana e Kimi não apareceram no primeiro dia de aula. Mais tarde eu descobri que as duas passaram a manhã inteira na praça perto do colégio, porque estavam com preguiça de entrar. Pedro mal falou comigo, apenas se despediu quando estava indo embora e ofereceu uma carona, que eu não aceitei.

Quando cheguei em casa, vi que havia um caminhão de mudança na casa da frente, descarregando móveis. Ninguém morava lá havia pelo menos dois anos, me surpreendeu que os novos vizinhos não foram recebidos com uma festa na rua.

Uma senhora que aparentava a idade da minha mãe saiu de dentro da casa, olhando para mim, como se me analisasse. Sorri para ela e abri o portão da minha casa para entrar antes que ela me chamasse. Mas eu demorei demais.

— Ei, garota! Oi, você pode vir aqui um segundo?

Suspirando em derrota, coloquei minha mochila na frente da porta de casa e atravessei a rua em direção às mulher.

— Sim?

— Meu nome é Amanda, eu e minha família acabamos de chegar de Maceió. — Ela tinha aquele sotaque puxado que eu, particularmente, adoro ouvir — É... A minha filha está um pouco deslocada e eu queria saber se você pode... Não sei, ajudá-la a socializar por aqui.

É um abordagem um pouco mais direta do que eu estou acostumada. A mulher nem sabia meu nome e já veio pedindo para eu ajudar a filha dela a fazer amigos? Ah, dá licença.

— Claro, será um prazer. — Que tipo de pessoa você acha que eu sou para falar "não" a uma pessoa tão simpática? Deu vontade de xingar, mas eu seria uma tremenda imbecil.

— Ah, graças a Deus! O nome dela é Stefanie. Ela chega do colégio em menos de uma hora.

— Diga a ela ir até minha casa, estarei aqui o dia todo. A propósito, meu nome é Natalie.

Ela apertou minha mão e agradeceu. Eu achei aquilo completamente estranho, mas acho que a minha mãe faria a mesma coisa no lugar da Amanda.

  ⌘ 

Max apareceu na minha casa logo depois de eu dizer que estava fazendo almoço. Pode ser até dentro de um esgoto; se disser que terá comida de graça, Max estará disponível.

— Não é porque eu estou com fome, mas a sua comida é muito boa, Naty.

Ele falava com a boca cheia, já estava acabando o segundo prato de carne com batatas.

— Eu e minha mãe tivemos que aprender a cozinhar, já que a minha avó é a pior cozinheira do mundo.

— Duvido.

— Quando ela sair da reabilitação, vou pedir para ela fritar um ovo para você. Você vai se sentir comendo um pedaço de pé de cadáver.

Ele fez uma careta enojada.

— Quase que isso me faz perder o apetite.

A campainha tocou em seguida. Deixei Max na mesa e fui atender à porta, já imaginando que seria a minha nova vizinha.

— Oi... Você é a Natalie?

— Sim. Stefanie, não é?

— Isso. Minha mãe te pediu para ser minha amiga, não foi?

Dei de ombros, fazendo um sinal de que não me importava.

— Pois é. Mas fique tranquila; o importante é que ela está tentando. Pode entrar, fique à vontade.

Se eu pudesse prever a cara que ela faria quando encontrasse Max, eu jamais teria dito aquela última frase. A verdade é que Max não é exatamente um deus grego. Mas ele é o tipo de cara que chama atenção em qualquer lugar, principalmente por sua altura quase exagerada. Então, quando Stefanie entrou na minha casa e viu Max saindo da cozinha, com toda aquela altura, todas aquelas tatuagens e todo aquele charme (isso não é uma propaganda, que fique bem claro), a garota simplesmente abriu a boca. E bonita do jeito que a desgraçada era, eu poderia sentir de longe o cheiro da concorrência.

Ah merda, isso é ciúme?


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