Olá, Happy. escrita por Letley


Capítulo 4
Domingo, 11 de Setembro de 2016.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Olá, Happy.  

Já faz um tempinho, não é? É que nada de especial vem acontecendo, na verdade, essa última semana foi completamente monótona. Nada de novo acontecia, eu simplesmente acordava ia para a escola depois ia para o trabalho e no fim eu chegava em casa e capotava na cama apenas para repetir a mesma coisa no outro dia.

Ontem finalmente aconteceu algo diferente, a festa da Kinana. A festa não era exatamente dela, embora realmente fosse na casa dela e com toda a certeza com o dinheiro dela, o único que havia organizado tudo aquilo foi seu namorado, Erik, mais conhecido como Cobra. Eu queria poder dizer que a festa não estava legal já que Cobra, seus amigos e eu não nos damos muito bem (isso não chega a ser novidade, já que eu não me dou bem com ninguém), mas (odeio admitir isso), Cobra sabe dar uma boa festa.

Vamos ao que interessa: A festa.

Eu ainda não havia saído do meu trabalho, mas Erza já estava me esperando para irmos juntos, Juvia, Lisanna e Gray já estavam lá e Erza estava extremamente irritada por ter perdido no pedra-papel-tesoura e ter de me esperar. Meu chefe quase não me liberou, no sábado a loja de conveniências tinha um número maior de clientes ao mesmo tempo em que os de funcionários eram quase nulos, mas Erza só precisou jogar o cabelo para o lado e dar seu melhor sorriso e, bingo, eu fui liberado.

Eu não sou o fã número um de festas e não posso negar que amo meus cantinhos escuros onde bebo, canto as músicas que conheço e observo enquanto as pessoas que realmente aproveitam a festa ficam bêbadas e fazem loucuras. Não foi diferente dessa vez, embora, a única diferença era que todos os cantinhos escuros estavam ocupados por casais se pegando, então me sentei no sofá e conversei algumas vezes com algumas pessoas que puxavam conversa comigo. Eu sei, eu sou um pé-no-saco quando se trata de festas e todas essas coisas, mas é que eu estava terrivelmente cansado, eu havia trabalhado o dia todo e se não fosse por Erza ter tido o trabalho de ir me buscar eu teria vindo para casa e dormido a noite inteira e talvez até metade do dia.

Voltando a festa, em algum momento entre as duas e as três da manhã eu senti uma vontade incontrolável de ir ao banheiro, eu já estava um pouco bêbado então não me lembro muito dos detalhes, mas a questão é: Eu encontrei Lucy.

Não sei onde e nem como mas me lembro perfeitamente do sorriso que ela me deu enquanto falava meu nome e ela também já estava um pouco bêbada, seu rosto estava corado e a maquiagem um pouco borrada, mas ainda assim ela estava tão bonita. Seus passos estavam meio cambaleantes então ela se encostou a parede. Ela tinha uma garrafa de cerveja nas mãos e seus olhos pareciam tristes, quase opacos, ela encarava alguém em particular, mas eu não me lembro quem. Me desculpe, Happy, mas tudo que eu me lembro está apenas relacionado à ela, ontem eu não prestei atenção em mais nada além de Lucy e seus olhos tristes. Mais uma vez uma preocupação desnecessária me assolando.

— Você bem que podia se oferecer para me levar para casa, não é Dragneel? – Ela falou, e eu quase imediatamente respondi:

— Você quer que eu te leve para casa?

Ela sorriu.

— Eu adoraria.

A noite estava fria e eu me arrependi por não ter um casaco comigo, me arrependi mais ainda por não poder oferecer um a Lucy que tremia de frio ao meu lado.

— Podemos chamar um táxi, se você quiser – Sugeri.  

— Eu gosto de caminhar e gosto do frio. Não se preocupe.

Mas eu não podia deixar de me preocupar. Ela tropeçava, atravessava sinais vermelhos, saía correndo ou até mesmo gritava qualquer coisa a todo momento, dando risadas forçadas a cada vez que eu a repreendia por isso. Eu sei que ela não estava bêbada o suficiente para aquilo, a garrafa nas mãos dela não estava nem mesmo na metade. Lucy só estava sendo ela mesma e culpando a bebida por suas ações, mas eu não podia culpa-lá.

— Achei que não gostava de festas – Ela falou quando estávamos perto do apartamento dela.

— Não gosto.

— E por que veio?

— Por que você veio?

Touché.

Quando ela já estava prestes à entrar em seu prédio eu chamei por ela. Estava curioso sobre algo.

— Por que eu?

O que?

— Por que queria que eu te levasse para casa?

Ela sorriu mais uma vez e (eu odeio admitir isso, odeio admitir as coisas), eu simplesmente não consigo parar de pensar nela depois daquele sorriso. É impossível limpar ela da minha mente, toda vez que fecho os olhos posso vê-la perfeitamente na minha frente, sorrindo com o batom borrado e a garrafa de cerveja ainda na metade. Parecendo feliz e ao mesmo tempo tão infeliz.  

— Me dá seu celular – Ela pediu. Eu entreguei e ela ligou para o próprio celular, provavelmente para gravar meu número – Se alguma mensagem chegar só leia quando chegar em casa.

— Por que?

— Você vai entender assim que ler.

E com isso ela se foi. Eu fiquei parado na portaria observando até que as portas do elevador se fechassem, até que a Lucy estranhamente desaparecesse. Depois disso, no caminho para casa, aconteceu algo incrível. Meu celular vibrou no meu bolso e quando ia pegá-lo acabei por ver Happy. Não, não você, mas sim o meu gato. Mas bem, mesmo que eu tenha chamado por ele diversas vezes ele apenas pulou o muro do vizinho e me ignorou totalmente. Sei que é ridículo pensar nisso, mas será que eu fiz algo para ele me odiar? Talvez, eu tenha esquecido de dar comida à ele em algum dia ou pisado no rabo dele. Eu realmente estou preocupado sobre isso.

Enfim, quando eu finalmente cheguei em casa eu me joguei na minha cama finalmente peguei o celular. Havia uma mensagem. Uma mensagem de Lucy. E sabe o que dizia nela?

“Não é como se eu tivesse pensado unicamente em você para me levar para casa, mas eu acredito em destino e quando o vi eu pensei ‘Ah, tem que ser ele’. Desculpa, sei que é um pouco ridículo, mas Natsu, você me parece um cara legal, não devia se meter com alguém como eu.”

Não posso negar que na hora fiquei um pouco decepcionado com a mensagem e como se ela estivesse lendo minha mente outra mensagem dela chegou, seguida de uma série de mensagens.

“Desculpa, eu ainda não devo estar muito bem da cabeça. Desconsidere a primeira mensagem.”

“Você chegou em casa bem? Já está dormindo?”

“Desculpa estragar sua noite.”

“Por que você quis me trazer em casa?”

“Você deve pensar que sou uma maluca.”

“Eu realmente odeio beber.”

Eu não sabia se respondia ou se apenas ria, mas depois de algum tempo rindo à respondi.  

“Está tudo bem, eu já estou em casa. Você não destruiu minha noite, talvez tenha até salvado ela. E eu não acho que você seja uma maluca. Além disso, eu não podia deixar você sozinha, quem sabe quantos carros teriam sido mandados para o concerto depois de terem te atropelado se eu não estivesse por perto.”

É claro que agora eu me arrependi dessa mensagem, queria ter sido um pouco mais… Atencioso? Não sei se é a palavra certa, só não queria parecer grosso ou um babaca, mas quando ela me respondeu deixei de me importar com qualquer uma dessas coisas.

“Hey Natsu… acho que eu posso acabar trocando minha cor favorita do azul para o rosa.”

Eu não sabia o que dizer, nem o que aquilo significava então apenas respondi:

“Me parece uma boa ideia.”

Não houve mais respostas depois disso, mas eu não me importei, afinal, o sorriso idiota ainda não deixou meu rosto.

N.D.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥