My Hero || Flash || Livro 4 escrita por LittleMermaid


Capítulo 10
08




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Sophie segurava o laptop em suas mãos, e nunca sentiu tanto medo. Medo de não sentir nada quando ver o bebê em sua barriga, medo do ódio ainda continuar. Ela queria poder amá-lo, mas como poderia se sempre que o ver se lembrar do monstro que arruinou vidas?

Ficou por alguns minutos apenas encarando, pensando em como queria que tudo fosse um sonho, mas sabia que não era.

Derek sugeriu que ela colocasse o fone, para ouvir os batimentos que não quis na hora. Ele abriu o vídeo da ultrassonografia e pressionou o play.

Sophie congelou.

Ela ampliou seus olhos agora úmidos, deixando várias lágrimas geladas percorrer pelas suas bochechas ao som contínuo. Tum tum tum. Ela não conseguia esboçar nenhuma reação, ou pronunciar qualquer palavra.

Pela primeira vez viu seu filho, ou filha, de 12 semanas, com apenas 2,7 milímetros e com um coração tão pequeno que bate em um estrondo.

Sophie começou a rir entre choros, estava tão emocionada que tudo o que tentava falar saia em formas de risos. Ela permaneceu em silêncio, observando aquele pontinho branco no meio da imensidão com um coração pulsante. Era a melhor sensação que sentira. 

"Eu te disse... É um momento mágico" Derek disse com um grande sorriso.

*

Barry ouviu os saltos vindo em sua direção e se virou com um sorriso ao ver a morena com duas sacolas nas mãos. "Trouxe um lanche"

"Oh, você salvou minha vida Iris!"

"Sim! Quando se trata de sua alimentação super gordurosa, sou a melhor" Iris sorriu, se sentando na mesa de experiencias de Barry. "Como foi seu dia?"

"Bem, um monstro gigante apareceu em Central City, e Julian bancou um de X9 para o Singh... Estou me decidindo qual foi o pior...."

"Você e Julian... Sempre os opostos!" Iris arrumou a mesa com as batatas fritas e os copos de refrigerante, removeu os dois lanches da sacola e colocou de frente a Barry que sorriu. Antes que pudesse saciar sua primeira mordida, seu celular vibrou. Ele pegou o aparelho, e se surpreendeu com uma mensagem de Julian.

"Uau, parece que vou poder ver tudo pela perspectiva de Julian hoje" ele mostrou a mensagem para Iris que arqueou a sobrancelha.

"Como isso aconteceu?"

"Ofereci o laboratório em troca de um tour em seus casos"

"Bar..."

"Está tudo bem. Tenho que ir, desculpe pelo almoço" Barry pegou um dos pacotes com batata frita e correu para o endereço que Julian indicou.

*

"Toda vez que o monstro está perto, vários dos transformadores explodem" Barry explicou se escorando na mesa. Já estava cansado de passar horas ao lado de Julian, o seguindo como um cachorrinho. Mas era tudo por um bem maior, com a ajuda dele iria derrotar o monstro.

"Então se alimenta de eletricidade" Julian adicionou cruzando os braços.

"Eu mapeei as ruas pelas quais ele apareceu. Nunca sai do raio de 3 quarteirões"

"Alguns metas recebem esse incrível poder, e é isso o melhor que fazem" Julian disse em um suspiro. "Aterrorizam a cidade. É patético"

"Por que você odeia tanto os metas?" Barry questionou e Julian bufou.

"Se acha que vou dramatizar agora e dizer que um deles matou meus pais, e por isso tenho esse trabalho... Não vou. Não preciso de uma razão pessoal pra odiar os metas, Allen. Eu só vejo... Pessoas por pessoas, transformadas, com essas habilidades extraordinárias... Se perderem... Roubando bancos, machucando pessoas, espalhando o medo, isso não é só um crime. É um total desperdício. Consegue imaginar, Allen? Como seria ter um poder daqueles?" Julian questionou e Barry sorriu. "Eu digo... Se eu tivesse esses poderes, estaria ajudando as pessoas. Estaria melhorando o mundo" ele sorriu, e então pausou. Um longo silêncio entre os dois que evitavam o máximo contato visual. Julian se levantou, e caminhou até a sua mesa. "Mas acho que não fui um dos poucos escolhidos"

"Então está com raiva deles porque não foi um dos escolhidos?" Barry perguntou e Julian parou antes de conseguir se sentar. "Me desculpe,só estou dizendo que... Talvez não seja fácil ser um meta humano. Ter a vida mudada de uma forma que nenhum de nós poderia imaginar. Necessitaria algumas adaptações"

"Certo... Agora está os defendendo?"

"Não... Quero dizer, eu não acho que-"

"Essa coisa que estamos fazendo aqui já era" Julian anunciou, se virando para sua mesa e arrumando alguns papéis. Barry revirou os olhos e deu uma curta risada junto de um suspiro.

"Tanto faz" ele saiu do laboratório às pressas.

*

Sophie caminhou até o córtex. Suas mãos ainda estavam trêmulas, mas se sentia mais calma. Se sentia forte e destemida, como se tivesse recebido um poder invencível. Queria muito contar a todos, mas estava ansiosa com a reação que iriam ter. Ela colocou sua bolsa sobre a mesa ao lado de Cisco, que pesquisava em seu computador. 

"Oi, Cisco"

"Ei. Tudo em cima?"

"Sim... Oi Hr" ela acenou para o homem que acabara de entrar, segurando dois copos de café.

"Oh, querida... Trouxe apenas dois copos"

"Estou bem, obrigada. Sabem da Caitlin? Estou tentando ligar pra ela, mas só cai na caixa postal" 

A primeira pessoa que queria contar era Caitlin. Precisava de uma amiga, alguém que a confortasse e desse coragem para dizer aos outros. Sem dúvidas ela era a melhor candidata, afinal Cait se tornara sua melhor amiga em Central City. Sua amizade era a mais importante, mais até que a de Derek, que a apoiava sempre. Se arrependeria se não contasse seu maior segredo para ela.

"Ela disse que tinha uns assuntos para cuidar... Talvez dure dias, sei lá" Cisco respondeu parando de encarar o computador e se virando para a ruiva "Ficou sabendo das novidades?"

"Do monstro?" Sophie questionou. "Está em todos jornais. Aquilo é um meta?"

"Não temos ideia. Tudo o que sabemos é que ele explode todos os transformadores próximos e desaparece"

"Mas não se preocupe, White. Nós vamos derrotá-lo" Hr disse animado, entregando um dos copos para Cisco.

"Assim eu espero. Então, qual é o lance dos transformadores? O monstro se alimenta de energia ou algo parecido?" ela perguntou, não percebendo o rapaz que acabara de entrar na sala.

"Não acho que seja isso" Barry disse com um fraco sorriso.

"Ei" Sophie deu um selinho no moreno que a segurou pela cintura. "Tudo bem?"

"Só um problema com o Julian... Nada demais. Que bom que está aqui para nos ajudar"

"Pensei que precisavam de uma mente brilhante..." ela sorriu. Barry sentiu algo diferente nela, estava mais sorridente, mais alegre.

"Não são só os transformadores..." Cisco continuou. "Os alarmes dos carros também entram em curto"

"Alarmes e transformadores. Qual seria a conexão?" Hr se questionou. "Chegaremos lá. Temos que sempre continuar tentando"

"Talvez alguém esteja pegando a energia dos transformadores para mover o monstro"

"Mover!" Hr exclamou, interrompendo Cisco. "Mover o monstro, isso. Você falou um pouquinho antes de mim, São Francisco.

"Mas isso não pode ser, Hr. Porque senão teríamos visto o aumento de potência" Cisco sorriu.

"Não vimos"

"Não se tiver usado energia gerada por algo como uma torre de Tesla portátil"

"É, uma forte de Tesla portátil" Hr disse sorridente.

"Torre" Sophie corrigiu.

"Torre, isso. Foi o que eu disse. Bacana! Isso é o que chamamos de trabalho em equipe, e na minha terra: problema resolvido!" Hr levantou a mão para bater na de Barry, que permitiu confuso. "Vou sair pra pegar mais café. Na minha Terra o café foi dizimado por uma praga, imaginam?" o homem colocou seu chapéu preto e se retirou do córtex. Sophie se virou para Cisco com as duas sobrancelhas arqueadas.

"Ele não fez nada, não é mesmo?"

"Obrigado! Demorei pra perceber mas ele só fica repetindo o que falamos mas de forma diferente"

"Ele teve a ideia do cabo"

"Que cabo?" Sophie questionou.

"Um cabo com força suficiente pra arrastar um navio" Barry explicou e então voltou a encarar Cisco.

"Princípio da reversão. Ele fez parecer que teve a ideia do cabo, mas nem disse como usar"

"Não podemos ser pegos de surpresa de novo..."

"Você deveria vibrá-lo, Cisco" Sophie determinou e Cisco sorriu.

"Será um prazer"

Os três caminharam até a sala de Hr, no intuito de encontrá-lo antes que saísse. Mas sem sucesso. Hr não estava em sua sala, mas sua mochila permanecia sobre a mesa.

"Ele não está aqui" Barry anunciou.

"Mas não precisamos dele" Cisco andou até a mochila, a abrindo rapidamente e revirando suas coisas.

"Ei, cara, não pode chegar e mexer nas coisas dele"

"Barry tem razão, isso é errado..."

"Não estou mexendo nas coisa dele... Só estou... Viu?" Cisco perguntou, se virando e mostrando um objeto parecido com uma caneta que Hr sempre carrega. "É disso que estou falando, o que é essa coisa?" ele pressionou o dispositivo, que se abriu e fez um barulho estranho antes de começar a reproduzir uma gravação.

"Agora pareço ter ganhado a confiança de todos da equipe, exceto de Francisco" era a voz de Hr. Sophie ouviu passos e se virou para a porta, encontrando Hr parado na entrada.

"Essas são as minhas coisas" ele disse. "O que estão fazendo?"

"O que você fazendo?" Cisco questionou. "Quem é você de verdade? Sei que está escondendo algo"

"Você foi enganado... Por um homem com o rosto parecido com o meu. Eu imagino o quão difícil é confiar depois de algo assim"

"Você imagina?"

"Sim. Reproduza... O resto da gravação" Hr pediu e Cisco obedeceu, ativando o dispositivo novamente.

"Eu li o seu jornal, e não achei nada que diga o por que de Francisco se sentir desse jeito. Mas espero que eu possa mudar a sua opinião sobre o Harrison Wells, e que nós dois possamos reconstruir essa amizade. Que história fantástica para fazer uma narrativa"

Cisco parou a gravação, encarando Hr confuso.

"O que? Uma narrativa?"

"Uma narrativa, White! Estou escrevendo um romance!" Hr respondeu pegando o dispositivo das mãos de Cisco. "Os Contos de Hr Wells. Atraente, eu sei"

"Me desculpe... Você é um cientista e um escritor?"

"Sim, Allen"

"Ah, isso é perfeito" Barry disse e Cisco se virou lentamente para ele.

"Exatamente, perfeito. Eu sou um cientista e escritor, e ainda dirijo os Laboratórios Stars. Ciência, romance, essa é a minha área, sabem? E eu pensei, que oportunidade maravilhosa vir para outra Terra e fazer outro best-seller sobre minhas aventuras aqui"

"E por que não nos disse isso antes?"

"Achei que não seria relevante, São Francisco. E também pensei que não iriam fuçar nas minhas coisas. Isso é tudo. Sou um cientista e um escritor, podem confiar em mim agora? Ou isso é algo não tem nessa Terra: confiança"

"Confiança" uma voz feminina disse atrás de Hr, que pulou de medo e correu pra trás de Sophie. "Confiar em quem?" Caitlin perguntou, entrando na sala.

"Você me assustou pra caramba!!"

"Caitlin, você voltou" Sophie sorriu. Um alarme de celular começou a apitar no bolso de Cisco.

"O que é essa coisa?" Hr questionou, arrumando sua postura e saindo de trás de seu escudo humano.

"O aplicativo. O monstro voltou"

"Monstro?" Cait arqueou a sobrancelha.

"Você perdeu muita coisa, Cait" Sophie disse andando até a mulher.

"Explicamos lá em cima" Barry seguiu Sophie e os três se retiraram da sala.

"Certo, Vou ficar aqui, então" Hr se encostou na sua mesa e Cisco parou antes de sair.

"Vamos, precisamos você, Hr"

Barry se vestiu rapidamente e pegou a corda, e antes que saísse para derrotar o monstro deu um beijo em Sophie que terminara de explicar os acontecimentos para Cait. Cisco se ajeitou no computador, e Hr foi até o seu lado.

"Cheguei, pessoal" Barry informou pelo comunicador.

"Certo, nos diga tudo o que está vendo" Hr solicitou.

"Caos... E o monstro"

"Então qual é o plano, exatamente?" Sophie perguntou. Ela cruzou os braços encarando o monitor de Cisco. Hr se balançou na cadeira enquanto batia suas baquetas na mesa.

"Boa pergunta, Srta. White. Nós criamos a corda de fibra de carbono, e me corrijam se eu estiver errado, mas nunca discutimos como ele iria usá-la, certo?"

"É..." Cisco sorriu se dirigindo ao microfone. "Vamos fazer à estilo 'Império', Barry"

"Império, o Sol!" Hr exclamou.

"O que? Não, 'o Império Contra Ataca" Sophie corrigiu.

"O Império Contra Ataca, Barry!" ele repetiu.

"Derrube-o como se fosse um AT-AT" Cisco explicou pelo comunicador.

"Como se fosse um AT-AT" Hr repetia com um grande sorriso.

"Quanto maior forem, maior será a queda" Caitlin andou até os dois. "Até eu vi o Império"

"Eu gosto disso" "Eu gosto você" Cisco e Hr disseram ao mesmo tempo.

Barry encarou o monstro à sua frente, e ainda se surpreendia com seu tamanho. Ele sorriu, arrumando a corda em seu ombro e se preparando para correr.

"Eu sempre quis ser um Jedi" Barry levou a corda até dois postes, prendendo em cada um uma ponta, formando uma armadilha para derrubar o gigante. Ele parou e observou a criatura passar pela corda como um fantasma. "Pessoal... Ele atravessou a corda. É um holograma" o monstro se desfez, desaparecendo diante de seus olhos.

"Isso explica tudo" Cisco anunciou. "Os alarmes e transformadores, até o perímetro em que ele percorre. Hologramas precisam de energia"

"Os polícias foram enviados para o local" Sophie disse. "Se ele não for real..."

"As balas vão atravessar" 

"Pessoal, ele sumiu. Onde ele está?" Barry perguntou e Cisco imediatamente começou a procurar a fonte do holograma.

"Espere um segundo, Barry. Hr, rastreie o holograma, precisamos encontrá-lo agora"

"Certo... Rastrear" Hr levou sua cadeira até o computador, onde pressionou alguns botões. "Preciso rastrear... O que? Esse computador... Não estou acostumado"

"Oh meu Deus, eu sabia" Cisco disse se virando para o homem surpreso. 

"O que?"

"Você é falso"

"O que?" Sophie, Cait e Hr questionaram ao mesmo tempo. 

"Esse tempo todo agindo como se pudesse ajudar, mas não pode porque não sabe"

"Como? Rastrear!" Hr exclamou, tentando disfarçar.

"Saia da frente" Cisco empurrou Hr e tomou conta do computador, começando a rastrear o sinal. "Encontrei, está na segunda com a Fulton"

Barry assentiu e correu até o local. Parou de frente aos carros de policiais, que miravam no monstro. Ele olhou para os prédio, onde vários atiradores esperavam um comando. Em um segundo, uma das armas é disparadas. Ele vê a bala percorrendo o caminho até a cabeça do holograma em câmera lenta, e então passando direto, seguindo seu percurso na direção de uma mulher inocente ao lado de um policial. Ele corre e agarra a bala em uma de suas mãos.

"Parem! Parem de atirar. É um holograma!" ele gritou.

"Não atirem!" Joe gritou surpreso para os policias ao seu lado. Todos observaram o holograma de desfazer, ficando perplexos. 

"Detetive West, onde está Julian?" Flash questionou e o homem olhou ao seu redor. 

"Ele estava aqui..."

"Cisco, preciso da localização, agora!" ele ordenou para o comunicador. 

"Prédio Hamilton, 25º andar. Tem mais energia lá do que em todo o prédio"

Barry procurou pelo prédio, encontrando o lugar perfeito para ter uma visão de todos ataques. 

"É lá que ele está" ele disse em voz alta antes de correr em direção ao prédio.

Julian entrou na sala escura, apenas as luzes de um computador iluminava a sala. Um homem de capuz dirigia a máquina. Ele levantou sua arma, mirando no homem misterioso. 

"Mãos para cima!" ele ordenou. "Pare o que está fazendo e mãos para cima!" o homem não se moveu, continuando a dirigir a máquina. Ele pegou algo sobre a mesa e então jogou na direção do homem, que disparou na direção do homem prestes a fugir. Um raio vermelho iluminou o local, tirando a pessoa de frente da bala. Um garoto estava sendo segurado pelo Flash. Julian abaixou a arma, apavorado com o que estava prestes a fazer. "É só uma criança"

"Que você quase matou" o garoto gritou, tentando se soltar do Flash. "Você vai pagar por isso. Você..."

"Eu não acho isso, garoto" Flash disse com sua voz e rosto vibrados. "Você quem irá pagar por todo o dano que causou à cidade por um bom tempo" ele levou o garoto até Julian, que o segurou firmemente. Ele abaixou a cabeça e se dirigiu a saída.

"Ei, Flash" Julian o chamou. Ele se virou para o homem com um olhar de agradecimento "Obrigado"

"De nada"

*

Todos ficaram animados com a vitória de Barry. Hr lançou um grande sorriso para Cisco enquanto brincava com seus baquetes. Sophie se virou para a saída do córtex onde Caitlin se retirava em silêncio. Ela a seguiu parando assim que pisou no corredor.

"Cait?" Sophie a chamou e a mulher se virou para a ruiva. "Tudo bem?"

"Sim..." ela sorriu de canto.

"Onde você estava?"

"Eu fui visitar minha mãe" Cait respondeu se encostando na parede, esperando Sophie chegar até ela e fazer o mesmo. "Tentar resolver nossas diferenças"

"Uh... Como foi?"

"Foi... Legal. Acho que podemos fazer as pazes"

"Isso é bom" Sophie abaixou a cabeça, se lembrando de seus pais. 

"E você? Parece diferente..."

"Estou?" ela perguntou arrumando uma mecha atrás de suas orelha. "Tenho uma coisa para contar... E queria te dizer primeiro"

"Por que eu?"

"Porque eu realmente preciso de uma amiga. E você é, como, minha Bff"

"Sério?" Cait perguntou com um sorriso, colocando seu braço em volta de Sophie. "Fico feliz de ser sua Bff. Então, o que está te incomodado?"

"É um segredo que tentei manter embaixo do tapete... Mas acho que não posso controlar mais" Sophie disse, e Caitlin ampliou os olhos. Ela se sentia da mesma forma. 

"Vamos conversar em outro lugar?" Cait sugeriu e Sophie assentiu, seguindo a mulher até outra sala.

*

Depois de Barry deixar seu uniforme no córtex e resolver o lance de Hr ser um falso, no qual acabaram aceitando seu trato de mostrar valor para o time, ele caminhou pela delegacia. Subiu as escadas com uma caixa e entrou no laboratório. Foi até a sua mesa onde começou a empacotar suas coisas.

"Eu quase matei uma criança hoje" Julian disse do outro lado da sala. Barry parou e levantou seu rosto para Julian. "O monstro era apenas um holograma controlado por um garoto de 15 anos. O Flash veio salvar o dia" ele pausou, analisando tudo em sua cabeça. "Ele me salvou de fazer algo..."

"Eu ouvi"

"Sabe o que é triste? Aquele criança só fez isso porque estava assustada. Ele só queria ver o terror, o medo que o monstro causava, pra ele se sentir poderoso. E eu entendo isso"

"O que quer dizer?"

"Vim de uma família inglesa muito rica. É uma longa linhagem de dinheiro antigo e tradição. Tolices, na verdade. E eu era o herdeiro. O primogênito. Era a minha herança. Mas eu era o estranho. Preferia ir ao jardim e coletar amostras de insetos ao invés de aprender a fazer um nó de Windsor, ou qual garfo usar primeiro no jantar. Eu queria mais, sabe?" ele questionou e Barry assentiu soltando a caixa de suas mãos. "Vim fazer a única coisa que eles não poderiam me impedir. Tornar-me um cientista. Um ótimo cientista. E quando consegui ser o melhor da área, puff, o mundo mudou completamente. Meta-humanos. Eu não nada sobre eles. Não sei como eles falam, ou andam. Não faço  a mínima ideia de como pará-los. Sou inútil. Acho que esse é o monstro que me persegue agora: esse sentimento de impotência"

"Eu sinto o mesmo alguns dias, Julian... Perdi minha mãe quando era criança. Perdi meu pai recentemente. É um mundo assustador. Pessoas morrem. Confiança é traída. As coisas mudam... Mas as vezes mudanças podem ser boas. Podem trazer novas experiências, oportunidades, pessoas. Você pode tratá-las como inimigas ou como novos amigos. Só acredite que tudo vai ficar bem"

"Talvez você tenha razão..." Julian sorriu. Barry balançou a cabeça e então voltou a empacotar suas coisas. "Você pode parar, pode ficar aqui. Estava errado sobre Flash, então... Posso estar errado sobre você também. Boa noite, colega" ele sorriu e pegou seu casaco, se dirigindo até a saída. 

"Julian? Quer beber algo?"

"Eu gostaria disso"

"Certo, vamos nessa"

*

"Caitlin, estive analisando as amostras que nos forneceu, e a química de seu corpo é diferente de tudo o que estamos acostumados, então não entendo completamente. Mas de uma coisa tenho certeza: esses poderes que você possui, quanto mais usá-los, mais difícil será reverter. Me desculpe, querida, mas me escute. Você não deve usá-los em nenhuma circunstância..."

Caitlin suspirou. Seus olhos castanhos se tornaram branco como a neve, e de suas mãos saíra uma onda fria, congelando a mesa e o computador à sua frente. Ela removeu suas mãos do gelo, as encarando. Estava piorando, e a cada dia ficava mais difícil de controlar.

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