She's so mean escrita por Safferena


Capítulo 3
Audições


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Desculpe-me pela demora, estava um pouco ocupada esses dias. Heheh
Espero que gostem.
Boa leitura!Jeongguk

Assim que coloco o pé para dentro do apartamento Taehyung surge na entrada com as mãos em sua cintura.

— Até que enfim você chegou! — exclama — achei que tinha ido fazer a pizza.

— Vá você dá próxima vez então. — retruco.

— Esse garoto falando assim com seu hyung! — ele me dá um cascudo na cabeça quando passo por ele indo em direção a cozinha.

— Estou morto de fome. — Namjoon chega à cozinha e desaba em uma das cadeiras.

— Pode ir ajudando a colocar a mesa, senhor Kim. — repreende Jin enquanto leva uma pilha de pratos para a mesa.

— Jin-hyung é melhor deixa-lo sentado, capaz de ele quebrar alguma coisa como sempre. — se pronuncia Jimin que estava pegando os copos.

Solto uma risada fraca e Namjoon me lança um olhar fulminante.

— Verdade, Jimin. — Jin se vira para Hoseok — Poderia ir acordar o Yoongi, você é o único que consegue acorda-lo sem o deixar tão mal humorado.

— Certo. — Hoseok sai da cozinha e se dirige para os quartos.

Coloco as caixas em cima da mesa que já se encontrava arrumada. Hoseok aparece na cozinha sendo seguido por um Yoongi sonolento e emburrado.

— Desde quando a gente come pizza de bacon com brócolis? — Taehyung abre a primeira caixa e faz uma careta.

— Eu não pedi desse sabor. — Jin olha confuso para a pizza.

— Eca, quem gosta de bacon com brócolis? — diz Jimin.

— O entregador deve ter se confundido e trocado as pizzas. — sugere Namjoon.

Então percebo que a estranha – sim vou chama-la assim, porque vai por mim, ela é – do apartamento ao lado tinha pegado a pizza errada. Nesse momento a campainha toca. Apresso-me para abrir a porta, já sabendo quem estava ali. Dou de cara com a garota.

— Me deixa adivinhar — encosto no batente da porta — Você está aqui para se desculpar pelo seu comportamento de mais cedo, certo?

— Vai sonhando. — ela estende a caixa de pizza. — Nossos pedidos foram trocados.

— Ah, sim. Estava me perguntando quem gosta daquele sabor. — pego a caixa de suas mãos.

— Bacon com brócolis é bom!

— Só você acha isso.

— Dá para você pegar logo a minha pizza? — ela bufa impaciente.

— Quem está ai, Kookie? — pergunta Jin enquanto vem em minha direção.

— Não vai me dizer que mais uma fã conseguiu nosso endereço?! — exclama Taehyung assustado, lá da cozinha.

— Olá, em que podemos ajudá-la? — Jin pergunta gentilmente para ela quando para ao meu lado.

— Eu só quero a minha pizza. O entregador trocou nossos pedidos. — diz nossa vizinha.

— Irei lá pegar. — dou as costas para eles, os deixando sozinhos e caminho até a cozinha.

— Quem é? — Jimin pergunta assim que chego à cozinha.

— É nossa vizinha do apartamento do lado, nossos pedidos foram trocados. — explico.

— Ufa, não é uma fã louca! — Tae suspira aliviado.

— Não seja tão ingênuo, Taehyung! — fala Yoongi — ela pode estar só fingindo. Quem dúvida que ela esteja nos vigiando.

— Yoongi tem razão. — Namjoon se manifesta.

— Por que eu os estaria vigiando? — uma voz soa atrás de nós, fazendo-nos pular de susto.

— O que estais fazendo aqui? — deixo escapar.

— Esse aqui praticamente me arrastou pra cá. — ela aponta para Jin, que estava atrás dela.

— Essa é Yerin, nossa nova vizinha, se mudou faz uns dias. — apresenta Jin.

— Eu sou Taehyung, como você deve saber. — diz o moreno com um sorriso quadrado.

— Por que eu deveria saber? — Ela pergunta confusa.

— Porque eu, nós, somos famosos. — Tae a encara perplexo.

— Eu não os conheço. — dá de ombros, indiferente.

— Ata que não nos conhece. Somos o BTS, cantores da Billboard. — Yoongi entra na conversa, ele a encara como se a mesma fosse um ET. Yerin não demonstra reação alguma.

— Legal. — a morena estende a mão para mim, isso faz com que sua tatuagem de seu antebraço se destaque — Agora pode dar minha pizza.

Perscruto seu rosto por alguns segundos a procura de alguma emoção de que estava mentindo, mas só encontro tédio e impaciência. Com um suspiro exasperado entrego a caixa para ela.

— Garota estranha. — murmuro baixinho. Bem, eu achei que tinha sido inaudível, mas o olhar cortante que me lançou mostra que ela tem uma ótima audição.

Ela pega a caixa de minhas mãos sem me olhar e estava pronta para dar meia volta e voltar para a porta.

— Gostaria de jantar conosco? — pergunta Jin gentilmente.

— Obrigada pelo convite, mas estou com visita. — ela sorri se é que aquilo poderia ser chamado de sorriso. Reprimo uma risada.

— Deixa para a próxima então.

— Já vou indo, desculpe-me pelo incômodo.

— Não foi incômodo algum. — Jin sorri amigável — Irei lhe acompanhar até a saída.

— Hyung, deixa que eu a levo. — apresso-me a dizer e já saio da cozinha, praticamente a arrastando comigo para a porta.

Assim que chegamos à sala, ela praticamente corre para calçar seus tênis.

— Isso tudo é pressa para ir atender sua visita imaginária? — debocho.

— Na verdade é para sair o mais rápido possível do seu lado. — rebate sem se abalar com minha provocação.

Ela abre a porta e sai para o corredor.

— Você devia fazer um curso para aprender a sorrir, seus sorrisos são estranhos. — digo antes de fechar a porta do apartamento sem esperar por uma resposta.

Volto para a cozinha onde todos já estavam sentados envoltos da mesa e comendo.



Yerin



Respiro fundo e abro a porta do meu apartamento.

— Que garoto insuportável! — digo em voz alta.

Coloco a caixa de pizza na mesa e pego um pedaço da mesma enquanto me sento na cadeira. Bufa irritada quando me vem à mente a imagem do garoto ao lado com seus cabelos castanhos claros com algumas mexa rosas e seu sorriso insolente.

— Seu apelido é Kookie. — abro um sorriso irônico — e por coincidência eu adoro biscoito.

Me desperto dos meus devaneios com o som de mensagem do meu celular. O pego e leio a mensagem.

Kyung: Não se esqueça da audição amanhã!

Reviro meus olhos e digito uma resposta.

Yerin: Olá para você também, idiota. E não conseguiria esquecer com você enchendo meu saco a cada minuto com isso.

Kyung: Ótimo. Tenho que voltar para o trabalho. Não vá dormir tarde, pois se não amanhã estará com olheiras horrendas.

Yerin: Obrigada pela preocupação.

Kyung: Pude sentir muito bem o sarcasmo dessa frase.

Yerin: Meta alcançada com sucesso.

Largo o celular em cima da mesa e termino de comer. Depois me preparo para dormir.



***

Acordo com o som estridente do despertador alcança o mesmo em cima do criado mudo ao lado da minha cama e o arremesso contra a parede. Jogo as cobertas para o lado e saio da cama batendo os pés e sigo em direção ao banheiro preparar meu banho.

Hoje é o dia da maldita audição que o Kyung ficou me torrando o pouco de paciência que tenho para fazer, não só ele, como minha família toda. Como eu tenho o talento para cantar e dançar, eles acham que eu tenho a obrigação de seguir carreira no show business, pois seria um desperdício dos meus talentos artísticos. Meus pais não são como os outros pais, que querem que seus filhos façam uma boa faculdade para terem uma vida financeira estável, eles sempre me incentivaram a seguir meus sonhos e nunca me pressionaram com o quesito de qual carreira eu iria tomar. Sempre disserem para mim e meus outros três irmãos, que estariam do nosso lado independentes do que escolhêssemos. Mas ultimamente eles têm me pressionando para que eu faça uma audição em alguma agência de talento. Não que eu não goste de cantar ou dançar, pelo contrário, eu amo. Desde pequena sempre tive muitos talentos artísticos e um rosto bonito, devido a isso já recebi muitos convites para fazer uma audição em várias agências, mas sempre as recusei. Por quê? Bem, porque eu não queria, e não quero ser só mais um rosto bonito na televisão, eu quero poder cantar músicas de minha própria autoria, expressar minhas opiniões através delas. Ter o conceito que eu quiser e não seguir um padrão só para vender mais e ter sucesso. Pois para mim, acho que é dever do cantor passar alguma mensagem através de sua música. E infelizmente isso não é tão fácil, ainda mais para mulheres. Esse é um dos pontos de eu me recusar tanto a seguir essa carreira, mesmo que eu ame muito a música.

Solto um suspiro e coloco uma camiseta preta de mangas compridas e uma calça jeans rasgada nos joelhos. Penteio meus cabelos e os deixo soltos mesmo. Sem tempo para tomar café sigo para a porta de entrada, calço meus coturnos e pego a chave da minha moto e meu capacete e me apresso para o elevador. Quando o elevador para no subsolo, onde ficava o estacionamento, sigo para minha moto R1 preta com decoração em dourado estacionada junto de outras motos. Subo na mesma e saio dali o mais rápido possível por causa do horário.

Algum tempo depois estaciono ao lado do edifício da Big Hit, que nem aparentava ser uma empresa de entretenimento. Não era um prédio muito grande, assemelhava-se mais a um escritório de advocacia do que de uma agência, devido as suas janelas e a cor branca que cobria as paredes.

— Por que mesmo que eu deixei o Kyung escolher a agência? — pergunto para mim mesma quando tiro o capacete e olho o prédio a minha frente.

Depois de verificar que a moto estava em um lugar seguro coloco uma touca vermelha sob meus cabelos e caminho calmamente para a porta de entrada, mas logo sou barrada por um segurança.

— Onde você pensa que vai, garota? — ele pergunta em um tom seco.

Oh, vida! Por que nada é tão fácil para mim?

— Fazer uma audição. — respondo no mesmo tom que o dele. Se ele acha que fiquei intimidada com seu tamanho e sua expressão mal humorada ele se enganou redondamente.

— Irei fingir que acredito. — ele mantem a expressão fechada. — Já lidei com várias garotas do seu tipo, sei o que quer fazer aqui. Sugiro que vá embora antes que eu tome as devidas providências.

Fico encarando o segurança com cara de tacho.

— Mas o que raios você está falando cara? — solto depois de uns segundos em silêncio.

— Você está aqui só para ver o BTS! — ele cruza os braços diante do peito — Não se faça de inocente.

Bato com a mão na minha testa e solto um suspiro cansado.

— Cara, eu não faço ideia de quem ou o que você está falando, mas eu realmente vim aqui para fazer uma audição como tantos outros jovens.

— Sinto muito, mas você não irá passar. — ele se mantém firme.

Abro a boca para contra argumentar, mas sou interrompida por dois garotos.

— Nós viemos aqui para fazer a audição. — diz um dos garotos. O segurança o encara de cima a baixo e depois abre a porta.

— Podem passar. — os dois garotos passam rapidamente, entrando na agência.

— Mas o quê?! — exclamo irritada — Por que raios eles podem e eu não?

O homem solta um longo suspiro e me olha como se eu tivesse retardo mental – o que eu não nego ter — e fala lentamente.

— A Big Hit não aceita garotas trainers. Agora por favor, vá embora.

Bufo irritado e dou as costas para o segurança. Eu vou matar o Kyung, além de me irritar durante um bom tempo devido a essa audição, ele também se esqueceu de verificar que eles não aceitam garotas.

— Ei, moça! — uma voz grita aminhas costas fazendo-me parar.

— O que?— pergunto sem gentileza. Toda a situação tinha acabado com a paciência e gentileza que ainda me restava.

— Você é Lee Yerin, não é? — pergunta o homem. Ele era um pouco mais baixo que eu, não posso culpa-lo tenho 1,70 cm de altura, e tinha cabelos escuros. Seu rosto tinha um ar de bom humor, devia ter seus 40 e poucos anos.

— Sim, sou eu.

— Eu sou um conhecido do Park Kyung, seu amigo, ele que conseguiu com que você fizesse a audição.

— Que maravilha. — forço um sorriso.

— Vamos entrar, logo começará as audições. — ele adentra o prédio e faz sinal para eu o seguir. Ao passar pelo segurança, eu lhe dou meu melhor sorriso de escárnio e sigo o tal cara.

O interior da agência era bem diferente do lado de fora, era mais luxuoso e cuidado. Tinha pôster de alguns grupos e troféus, a grande maioria era do tal grupo BTS.

— Ah, esqueci-me de me apresentar, sou Kang Hansol. — ele se vira para mim quando paramos em frente ao elevador.

Faço um aceno com a cabeça sem a mínima vontade de iniciar uma conversa e de muito menos ser educada.

— Tenho que dizer que não fui só pelo pedido do Kyung que você conseguiu a audição, eu já a vi cantando uma vez e fiquei bastante impressionado.

— Onde me viu cantando? — pergunto desconfiada.

Não sou de ficar cantando por aí, só no meu banheiro. É na hora do banho que faço minha turnê.

— Na boate, eu estava lá devido a um assunto e ainda estava muito cedo para o horário de abertura da boate. Você estava cantando no palco.

— Ah, sim. — lembro imediatamente daquele dia. Ainda não estava na hora de abrir a boate e Kyung estava no bar arrumando as bebidas e eu tinha subido no palco e começado a cantar sendo seguida depois por ele. Tínhamos nos empolgados tanto com a música que até dançamos feito dois idiotas.

— A audição ocorrerá no terceiro andar, Lee Yerin. Não poderei acompanha-la, surgiu um compromisso. — ele indica o celular tocando, depois de se despedir ele atende a ligação e segue caminho por outro corredor.

As portas do elevador se abrem e eu entro, mas quando as mesmas estão quase se fechando eu pude jurar que tinha visto um vislumbre de um cabelo castanho claro com algumas mexas rosas adentrarem o edifício. Será que eu vi certo? Não, claro que não. Ele não tem como trabalhar nessa agência, seria muita coincidência.

Eu não teria esse azar todo, não é?



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Jeongguk

Assim que coloco o pé para dentro do apartamento Taehyung surge na entrada com as mãos em sua cintura.

— Até que enfim você chegou! — exclama — achei que tinha ido fazer a pizza.

— Vá você dá próxima vez então. — retruco.

— Esse garoto falando assim com seu hyung! — ele me dá um cascudo na cabeça quando passo por ele indo em direção a cozinha.

— Estou morto de fome. — Namjoon chega à cozinha e desaba em uma das cadeiras.

— Pode ir ajudando a colocar a mesa, senhor Kim. — repreende Jin enquanto leva uma pilha de pratos para a mesa.

— Jin-hyung é melhor deixa-lo sentado, capaz de ele quebrar alguma coisa como sempre. — se pronuncia Jimin que estava pegando os copos.

Solto uma risada fraca e Namjoon me lança um olhar fulminante.

— Verdade, Jimin. — Jin se vira para Hoseok — Poderia ir acordar o Yoongi, você é o único que consegue acorda-lo sem o deixar tão mal humorado.

— Certo. — Hoseok sai da cozinha e se dirige para os quartos.

Coloco as caixas em cima da mesa que já se encontrava arrumada. Hoseok aparece na cozinha sendo seguido por um Yoongi sonolento e emburrado.

— Desde quando a gente come pizza de bacon com brócolis? — Taehyung abre a primeira caixa e faz uma careta.

— Eu não pedi desse sabor. — Jin olha confuso para a pizza.

— Eca, quem gosta de bacon com brócolis? — diz Jimin.

— O entregador deve ter se confundido e trocado as pizzas. — sugere Namjoon.

Então percebo que a estranha – sim vou chama-la assim, porque vai por mim, ela é – do apartamento ao lado tinha pegado a pizza errada. Nesse momento a campainha toca. Apresso-me para abrir a porta, já sabendo quem estava ali. Dou de cara com a garota.

— Me deixa adivinhar — encosto no batente da porta — Você está aqui para se desculpar pelo seu comportamento de mais cedo, certo?

— Vai sonhando. — ela estende a caixa de pizza. — Nossos pedidos foram trocados.

— Ah, sim. Estava me perguntando quem gosta daquele sabor. — pego a caixa de suas mãos.

— Bacon com brócolis é bom!

— Só você acha isso.

— Dá para você pegar logo a minha pizza? — ela bufa impaciente.

— Quem está ai, Kookie? — pergunta Jin enquanto vem em minha direção.

— Não vai me dizer que mais uma fã conseguiu nosso endereço?! — exclama Taehyung assustado, lá da cozinha.

— Olá, em que podemos ajudá-la? — Jin pergunta gentilmente para ela quando para ao meu lado.

— Eu só quero a minha pizza. O entregador trocou nossos pedidos. — diz nossa vizinha.

— Irei lá pegar. — dou as costas para eles, os deixando sozinhos e caminho até a cozinha.

— Quem é? — Jimin pergunta assim que chego à cozinha.

— É nossa vizinha do apartamento do lado, nossos pedidos foram trocados. — explico.

— Ufa, não é uma fã louca! — Tae suspira aliviado.

— Não seja tão ingênuo, Taehyung! — fala Yoongi — ela pode estar só fingindo. Quem dúvida que ela esteja nos vigiando.

— Yoongi tem razão. — Namjoon se manifesta.

— Por que eu os estaria vigiando? — uma voz soa atrás de nós, fazendo-nos pular de susto.

— O que estais fazendo aqui? — deixo escapar.

— Esse aqui praticamente me arrastou pra cá. — ela aponta para Jin, que estava atrás dela.

— Essa é Yerin, nossa nova vizinha, se mudou faz uns dias. — apresenta Jin.

— Eu sou Taehyung, como você deve saber. — diz o moreno com um sorriso quadrado.

— Por que eu deveria saber? — Ela pergunta confusa.

— Porque eu, nós, somos famosos. — Tae a encara perplexo.

— Eu não os conheço. — dá de ombros, indiferente.

— Ata que não nos conhece. Somos o BTS, cantores da Billboard. — Yoongi entra na conversa, ele a encara como se a mesma fosse um ET. Yerin não demonstra reação alguma.

— Legal. — a morena estende a mão para mim, isso faz com que sua tatuagem de seu antebraço se destaque — Agora pode dar minha pizza.

Perscruto seu rosto por alguns segundos a procura de alguma emoção de que estava mentindo, mas só encontro tédio e impaciência. Com um suspiro exasperado entrego a caixa para ela.

— Garota estranha. — murmuro baixinho. Bem, eu achei que tinha sido inaudível, mas o olhar cortante que me lançou mostra que ela tem uma ótima audição.

Ela pega a caixa de minhas mãos sem me olhar e estava pronta para dar meia volta e voltar para a porta.

— Gostaria de jantar conosco? — pergunta Jin gentilmente.

— Obrigada pelo convite, mas estou com visita. — ela sorri se é que aquilo poderia ser chamado de sorriso. Reprimo uma risada.

— Deixa para a próxima então.

— Já vou indo, desculpe-me pelo incômodo.

— Não foi incômodo algum. — Jin sorri amigável — Irei lhe acompanhar até a saída.

— Hyung, deixa que eu a levo. — apresso-me a dizer e já saio da cozinha, praticamente a arrastando comigo para a porta.

Assim que chegamos à sala, ela praticamente corre para calçar seus tênis.

— Isso tudo é pressa para ir atender sua visita imaginária? — debocho.

— Na verdade é para sair o mais rápido possível do seu lado. — rebate sem se abalar com minha provocação.

Ela abre a porta e sai para o corredor.

— Você devia fazer um curso para aprender a sorrir, seus sorrisos são estranhos. — digo antes de fechar a porta do apartamento sem esperar por uma resposta.

Volto para a cozinha onde todos já estavam sentados envoltos da mesa e comendo.

 Yerin

Respiro fundo e abro a porta do meu apartamento.

— Que garoto insuportável! — digo em voz alta.

Coloco a caixa de pizza na mesa e pego um pedaço da mesma enquanto me sento na cadeira. Bufa irritada quando me vem à mente a imagem do garoto ao lado com seus cabelos castanhos claros com algumas mexa rosas e seu sorriso insolente.

— Seu apelido é Kookie. — abro um sorriso irônico — e por coincidência eu adoro biscoito.

Me desperto dos meus devaneios com o som de mensagem do meu celular. O pego e leio a mensagem.

Kyung: Não se esqueça da audição amanhã!

Reviro meus olhos e digito uma resposta.

Yerin: Olá para você também, idiota. E não conseguiria esquecer com você enchendo meu saco a cada minuto com isso.

Kyung: Ótimo. Tenho que voltar para o trabalho. Não vá dormir tarde, pois se não amanhã estará com olheiras horrendas.

Yerin: Obrigada pela preocupação.

Kyung: Pude sentir muito bem o sarcasmo dessa frase.

Yerin: Meta alcançada com sucesso.

Largo o celular em cima da mesa e termino de comer. Depois me preparo para dormir.

                                                   ***

Acordo com o som estridente do despertador alcança o mesmo em cima do criado mudo ao lado da minha cama e o arremesso contra a parede. Jogo as cobertas para o lado e saio da cama batendo os pés e sigo em direção ao banheiro preparar meu banho.

Hoje é o dia da maldita audição que o Kyung ficou me torrando o pouco de paciência que tenho para fazer, não só ele, como minha família toda. Como eu tenho o talento para cantar e dançar, eles acham que eu tenho a obrigação de seguir carreira no show business, pois seria um desperdício dos meus talentos artísticos. Meus pais não são como os outros pais, que querem que seus filhos façam uma boa faculdade para terem uma vida financeira estável, eles sempre me incentivaram a seguir meus sonhos e nunca me pressionaram com o quesito de qual carreira eu iria tomar. Sempre disserem para mim e meus outros três irmãos, que estariam do nosso lado independentes do que escolhêssemos. Mas ultimamente eles têm me pressionando para que eu faça uma audição em alguma agência de talento. Não que eu não goste de cantar ou dançar, pelo contrário, eu amo. Desde pequena sempre tive muitos talentos artísticos e um rosto bonito, devido a isso já recebi muitos convites para fazer uma audição em várias agências, mas sempre as recusei. Por quê? Bem, porque eu não queria, e não quero ser só mais um rosto bonito na televisão, eu quero poder cantar músicas de minha própria autoria, expressar minhas opiniões através delas. Ter o conceito que eu quiser e não seguir um padrão só para vender mais e ter sucesso. Pois para mim, acho que é dever do cantor passar alguma mensagem através de sua música. E infelizmente isso não é tão fácil, ainda mais para mulheres. Esse é um dos pontos de eu me recusar tanto a seguir essa carreira, mesmo que eu ame muito a música.

Solto um suspiro e coloco uma camiseta preta de mangas compridas e uma calça jeans rasgada nos joelhos. Penteio meus cabelos e os deixo soltos mesmo. Sem tempo para tomar café sigo para a porta de entrada, calço meus coturnos e pego a chave da minha moto e meu capacete e me apresso para o elevador. Quando o elevador para no subsolo, onde ficava o estacionamento, sigo para minha moto R1 preta com decoração em dourado estacionada junto de outras motos. Subo na mesma e saio dali o mais rápido possível por causa do horário.

Algum tempo depois estaciono ao lado do edifício da Big Hit, que nem aparentava ser uma empresa de entretenimento. Não era um prédio muito grande, assemelhava-se mais a um escritório de advocacia do que de uma agência, devido as suas janelas e a cor branca que cobria as paredes.

Por que mesmo que eu deixei o Kyung escolher a agência? — pergunto para mim mesma quando tiro o capacete e olho o prédio a minha frente.

Depois de verificar que a moto estava em um lugar seguro coloco uma touca vermelha sob meus cabelos e caminho calmamente para a porta de entrada, mas logo sou barrada por um segurança.

— Onde você pensa que vai, garota? — ele pergunta em um tom seco.

Oh, vida! Por que nada é tão fácil para mim?

— Fazer uma audição. — respondo no mesmo tom que o dele. Se ele acha que fiquei intimidada com seu tamanho e sua expressão mal humorada ele se enganou redondamente.

— Irei fingir que acredito. — ele mantem a expressão fechada. — Já lidei com várias garotas do seu tipo, sei o que quer fazer aqui. Sugiro que vá embora antes que eu tome as devidas providências.

Fico encarando o segurança com cara de tacho.

— Mas o que raios você está falando cara? — solto depois de uns segundos em silêncio.

— Você está aqui só para ver o BTS! — ele cruza os braços diante do peito — Não se faça de inocente.

Bato com a mão na minha testa e solto um suspiro cansado.

— Cara, eu não faço ideia de quem ou o que você está falando, mas eu realmente vim aqui para fazer uma audição como tantos outros jovens.

— Sinto muito, mas você não irá passar. — ele se mantém firme.

Abro a boca para contra argumentar, mas sou interrompida por dois garotos.

— Nós viemos aqui para fazer a audição. — diz um dos garotos. O segurança o encara de cima a baixo e depois abre a porta.

— Podem passar. — os dois garotos passam rapidamente, entrando na agência.

— Mas o quê?! — exclamo irritada — Por que raios eles podem e eu não?

O homem solta um longo suspiro e me olha como se eu tivesse retardo mental – o que eu não nego ter — e fala lentamente.

— A Big Hit não aceita garotas trainers. Agora por favor, vá embora.

Bufo irritado e dou as costas para o segurança. Eu vou matar o Kyung, além de me irritar durante um bom tempo devido a essa audição, ele também se esqueceu de verificar que eles não aceitam garotas.

— Ei, moça! — uma voz grita aminhas costas fazendo-me parar.

— O que?— pergunto sem gentileza. Toda a situação tinha acabado com a paciência e gentileza que ainda me restava.

— Você é Lee Yerin, não é? — pergunta o homem. Ele era um pouco mais baixo que eu, não posso culpa-lo tenho 1,70 cm de altura, e tinha cabelos escuros. Seu rosto tinha um ar de bom humor, devia ter seus 40 e poucos anos.

— Sim, sou eu.

— Eu sou um conhecido do Park Kyung, seu amigo, ele que conseguiu com que você fizesse a audição.

— Que maravilha. — forço um sorriso.

— Vamos entrar, logo começará as audições. — ele adentra o prédio e faz sinal para eu o seguir. Ao passar pelo segurança, eu lhe dou meu melhor sorriso de escárnio e sigo o tal cara.

O interior da agência era bem diferente do lado de fora, era mais luxuoso e cuidado. Tinha pôster de alguns grupos e troféus, a grande maioria era do tal grupo BTS.

— Ah, esqueci-me de me apresentar, sou Kang Hansol. — ele se vira para mim quando paramos em frente ao elevador.

Faço um aceno com a cabeça sem a mínima vontade de iniciar uma conversa e de muito menos ser educada.

— Tenho que dizer que não fui só pelo pedido do Kyung que você conseguiu a audição, eu já a vi cantando uma vez e fiquei bastante impressionado.

— Onde me viu cantando? — pergunto desconfiada.

Não sou de ficar cantando por aí, só no meu banheiro. É na hora do banho que faço minha turnê.

— Na boate, eu estava lá devido a um assunto e ainda estava muito cedo para o horário de abertura da boate. Você estava cantando no palco.

— Ah, sim. — lembro imediatamente daquele dia. Ainda não estava na hora de abrir a boate e Kyung estava no bar arrumando as bebidas e eu tinha subido no palco e começado a cantar sendo seguida depois por ele. Tínhamos nos empolgados tanto com a música que até dançamos feito dois idiotas.

— A audição ocorrerá no terceiro andar, Lee Yerin. Não poderei acompanha-la, surgiu um compromisso. — ele indica o celular tocando, depois de se despedir ele atende a ligação e segue caminho por outro corredor.

As portas do elevador se abrem e eu entro, mas quando as mesmas estão quase se fechando eu pude jurar que tinha visto um vislumbre de um cabelo castanho claro com algumas mexas rosas adentrarem o edifício. Será que eu vi certo? Não, claro que não. Ele não tem como trabalhar nessa agência, seria muita coincidência.

Eu não teria esse azar todo, não é? 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Deixem um comentário para essa humilde autora, ela ficará deveras feliz. Hehe
Contem o que estão achando, se a fic está boa, coerente ou se eu deveria parar de escrever e recomeçar. Sei lá. só me digam suas opiniões, isso ajuda bastante.
Próximo capítulo sai quinta-feira, 15/06. Até lá jujubas. ♥



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