She's so mean escrita por Safferena


Capítulo 2
Elevador


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Espero que gostem!



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Yerin

Bato com a testa no lado de fora da porta do meu apartamento.

— Qual é a porcaria da minha senha mesmo? — falo comigo mesma.

Isso é o que acontece quando você não tem uma boa memória e faz só dois dias que se mudou para um apartamento novo e que a porta só abre com senha, não se usa chaves. Oh, merda!

Pesco meu celular do bolso traseiro da minha calça jeans e desbloqueio a tela. Ligo para o primeiro número da agenda. Kyung. Ele atende no terceiro toque.

— O que houve dessa vez, Satã? —fala assim que atende.

— Qual a senha do meu apartamento? – choramingo manhosa. Ouço-o suspirar exasperado.

— Você esqueceu a senha da sua casa? – ao fundo dava para ouvir o barulho da música alta e de conversas. — Por que será que não estou surpreso?

— Dê um desconto, Kyung! – fungo – Estou um pouco aérea esses dias e ainda não me acostumei com a senha.

— Senha essa que você escolheu! – posso imagina-lo revirando os olhos nesse momento. — Eu não devia te falar a senha, como um castigo pelo que você fez na semana passada. Levei uma bela bronca do meu chefe por causa da sua briga.

— Eu não tive culpa! – defendo-me — Você queria que eu simplesmente aceitasse que aquele cara me insultasse? Poupe-me.

— Óbvio que não, mas você não deveria usar a violência para isso, ter dado as costas seria melhor. – resmunga e eu evito revirar os olhos.

— Tá, que seja me passa a droga da senha.

— É 980607. E anota a senha, não te irei falar dá próxima vez. — exclama Kyung.

— Certo, está bem. – digito a senha e a porta dá um clique quando destranca. — Obrigada e bom trabalho.

— Não se esqueça da audição daqui a dois dias. – ele fala antes de eu desligar. — Você prometeu que iria.

Reviro meus olhos e reprimo um suspiro. Entro no apartamento e fecho a porta.

— Como eu poderia esquecer, se você me lembra a cada minuto dessa audição?! – digo sarcástica.

— Você vai ver que não vai ser tão ruim assim. – ouço alguém o chamar. — Tenho que ir, hoje a boate está lotado. Não vá dormir tarde.

— Ok, mamãe.— sorrio e desligo a chamada.

Tiro meus sapatos antes de entrar em casa e calço as pantufas de unicórnio que estavam no degrau de entrada. Jogo minha jaqueta em cima do sofá e saio chutando as caixas da mudança que estavam no caminho e vou para a cozinha preparar café. Enquanto a cafeteira fazia seu trabalho sigo para o banheiro para tomar um longo banho. Após sair do banheiro, com meus cabelos pingando o chão, volto para a cozinha, pego uma caneca e despejo o conteúdo da cafeteira nela. Paro em frente às várias caixas espelhadas pela sala e corredor e que iam até o restante do enorme apartamento.

— Eu deveria começar a organizar as coisas. – falo em voz alta. — Mas estou com preguiça.

Vou ziguezagueando por entre as caixas até chegar ao sofá, sento-me e pego o controle remoto, ligando a TV. Estava tão entretida assistindo a um filme que passava que levo um susto quando ouço um baque de algo caindo no corredor do lado de fora do apartamento. Logo em seguidas ouço várias risadas e passos seguindo no corredor.

— Que maravilha, tem vizinhos barulhentos! – bufo alto. — E meu pai disse que era um condomínio bom e que as pessoas que aqui moram são educadas e silenciosas.

Os barulhos no corredor cessaram assim que as pessoas entraram em seu apartamento. Olho para o relógio que estava em cima do painel da sala e vejo que já passava das 3hrs da manhã.

— Acho que você se enganou, papai. – continuo falando sozinha.

Desligo a TV e sigo para o meu quarto. Caio no sono assim que deito a cabeça no travesseiro.

Jungkook

Fecho meus olhos e logo surge a imagem da garota da boate fazendo careta para mim. Nos últimos dias ela tem surgido na minha mente de forma inconsciente, algo em seus olhos me chamou atenção. Saio dos meus devaneios quando ouço alguém pigarrear ao meu lado.

— Você está bem? — pergunta Jimin ao se sentar ao meu lado no sofá.

— Sim, estou.

— Não parece, você anda muito pensativo esses dias.

— Não é nada.

Ele me encara por alguns segundos e deixa o assunto pra lá. Jin surge na sala com o celular na mão.

— Algum de vocês dois poderia esperar o entregador de pizza no hall de entrada do prédio, fazendo favor? — pergunta ele.

— Eu vou. — digo e me levanto.

— Aqui está o dinheiro. — ele me entrega algumas notas e me dirijo para a porta.

— Mas por que o entregador não vem até nosso apartamento? — indaga Jimin. Tiro meus chinelos e calço meu tênis que ali estava.

— Alguma coisa com ele ter medo de altura... — fecho a porta do apartamento e me encaminho para o elevador.

Avisto o entregador de pizza assim que chego ao hall entrada do prédio, ele segurava cinco caixas de pizza. Aceno para o porteiro quando passo pelo mesmo. Atrás de mim ouço o som do elevador sendo aberto.

— Foi o senhor que pediu as pizzas? — pergunta o garoto quando se aproxima de mim.

— Sim. — Faço um aceno positivo com a cabeça.  Ele me entrega as caixas de pizza.

— Ei, duas dessas pizzas são minhas! — exclama uma voz desinibida atrás de mim.

Viro-me para trás e levo um susto, era a mesma garota da boate. A garota que se aproximava não era o que eu esperava, percebo seus traços que naquela noite não tinha conseguido devido a pouca iluminação. Alguma coisa em sua aparência fez meu coração afundar no estômago. Alta e esguia tinha o cabelo escuro e liso na altura dos ombros. As maçãs do rosto eram salientes, dando ao rosto uma expressão emaciada. O nariz era fino e pequeno, e os olhos escuros nos observavam obstinados sob as sobrancelhas definidas.

Vestia um jeans preto rasgado nos joelhos e uma camiseta preta e tinha uma tatuagem escura de uma serpente se enroscando no antebraço. Tinha um andar confiante, como alguém que se considera acima das regras. Não havia como negar: ela era linda. Mas sua imagem sugeria mais que beleza. Seria graça, elegância, charme ou algo mais perigoso?

O olhar incandescente dela percorreu meu corpo e antes que eu pudesse desviar o olhar, seus olhos encontraram os meus e ali pararam por um tempo. Ela abriu um sorriso irônico antes de falar.

— Você esqueceu-se do meu pedido, Jake? — fala tranquilamente com o entregador.

— Foi mal, Yerin, hoje estou cheio de entregas para fazer.

Ela pega as duas primeiras caixas de pizza que estavam em meus braços e depois tiras algumas notas de dinheiro do bolso traseiro da calça jeans, entregando para o tal Jake.

— Pode ficar com o troco.

— Obrigado! — exclama ele animado. Ela nos dá as costas e caminha em direção ao elevador, ignorando minha presença. Viro para o garoto e deposito o dinheiro em sua mão.

— Aqui está e pode ficar com o troco também. — digo apressado e caminho rapidamente para o elevador que tinha acabado de chegar, ela entra no mesmo e posso jurar que ela estava apertando o botão para que a porta se fechasse o mais rápido possível, dou uma corridinha e consigo entrar antes que se fechasse.

— Você estava tentado fechar a porta para impedir que eu entrasse? – viro-me para ela, incapaz de segurar a pergunta.

— Ora, claro que não. Por que eu faria isso? — Ela me lança um olhar cínico.

— Isso que eu gostaria de saber. — fecho a cara. Ela se limita a um dar de ombros e aperta o botão do trigésimo andar, o mesmo que o meu.

— Não vai apertar um botão?

— Ao que parece, moramos no mesmo andar.

— Oh, sério? Que... Legal. — dessa vez ela não tenta esconder o desagrado.

— Você pretende comer isso tudo sozinha? – pergunto depois de um tempo em silêncio e aceno para as duas caixas de pizza.

— Não, eu pretendo jogar tudo no lixo. — diz com sarcasmo. — E por que achas que não tenho companhia para dividir a pizza?

— Cinco minutos que estou ao seu lado foram o suficiente para perceber que sua personalidade é péssima, ficaria surpreso se alguém passasse algum tempo em sua companhia por livre e espontânea vontade. — inesperadamente me surgiu uma súbita vontade de irritá-la.

—O sujo falando do mal lavado. — ela bufa irritada e bate o pé impaciente a espera do elevador chegar ao seu destino.

 Abro a boca para retrucar, mas fecho-a novamente e a ignoro. Assim que o elevador para no nosso andar e as portas se abrem, nós dois nos apressamos para sair o mais rápido possível. Cinco minutos ao lado dela já fora o suficiente para um dia todo.

— É sério isso?! — exclamo exasperado quando ela para na porta ao lado da minha.

— Era só o que me faltava. Você é o vizinho barulhento!.

— Vizinho barulhento? — a olho confuso.

— Noite passada ouviu uns barulhos do lado de fora e umas risadas escandalosas, então era você. — exclama irritada.

Assim que ela fala me lembro do acontecimento. Tínhamos chagado tarde do ensaio e assim que o elevador se abriu, Taehyung corre pelo corredor e cai com tudo no chão, arrancando risadas de nós sete.

— Foi um acidente. — faço uma reverência em deboche para ela — Desculpe-nos por ter atrapalhado o sono de beleza da vossa senhoria.

— Você é um idiota. — ela diz por fim e abre a porta do seu apartamento e depois fecha com tudo.

Dou de ombros e sorrindo vitoriosos abro a porta, entrando no meu apartamento. 


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Notas finais do capítulo

E ai? Está bom? Ruim? Contínuo ou paro? Dê sua opinião, é muito importante para mim.
Obrigada por ler. Beijinhos.



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