You are not alone... escrita por TheStarOfDavid


Capítulo 37
We Miss You.


Notas iniciais do capítulo

Eu pensei bastante em como fazer isso, então esse capítulo e próximo serão focados nas pessoas mais próximas da Ally e logo depois terá a última parte da guerra. Se tudo ir como planejado, iremos ter capítulos mais alegres no final.
Virei a noite fazendo esse capítulo, tenham uma boa leitura!



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DOIS DIAS ATRÁS

Ela tentava raciocinar tudo aquela informação. 

Saiu da sala de guerra pensativa. Ela sabia o que tinha que fazer, mas da onde sairia coragem para tal coisa? Andou pelo corredor e viu uma das portas abertas.

Era o seu quarto.

Entrou lentamente. Ele havia sido transformado em um local para guardar armas. Ela não se importava com aquilo, muito pelo contrário.

O quarto estava vazio. Apenas algumas espadas e escudos estavam no local. Ela olhou tudo e caminhou para a saída.

—Está indo tão cedo?

Se virou rapidamente e viu quem menos queria ver.

A mulher não trajava suas roupas normais de fada, e sim, algo parecido com uma armadura.

—O que quer?- Perguntou a encarando.

—Sei que você tem dúvidas. Estou aqui para esclarece-las.

—Sério?- Perguntou incrédula. A mulher nada disse.- Okay então. Por que está fazendo isso?

—A guerra? Poder, é claro.- Alycia franziu o cenho e a fada revirou os olhos.- Pensei que fosse mais rápida com essas cosas.- Suspirou.- Com Storybrooke nas minhas mãos, terei mais poder do que você imagina. E suas mães, vem de brinde. As duas são muito poderosas e... muito gostosas.- Disse com um sorriso malicioso.

—Informação demais fada.- Disse fechando os olhos.- Você fez a profecia.- Disse voltando a encarar. Saiu mais como uma afirmação do que uma pergunta.

—Ahh! Aí está a Alycia que eu ouvi tanto falar!- Exclamou sorrindo.- Na verdade, eu só fiz parte dela. Sabe a parte que alguém tem que morrer, vulgo você? Então...

—Por que?- A cortou.

—Minha menina, você é poderosa demais para ser controlada. Acredite em mim, eu já tentei controlar um semideus.- Disse com um ar nostálgico.- Pior escolha que já fiz. E você seria a arma secreta.- Alycia franziu o  cenho mais uma vez.- Sem você, a profecia não pode ser cumprida. Eu fiz uma brecha nela, sabe? Como um contrato.

—Não é atoa que você é a mãe do Rumpelstilskin...

—Tal mãe tal filho.- Sorriu.- Como eu ia dizendo, Se você morrer, não há como a guerra ser vencida. Você não é a salvadora ou algo do tipo, mas o seu poder é necessário.

—E se eu te matar aqui e agora?- Falou com faíscas emanando de seu braço.

—Se você me matar agora, a maldição que eu irei lançar, não terá como ser impedida. E assim, todos morrerão. Ainda quer me matar agora?- Alycia nada disse e abaixou o olhar.- Foi o que eu pensei.- Se virou.

—Uma semana.- A Fada voltou seu olhar para ela.- Os dê uma semana sem guerra.

A fada abriu um grande sorriso.

—O seu último desejo será atendido

—Emma e Regina.-

Regina olhava fixamente para a lareira. As chamas do fogo a estavam hipnotizando. Respirava lentamente, tentando conter suas lágrimas a todo momento. Na verdade, era até bem fácil, já que seus olhos estavam secos. Se assustou ao perceber que Emma se aproximava com uma caneca na mão. A loira ofereceu um fraco sorriso e lhe entregou a caneca.

Era chá.

Ela ficou encarando o liquido. Fechou os olhos e respirou fundo quando Emma sentou ao seu lado. A loira tentou apertar sua perna, em uma tentativa de lhe passar conforto, mas Regina se levantou antes de Emma ter a oportunidade.

—Eu... Eu vou tomar um banho.- Disse e colocou a caneca em cima da mesa de centro.

Emma a chamou, estranhando a ação de sua noiva, mas Regina já subia as escadas.

Continuou sentada no sofá da sala, olhando para o nada. Já fazia dois dias desde o ocorrido e as duas mulheres mal conversaram. Estavam mais distantes do que nunca.  Fechou os olhos, balançando a cabeça de um lado para o outro, e se levantou de súbito. Subiu as escadas e foi diretamente para seu quarto.

Ela conseguia ouvir o barulho do chuveiro.

Fechou a porta do quarto e foi em direção a porta do banheiro.

—Regina...- Chamou, batendo de leve na porta.- Gina, por favor, não faz isso.- Emma conseguia ouvir os soluços de sua noiva. Seus olhos começaram a marejar.- Amor, por favor... Eu também perdi ela.- As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.- Não faz isso, não me afaste. Por favor...

Esperou mais alguns segundos e percebeu que a porta não iria ser aberta. Ela podia muito bem arrombar a porta ou usar o pouco de magia que Regina havia lhe ensinado, mas sabia que ela precisava de espaço. Se afastou da porta e se sentou na cama, esperando a morena sair do banheiro.

A morena saiu do banho uns 10 minutos depois. Trajava roupas simples, seus cabelos estavam molhados e seus olhos vermelhos.

Emma levantou em um pulo, mas ficou no mesmo lugar, não se aproximou. Ficaram em silêncio por um tempo, tentando evitar o olhar uma da outra.

—Por que?- Foi o que Emma conseguiu perguntar. Regina continuou em silêncio.- Por que você está...

—Você me segurou...- A loira franziu o cenho ao ouvir o quase sussurro da morena.- Eu vi ela correndo em direção a aquela fumaça, eu podia ter...- Ela se esforçava para engolir o choro.- Eu podia ter...

—Ter salvado ela?- A cortou, tentando controlar sua voz embargada.-Regina, você quer saber o que teria acontecido se eu não tivesse te segurado? Você teria ido na direção dela e eu teria ido atrás de você! E nesse momento, Henry não teria a irmã e nenhuma das mães!

Regina tinha suas mãos segurando as laterais de sua cabeça. Sua cabeça estava começando a latejar por causa do choro, que agora não era mais controlado por nenhuma das duas mulheres. Regina queria revidar, mas sabia que Emma tinha razão e que suas ações haviam sido infantis.

Emma chegou mais perto.

—Você acha que eu não queria ter a salvado?- Perguntou em um tom mais baixo.- Eu queria correr na em sua direção, abraça-la e nunca mais soltar.- Se aproximou mais, mas Regina deu um passo para trás.

—Eu não consigo...- Tentou falar.

Emma se aproximou e a envolveu em um abraço apertado rapidamente. Regina tentou afasta-la, batendo sem seu peito, mas estava cansada de lutar. Começou a amolecer e logo estava no chão, chorando compulsivamente no colo de Emma.

—Eu sinto tanta falta dela.- Emma beijou o topo de sua cabeça, deixando as próprias lágrimas rolarem.

—Eu também.— Disse em um sussurro.- Por favor, nunca mais faça isso.- Fez Regina a encarar.- Nunca mais me afaste assim.

—Desculpe. Eu agi como uma criança...- A olhou nos olhos.- Eu te amo.

—Eu também te amo.

Ficaram abraçadas, encostadas na cama, por um bom tempo, até Emma perceber que estava tudo muito calmo.

—Gina, cade o Henry?

Regina franziu o cenho.

—Eu não sei.

DOIS DIAS ATRÁS

Olhou em volta, ainda em choque, e foi até sua mesa de estudo. Ligou o abajur e pegou um papel e uma caneta. Escreveu no papel inteiro, o dobrou e colocou no bolso.

Saiu do quarto e olhou em volta. Tudo continuava calmo. Ninguém tinha percebido a presença da Black Fairy.

Viu Henry de longe, cuidando dos feridos. Percebeu ali, o quanto estava orgulhosa dele. Ela esticou a mão e o chamou. O menino andoou até ela.

—"O que aconteceu?"- Perguntou em linguagens de sinais.

—"Nada..."- Ele franziu o cenho, sabia que algo estava errado.- "Eu percebi o que eu tenho que fazer, e o que você tem que fazer."

—"Ally, você está me assustando."

—"Desculpe garoto."- Abaixou a cabeça. Ele a pegou pelo braço e a levou para o canto.

—Pode falando.- Falou a encarando. 

—Era você o tempo todo.- Suspirou.- É você Henry.

—Do que está falando?

—Mamãe é quem começou a história.- Começou a explicar.- Foi  ela quem lançou a maldição. A nossa mãe é quem lutará no campo de batalha e você Henry... é o salvador.

—Não...- Negou com a cabeça.- Emma é a salvadora.

—Não dessa profecia.- Ele franziu o cenho.

—E quem seria você.- Ela fica em silêncio.- Não...

—Henry, olhe para mim.- O fez a encarar.- Eu não tenho escolha.

—Sempre tem outra escolha.

—Não dessa vez.- Pegou o bilhete em seu bolso.- Entregue isso para as nossas mães.- Ele pegou, hesitante.- Eu te amo pirralho.- O abraçou o mais forte que podia.

—Eu não vou deixar você ir.- Sussurrou. Ela se afastou e o fitou.

—Você sabe o que é o certo Henry.- Limpo a lágrima que caia no canto dos olhos do irmão.- Eu te amo.- Ele a abraçou novamente.

—Eu também te amo.

 -Henry-

O teto era a coisa mais atraente para Henry naquele momento. Ele o encarava sem nenhuma expressão. O menino tinha se isolado do mundo naqueles últimos dois dias e sua cama e o teto viraram seus melhores amigos.

Seus olhos já estavam secos de tanto chorar. Ele havia começado a pensar que nunca mais seria capaz  de tal coisa. 

Ouviu suas mães loira falando com a sua mãe morena... ou ele pensava, já que Emma era a única que falava. Ele ignorou as vozes e fechou os olhos, respirando fundo, tentando dormir.

Minutos depois, nada.

Abriu os olhos, frustrado, quando desistiu de adormecer. Levantou a cabeça ao escutar outro tipo de barulho.

Um choro.

Ele se levantou lentamente da cama e seguiu em direção a fonte do choro. A porta do quarto de suas mães estava entreaberta. Mesmo hesitante, olhou pela brecha, escutando parte da conversa.

—Você acha que eu não queria ter a salvado?- Perguntou em um tom mais baixo.- Eu queria correr na em sua direção, abraça-la e nunca mais soltar.- Se aproximou mais, mas Regina deu um passo para trás.

—Eu não consigo...- Tentou falar.

Ele viu sua mãe envolver sua mãe morena em um forte abraço. Viu Regina se debatendo para sair daquele abraço e viu, minutos depois, as duas desabando em choro no chão.

—Eu sinto tanta falta dela.- Emma beijou o topo de sua cabeça, deixando as próprias lágrimas rolarem.

—Eu também.

Henry não conseguia mais ouvir aquilo, percebendo que os seus canais lacrimais estavam funcionando sem nenhum problema. 

Pegou seu casaco e saiu pela porta.

Andou sem rumo pelas ruas da cidade. O vento gelado  batia em seu rosto, o fazendo tremer. Ele acabou parando em frente ao Granny's. Ele olhou a lanchonete de cima a baixo e voltou a andar. Sabia onde teria que ir naquele momento.

Andou até chegar ao local, mesmo sendo longe. O percorreu, olhando cada folha no chão. Quando chegou, ficou encarando o túmulo. Não se ajoelhou, ficou em pé.

Ela havia sido enterrada em uma parte cheia de grama.

Ela iria gostar disso.

Era a segunda vez que ele visitava o túmulo de alguém que ele amava. Estava cansado disso. De repente, ele não estava mais triste, estava com raiva.

—Por que você fez isso?- Perguntou encarando sua lápide.- Elas estão se afastando, sabia? Elas estão brigando.- Balançou a cabeça de um lado para o outro.- Você podia ter pelo menos, se despedido delas! Mas você deixou, apenas, uma droga de bilhete!- Começou a elevar a voz.- Se você teve a oportunidade de se despedir de mim, por que não fez o mesmo com elas?- As lágrimas começavam a cair de seus olhos.- Você nos abandonou! Você me deixou sozinho!- Chegou mais perto e chutou a terra por cima do túmulo.- Eu te odeio!- Chutou de novo.- Eu te odeio por ter feito isso!

Quando ia chutar de novo, dois braços o envolveram, o abraçando fortemente.

—Henry, calma.- Disse David.

—Não! Ela me deixou! Eu odeio ela!- Tentou avançar de novo, mas o homem o segurou mais forte e caíram ajoelhados no chão.

Ele se debatia, tentando sair do aperto de David, mas o homem não permitia, assim como Henry não desistia.

—Está tudo bem campeão.- Sussurrou.- Está tudo bem.

—David?- O homem, que também tinha lágrimas em seus olhos, se virou, encontrando Emma com uma feição preocupada.

Regina tinha ligado para ele, para que se ele visse Henry, as ligasse imediatamente. E foi o que ele fez, quando viu o menino no túmulo da irmã.

—Henry...- Suspirou Regina.

Emma foi rapidamente ao seu encontro, assim como Regina. David desvencilhou o menino de seus braços, o fazendo cair em prantos no colo de sua mãe morena.

—Eu sinto falta dela...- Disse, escondendo o rosto no pescoço de Regina.

Emma o abraça por trás e beija seus cabelos, do mesmo jeito que fez com Regina.

—Nós também Kid.

Ela olha para Regina, que tinha os olhos marejados, assim como ela, e lhe oferece um fraco e triste sorriso. Ela olha para o seu pai, que assiste a cena com a cabeça baixa. Ela estende sua mão e ele a pega, quase que imediatamente. Ele chega mais perto e beija sua testa.

Ela olha para o seu garoto e depois para o túmulo de sua filha.

Alycia Swan-Mills

Filha, irmã e amiga amada.

"Valentia e coragem são duas dádivas dadas somente a aqueles cujo o único medo é não tentar, e a aqueles que a inspiração e esperança o motivam a não parar de tentar."

 Sorriu ao ler os dizeres. 

—Nós também sentimos sua falta.

 


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Notas finais do capítulo

Capítulo deprimente? Sim. Mas achei necessário, assim como o próximo será. Meu peito ficou apertadinho quando escrevi a parte do Henry. Espero que tenham gostado. E só pra vocês saberem, eu to melancólica porque eu acabei de assistir o último episódio lançado de Orphan Black. Quem assistiu, sabe o porquê eu to assim. Não tenho mais condições psicológicas para continuar escrevendo, então até a próxima meus lindos!



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