Meu amado é um lobisomem escrita por Lailla


Capítulo 26
Capítulo 26: Coragem - Hayato e Mai




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O despertador tocou, sendo interrompido em seguida por Mai. Ela se virou na cama e pegou seu celular, que estava sobre o criado-mudo. Desbloqueando-o, Mai clicou no ícone de sua galeria e em uma foto em especial. A imagem era Satoru-sensei em sala de aula, sorrindo ao finalizar uma explicação. Mai suspirou e saiu de sua galeria.

Satoru-sensei estava namorando Yoshiro-sensei há cinco meses. Ela achava que não iria durar, porém a relação deles estava ficando mais longa a cada mês. Mai achava Yoshiro-sensei linda e perfeita para qualquer homem. Porém por que ela tinha que se interessar por Satoru-sensei?

Enquanto Mai pensava nisso, como quase todos os dias fazia, sua mãe bateu em sua porta, entrando e vendo a filha ainda na cama, de pijamas.

— Mai, já acordou? – perguntou.

— Já. – disse ela, voltando-se para a mãe e se sentando – Estou descendo.

— Tudo bem.

Mai levantou e pôs o celular no criado-mudo, pegando roupas no guarda-roupa e indo para o banheiro. Ao descer arrumada, seu pai tomava café da manhã ao passo que sua mãe colocava o prato para si e para Mai.

— Mai, sua mãe e eu vamos à Tottori para visitar sua tia, você quer ir? – perguntou seu pai.

— Preciso estudar, Otousan.

— Você estuda demais, Mai. – disse sua mãe – Não sai com seus amigos?

— Eu saio com eles e também estudo com eles. Vamos nos reunir nesses próximos dias para estudar.

— Bem, que bom então. – seu pai levantou.

— Também vou. Tchau, mãe. – disse Mai, beijando a bochecha de sua mãe.

— Um bom dia pra vocês. – ela sorriu.

Mai e seu pai foram juntos em direção à porta. Quando seu pai a abriu e saiu com ela, viu Hayato do outro lado da rua, mexendo em seu celular.

— Seu amigo está vindo todos os dias, né? – ele comentou.

— Ele não quer que eu vá sozinha para o colégio. – Mai sorriu singelamente.

— Bom menino. Boa aula, Mai.

— Obrigada.

Ao se virar e ir em direção ao carro, o pai de Mai cumprimentou Hayato.

— Bom dia, Hayato-kun! – levantou o braço.

— A-Ah... Bom dia, Ina-san! – ele gaguejou, nervoso.

Hayato ficava nervoso com o pai de Mai, porém ele não era nenhum neurótico quanto à filha. Mesmo assim, como sendo o pai dela, seu nervosismo provavelmente nunca iria desaparecer.

Quando viu Mai em seu uniforme escolar, Hayato tentava manter seu olhar em direção aos olhos escuros de Mai. E não em suas pernas ou seios.

— B-Bom dia, Mai-chan.

— Bom dia. – ela sorriu.

Ambos começaram a andar, e Hayato sempre conversava com Mai. Ela gostava de conversar com ele. Mai não conversava sobre muitas coisas pessoais com as meninas, porém com Hayato era diferente. Ela se sentia à vontade, confortável. Gostava de como ele falava e lhe dava conselhos.

— Quem diria, não é? – ele comentou.

— Eh?

— Ichiro e Ame.

— Ah, é. – ela sorriu – Quem diria.

Há um mês Ichiro e Ame namoravam. Foi de repente para o grupo de amigos, porém eles já sabiam que um gostava do outro. E nada havia mudado muito. Todos continuavam a sair juntos e ficar juntos no colégio.

— Eles sempre foram próximos. – disse Mai.

— Nunca pensei que ela tivesse coragem de se declarar.

— E como você sabe que foi ela quem se declarou? Pode ter sido ele.

— Com certeza não. Meninas que normalmente se declaram.

— Duvido. – ela deu um meio sorriso.

— Quer apostar?

— Sim. – ela parou, oferecendo sua mão.

Hayato virou-se para ela, apertando sua mão e sorrindo desafiadoramente.

— Feito.

Ambos riram e continuaram, conversando sobre outros assuntos. Porém ao se aproximarem do portão e virem Satoru-sensei e Yoshiro-sensei entrando juntos no colégio, Hayato percebeu o sorriso de Mai desaparecer. Ele já vira isto acontecer várias vezes. Ela abaixou o olhar e sorriu singelamente.

— Você deve me achar uma estúpida, né, Hayato?

— C-Claro que não. – ele corou – Você gosta dele. Só isso.

— Ele é onze anos mais velho que a gente.

— Hanabi também gosta de um cara mais velho.

— É diferente. Satoru-sensei é nosso professor.

Hayato parou de repente, no meio do pátio. Mai percebeu e virou, olhando-o.

— Mai.

— Hum. – disse ela sem entender.

— Se ele te desse uma chance... Você ficaria com Satoru-sensei?

Ela arregalou os olhos por um momento, surpresa com a pergunta.

— Sim. Por quê?

— Porque...

O sinal soou naquele momento, o pátio estava vazio.

— Hayato?

— Hum... Deixa pra lá. – ele sorriu, continuando.

— Hayato.

— Vamos. – sorriu para ela.

Mai franziu a testa, tentando compreender. O que Hayato queria dizer?

Após aquele dia, o grupo estudou para as provas até o fim de semana. Na semana seguinte todos ficaram distraídos por causa das provas. E no fim de semana, todos decidiram comemorar, comendo juntos na lanchonete.

— Matemática estava tão difícil! – Ame riu.

— Verdade, mas com certeza fomos bem. – sorriu Ichiro – Estudamos juntos no fim de semana.

Ame sorriu.

— E eu te dei minhas anotações. Com certeza você foi bem. – disse Hanabi.

— Suas anotações também me ajudaram. – disse Hayato.

— Eu estou um pouco preocupada com Língua Estrangeira. – comentou Mai.

— Se não conseguir uma nota boa posso te ajudar.

— Você já me ajudou bastante, Hayato. – Mai sorriu.

— Não tem problema. – ele sorriu, corando.

Quando a saída terminou, Ichiro acompanhou Hanabi e Ame enquanto Hayato acompanhava Mai até em casa. Eles andavam lado a lado na calçada. Hayato estava com as mãos dentro dos bolsos e Mai com a mão na alça de sua bolsa. Ela estava com o olhar baixo e Hayato olhava para cima, olhando as estrelas cintilarem. Ele estava distraído, porém despertou quando Mai começou a falar.

— Hayato...

— Eh? – olhou-a.

— Você gosta de alguém? – ela mantinha o olhar para frente.

Hayato corou, hesitando.

— Gosto.

— Gosta dela à ponto de seu coração doer quando ela está com outro menino?

— Hum... Ela não tem namorado e nem fica com outros garotos. Mas fiquei com ciúmes quando ela ganhou chocolates de outros meninos no White Day.

Mai sorriu levemente.

— É assim... Que me sinto em relação à Satoru-sensei.

Hayato abaixou o olhar.

— Por que está falando disso agora?

— Porque... Vou me declarar para Satoru-sensei na segunda-feira.

Hayato arregalou os olhos, parando. Mai o escutou parar e fez o mesmo, continuando de costas para ele. Estavam no meio do caminhando, parados na calçada sob a dos postes de luz.

— Não faça isso, Mai. – disse ele, preocupado – Ele...

— Ele vai me rejeitar.

Hayato engoliu em seco e a viu se voltar para ele. Os olhos de Mai estavam cheios de lágrimas que ela continha.

— Mas se eu não tentar... Vou continuar sofrendo.

Ele relaxou o olhar, abaixando-o. Caminhou até Mai e a abraçou, corando. Mai arregalou os olhos, surpresa e o abraçou, permitindo que as lágrimas caíssem. Os dois permaneceram desse jeito por alguns minutos. O que Mai precisava mais naquele momento era isso. Carinho. E tudo o que Hayato queria era que ela ficasse bem.

Na segunda-feira, a primeira aula ocorreu de forma normal. Todos copiavam o conteúdo escrito no quadro e prestavam atenção no que o professor explicava. Mai não se concentrava, o que era raro. Ela escrevia no caderno, repetindo frases já copiadas do quadro. Hayato prestava atenção nela, sabendo que a qualquer momento ela iria ao encontro de Satoru-sensei. E foi o que aconteceu. No intervalo, Hayato a seguiu pelos corredores até que a viu chamando o professor ao achá-lo. Ele abaixou o olhar, querendo que ela apenas se convencesse de que nunca aconteceria nada entre eles. Mas ele não poderia fazer nada, então fora embora.

— Satoru-sensei.

— Hum. Ina-san.

Ela sorriu.

— Podemos... Conversar por um momento?

— Claro.

Ele a guiou até a sala dos professores.

— É sobre a matéria? – perguntou ele, sentando em sua cadeira – Desde o final do ano passado suas notas melhoraram bastante.

— É por causa de Hanabi. Ela nos ajuda.

— Ah, sim. Você agora é amiga de Minagashi-san e os outros. Isso é muito bom.

— Sim. – ela sorriu – Mas não é sobre isso.

— Então o que é? – ele não compreendeu.

— Sensei...

Satoru franziu a testa em dúvida. Mai corou levemente, abaixando o olhar.

— Eu... Gosto... Muito... De você, sensei.

Satoru engoliu em seco.

— Ina-san... – gaguejou ao sorrir.

— Não... Eu gosto de você desde o primeiro ano. Você é um ótimo professor, é incrível e eu gostaria de poder...

— Ina-san. – ele engrossou sua voz, franzindo as sobrancelhas.

Ela o olhou, surpresa.

— Você é uma boa menina, eu sei que é. – dizia ele – Mas tanto por eu ser mais velho e ser seu professor, além de estar comprometido com alguém, que não podemos ficar juntos.

— Sensei...

— Por favor. Pense no que está fazendo. Você é uma menina linda e muitos garotos gostariam de ser seu namorado. Dê uma chance à um deles. Um bom menino será seu par e cuidará de você.

Mai engoliu em seco, seus olhos se encheram de lágrimas.

— H-Hum. – disse ela – Obrigado por me ouvir.

— Ina-san...

Mai se virou e saiu da sala dos professores. Ela se apressou, começando a correr e indo em direção às escadas. Subiu todos os andares e chegou ao terraço, limpando as lágrimas que ameaçavam cair.

Hayato estava sentado no chão ao lado da porta e a viu chegar repentinamente. Ele semicerrou os olhos e levantou, indo em sua direção. Mai segurava a grade com as duas mãos, apertando-a e chorando. Hayato se aproximou e a abraçou por trás, assustando-a por um momento.

— Quem...?

— Sou eu. – disse ele, abraçando-a mais forte.

Ela deixou mais lágrimas caírem.

— Ele disse que um bom menino seria meu pai...

— Hum. – ele concordou.

— Eu já sabia disso, mas... Por que eu estou chorando, Hayato?

Mai deixou a dor transbordar, chorando. Ela virou-se e abraçou Hayato, que a acolheu, pondo a mão em sua cabeça enquanto ela chorava e não se importando com as lágrimas que molhavam sua camisa escolar. Ele queria apenas fazê-la se sentir melhor.

Nos dois dias que se seguiram, Mai não foi ao colégio. Hayato ficou preocupado, pois ninguém sabia o que estava acontecendo com ela e a razão pela qual ela não viera. Ao ir em direção ao seu armário para trocar os sapatos, Ichiro passou por ele avisando que estariam esperando do lado de fora.

— Ichiro. – chamou-o, querendo perguntar algo.

— Hum.

— Sabe, você e Ame...

— Eh?

— Vocês ficam bem juntos.

Ichiro sorriu sem compreender.

— Obrigado.

— Qual de vocês se declarou?

— O que? – ele riu – Por que quer saber isso?

— Qual é... Você sabe que gosto de Mai.

— Está preocupado com ela, né? – ele sorriu levemente.

— É.

Ichiro pensou.

— Nós dois nos declaramos.

— Como?

— Acho que cansamos de gostar um do outro em segredo. Eu fui à casa dela para falar algo e aconteceu.

— Fácil assim?

— Não. – ele riu – Fiquei bem nervoso, mas... Decidi arriscar.

— Arriscar... – Hayato pensou.

— É. Eu gosto dela. – Ichiro sorriu.

Hayato olhava para Ichiro. Ele também gostava de Mai, e queria se declarar. Agora que tinha a resposta de quem havia se declarado entre Ichiro e Ame, concluiu o que deveria fazer.

Após sair do colégio, foi para casa e trocou de roupa, saindo novamente. Caminhou por alguns minutos e chegou até a casa de Mai, apertando a campainha. Sua mãe atendeu, sorrindo.

— Hayato-kun.

— Ina-san. – cumprimentou-a – Por acaso Mai está?

— Está sim. Eu sabia que você viria alguma hora. É raro ela faltar ao colégio, não estava se sentindo bem.

— É verdade.

A mãe de Mai entrou, chamando-a, e Hayato preferiu ficar do lado de fora. Quando Mai apareceu, descendo as escadas e saindo pela porta, ele arregalou os olhos. Seu cabelo preto estava curto. O comprimento não estava mais abaixo dos ombros, agora estava com corte Chanel e um pouco volumoso. Sua franja havia sido cortada, ficando curta e um pouco acima dos olhos.

Mai corou por sua reação, encolhendo os ombros.

— Oi, Hayato. – disse ela sem jeito.

— Você cortou o cabelo?

— E-Eh... – Mai gaguejou, segurando a ponta de uma mecha – Sim. Ficou feio?

— N-Não! – ele exclamou, gaguejando.

Hayato desviou o olhar, pondo a mão em sua nuca.

— Você fica linda de qualquer jeito.

— Obrigada. – ela sorriu – Queria mudar um pouco, então...

— Hum. Você quer... Andar comigo?

— Ahm... Claro.

Mai avisou sua mãe que sairia e foi com Hayato. Ele a levou até o parque, os dois ficaram caminhando por alguns minutos.

— Por que faltou ontem e hoje?

— Estava pensando.

— Em que?

— No que Satoru-sensei disse pra mim.

— Ah. – ele abaixou o olhar – Ainda gosta dele.

— Vai passar, não se preocupe.

Hayato corou.

— Hum...

— Hayato.

— Mai. – ele parou de repente.

— Eh?

Hayato permaneceu a olhando, hesitante. A única forma de contar era de uma vez. Então ele o fez.

— Eu gosto de você.

Mai arregalou os olhos.

— Hayato. – disse ela, surpresa.

— Eu gosto muito de você. Desde a primeira vez que te vi.

Ela o olhava, prestando atenção.

— Você é linda e a maioria dos garotos do colégio gosta de você. – continuou ele – Fiquei até contente por você não gostar de ninguém, mas triste por gostar de Satoru-sensei. Pensei que desistiria por ele ser nosso professor e até mesmo quando ele começou a namorar Yoshiro-sensei. Mas você não desistiu. Eu gosto de ser seu amigo, mas... Se me der uma chance... Só uma. Eu sei que posso te fazer feliz.

Mai o olhava com seu olhar surpreso, sem esboçar mais expressões. Hayato abaixou o olhar, esperando que ela o recusasse. Mai deu um passo à frente, hesitando um pouco, porém se aproximou dele com suas mãos para trás. Hayato estava com a cabeça baixa. Ela o olhou com o rosto para cima, era menor que ele. Ficou na ponta dos pés, fechando os olhos e o beijou delicadamente. Hayato estremeceu, porém corou e fechou os olhos, pondo as mãos suavemente em seus braços.

Ao cessar, Hayato se viu extremamente corado. Arregalou os olhos, percebendo o que acontecera.

— Por que fez isso?

Mai desviou o olhar, ainda com suas mãos para trás.

— Você pediu uma chance. – olhou-o, corada – Estou te dando.

Ele engoliu em seco, sorrindo nervosamente.

— Satoru-sensei disse que um bom menino seria meu par. – disse ela, docemente – Quero que seja você. Você é meu melhor amigo.

Hayato semicerrou os olhos e se aproximou de Mai, beijando-a repentinamente. Ela corou e fechou os olhos. Hayato cessou, olhando-a e a vendo pela primeira vez envergonhada.

— Eh... Eu ia te chamar pra sair. – disse ela, envergonhada.

— Hum. – ele sorriu – Quer ser minha namorada?

Mai corou mais, abaixando a cabeça e encolhendo os ombros, assentindo para o sorriso que surgia no rosto de Hayato. Ele segurou em sua mão, entrelaçando os dedos nos dela e beijando sua bochecha. Voltaram a andar juntos no parque, agora como namorados.


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Notas finais do capítulo

Esse é o cabelo que Mai tem agora, se bem que essa boneca tem mais a cara que eu imaginei pra Mai hihi

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