Os Contos do Frio e do Gelo escrita por Samon


Capítulo 5
Em Meio às Cinzas Ele Segue em Frente


Notas iniciais do capítulo

aproveitem o capítulo :D



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No momento em que o último sussurro da coroa acabou, Finn pôde voltar a si mesmo completamente. Ele rapidamente guardou a coroa em sua mochila de novo.

O Rei Gelado tinha o avisado sobre os perigos de usar a coroa por muito tempo e apesar de estar sob a proteção dele, Finn decidiu não se arriscar descuidadamente.

Ele não parou para se atentar as mudanças sutis em seu corpo, como rapidamente invocou ventos frios, que lentamente apagaram as chamas, salvando Jake, que ainda estava no segundo andar.

Finn entrou cautelosamente na sua casa. A porta tinha sido destruída completamente e boa parte da parede e dos móveis também.

Ele então passou pela cozinha e sala, vendo tudo completamente queimado.

Ele subiu as escadas até o segundo andar. Ele sabia que Jake estava em seu quarto, então ele foi para lá primeiro.

A destruição no segundo andar era muito menor se comparada com a do primeiro andar. Mas mesmo assim não dava mais para morar naquele lugar.

Só de pensar que ele tinha dormido naquele quarto por tanto tempo junto de seu irmão e agora não havia mais quase nada, já acabava com o humor dele.

Quando Jake viu Finn entrando, ele deu um pulo e correu até seu dono.

— Bom garoto... – Finn fez carinho em seu cachorro e abriu um pequeno sorriso. As lágrimas que estavam rolando em seu rosto tinham sido congeladas quando ele colocou a coroa e o cachorro as lambeu, fazendo cócegas em seu dono.

Finn sorriu de um jeito ele não tinha feito desde que a Trupe do Destino tinha chegado e havia feito ele vender o Bartram.

Mas não durou muito. Finn teve de sair de seu quarto e andar até chegar na porta do quarto de seus pais. Ele respirou fundo diversas vezes antes de abrir a porta.

Até aqui ele não tinha encontrado nenhum corpo. O que não provava que seus pais estavam bem, mas também não dava a certeza da morte deles, o que preenchia o coração do garoto com esperança.

Se não houvesse um corpo além dessa porta também, isso significaria que talvez seus pais tinham conseguido fugir... ou foram capturados. O problema era que a trupe nunca capturaram alguém, era sempre morte, morte e morte.

Ele passou seus olhos cuidadosamente por cada canto daquele cômodo, mas infelizmente – e felizmente – nenhum corpo foi encontrado.

Ele não sabia se ria ou chorava. Aquela situação era tão ridícula que dava vontade de rir, mas a dor que ele sentia o fazia querer chorar.

— Eu posso te ajudar, meu príncipe. – Um sussurro tentador que soava estar distante chegou aos ouvidos de Finn.

Ele se arrepiou apenas por ouvir isso. Se a coroa já conseguia tenta-lo com apenas um sussurro, se o Rei Gelado não tivesse restringido todas aquelas imagens e todos aquelas infinitas conversas que a coroa fazia seu portador ouvir, Finn já teria deixado de ser ele mesmo há tempos.

Ele olhou de novo para o quarto de seus pais e se segurou o nó na sua garganta, para impedir a si mesmo de chorar novamente. Pois mesmo que ele soubesse que a esperança existia, ele não conseguia pensar positivamente naquele momento.

Sua mente estava tão bagunçada, que ele nem planejava ir atrás da Trupe do Destino por vingança. Ele tinha uma certeza – não infundada – que aqueles canalhas nunca iriam capturar alguém, então era bem mais importante se reunir com seus parentes.

E ele precisava arrumar seus pensamentos se quisesse descobrir aonde seus pais e seu irmão teriam fugido.

Então, ele lentamente caminhou lentamente para fora de sua antiga casa.

Os Contos do Frio e do Gelo

Finn caminhava lentamente pela floresta. Jake seguia ao lado de seu dono, bem mais quieto do que de costume.

Jake também gostava de seus outros donos, que sempre o tinham tratado tão bem, mas eles tinham todos desaparecidos, deixando o cachorro triste. E vendo o seu melhor amigo quieto, Finn também não tentou brincar com ele.

Quando os dois passaram por um lago, já há algumas centenas de metros da casa incendiada. A lua brilhava lindamente no lago, atraindo o garoto para perto. Então Finn olhou para seu reflexo.

Seu tom de pele tinha ficado um pouco mais pálido. Seus olhos emanavam uma frieza não proposital.

Mas ele não sabia se isso era devido a sua tristeza ou se era sequelas do uso da coroa.

Contudo, havia uma diferença que era obviamente causada pela coroa: o seu cabelo tinha crescido. Mesmo que só tenha sido um pouco, já era o suficiente para que algumas mechas escapassem pelo seu chapéu característico.

Finn o retirou e olhou para ele melancolicamente. Tinha sido um presente de sua mãe e ele se sentia acabado apenas de olhar para ele.

No entanto, ele não tinha a força para se livrar dele, então o guardou na sua mochila também, junto do saco de dinheiro, da coroa e alguns doces que ele tinha comprado há uns tempos.

Ele retirou todos os doces e jogou no lago. Só de olha-los, Finn se sentia culpado e acabava com seu apetite totalmente.

Ele olhou novamente para seu reflexo. Seus cabelos loiros eram muito bonitos, iguais aos da sua mãe. Embora ele tenha puxado as feições do seu pai.

Ele se virou e deixou o lago para atrás e continuou andando, com Jake sempre o seguindo de perto.

Horas se passaram quando Finn ouviu o barulho de cavalos.

Ele tinha andado sempre perto da estrada principal, mas não tinha prestado atenção para onde ele estava indo.

Quando ele ouviu o som dos cascos batendo violentamente contra o chão, ele olhou para trás e viu os cavaleiros que tinham acompanhado lady Bonnibel na cidade.

Os cavaleiros eram três no total e todos tinham olhares preocupados. Eles ignoraram completamente Finn e continuaram a seguir a estrada.

Mais à frente, em uma bifurcação conhecida por Finn, os cavaleiros pegaram o caminho da esquerda. De início Finn estranhou aquela ação, pois para se chegar a cidade, tinha-se que pegar o caminho da direita.

Mas então ele entendeu que a direção que eles estavam indo deveria ser onde a lady estava com a prisioneira bárbara.

Ele pensou um pouco. Nunca tinha tomado outro caminho a não ser o da direita, como não tinha nada a perder, ele decidiu seguir o caminho pelo qual os cavaleiros tinham atravessado tão rapidamente.

Mas quando ele tinha andado um tanto adentro no caminho da esquerda, ele percebeu que como nunca tinha ido por ali, ele não teria como seguir os cavaleiros.

E então, como um estalo, ele podia ver claramente um mapa daquela região em sua mente repleto de detalhes, o que clareou tudo para ele.

Aquilo tinha algo a ver com o Rei Gelado? Provavelmente, mas Finn não era inteligente o suficiente para entender o que exatamente tinha acontecido.

Contudo, aquilo não tinha muita importância para ele, desde que ele pudesse chegar até a prisioneira.

E então Finn parou subitamente.

Desde quando seu objetivo tinha se tornado se encontrar com aquela garota ruiva? Ele realmente tinha sido atraído por ela e criou interesse pelo povo bárbaro.

Afinal, ela era linda e exótica, totalmente diferente dos boatos que circulavam pela cidade.

Finn também tinha criado curiosidade por esse mundo. Se algo como uma coroa mágica tinha existido, como era que ninguém tinha qualquer conhecimento daquilo? E quantos mais objetos como a coroa existiam por aí?

Pela primeira vez desde que deixou a sua antiga casa, Finn esboçou um pequeno sorriso.

Ele não era inteligente ou experiente o suficiente para procurar seus pais, muito menos para achar algo como o lendário Enquirídio. Então ele tinha estabelecido como objetivo viajar pelo mundo.

E para começar, ele iria para as terras dos bárbaros, fora do reino onde vivia. E como ele já estava indo para lá, não doeria resgatar aquela bárbara ruiva, certo?

Como uma espécie de guia! Sim, apenas isso.

Ele não tinha medo mais. Ele não teria mais medo de nada, nem mesmo se a Trupe do Destino inteira aparecesse na frente dele agora.

Depois de perder tudo que tinha, o que mais ele teria a temer? E se alguma situação perigosa aparecesse, ele ainda tinha a coroa para escapar de qualquer aperto.

— A prisioneira escapou! – Várias vozes gritaram, retirando Finn de suas divagações. – Capturem-na já!

Finn olhou para onde ele sabia que existia uma clareira perfeita para um grande grupo se estabelecer, deveria ser ali aonde a lady Bonnibel estava. Isso só era possível graças ao mapa que ele tinha em sua cabeça.

Então, no meio daquele mar verde de árvores, ele viu um pontinho vermelho se aproximando rapidamente, seguida pelo barulho de muitos cavalos. Os olhos de Finn brilhavam.

Era ela.

Os Contos do Frio e do Gelo


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Notas finais do capítulo

ate o proximo



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