A Garota Malfoy escrita por Paula Mello


Capítulo 15
Novos Ataques




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O feriado da páscoa veio, mas não antes da Professora Minerva deixar os alunos do quarto ano muito assustados durante a última aula de transfiguração.

— Lembrem-se – Disse ela com seu olhar severo para toda a turma–, o semestre está perto de acabar e o quinto ano já está chegando e com eles os N.O.M.s, eu sei que nem todos aqui levam esses exames tão a sério quanto deveriam... – Hydra notou que a professora olhava diretamente para os gêmeos Weasley quando falava isso – mas para os que sim, esse exame significa o começo de suas futuras carreiras, sem uma boa nota nos seus N.O.M.s vocês não poderão prosseguir com as matérias necessárias nos sexto e sétimo anos e assim não poderão praticar a profissão que escolheram e se contentar com algo que não queria, estou me fazendo clara?

Ela estava, todos, menos Fred e Jorge é claro olhavam assustados, Hydra precisava de notas excelentes principalmente em Poções e Herbologia, sabia que o Professor Snape não aceitava nada menos do que um ótimo nos N.O.M.s para prosseguir para os N.I.E.M.s, então decidiu usar o feriado de páscoa para alguns estudos extras, o que não foi bem aceito por Olívio que queria ajuda para preparar todas as estratégias para o jogo contra a Lufa-Lufa .

— Olívio, você não entende, você não precisou tirar O nos meus N.O.M.s de poções? Eu preciso! – Disse Hydra irritada enquanto lia um dos vários livros que tinha na sua frente na sala comunal.

— Mas seus N.O.M.s são só no ano que vem e você é excelente em poções, até o Snape sabe disso. – Wood estava impaciente e nervoso, mas Hydra não cedeu dessa vez, então ele saiu irritado em direção ao quarto.

— Problemas no amor? – Perguntou Fred, que chegava junto com Jorge para perto de Hydra.

— Não, eu só preciso estudar, você ouviu a Professora McGonagall, se eu não conseguir os N.O.M.s que eu preciso eu não vou poder ser uma mestra em poções! – Hydra parecia desesperada falando isso enquanto procurava um segundo livro em sua pilha.

— Você sempre pode vir trabalhar conosco, o dia que abrirmos nossa loja de logros. – Disse Fred, querendo ser simpático, o que fez Hydra sorrir.

— Vocês são maravilhosos!

— Ou você pode virar nossa esposa coletiva e a gente te sustenta, sempre é uma boa opção também – Disse Jorge brincando e dando uma piscadinha, fazendo Hydra rir alto.

— Talvez o Olívio tenha razão, eu estou me preocupando demais, mas ele só pensa em quadribol e ele quer sempre que eu esteja disposta a ajudar ele...

— Você foi avisada de que o Olívio era intenso – Disse Jorge em um tom brincalhão fazendo careta enquanto lia um pedaço do livro que Hydra tinha nas mãos.

— Sim, mas ele também é uma pessoa boa e gosta de mim de verdade... – Hydra notou que sua pulseira estava quente o que significava que Olívio estava pensando muito nela – eu vou atrás dele...

— Você vai no quarto dos meninos com o Percy aqui te olhando? – Hydra notou o irmão mais velho de Fred e Jorge em um canto sentado conversando com Harry, Hermione, Rony e alguns outros alunos do segundo ano.

— Ah, droga, vocês não podiam chamar ele para mim?

— Só com um beijinho. – Disse Jorge apontando para a bochecha e Hydra a beijou rindo, Fred e Jorge eram amigos maravilhosos, ela tinha uma boa amizade com Angelina, Alicia, Lino e Katie também, especialmente com Angelina, mas sua amizade com Fred e Jorge se desenvolvia de forma simples, gostosa, os dois sempre estavam com ela e a sabiam fazer rir como ninguém.

Depois de um tempo, Jorge e Fred voltaram com Olívio que ainda parecia chateado.

— Entregue... agora com licença, temos negócios para fazer. – Fred disse se retirando com Jorge para falar com um grupo de alunos do primeiro ano.

— Desculpe Olívio, eu estava nervoso por causa de toda essa história de N.O.M.s é claro que eu quero te ajudar, você me desculpa? – Disse Hydra acariciando a mão de Olívio que estava sentado ao seu lado.

— É claro que sim! – Disse ele sorrindo – Eu vou pegar meus pergaminhos e já volto. – Ele deu um beijo rápido em Hydra e subiu para o quarto, voltando poucos minutos depois com muitos pergaminhos na mão, todos com estratégias diferentes que ele tinha anotado e pedindo a opinião de Hydra para cada uma.

O jogo contra a Lufa-Lufa se aproximava e Olívio pedia treinos diários depois do jantar para a equipe, o que Hydra não concordou em participar.

— Dois treinos por semana no máximo, Olívio!  – Disse Hydra.

— Cinco, por favor! – Pedia ele com seus olhos tristes.

— Três!

— Fechado... – Concordou ele frustrado.

— Alguém aqui está ficando flexível. – Disse Fred, que estava sentado do outro lado da mesa do Salão Principal.

— Eu disse... – Angelina sorria para Olívio e Hydra.

— Se um dia vocês casarem e não colocarem Angelina de dama de honra, acho que ela morre. – Disse Jorge fazendo uma careta para a menina.

— Ou mata vocês... - Completou Fred.

— Bem, é possivelmente verdade... – Disse Angelina rindo.

No dia do grande jogo, Hydra desceu com Alicia e Angelina para o salão principal, lá, Olívio já estava animado, fingindo que comia um pouco de cereal, quando na verdade não estava comendo nada.

— Condições perfeitas para o quadribol — exclamou Wood, entusiasmado, à mesa da Grifinória, enchendo os pratos dos jogadores com ovos mexidos. E disse a Harry Potter que tinha acabado de chegar -Harry, mexa-se, você precisa de um café da manhã decente.

Hydra não podia deixar de admirar o bom humor do namorado.

— Boa sorte, Wood. – Disse Peter para Olívio quando eles passaram pela mesa da Corvinal.

— Ah, sim, obrigado... –Olívio parecia confuso, olhando para Peter como se não entendesse o motivo de ele falar com ele, mas Hydra deu um sorriso para o rapaz de agradecimento.

Com o aproximar das 11 horas, ela seguiu com o time para o vestiário a pedido de Olívio, onde ele passou algumas estratégias de última hora e Hydra seguiu para a arquibancada para assistir ao jogo.

— Bom jogo, você sabe que é muito melhor do que eles – Disse Hydra, beijando Wood, um pouco antes de sair.

— Ui!!! – Exclamavam Fred e Jorge fazendo sons de beijo, mais uma vez.

— É muito injusto que só o Olívio ganhe beijos de boa sorte, só estou dizendo... – Disse Jorge, fingindo amarrar a cara.

— E você ia querer um beijo meu? – Perguntou Hydra rindo, notando que Olívio olhava irritado.

— Não seu, mas pode chamar as outras meninas da escola sem problemas, não pode? – Disse Jorge piscando um olho para Hydra.

Os times entraram em campo sob aplausos estrondosos. Olívio decolou para um voo de aquecimento em volta das balizas; Madame Hooch lançou as bolas. Os jogadores da Lufa-Lufa , que jogavam de amarelo-canário, estavam amontoados num bolinho, discutindo táticas de última hora quando Hydra notou que a Professora Minerva se aproximava do campo.

Ela notou que Olívio Wood, arrasado, pousou e correu para a professora sem desmontar da vassoura e decidiu correr para o campo ao encontro dele, algo terrível deve ter acontecido....

Hydra ouviu a Professora falar em um megafone enquanto corria para o campo.

 -Todos os alunos devem se dirigir às salas comunais de suas casas, onde os diretores das casas darão maiores informações. O mais rápido que puderem, por favor!

— Não, não, por favor Professora Minerva, não faça isso! – Olívio estava chorando, o que deixou Hydra desesperada.

— Silêncio Wood! E retorne imediatamente para a sua sala comunal.

— O que houve? – Perguntou Hydra para o namorado.

— O... quadribol... foi... cancelado – Dizia ele soluçando.

— Cancelado? Todos os jogos? – Perguntou Hydra, abraçando o rapaz.

— Infelizmente sim... – Disse Jorge, que também parecia arrasado.

— Tanto trabalho... – Dizia Angelina.

Alguns alunos que caminhavam perto deles, reclamavam do cancelamento do jogo; outros pareciam preocupados, Hydra não teve tempo de consolar mais o Olívio, que saiu correndo em direção ao vestiário, ela tentou esperar por ele, mas foi arrastada para dentro do castelo por Percy e o aglomerada de alunos.

Ao chegar na sala comunal, todos estavam nervosos e imaginando o que poderia ter acontecido.

— Um novo ataque, provavelmente. – Disse Angelina que também estava muito triste com o cancelamento da partida, mas não tão triste quanto Olívio, que chegou de olhos vermelhos e queria subir direto para seu quarto, só não o fez por insistência de Hydra que pediu para ele ficar na sala comunal com ela, então ele ficou completamente calado em uma poltrona ao lado da sua com Hydra segurando a sua mão.

Depois de um tempo e muita conversa sobre o que podia ter acontecido, a Professora McGonagall veio até o encontro dos alunos seguida por Potter e Rony Weasley.

— Todos os alunos devem voltar à sala comunal de suas casas até as seis horas da tarde. Nenhum aluno deve sair dos dormitórios depois dessa hora. Um professor os acompanhará a cada aula. Nenhum aluno deve usar o banheiro a não ser escoltado por um professor. Todos os treinos e jogos de quadribol estão adiados. Não haverá mais atividades noturnas.

Os alunos da Grifinória aglomerados na sala comunal ouviram a professora em silêncio. Ela enrolou o pergaminho que acabara de ler e disse com a voz um tanto embargada:

— Não preciso acrescentar que raramente me senti tão aflita. É provável que fechem a escola a não ser que o autor desses ataques seja apanhado. Eu pediria a quem achar que talvez saiba alguma coisa que me procure.

Foi ela sair um tanto desajeitada pelo buraco do retrato e os alunos começarem a falar imediatamente e Harry explicou sobre o ataque á Hermione e de Penelope Clearwater, a monitora da casa da Corvinal.

— São dois alunos da Grifinória atacados, sem contar o nosso fantasma, um aluno da Corvinal e um da Lufa-Lufa — disse Lino Jordan, contando nos dedos. — Será que nenhum professor reparou que os alunos da Sonserina não foram tocados? Não é óbvio que essa coisa toda está vindo da Sonserina? O herdeiro de Slytherin, o monstro da Sonserina, por que é que eles não mandam embora todo o pessoal da Sonserina? — Vociferou ele, em meio a acenos de concordância e aplausos.

Hydra não conseguia saber o que pensar muito bem, ela não conseguia acreditar que a escola poderia ser fechada, que ela poderia ser enviada para Durmstrang como vingança de seu pai, porque ela sabia que ele nunca a enviaria de volta para Beauxbatons depois de tudo, não agora, não quando tinha conhecido pessoas que já amava em Hogwarts e depois de tanta luta para ficar. Ela observou que Olívio se encolhia em sua poltrona sem falar nada e com os olhos fixos no chão, ela sabia que a notícia da suspensão dos jogos que quadribol deve ter vindo como uma bomba, mas não sabia o que falar para consolá-lo.

Hydra notou também que Percy estava sentado em uma poltrona atrás de Lino sem dizer nada e com uma expressão de profundo choque.

A sala comunal ficou lotada de alunos por muitas horas, todos se lamentando sobre ter que possivelmente voltar para a casa, Olívio não disse nenhuma palavra e Hydra ficou preocupada.

— Olívio, você está bem? – Perguntou ela ainda segurando a sua mão.

— Eu, eu... – Gaguejou – você acha que o responsável vai ser pego? Que a temporada de quadribol vai voltar? Que nós ainda iremos poder ganhar a taça? Esse ano ainda...– Seus olhos se encheram de lágrimas, Hydra sentia um misto de pena e raiva por ele não ter mostrado preocupação pelos ataques ou a possibilidade de ficar longe dela, mas somente com o quadribol, mas preferiu falar sobre aquilo em uma outra hora e o consolou dizendo que acreditava que tudo voltaria ao normal, o que pareceu convencer um pouco Wood que voltou a ter um pouco de cor em seu rosto.

Com o cair da noite, Olívio se retirou e disse que precisava dormir para esquecer um pouco tudo aquilo, Hydra continuou na sala comunal com Jorge, Lino, Fred e Angelina, Katie e Alicia também já tinham ido para os quartos, nem mesmo Fred e Jorge pareciam conseguir brincar.

— O que vocês vão fazer se Hogwarts fechar? – Perguntou Angelina triste.

— Eu não sei, meus pais não iriam ter dinheiro para mandar nós cinco para uma escola fora do país. –Hydra sentia uma pontada no estômago ao ouvir Fred falar isso, ela reclamava de sua sorte, mas ficar sem ir a nenhuma escola parecia muito pior.

— Eu não sei o que vai acontecer, talvez eu peça para ir para a sua antiga escola Hydra, mas eu não quero sair de Hogwarts, mas pelo menos estaríamos juntas – Disse Angelina dando outra pontada no estômago de Hydra.

— Meu pai não vai querer me colocar na Beauxbatons, eu duvido, seria como uma premiação depois de toda dor de cabeça que eu dei para ele em sua mente... – Disse Hydra séria – ele provavelmente me colocaria na Durmstrang com certeza, eu e o Draco.

— O que é a Durmstrang? – Perguntaram todos praticamente ao mesmo tempo.

— Acho que já ouvi falar, é uma um pouco do mal, não é? – Perguntou Lino.

— Não são do mal, mas lá eles não aceitam nascidos trouxas. – Disse Hydra ainda mais séria e enojada – E os alunos lá aprendem a arte das trevas e não como se defender dela – Todos olharam espantados.

— Uau e seu pai te enviaria para um lugar desses? – Perguntou Lino, mas Fred respondeu antes que Hydra pudesse.

— O pai dela é o Lúcio Malfoy, ele provavelmente deve ser considerado um exemplo lá dentro, é claro que ele enviaria ela para lá – Hydra concordou.

Depois de discutirem um pouco mais sobre o assunto, decidiram subir para dormir, Hydra demorou algumas horas para cair no sono, sua cabeça estava agitada com a possibilidade de perder tudo que conquistou esse ano, por fim, conseguiu dormir.

Hydra foi acordada durante a noite, não sabia que horas eram, mas todas no quarto ainda dormiam, então ela levou um verdadeiro choque ao ver a professora McGonagall ao lado de sua cama.

— Senhorita Malfoy, eu sinto muito acordá-la essa hora, mas preciso que me acompanhe. – Minerva tinha uma expressão desgostosa no olhar e na fala, o que fez Hydra se assustar mais ainda.

— É o Draco? Ele foi atacado? – Perguntou Hydra levantando em um salto.

— Não, não se trata disso senhorita Malfoy e não acredito que o senhor Malfoy seja alvo desses ataques... – Sua expressão era ainda mais desgostosa ainda – Apenas me acompanhe por favor.

Hydra levantou e se vestiu em poucos segundos, então desceu acompanhando a professora para fora da sala comunal e entrando em alguns corredores, até parar em uma porta.

— A senhorita pode usar a minha sala, temporariamente estou usando a sala do Professor Dumbledore – Hydra se chocou com essa afirmação, mas nada a preparou para o que viria a seguir.

— O seu pai está lhe esperando... – Hydra ficou alguns segundos imóveis observando a Professora McGonagall se retirar, seu corpo não obedecia, até que ela ouviu a porta se abrir ao seu lado.

— O que você está fazendo parada aí? Entre aqui agora!

Era a voz de seu pai, Lúcio Malfoy, em um tom severo e áspero como de costume. Hydra obedeceu e entrou na sala em pânico, ela nunca soube descrever detalhes da sala, não conseguia prestar atenção em nada, ainda em choque, se sentou em uma cadeira mais próxima, e seu pai, se sentou na cadeira atrás de uma grande mesa.

Hydra ainda não o olhava nos olhos, mas notou uma outra pessoa sentada a seu lado, olhou e viu seu irmão, Draco Malfoy, sentado sem completo silêncio.

— Pai, o que você está fazendo aqui? – Hydra se encheu de coragem e decidiu falar, não tinha motivos para ter medo, não havia nada que Lúcio pudesse fazer com ela, Dumbledore provavelmente não iria deixar... ele a olhou com seus mesmos olhos cinza e frios de sempre.

— Eu sou conselheiro dessa escola – disse ele sério – e é meu dever prezar pelo bem de estar de todos os alunos, claramente o herdeiro de Sonserina está fazendo um excelente trabalho purificando essa escola de todos que nunca deveriam ter estado aqui... – Seu tom era mesquinho e frio, Hydra não se chocava com o tipo de coisa que ele falava, mas sim de saber de fato agora que não se tratava de Draco e nem ninguém de sua família – e eu tinha o dever de purificar todo o resto.

— O que você fez? – Hydra tinha a voz nervosa ao perguntar.

— Calada, quando eu quiser que você fale você irá saber!

Hydra conhecia muito bem a voz de quando Lúcio estava prestes a perder a paciência, exatamente aquela mesma que ele usava agora...

— Eu vim entregar a Dumbledore as doze assinaturas dos conselheiros e colocá-lo para fora de onde ele nunca deveria estar, claramente, ele não está fazendo seu papel de diretor, pobres sangue-ruins, petrificados, que tragédia... – Lúcio disse com uma pequena risada maléfica, acompanhado por Draco que também ria.

Hydra olhava chocada de um a outro, seu coração parecia estar saindo pela garganta de tão forte que batia, como assim Dumbledore estava fora da escola? O que seria dos nascidos trouxas?

— Você não pode fazer isso, não pode! Hogwarts precisa de Dumbledore, sem ele todos os nascidos trouxas... eles provavelmente não vão sobreviver se isso continuar...– Hydra se levantava e gritava nervosa, ela ia chegar mais perto do pai, mas foi atingida por um feitiço saído da ponta da varinha de Lúcio que conjure vai cordas ao redor do seu corpo e a impedia de se mexer.

Pai, para, por favor, você está machucando ela! – Gritava Draco desesperado e tentava tirar as cordas que apertavam cada vez mais Hydra, Lúcio a colocou sentada novamente na cadeira e tirou à corda de seu corpo, Hydra suava frio e tremia com as lembranças horríveis que vinham à tona e Draco também se sentou assustado, Lúcio finalmente tirou as cordas dela depois de um tempo.

— Eu já disse que quando quiser que você fale, será informada...– Disse Lúcio com seus olhos frios mostrando um certo tom de felicidade. – Agora, fique quieta e espere.

Hydra ainda estava em estado de choque para revidar, odiava como se sentia acovardada diante de seu pai algumas vezes, ele era a única pessoa a causar essa reação apavorada, um dia, quando tinha treze anos, estava visitando uma de suas amigas na França nas férias, Hydra veio de encontro com a figura de seu pai que gritava irado e tentava lhe lançar um feitiço, o pai de sua amiga lhe lançou um feitiço e Lúcio caiu, depois ficou sabendo que não se tratava na verdade de seu pai e sim de um bicho papão que assumia a forma daquilo que você mais tinha medo.

— Pai, o que está acontecendo? Hogwarts realmente vai fechar? – Perguntou Draco, com a voz tremida, porém tentando transmitir uma falsa calma.

— Talvez, provavelmente, espero que sim, – Disse Lúcio com um sorriso cruel em seu rosto – não se preocupe, depois do herdeiro de Sonserina completar seu nobre dever, Hogwarts poderá retornar em sua melhor forma! – Ele aumentou ainda mais o sorriso – Da forma que sempre deveria ter sido...– Completou Lúcio.

Hydra novamente soltou um grito e se levantou, uma força e coragem sobrenatural se apoderaram de seu corpo e ela ergueu sua varinha em direção a Lúcio sem saber direito o que fazia, a raiva, o desprezo, a coragem, tudo tomou seu corpo de uma vez só.

— ESTUPEFAÇA! – Hydra lançou o feitiço que deixou seu pai inconsciente no chão, Draco levantou em um único pulo e foi ao encontro de seu pai desesperado.

Hydra recuou assustada, balançando a cabeça em negativa, sem acreditar no que estava acontecendo. Encostou em uma parede completamente sem ação e com os olhos arregalados olhando a imagem de seu pai caído no chão e Draco ao seu lado o sacudindo, ela não conseguia pensar no que tinha feito, não queria imaginar o que aconteceria se seu pai acordasse e o pânico começou a tomar conta de seu corpo e mente, ela se sentou no chão e ficou paralisada ainda olhando seu pai inconsciente.

— Enervate – Disse Draco com a varinha apontada para o pai, o que fez com que Lúcio acordasse.

Depois de alguns segundos, Lúcio se levantou, mais irado do que nunca, empurrou Draco para o lado e veio em direção a Hydra que já estava em pé, tinha chegado mais perto de onde ele estava, ele a olhava com um olhar de fúria diferente de tudo que ela 
já tinha visto.

— Filpendo!– Gritou Lúcio. Hydra foi lançada com muita força na parede, sentiu seus ossos doerem e saia sangue de trás de sua cabeça onde atingiu a parede com mais força.

— Incisio! – Disse Lúcio se aproximando mais uma vez. Hydra sentiu uma dor cortante por todo seu corpo.

— Namorando um meio-sangue imundo, andando com a escória dos Weasleys e até aquele Potter, você é uma desgraça para essa família! – Gritou Lúcio.

Era quase tudo do mesmo jeito de quando era criança, ela gritava em desespero, se contorcendo e implorando para ele parar com aquilo e Draco chorava ao lado do pai, sacudindo suas vestes.

Foi como voltar ao tempo, Hydra se viu aos sete anos na sala da mansão de sua família e seu pai usou pela primeira vez essa mesma maldição e sua mãe chorava e o implorava para parar ao seu lado, de repente, a dor parou e ela se viu de volta ao escritório de Minerva, caída no chão imóvel sem conseguir se mexer, seu corpo todo machucado, com muitas feridas e sangrando.

— PAI, POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? POR QUÊ? – Chorava Draco que foi correndo ao encontro de Hydra.

— Ela, ela me provocou, você viu, você viu que não foi minha culpa! – Disse Lúcio gaguejando e parecendo confuso. Sem conseguir apoiar seu corpo, se sentou em um único movimento na cadeira ao seu lado e seus olhos giravam como se quisesse entender o que tinha acabado de acontecer – Eu não queria, não foi minha culpa...

Draco chorava e segurava a cabeça de Hydra que ouviu a porta se abrindo rapidamente antes de perder a consciência.

Acordou algum tempo depois deitada em uma maca na ala hospitalar, Madame Pomfrey andava de um lado para o outro e Draco estava ao lado da cama, Hydra reconheceu a Professora Minerva ao seu lado e Lúcio do outro, os quatro não estavam olhando para ela, então decidiu fingir que ainda dormia.

— Me conte de novo o que aconteceu, eu não consigo entender! – Dizia a voz da Professora.

— Eu já lhe disse Minverva, Hydra ficou fora de si quando disse sobre o conselho ter tirado Dumbledore, a pobrezinha, está apavorada – Dizia Lúcio de maneira cínica e quase convincente – Ela me atacou e quando fui me defender, o feitiço voltou nela, pergunta a Draco, ele viu tudo!

Hydra abriu os olhos de leve e viu que Draco estava pálido e calado, mas concordou com a cabeça

— É claro que não a culpo, foi um momento de pânico, Hydra não é exatamente equilibrada Minerva, por isso a enviamos para o exterior.

Hydra sentia como se tivesse engolido fogo, queria gritar e dizer que Lúcio estava mentindo, mas não conseguia, só conseguia abrir os olhos e falar baixinho com a voz rouca.

— Eu quero falar com ele...

— Hydra, a Graças a Deus está acordada, nos deu um grande susto! – Dizia McGonagall, parecendo aliviada, e Hydra repetiu a mesma frase – O que disse querida? A quer falar com seu pai? Claro, ele está aqui e viu Lúcio em pé ao seu lado, dando um sorriso paternal mentiroso.

— A graças a Deus minha filha, fiquei tão preocupado, não se preocupe, eu lhe perdoo, sei que não quis fazer nada – Dizia com a voz doce que nunca teve.

— Professora Minverva, eu poderia falar com meu pai e Draco a sós? – Minerva desconfiou do pedido, mas se retirou com Madame Pomfrey, deixando Draco, Lúcio e Hydra a sós.

— Escute aqui, nem mesmo pense eu contar nada a ninguém! – Disse Lúcio de novo com sua voz fria e nervosa de sempre. Hydra pensou em responder, mas pensou melhor e disse:

— Eu não vou contar para eles papai, mas você vai ter que trazer Dumbledore de volta! – Disse ela decidida e Lúcio levou um susto com o pedido.

— Você está louca, eu não posso, mesmo se quisesse, as doze assinaturas já estão colhidas, não tem mais nada que eu possa fazer...

— Tem sim, eu sei que tem e você vai, ou eu vou contar tudo para todo mundo! – Disse Hydra, recuperando a capacidade de falar.

— E eu irei arrumar todos os atestados necessários para a sua ida direta para St. Mungo's arrastada, eu prometo! – Disse Lúcio com os olhos que pareciam sair chamas.

— Não, você não vai papai...– Disse Draco falando pela primeira vez, Lúcio o lançou um olhar fulminante – e nem você vai contar Hydra, mamãe não aguentaria a vergonha.

— Eu vou sim Draco! – Contestou Hydra.

— Não vai, se você contar eu não irei confirmar e se você quiser mandar Hydra para o St. Mungo's papai, eu também não irei, deixe ela em paz. – Disse Draco decidido e assustado. - Como ele podia ficar ao lado dele depois de tudo que viu? - Hydra se sentia com o coração partido.

— Ele não teve intenção Hydra, perdeu a cabeça...

— De novo? Quantas vezes mais ele vai perder a cabeça? – Gritou Hydra.

— O que ela quer dizer com de novo? – Disse Draco.

— É uma longa história que não precisa ser contada agora... – Disse Lúcio lançando o olhar fulminante para Hydra.

— Quer saber? Vocês dois são iguais, eu achei que não Draco, mas você é! – Gritou Hydra.

— Hydra, eu te amo, mas eu também amo o papai e eu sei que ele não fez por mal, ele não queria te machucar! – Disse Draco chorando – E papai, você não vai mais tirar Hydra de Hogwarts e caso feche, ela poderá ir para onde quiser! – Barganhou Draco e Lúcio concordou, contrariado e se retirou com pressa.

— Isso não faz nada okay, Draco, você não me apoiou quando eu mais precisei, mesmo eu sempre te ajudando...– Disse Hydra chorando.

— Hydra, papai não faz por mal, eu sei que você não acreditar agora, mas é verdade e ele agora não vai mais te incomodar, eu prometo – Draco chorava desesperado, uma parte de Hydra queria consolá-lo, mas estava magoada demais para isso.

— Sai daqui Draco, sai, por favor, SAI! – Gritou Hydra e Draco se retirou chorando, virando as costas e saindo pela porta apressado.

Alguns instantes depois a professora Minerva e Madame Pomfrey voltaram para a ala, Minerva perguntou a Hydra o que realmente tinha acontecido, mas sem o apoio de Draco ela decidiu não contar, imaginou que ele iria ceder a seu pai e confirmar a história de distúrbios mentais.

— Eu não acredito em nada que Lúcio contou Hydra, saiba disso, absolutamente nada, eu conheço seu pai, eu sei o tipo de homem que ele é... – Os lábios de Minerva desapareciam de tanto que ela os apertava – Mas eu respeito se não quiser falar, só saiba que se um dia quiser conversar sobre tudo isso comigo, minha porta está aberta.

Hydra se sentiu tão grata pela gentileza da professora que começou a chorar e Madame Pomfrey logo veio pedindo para Minvera se retirar que Hydra precisava dormir.

— Okay, me chame se precisar – Disse a Professora, também se retirando.

Antes de dormir, Hydra notou as camas ao seu lado que estavam ocupadas e com as cortinas ao redor levantadas, eram todos que foram petrificados, lembrar das palavras de seu pai sobre isso a deixaram ainda pior, ela chorou até finalmente conseguir cair no sono.

No dia seguinte, Fred, Jorge, Olívio, Lino, Kate, Alicia e Angelina vieram a visitar, deixando Madame Pomfrey irada, mas ela sentia tanta pena de Hydra que acabou deixando que todos entrassem.

Todos a questionaram sobre o que aconteceu e Olívio correu para abraçá-la, porém, o corpo de Hydra ainda doía, Hydra só confirmou a história de que atacou seu pai e o feitiço voltou para ela, Olívio, no entanto ficava calado, ela sabia que ele não acreditava, sabia a verdade sobre Lúcio...

— Uau garota, mandou bem! – Disse Fred alegremente.

— Eu daria tudo para ver isso, uma pena que se machucou, mas valeu a intenção... – Disse Jorge, Hydra gostava da alegria que eles traziam, mas Olívio permanecia calado e sério, até que não aguentou mais:

— Hydra, não, por que você está mentindo? – Disse ele e todos o olharam espantados, incluindo Hydra. - Por que está protegendo ele?

— Do que ele está falando? – Perguntou Jorge nervoso – Você está mentindo? O que aconteceu Hydra?

— Conta a verdade Hydra, conta para eles, eles são seus amigos e aquele maldito não merece ser protegido! – Disse Olívio quase gritando.

Hydra começou a chorar, não queria contar nada, sentia raiva de Olívio por a obrigar a fazer aquilo.

— Não... é verdade...

— Não é, Hydra, conta a verdade! – Disse novamente Olívio, incisivamente.

— Para, Olívio, você está assustando ela! – Dizia Alicia assustada com toda a situação, olhando de um para o outro em "pânico".

Hydra chorou mais ainda e acabou contando toda a verdade para eles, dizendo desde o primeiro ataque quando tinha sete anos até o da noite anterior.

Quando terminou, Angelina, Katie e Alicia estavam olhando atentas com um misto de tristeza e raiva, Angelina parecia ter lágrimas nos olhos, Fred e Jorge tinham os rostos tão vermelhos que pareciam que iriam explodia a qualquer momento, Lino e Olívio olhavam tristes para Hydra.

— Eu não acredito aquele maldito, maldito! E seu maldito irmão também não irá te ajudar? – Hydra nunca viu Jorge tão nervoso e sério em sua vida.

— Você tem que denunciar Hydra, ele não pode usar maldições assim nos filhos! – Dizia Fred, também tão nervoso quanto Jorge.

— Não vai, ele é poderoso, sem o apoio de Draco ele provavelmente vai conseguir fazer com que eu seja internada, eu não tenho dúvida disso.

— E ninguém na sua casa faz nada, sua mãe, ninguém? – Perguntou Fred irado, andando de um lado para o outro da cama.

— Eles acham que papai perdeu a cabeça, mas não queria me fazer mal e a da primeira vez o Draco nem sabe sobre... – O pior era que no fundo Hydra sentia a mesma coisa, ela se recusava a acreditar que seu pai a odiava a tal ponto.

— Você tem que sair de lá, você pode morar com a gente, eu tenho certeza que papai e mamãe não se importariam e que a gente pode fazer mais um caber... – Dizia Jorge de um jeito tão doce que fez Hydra chorar novamente.

— Enquanto eu for menor de idade eles não vão deixar eu sair de casa, seria um escândalo e eles não suportam escândalos, eles já me falaram isso diversas vezes, mas assim que fizer dezessete anos, será a primeira coisa que provavelmente irei querer fazer, pode ter toda certeza...


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