Sempre foi você escrita por Débora Silva


Capítulo 5
"De frente com o passado"




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Maria o olhou e abriu a camisa dele olhando o ferimento que sangrava muito ela buscou uma das fraudas do bebê e colocou sobre o ferimento e pressionou. Foi aí que seus olhos bateram no colar que ele usava.

Ela não acreditou no que seus olhos estavam vendo e tocou sentindo o ar faltar…

— Estevão... - Ela o olhou e ele já estava desacordado.

A atenção dela foi tirada dele quando ouviu batidas na janela de seu carro, ela olhou e era  policia, abriu a porta e saiu o encarou.

— Preciso de uma ambulância com urgência. – Abriu mais a porta do carro. – Pra agora! – Falou entre dentes sentiu uma dor terrível no braço.

Bernardo começou a chorar e ela foi ate o outro lado o pegou mesmo quase não conseguindo a blusa estava cheia de sangue mais ela não se importou com dor e com mais nada só queria acalmar seu filho. Conversou com o policial enquanto os paramédicos cuidavam de Estevão e o levavam para a ambulância.

Ela pegou sua bolsa e a do neném e foi para a ambulância junto a Estevão, um enfermeiro tirou o neném dela e como ela não agüentou tirar o casaco eles rasgaram e colocaram uma “tala” para que ela não perdesse mais sangue, seus olhos estavam depositados em Estevão que seguia desacordado.

A chegada ao hospital foi rápida e ela foi levada para um lado e ele para o outro, Estevão foi fazer uma bateria de exames e precisaria de uma cirurgia para retirar a bala que estava alojada em seu corpo, Maria foi levada para a sala de raios-X e Bernardo foi examinado por uma pediatra e deixado no berçário enquanto Maria era atendida e levava pontos no braço.

Ela foi instalada num quarto e seu bebê logo veio ate ela, ela tomava uma medicação mais pediu que a enfermeira lhe desse ele que os seios doíam e ele certamente estaria com fome, a enfermeira a atendeu e entregou a ela, ele já estava com outra roupinha e provavelmente a outra estaria cheia de sangue.

Ela o olhou e não resistiu chorou abraçando ele era a uma parte dela, uma parte mais importante que estava no meio de um tiroteio, o medo ali naquele momento a invadiu e ela não segurou mais suas lagrimas e as deixou cair enquanto agarrava seu lindo filho que dormia tranqüilo naquele momento.

Estevão veio ate seus pensamentos e depois de se acalmar chamou uma enfermeira e perguntou por ele, ela respondeu que ele ainda estava em cirurgia e que assim que tivesse noticias, ela mesma a avisaria, Maria agradeceu e ela se retirou. Logo apareceram dois policiais para que ela desse seu depoimento.

— Pode nos dar seu depoimento agora ou quer deixar para quando saísse daqui senhora? – Maria era muito respeitada e temida por todos.

Já havia mandado prender dezoito policiais e todos a temiam foram os outros milhões de bandidos perigosos que ela prendia sem ouvir a corte apenas dava a sentencia e não se pensava mais em nada. E era justamente por ser quem era que Maria sempre estava na mira de bandidos e sofria atentados que tirou a vida de seu marido e quase conseguiram tirar a vida dos pais dela.

— Isso foi muito bem arquitetado e eu quero todos investigando esse atentado, quase conseguiram me matar dessa vez se não fosse o homem que me ajudou e salvou a vida do meu filho e a minha! Quero detalhes daquela ligação que recebi momentos antes e a identidade de todos que eu acertei naquele estacionamento. – Eles assentiram.

— Sim senhora já estamos todos trabalhando nisso. Deixaremos três policiais para que a senhora vá para casa em segurança!

— Não precisa! Eu já mandei que viessem meus seguranças, não se pode dar mole mesmo. – Falava mais pra si mesmo que pra eles. – Um dia que eu to mole e eles me atacam. – Suspirou e os olhou. – Preciso do delegado! Peça a Hector que venha falar comigo. – Eles assentiram e saíram.

Maria deixou o filho no bercinho e se arrumou na cama para descansar um pouco mais naquele momento foi impossível, pois Estrela e seus pais adentraram o quarto como três furacões. Estrela correu ate Maria e se jogou nos braços dela a apertando.

— Maria que susto! – Maria sorriu e beijou a irmã.

— Calma, eu estou bem não foi dessa vez! – Marta se aproximou dela.

— Não brinca com isso minha filha! Olha eu quase morri do coração quando te vi na TV. – Claudio foi ate o neto e o pegou no colo indo ate o sofá.

Ele sentou e deixou a bengala de lado, tinha ficado com um defeito na perna quando seu carro foi sabotado e ele perdeu o controle e bateu junto a sua mulher numa mureta de concreto, Marta não teve maiores conseqüências à batida foi mais forte do lado dele. Ele olhou o neto que era a sua maior adoração e sorriu. Maria o olhou e sorriu.

— Eu também estou bem pai! – Ele a olhou.

— Eu estou bem vendo isso minha filha. – Sorriu brincando. – Meu amor, você, sua irmã, meu neto e sua mãe são tudo que tenho e fiquei tão nervoso que tive que tomar meu remédio de pressão. – Maria sorriu sua família era tudo. – Mas eu sei que você é forte e me preocupei por meu bruguelo aqui que não sabe nem falar e já estava no meio de um tiroteio.

— Esse ai vai ser policial também. – Estrela brincou.

— Nem pensar! Nem você eu deixei que seguisse esse caminho, olha como esta nossa vida. – Suspirou. – B. não vai ser policial nunca! – Todos riram. – Não riam de mim!

Eles ficaram um pouco mais ali conversando e Maria contou tudo a eles de como tinha acontecido e logo ela pediu que eles levassem o filho para casa e antes que Marta saísse do quarto, Maria a fez ficar deixando os outros irem.

— O que foi meu amor? – Sentou na cama de maneira que Maria se agarrou a ela.

— Mãe... – Sentiu o coração disparar. – Ele voltou! – Marta a fez olhar para ela.

— Quem meu amor?

— Estevão. – Um nó se formou em sua garganta. – Foi ele que me salvou.

— Meu amor você tem certeza? – Maria confirmou que sim.

— Sim, mãe, eu vi o colar. – Sentou na cama e sentiu dor por se apoiar no braço machucado. – Era ele não tem como ser outra pessoa.

— Meu amor um colar não prova nada. – Maria sentiu seu coração disparar.

— Mãe. – Ela levantou e pegou a bolsa e voltou pra cama. Pegou a sua metade do colar. – Não pode ser coincidência mamãe, ele é a minha metade a minha! – Marta investigou os olhos da filha.

Maria tinha um brilho vivo nos olhos ao dizer aquelas ultimas palavras e Marta ficou intrigada mais nada disse queria ver qual seria o próximo passo de sua menina que antes havia sofrido tanto por ele que havia deixado dela por seguir um sonho que não tinha dado em nada. Sim Marta sabia que Estevão não tinha conseguido triunfar na vida como ele desejava, sabia por que Ana havia lhe contado em uma das muitas conversas que tiveram por telefone.

— Mãe, você não esta acreditando em mim? – Marta levantou.

— Filha, eu não estou duvidando de você, mas se for ele o que vai fazer? Mesmo depois de casar com Bernardo você não o esqueceu? É isso Maria? – Maria a olhou.

— Eu amei Bernardo de verdade mamãe, ele me deu o meu filho, ele me fez sentir novamente depois de tudo que passei quando Estevão foi embora e me deixou. – Os olhos se encheram de lagrimas. – Estevão não significa nada mais para mim, mas ele me salvou e se for ele mesmo eu tenho que agradecer e nada mais. – Marta foi ate ela e beijou seus cabelos.

— Meu amor, você sabe que eu estou do seu lado sempre que precisar, mas eu só te peço uma coisa. – Segurou as mãos dela. – Tome cuidado e agora eu vou embora antes que seu pai me ligue. – Sorriu e a abraçou. – Te espero mais tarde.

— Te amo! – Marta mandou beijo.

— Te amo muito minha filha. – Se despediu e saiu.

[...]

MAIS TARDE...

Maria recebeu alta e foi informada que Estevão já estava instalado em um quarto, ela recebeu permissão para vê-lo e foi em direção ao quarto. Entrou e o viu de olhos fechados, ela tinha uma tipóia no braço que estava ferido e depois de fechar a porta se aproximou da cama e o olhou.

O coração disparou mais uma vez e ela que segurava a sua metade do coração entre os dedos apertou fortemente e olhou a mesinha ao lado da cama, havia um saquinho com os pertences dele, ela pegou e com cuidado pegou a outra metade e olhou. Maria juntou a metade na dela e seus olhos lhe foram traiçoeiros e ela deixou escapar uma lagrima.

Estevão que não estava mais dormindo, abriu os olhos e a olhou, Maria não havia se dado conta mais ele seguiu cada passo que ela deu e quando as duas metades se juntaram seu coração quase saiu do peito, ele tentou se mover mais doeu também tinha uma tipóia no braço pra melhor cicatrização de sua ferida no peito.

Maria se assustou e o olhou secando seu rosto...

— Você... – Ele falou com calma. – Maria, é você mesmo?

— Sim, Estevão, sou eu Maria!

Eles tinham a mirada uma na outra os olhos brilhavam com sentimentos que não se sabia bem o que era. Ela era agradecida por ele ter salvado a sua vida e ele por outro lado nem sabia que havia salvado a mulher da sua vida. Era o passado indo de encontro com o futuro, um passado que não tinha fechado portas e que agora estava ali tendo mais uma chance de fazer as coisas certas ou não...


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