Sempre foi você escrita por Débora Silva
A manhã seguinte foi tranquila Maria sentiu um leve desconforto entre as pernas mais nada que precisasse de ajuda, levantou de sua cama e viu segue nos lençóis uma pequena mancha, ela os retirou e lavou tirando a mancha e os jogou no cesto queria contar a sua mãe e esperaria o melhor momento daquele dia.
Tomou um banho e desceu para o café, como sempre eles riram bastante assim que o café terminou as duas saíram da casa e foram andar pela fazenda juntas e ao chegar ao lago sentaram uma ao lado da outra e Maria não aguentou virou e olhou para sua mãe nos olhos. Marta sorriu e segurou as mãos dela.
— Fala meu amor o que aconteceu? - Maria sorriu.
— Eu não sei mesmo esconder nada da senhora né? - Marta a beijou nas mãos.
— Mães são pra isso, adivinha o que nossos bebês querem ou estão querendo dizer. - Sorriu mais. - Te carreguei aqui no meu ventre por nove meses e sei quase tudo que precisa. - Maria a beijou.
— Eu te amo muito mãe! - a abraçou e depois soltou. A olhou. - Eu quero te contar uma coisa, mais não quero que fique brava comigo!
— Conta logo amor! - Maria se ajeitou melhor no banco.
— Mãe, eu e Estevão fizemos amor! - Esperou a reação dela.
Marta abriu e fechou a boca por duas vezes e respirou fundo falando.
— Meu amor, você não é mais uma criança sabe o que faz, eu te ensinei tudo e conversamos sobre isso a muito tempo. - Segurou as mãos dela mais firme. - O que eu quero de verdade saber é: - Você gostou? - Maria abriu um sorriso.
— Mãe, ele também não sabia muita coisa! - Sorriu mais. - Fomos primeiro um do outro mãe.
— Meu amor que lindo! - Acariciou o rosto dela. - Você ainda toma as pílulas que sua médica passou né? Porque eu sei que a primeira vez é tudo lindo e esquecem-se de se proteger.
— Sim mamãe, eu tomo todos os dias como ela prescreveu! E não é tão lindo assim porque doeu um pouco e eu me sinto diferente não sei dizer. - Marta sorriu.
— Filha, a primeira vez sempre dói e já havíamos conversado sobre isso, mas depois tudo melhora e como vocês são primeiro um do outro vão aprender tudo junto e essa é a melhor parte.
— Sim, eu o amo mamãe e quero ficar com ele pra sempre!
— Você vai contar ao seu pai? - Maria encolheu os ombros.
— Não sei, acho que se contar ao papai ele vai querer que eu case com ele não vai? - Olho dentro dos olhos da mãe.
— Meu amor não somos do século passado não. - Falou rindo. - Hoje em dia isso é normal entre os casais, seu pai no máximo vai ficar bravo por vocês não terem esperado mais e já terem se entregado um ao outro mais de resto a gente resolve juntas.
— Você é a melhor mãe do mundo. - As duas se abraçaram.
— Eu sei que sou! - Falou convencida. - Agora eu quero falar outra coisa com você meu amor. - Maria assentiu. - Você sabe que são de classes distintas, não que isso seja um problema para o amor de vocês dois, mas você quer estudar pra ser juíza e Estevão?
— O que tem ele mamãe?
— Filha, ele não tem as mesmas possibilidades que você e não quero que isso comece a ser um problema entre vocês, você pode fazer tudo e ele não, Estevão trabalha pra gente e ajuda a mãe em casa, o salário é bom mais não chega nem a metade do que você gosta de fazer.
— Mamãe, eu sei que ele não tem tanta condição assim como nós mais eu vou ter que me adequar de certa forma ao ritmo que ele tem, se eu o quero ao meu lado é assim que vai ter que ser!
Marta sorriu e olhando nos olhos da filha teve a certeza que de certa forma as coisas não seriam tão fáceis assim, por mais que ambos fizessem tudo para que aquele amor fosse pra sempre uma hora o dinheiro dela iria interferir no namoro e na vida deles.
Elas ficaram ali conversando por mais um longo tempo até que voltaram para a casa e logo almoçaram e depois do almoço Maria e Estevão saíram para namorar e conversaram bastante como sempre faziam quando estavam juntos.
[...]
O tempo foi passando e as férias acabaram a vida real os chamavam de volta a seus afazeres, a estadia na fazenda foi maravilhosa, Maria não contou ao pai que havia se entregado para Estevão e Marta não se meteu naquele assunto entre eles mais estava sempre ali pendente da filha para que ela não fizesse nada errado e estragasse de certa forma seu futuro com um bebê que não era planejado e muito menos era hora.
A vida na cidade começou, Maria se dedicou a estudar e a passar no vestibular e conseguiu com êxito, o namoro seguia tranquilo, eles faziam tudo juntos quando ele não estava trabalhando e ela estudando, eram só sorrisos.
[...]
DOIS MESES DEPOIS...
Marta adentrou sua casa com um sorriso no rosto,estava radiante e não conseguia deixar de sorriu, foi até a cozinha e Ana a serviu de um copo com água.
— E esse sorriso em? - Ana sorriu junto a ela.
— Ai Ana. - Suspirou. - A vida vai dar um novo rumo pra nós todos. - Sorriu.
— Espero que para o bem senhora. - Sorriu.
— Com certeza sim! Onde está Maria?
— Esta na piscina, ela estava estudando senhora.
— Obrigada Ana, eu vou falar com ela. - Levantou. - Para o jantar o prato preferido do meu marido. - Ela piscou e saiu indo até Maria.
[...]
Maria estava deitada no divã aos beijos com Estevão que acabará de chegar com Marta da rua.
— Onde foram? - Ela perguntou assim que o beijo terminou.
— Sua mãe me proibiu de dizer aonde fomos. - A beijou novamente.
— Hum... Estão de segredinhos agora? - Ele riu.
— Não amor! - Marta que havia chegado os analisou e não falou nada apenas saiu os deixando namorar.
— Vamos para o seu quarto Estevão? Estou com saudades de você, do seu cheiro há dias não conseguimos ficar juntos
— Vamos e assim aproveitamos o meu tempo livre. - A beijou e a pegou no colo entrando em seu quarto com ela.
Estevão e Maria se entregaram mais uma vez ao amor e foram felizes mais uma vez. O dia passou voando e quando a noite chegou Marta anunciou que mais um herdeiro estava a caminho.
Maria ficou radiante por fim teria a companhia de um irmão, Cláudio não se conteve em felicidades e beijou muito sua esposa ali frente a Maria que zombou deles, eles riam felizes e comemoraram aquele novo neném que chegaria para aumentar ainda mais a felicidade.
[...]
O tempo foi passando e com ele à alegria de saber que Maria teria uma irmãzinha pra dividir todas suas maquiagens e muitas outras coisas, mas com a alegria também começaram as brigas, Maria e Estevão já não conseguiam mais se entender muito bem.
Ela queria sair quase sempre e ele não tinha condições para atender aos caprichos dela, ela queria pagar os passeios e ele não deixava, pois para ele era o homem quem pagava e não a mulher. Ela não gostou da atitude dele de machista e eles brigaram muito nesse dia.
Eles se amavam muito mais o dinheiro que ela tinha era muito perto do dele...
[...]
OITO MESES DEPOIS...
O grande dia havia chegado e Marta havia dado a luz a sua linda menininha, era linda e toda delicadinha. Maria estava com ela em seus braços, segurava a mãozinha dela e sorria.
— Então minha filha qual vai ser o nome da sua irmã? - Cláudio perguntou ansioso.
— É amor, você fez suspense todos esses meses desde que descobriu que seria uma menina. - Marta completou.
Maria os olhou e sorriu.
— Eu quero que ela se chame Estrela! - olhou a neném em seus braços e ela sorriu pra ela.
Os dois se olharam e sorriram, era um nome bem diferente mais era lindo.
— Vocês me deixam chamar ela assim? - olhou os pais.
Eles sorriram e assentiram que sim.
— Bem vinda ao mundo Estrela. - Sorriu.
Maria foi até a cama e sentou com a mãe e deu a neném para que ela amamentasse e abraçou o pai, enquanto olhava as duas ali na cama, estava feliz e queria dividir aquele momento com seu amor...
[...]
Maria entrou em casa e correu até o quarto de Estevão mais não o encontrou, saiu dali e o viu próximo a piscina, era noite e só as luzes do jardim o iluminava ali. Ela foi até ele e o abraçou por trás.
— Oi amor! - Beijou as costas dele.
Estevão acariciou os braços dela e se soltou, virou para ela e a olhou. Ia falar mais ela não deixou e o beijou com todo amor que sentia por ele, ele a correspondeu e a apertou em seus braços.
— Eu te amo! Não quero mais brigar com você! - Falou assim que cessou o beijo.
— Eu também não meu amor e é por isso que precisamos conversar. - Ele estava sério e ela não gostou.
— O que foi? Porque está com essa cara? - Se afastou um pouco dele.
— Eu ganhei uma bolsa de estudos em outra cidade! - Maria sentiu o coração quase sair pela boca.
— Vai me deixar? - Os olhos encheram-se de lágrimas.
— Maria eu quero ser alguém na vida!
— Nos podemos crescer juntos Estevão! - Deixou escapar umas quantas lagrimas.
— Não, Maria, eu preciso crescer sozinho e não quero te usar pra isso, não quero o seu dinheiro! - Ele tentou se aproximar mais ela não deixou.
Maria o olhou nos olhos e lembrou-se das palavras de sua mãe e secou os rastros de lágrimas, ali ela não poderia fazer mais nada, via nos olhos de Estevão a certeza do que ela queria e não seria ela a o fazer mudar de idéia mesmo com todo amor que um sentia pelo outro.
— Quando você vai? - Estevão suspirou.
— Amanhã! - Ela mordeu o lábio inferior.
— Não a nada que eu possa fazer para você mudar de ideia? - Ele negou com a cabeça mesmo morrendo por dentro. - Então eu te desejo que tenha êxito em sua nova jornada.
— Maria... - Ela o interrompeu.
— Não torne as coisas mais difíceis, você quer ir? Vá! Não a mais o que fazer e nem o que conversar, sua decisão foi tomada e você pensou somente em você e não em nós dois. Você não construiu um futuro pra nós! - Os olhos queriam chorar de novo. - Você decidiu um futuro somente para você!
— Não é assim Maria, eu não quero ser o pobretão marido da riquinha, eu não vou ser esse homem não mesmo!
— Ótimo Estevão, eu desejo que você tenha êxito em seus estudos e que seja feliz. Porque a nossa história acaba aqui! - Ela se virou e saiu dali.
Estevão a olhou sair dali e não consegui ir atrás dela, estava destroçado mais seria melhor assim por enquanto. Ele iria voltar e iria voltar melhor para ela, ele tinha essa promessa em seu coração, amava Maria com loucura e não deixaria de amar nunca...
... A noite foi à pior que poderia ter existido para os dois, Maria não dormi apenas chorou e chorou muito, era o seu amor que estava indo embora e ela não poderia fazer nada, ou melhor, até poderia mais ele não iria aceitar nunca uma ajuda dela, pois era orgulhoso de mais.
Quando os primeiros raios de sol invadiram o quarto dela, Maria levantou, não havia dormido nada, ela desceu e foi à cozinha, era quase sete da manhã e ela ouviu vozes do lado de fora. Era Ana e Estevão.
Ele já tinha sua mochila nas costas e Maria ao ver sentiu seu coração disparar e não aguentou correu e pulou nos braços dele...
— Não vai, por favor! - Ele abraçou o corpo dela e chorou junto ao seu amor.
Maria o olhou e Estevão a beijou com calma desfrutando do último momento que eles tinham juntos, Maria se agarrou a ele como se não o quisesse soltar mais, mas ele iria e iria para sempre. O beijo terminou e ele juntou sua testa na dela.
— Eu sempre vou amar você! - Beijou a ponta do nariz dela.
— Eu também vou te amar para sempre! - Ela deu um selinho nele e o soltou. - Boa viagem!
Ele piscou para ele e não prolongou mais aquele momento, abraçou sua mãe e se foi sem olhar para trás ou desistiria ao ver sua mulher chorando...
[...]
ANOS DEPOIS...
Era manhã de segunda feira por volta das dez da manhã e ali naquele tribunal ela estava sentada diante de muitos pares de olhos, estava seria e com uma postura sem igual.
Nos olhos levava a frieza de ter que julgar alguém culpado ou inocente, era imparcial e dura muitas vezes e ali em sua frente ela julgava um homem por assassinato e era hora do seu veredicto. Ela olhou diretamente para ele e falou.
— Culpado e condenado a vinte anos de cadeia! - Bateu o martelo e se levantou saindo de cena...
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