Sempre foi você escrita por Débora Silva


Capítulo 26
"Hora da verdade"




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732913/chapter/26

— Por ela, eu, faço de tudo porque eu a amo, já você...

Estevão não teve tempo de dizer mais nada a porta do quarto 80 se abriu abruptamente revelando Maria que naquele momento não acreditou no que seus olhos viram e com o reflexo, Estrela, sim Estrela virou atirando no abdômen de Maria que perdeu o ar no mesmo estante fazendo assim Estevão atirar em Estrela por duas vezes e as duas foram ao chão juntas.

— Maria... – Estevão correu até ela e procurou sangue mais não encontrou e a olhou. – Amor, você esta bem?

Maria o olhou e tossiu abrindo o casaco que tinha pegado dentro do apartamento e mostrou o colete a prova de balas.

— Me ajuda a tirar, esta me sufocando! – ele a ajudou a tirar e ela ficou apenas de lingerie e ele voltou a colocar o casaco.

Estevão olhou para ela e viu que já se formava um roxo enorme em sua barriga pelo impacto da bala no colete que quase a perfurou faltou pouco, mas a machucou queimando sua pele, ela olhou para ele com lagrimas nos olhos e depois olhou a irmã se debatendo no chão enquanto sangrava na perna e no braço.

— Chama uma ambulância. – ela falou sentida e ele agarrou seu amor a abraçando e a tirou do chão.

— Eu vou chamar a ambulância, mas como conseguiu fugir?

— Eu o matei com o computador... – falou quase num sussurro e mais homens apareceram ali para ajudar.

Estevão pediu para que chamassem uma ambulância para Estrela e tirou Maria dali, foi com ela direto para o hospital, ela foi atendida e depois de meia hora estava instalada em um quarto. Ele foi ate ela com o coração apertado e quando a viu deixou que suas lágrimas rolassem por seu rosto e ela também chorou era tão difícil imaginar que seus pais estavam mortos e que ela não estava ali para salva-los.

— Meu filho... – falou num fio de voz e ele foi até ela.

— Ele esta bem e salvo em minha casa! – sentou na cama e beijou a mão dela. – Amor, precisamos conversar.

Maria soluçou e chorou mais sabia perfeitamente que ele contaria da morte dos pais e ela não estava preparada para aquele momento, era uma dor tão grande que ela não conseguia explicar doía a alma e ela não sabia se conseguiria se levantar depois disso e ainda tinha sua irmã que tinha atentado contra a sua vida. Perguntava-se o que de fato tinha feito de errado para merecer uma traição desse tamanho de seu próprio sangue.

— É sobre meus pais? – secou o rosto e ele assentiu. – Eles estão mortos não é mesmo? – Estevão suspirou e a olhou apertando sua mão.

— A sua casa explodiu com um vazamento de gás, seu pai estava em casa no momento, mas sua mãe não... – ele agarrou Maria que chorava sem conseguir controlar. – Eu sinto muito meu amor, sua mãe esta em minha casa agora enquanto eu vou resolver tudo para vocês e por isso eu vou ter que te deixar aqui enquanto não recebe alto, tudo bem?

— Eu quero ir... – a voz quase não saia.

— Você não pode ainda meu amor, mas assim que puder eu venho te buscar tudo bem? Agora tenta descansar, eu sei que é difícil mais você precisa para aguentar o que vem por ai.

Maria nada mais disse e apenas agarrou seu amor e chorou, chorou muito tinha perdido seu pai e agora de verdade, não conseguia acreditar que sua vida estava daquele modo e ele ficou ali segurando seu amor e passando uma força que ele também não tinha porque nem se imaginava se perdesse sua mãe.

Estevão ficou ali até que Maria adormeceu, ele foi resolver tudo sobre o corpo de Cláudio e saber a situação de Estrela que foi submetida a uma cirurgia simples para a retirada das balas e estava mantida num quarto, escoltada pela policia.

[...]

ALGUM TEMPO DEPOIS...

Maria arrancou o soro de seu braço e com muita dificuldade por seu corpo doer ela levantou e saiu do quarto, buscou onde a irmã estava e como era uma mulher conhecida rapidamente foi permitida sua entrada no quarto, quando ela olhou para sua irmã sentiu tanta pena porque Estrela não era nem digna de sua raiva.

Estrela a olhou com desdém mesmo naquela situação ela não abaixava sua cabeça para Maria, sentia tanto ódio dela que nem conseguia descrever o porquê de ser assim, ela era a sua única irmã a sua irmã preferida mais depois de Bernardo às coisas mudaram.

— Veio rir de minha condição? – mostrou a mão algemada na cama.

— Só me diz por quê? – Maria tentou se manter firme ali na frente dela.

— Porque eu te odeio! – a voz saiu carregada de raiva.

— Por quê? Eu sempre te amei só isso que eu te dei amor e amor.

— Você era a minha melhor amiga, mas você roubou o meu homem! Você sempre quis todos os homens que eram meus.

Maria negou com a cabeça nunca tinha feito nada para a irmã.

— Eu nunca fiquei com ninguém que era teu, Estrela, Estevão e eu sempre nos amamos e...

— Eu não falo de Estevão! – a interrompeu. – Estou falando de Bernardo. – Maria sentiu uma dor tão forte em seu peito que se segurou na cadeira que ali tinha. – Bernardo e eu nos conhecemos primeiro, mas você o roubou de mim e casou com ele. – a voz já era alterada e Maria negou com a cabeça.

— Eu nunca soube de vocês, eu nem sabia que vocês se conheciam. – olhou a irmã. – Porque não me disse? Eu teria deixado ele pra você! – Estrela riu.

— Ele me disse que você sabia sim! E que não ia deixar dele por minha causa, você é egoísta sempre quis tudo para você e só pensou em você naquele momento e eu dou graças a Deus que ele tenha morrido! – era ódio muito ódio que Estrela tinha guardado. – Ele era meu e sempre foi mesmo com vocês casado! – era uma verdade tão dolorida.

— Você... como tem coragem de dizer que eu sou egoísta? Egoísta é você que ao invés de conversar jogou sujo tentou me matar, não sou eu quem quer sempre as coisas e só pensa em você, Estrela o nosso erro foi sempre te dar tudo, mas para você era pouco. Eu nunca soube de você e Bernardo se não teria deixado ele sim mesmo me doendo porque eu não sou como você, egoísta! Você é um monstro, mas vai pagar pelos seus erros porque você vai carregar para sempre a morte de nosso pai em suas costas! – falou logo de uma vez deixando as lágrimas rolarem.

Estrela arregalou os olhos.

— Como assim nosso pai? – Maria se recompôs.

— a sua vingança contra mim fez com que matassem nosso pai e isso você vai carregar pro resto da vida! E se depender de mim você vai passar o resto de sua vida na cadeia porque eu não terei pena nenhum por você, você não é gente é um monstro e monstros como você tem que ser enjaulados. – caminhou para sair dali era coisa demais para que ela em um único dia.

— Maria... Maria me conta isso direito! – gritou desesperada.

Maria não deu ouvidos a ela e simplesmente se foi, era coisa demais para ela e se sentia duplamente traída ao saber que o marido tinha um passado com sua irmã, ela não iria buscar saber o passado dos dois o pouco que ali tinha ouvido era o suficiente para saber que a irmã era muito pior do que ela imaginava.

Saiu dali atordoada e no meio do caminho encontrou Estevão que a amparou e a abraçou dando a ela todo seu amor e apoio.

— Meu amor...

— Me tira desse hospital, Estevão, por favor. – ele nada mais disse apenas a levou para o quarto e a ajudou a se vestir, assinou a alta dela e eles foram para casa de Estevão.

Quando chegaram, Maria abraçou sua mãe e as duas choraram juntas aquela dor que era indescritível de se descrever, ficaram juntas e Maria tentou alimentar seu bebê, mas depois de tudo ela já não tinha mais lente para amamentar seu bebê. Ana a ajudou fazendo mama para ele e depois de algum tempo todos foram velar o corpo de Cláudio.

Estevão avisou a poucas pessoas e o tempo em que Cláudio foi velado de caixão fechado, ele não saiu de perto de seu amor, viriam tempos difíceis, mas ele estaria ali para o seu amor. Às nove da manhã o corpo foi levado para ser enterrado e naquele momento Estrela chegou escoltada pela policia, ela mancava e tinha lágrimas nos olhos.

— Vai embora daqui! – Maria gritou no mesmo momento em que a viu. – Sai daqui você não é digna de estar aqui! – Estevão teve que segura-la.

— Maria... – ele tentou falar.

— Sai daqui! Sai. – ela gritava. – Eu te odeio! Te odeio.

Estrela chorou e antes que o pior acontecesse, ela foi tirada dali sem nem ter a chance de se despedir de seu pai. Maria chorou nos braços de seu amor e Cláudio foi enterrado e todos prestaram sua ultima homenagem a ele.

Era o dia mais difícil para todos ali, mas eles iriam vencer e agora mais que nunca Maria queria vingança contra todos envolvidos na morte de seu pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sempre foi você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.