Fallen Angels escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 15
Novo Mundo




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P.O.V. Romeu.

Elas eram tão parecidas, eram mais que parecidas, eram exatamente iguais.

—Caramba! Sinto muito pela sua mãe e pela sua esposa.

—Obrigado.

—E existe uma diferença entre recorrência e reencarnação. Sim. É como as duplicatas e um reencarnado. As duplicatas são cópias humanas da primeira imortal já gerada, mas elas tem sua própria personalidade, estilo, educação. Mas, uma pessoa reencarnada trás consigo memórias de suas vidas passadas, ela tem a estranha sensação de conhecer pessoas que sabe que nunca viu antes. Acredite, existe uma diferença.

—Como sabe tudo isso?

Ela deu um sorriso sacana, pegou a taça e disse:

—Ser filha de uma reencarnada e amiga de uma duplicata tem suas vantagens.

Ela bebeu o conteúdo da taça, mas então ela cuspiu tudo. Praticamente vomitou.

—Porcaria de sistema imunológico de anjo. Desculpe.

Vi ela fazer aparecer uns instrumentos estranhos, os quais ela manejou com perícia e usou para limpar o chão.

—Balde, rodo, pano.

—Interessante.

—Como é que vocês fazem faxina sem balde, pano, rodo, produto de limpeza?

—Não fazemos. Os servos fazem.

—Acho que  você não sai muito não é?

—Não. Apenas para reuniões de negócios.

—E o que vocês negociam afinal?

—Abrasax.

—Vocês se negociam?

—Não. É uma fórmula rejuvenescedora feita com células humanas. Vale uma fortuna.

—Uau! Espera, com células humanas?

—Para que seja feito um frasco do mais refinado Abrasax cem pessoas tem que morrer.

—O que?! E foi pra isso que veio pro meu planeta? Para colocar gente em potes?!

—Alex...

—Não me chame assim! Só os meus íntimos, meus amigos e as pessoas de quem eu gosto me chamam assim! E agora, você toda a sua família e todos os seus amigos me dão nojo. Vocês pagarão por todas as vidas que tiraram. Seus demônios!

Ela se levantou da cadeira revoltada. Abriu a janela, colocou-se na beirada, abriu as asas lindas e cintilantes, brilhantes e se jogou. Saiu voando.

—Onde está a nossa convidada de honra?

—Foi embora.

—Como assim foi embora?

—Contei pra ela. Sobre o produto.

—Você é louco Romeu?!

—Eu não podia mentir pra ela Kalique.

P.O.V. Alexandra.

Essa gentinha Abrasax vai ver só. Eu levei meses, mas descobri tudo sobre o negócio deles, especialmente de onde vem seus mortos e onde eles guardam o produto. Eu mostrei aos produtos tudo sobre a família deles e seu plano maligno.

—Eles acham que as nossas vidas são mercadorias! Que somos como gado que eles abatem sem piedade! Mas, eu digo: No meu planeta não!

P.O.V. Kalique.

Romeu é um idiota.

—Porque o mau humor Kalique?

—Porque estamos cercados! Ela fez um cerco no meu palácio!

—Ela?

—A sua adorada recorrência!

P.O.V. Romeu.

O meu irmão Balem entrou na sala transtornado.

—A recorrência incitou o caos. Estamos cercados, todo meu estoque de Abrasax queimou.

—Eu vou falar com ela.

Eu sai e ela olhou pra mim com ódio, apontando uma flecha para a minha cara.

—Alexandra, por favor.

—Aproveite bem essa sua vida, pois essa será a sua última.

Ela incendiou a flecha e atirou.

—Boa sorte tentando apagar o incêndio. Isso é fogo de dragão. A imortalidade é um crime contra a natureza.

—Vamos.

—Eles mataram milhões de pessoas e tudo o que você faz é incendiar o celeiro deles?

—Eu queimei sua reserva de Abrasax. Eu sei que o que eles fizeram foi uma barbaridade, mas se os matarmos isso não traria seus entes queridos de volta, todas as vidas que foram perdidas por nada. Eles nunca mais vão machucar a nossa gente outra vez. E se os matarmos, seriamos iguais a eles. Não seríamos melhor do que esses assassinos.

Ela estava saindo, mas eu peguei no seu pulso.

—Alex...

Ela deu um contra golpe e colocou a lâmina no meu pescoço.

—Acreditei em você, pensei que fosse uma pessoa boa. Mas, não é. Se tentar colocar essas suas mãos manchadas de sangue inocente em mim outra vez... eu te juro que o seu sangue ruim vai manchar as minhas mãos. Eu vou cortar a sua garganta e deixar o sangue correr só pra ver.

As lágrimas banhavam o rosto dela. Lágrimas de raiva, de tristeza, de mágoa.

Então ela me atirou longe.

—Cretino. Vamos.

O exército bateu em retirada.

P.O.V. Alex.

Ele me enganou. Eu queria que não doesse, mas dói. Dói muito.

—Alex, o que aconteceu?

—O negócio da família Abrasax é colocar gente em potes. Eles usam as células das pessoas para se manterem vivos, jovens e saudáveis para sempre. Um frasco daquele negócio que eles vendem continha as células de cem pessoas que foram assassinadas. Assassinas para fazer aquilo.

—Jesus! Mas, você se apaixonou pelo garoto. Não é?

—Desgraçado.

—Você o matou?

—Não. Pior, destruí seu negócio, seu império e o seu estoque daquela coisa.

—Todo o estoque.

—Cumpriu seu dever para com a natureza. Não é fácil, e ás vezes todo o poder cobra caro.

—Cada vez mais caro. Eu tenho um coração partido e o meu único consolo é ter salvado toda aquela gente. Mas, isso não me impede de me sentir uma idiota. De me sentir enganada.

—Eu imagino. Mas, você é uma Abramerin, você é uma guerreira, uma sobrevivente.

—Eu sei.

—A coragem não é a ausência do medo, mas o que se escolhe fazer diante dele.

—Você ta certa.

—Você nadou no tanque dos tubarões, caminhou entre serpentes venenosas e sobreviveu. Aprendeu.

—Obrigado.

—Há sempre um propósito para tudo o que o seu avô paterno faz ou cria. Lembre-se disso.

—Eu amo você.

—Eu também te amo Alex. Agora, levanta essa cabeça, levanta dessa cama, se arruma que nós vamos ás compras.

P.O.V. Romeu.

A minha família foi arruinada. Tudo o que tínhamos nós perdemos, sem o Abrasax para ser vendido e sem ter de onde tirar mais fomos nos afundando.

—Tudo isso por causa do seu namorico.

—Não. Plantamos a morte e colhemos a morte.

—O que?

Eu estendi para Balem e Kalique o livro que encontrei na minha cabeceira noite passada. A janela estava aberta e havia uma carta sob o livro era a letra dela.

—Um livro?

—Não. O Livro. Leia Lorde Balem e leia atentamente.

—Onde arrumou esse livro?

—Num lugar onde se vendem livros. Leia e depois deixe Kalique ler.

—O que tem de tão especial neste livro?

—Leia e descubra Balem.

Eu disse saindo.

P.O.V. Balem.

Eu fiquei tão curioso quanto ao tal livro que acabei lendo. Haviam páginas marcadas, era uma escrita antiga que se utilizava de palavras antigas, mas com um pouco de pesquisa eu consegui compreender e Romeu estava certo. Esse era O Livro. Tudo fazia sentido, tudo. Cada mísera palavra.

—Balem?

—Leia isso.

—Um livro?

—Apenas leia Kalique. Leia com atenção.


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