P.O.V. Nostradamus.

Um profeta do Senhor. Com um anjo da guarda.

—Por isso eu sobrevivi á praga e elas não.

—O que?

—Foi por isso que eu sobrevivi á praga que assolou a minha aldeia?

—Por isso o que?

—Por ser Profeta. Foi o Arcanjo?

—Você deve possuir algum tipo de imunidade natural. Tá dentro de você. Algo em seu código genético, nas suas células.

—Células?

—É. Tudo o que é vivo é formado por células, plantas, animais. Uma célula vegetal é diferente de uma célula animal e cada código genético é único, á menos que sejam gêmeos idênticos. Mas, mesmo em gêmeos idênticos existem sutis diferenças.

—Pode descobrir como essa imunidade funciona?

—Sem um microscópio? Sem equipamentos adequados? Sem corante? Se é leso é? A célula é uma coisa tão minúscula que não pode ser vista a olho nu e menos ainda o DNA.

Desde que soubemos da verdadeira identidade de Lorde Grigori e de sua filha a notícia correu como fogo em palha seca e o próprio Papa está vindo do Vaticano para ver os Anjos da corte Francesa.

A Princesa Alexandra era tratada a pão de ló. Ela era uma Princesa tanto por parte de pai quanto por parte de mãe.

P.O.V. Daniel.

—Então, o Papa da Igreja Católica vem me ver? Mas, que honra.

Ela estava usando de ironia.

—Não é adequado uma dama usar de ironia.

—E porque não? As mulheres são líderes na nossa família, as mulheres Abramerin não se subjugam nem sob a mais hedionda tortura.

—Você tem o gênio ruim da sua mãe, mas isso foi sempre o que eu mais gostei nela.

—Eu sei.

Ela estava colocando brincos nas orelhas.

—Ele está vindo e vai ter uma bela surpresa.

P.O.V. Papa Clemente.

Eu vou á França verificar alegações de anjos que vivem na Corte.

—Acha que é verdade Vossa Graça?

—Veremos. Se houver mesmo algum anjo lá, vamos levá-lo conosco como nosso convidado. Afinal, um ser tão puro quanto um anjo tem que ficar na casa de Deus não concorda?

—Vossa Graça?

—Imagine quanto devem valer imagine dois. Dois anjos de verdade.

Devem valer uma fortuna. Estamos a dois dias do Castelo do Rei Henry.

E quando chegamos... eu vi. Eu a vi em toda a sua glória angelical, suas asas eram tão compridas que arrastavam no chão quando caminhava, elas eram reluzentes. Seu simples vestido branco só a deixava ainda mais bela. Os longos cabelos negros cacheados nas pontas. Seus lábios eram tão vermelhos quanto o sangue e sua pele era imaculadamente branca.

—Um anjo. Um anjo verdadeiro.

—É. E você deve ser o Papa.

—Sim.

—Qual deles é você?

—O que?

—Houveram tantos papas, eu fico um pouco perdida.

—Eu sou Alexander VII.

—Sei. O Papa Borgia. A voz de Deus na terra? Mas, os humanos acreditam em qualquer coisa. Eu sei do relacionamento incestuoso entre seus filhos Cesare e Lucrécia, eu sei que você prega voto de pobreza e nada no dinheiro que extorque do seu povo que já é miserável. Você não vai passar nem perto dos portões celestiais. Bandido! Mentiroso!

O anjo irado partiu para cima de mim.

—Agora, me diga... o que você quer? O que você realmente quer?

—Poder. Todo ele.

—Uau! Foi mais fácil do que eu pensava.

—O que? Porque eu disse isso?

—Porque eu te fiz confessar. Confesse, confesse para todos nós todos os seus pecados.

E eu confessei. Saiu sem eu nem perceber.

—A voz de Deus na Terra? Por favor. A voz de Deus na Terra são os Profetas. Você é apenas mais um desses nobres metidos que está chafurdado até o pescoço com o sangue dos inocentes! Cavaleiro!

O homem em chamas, aquela caveira em chamas veio.

—Você. Culpado.

—Por favor, piedade.

—Que pena, acabou a piedade. Olhe nos meus olhos. A sua alma está manchada pelo sangue dos inocentes. Sofra com eles.

P.O.V. Francis.

Eu vi a criatura, aquele ser que ela chamava de Cavaleiro, agarrar o Papa e logo ele caiu no chão. Seus olhos estavam queimados, mas as pálpebras fecharam.

—O olhar da penitência. Ele queima a alma dos perversos. É a maior arma do Cavaleiro Fantasma, todos os Cavaleiros tem. Ele viu todos os seus pecados Santo Papa e os virou contra você. Se você fosse um santo, ele não o atacaria.

Ela andava em volta do corpo do papa, olhando para ele com nojo. Asco.

—Saco de carne ridículo. Cavaleiro, leve o Santo Papa de volta pra casa e faça com que vejam.

—Com prazer.

—E um presente. Cuide bem dela Cavaleiro.

—O que é isso?

—Venha comigo.

Ela subiu encima daquela coisa que parecia um cavalo, mas não era. Tinha rodas.

—Cavaleiro me dê as chaves.

Ele jogou as chaves para ela. 

—Aproxime-se. Você põe a chave aqui, na ignição e então dá a partida.

A coisa fez um barulho.

—Ah, como eu senti falta do barulho de um ronco de motor. Da fumaça dos carros, motos, até mesmo dos hospitais. 

Ela explicou ao Cavaleiro como funcionavam os controles da coisa e disse:

—Agora você não é mais um Cavaleiro Fantasma. É um motoqueiro fantasma. Vá e leve minha mensagem para os lobos em pele de cordeiro que moram no Vaticano. Pega eles garoto.

O Cavaleiro acelerou a coisa e aquilo corria como mil cavalos, no momento em que ele montou a coisa pegou fogo também.

—O que?

—Ele é único capaz de transitar entre os dois mundos. O Cavaleiro Fantasma, o que quer que ele monte se transforma com ele.

Ela se virou e saiu.

As notícias começaram a chegar e ela ficou muito satisfeita em ter todos os tesouros do Vaticano só para ela. Bom, mais ou menos.

Ela pegou todo o ouro do Vaticano, pegou uma parte para ela e para o pai e o resto ela saiu distribuindo pelas ruas de Paris. Discursando sobre como Deus era, como ele realmente pensava, ela usou o ouro para pagar tutores que ensinaram o povo comum a ler e escrever. Ela ensinou as mulheres a lutar, fez um exército de mulheres.

As guerreiras mais temidas e respeitadas. Ela as Batizou de Amazonas.