The White Rose escrita por Senhora Darcy


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Acordei já no meu quarto, com a luz tentando a todo custo passar pelas pesadas cortinas vermelhas. Gregory também estava dormindo ali. Em uma das cadeiras, com o rosto apoiado em minhas pernas. Sem conseguir resistir, me levantei e toquei de leve seus cabelos, que insistiam em lhe cair sobre os olhos. Ele acordou com o movimento, se recompondo rapidamente.

— Bom dia, garota. – Eu sorri para ele, de repente me lembrando de tudo que acontecera.

Abri a boca para perguntar sobre Marianne, mas Gregory tinha uma expressão no rosto que me deu medo. Ele previu minha pergunta e negou com a cabeça.

— Ela teve uma infecção de noite. Começou a ter febre muito alta.

— Por que não me chamaram? Como eu não acordei? – Eu gritei com lágrimas nos olhos.

— Você já estava aqui. Rupert estava de olho nela. Mal teve tempo de sair para chamar alguém e a moça já estava vomitando sangue. Quando chega a esse ponto, não há o que fazer. Demos mais chá a ela. Ela acabou dormindo. Não acordou mais, desde então. Mas ela continua respirando. É como se estivesse desmaiada. Já ouvi histórias de pessoas que ficam assim por meses. E, bem, elas não costumam acordar.

As lágrimas afloraram e eu me encolhi nas cobertas.

— Eu...eu não entendo... – Disse, fungando – Eu fiz tudo direitinho... não era para ela ter piorado. Não havia mais nenhum vidro...

— Ei, ei... Shhh...não diga isso, por favor.  – Gregory sussurrou e veio até mim, me embalando em seus braços – Não havia nada que você podia fazer. O corte não foi a única causa. Ela tinha vários hematomas pelo corpo. Algum deles deve ter causado algum problema interno que não percebemos. Não haveria nada que pudéssemos fazer, porém. Katherine, não fique assim. Por favor, não se sinta mal. Eu... eu não consigo te ver assim.

Mas eu não conseguia evitar. As lágrimas escorriam, e meu peito soluçava de tristeza. Eu realmente achei que ela ficaria bem.

— Foi ele, Gregory. Foi o capitão. Ele fez isso com ela... ele...

— Disse que foi um acidente. Que eles tiveram uma briga e ela caiu sobre a mesa de centro, onde tinha um vaso de vidro. Ele tentou ir atrás dela, mas ela saiu correndo.

— E? Ele deixou por isso mesmo?

— Ele não imaginou que era tão grave. Ele saiu para levar a outra moça de volta a vila, por isso não viu o que se passou.

— isso é mentira! Ela me contou! Marianne me contou que ele a jogou! Gregory não me diga que você acredita numa mentira dessas!

Gregory suspirou.

— Não sei, Katherine. Realmente não sei. Essa história está muito mal contada, mas eu não posso acreditar que Tatcher faria algo assim.

— Ele fez, Gregory. – Eu disse, com raiva.

—Bem, não vamos pensar nisso agora. Ela pode melhorar, não vamos perder as esperanças, certo? Vamos cuidar dela, até fim. Agora, quem precisa de cuidados é você.

— Eu estou bem, Gregory.

— Não, não está. Está pálida. E fraca. Não come nada há um dia. Vamos, vou achar algo para você jantar.

Olhando na janela do quarto, vi o sol se pondo. Não me surpreendia que tivesse se passado um dia desde que eu achara Marianne. Suspirando, me troquei e segui Gregory para fora.

No refeitório, todos pareciam estar de bom humor. Aquilo acabou me animando. As piadas e besteiras de sempre me fizeram rir, e eu logo estava revigorada, alimentada e de bom humor. Com fé de que tudo iria acabar bem.

Cheguei a porta do meu quarto, sorrindo levemente. Na frente dela, encostado à parede e me fitando intensamente, estava Gregory. Estava com os cabelos compridos ajeitados ao lado do rosto, os olhos me acompanhavam e a boca formava um sorriso sério e cheio de segredos, a expressão típica dele. Me aproximei e encostei-me na parede oposta à dele.

— Foi muito corajoso o que você fez. – Ele disse.

— Ah, bem, era o que precisava ser feito.

— Sim, mas você tem essa tendência de fazer as coisas mais loucas que imaginar.

— Bom, eu realmente não acho que...

— Ah, Céus, eu não aguento mais! – Gregory disse, soltando o ar e veio ao meu encontro.

Meu corpo respondeu ao dele imediatamente e sem eu nem pensar. Ele segurou meu rosto com uma mão e minha cintura com a outra, me beijando forte. Eu retribuí e abri a porta do quarto. Entramos cambaleando, sem ver por onde passávamos. Ele me colocou na cama e se deitou por cima de mim, fazendo tudo com urgência e desespero. De repente, ele se afastou com um pulo e se apoiou na parede, respirando pesadamente.

— Não posso. Por mais que eu queira, não posso fazer isso com você.

— O capitão não aprovaria? – ironizei.

— Você seria deserdada. Ou pior, não sei. Não poderia se casar, perderia a honra e toda a sua reputação.

— Isso é algo com que eu tenho de me preocupar, não você.

— Cheguei a um ponto em que tudo o que diz respeito a você, me preocupa.

Eu suspirei com esse comentário e me aproximei dele, sendo seguida com seus olhos a cada movimento. Andei até que meu corpo estivesse colado ao dele olhei em seus olhos. Suspirei.

— Gregory, eu não sei o que é isso. Ou onde vai dar. Só sei que é isso que eu quero, e no momento, não vejo melhores alternativas para isso. Dificilmente minha família irá descobrir e um noivo não seria difícil de enganar.

— Percebe o que está falando? E ainda por cima me faz ser a pessoa que me impede de te ter agora mesmo!

— Então não seja essa pessoa, não tenha medo por mim. Apenas foque no que temos agora.

Ele fechou os olhos, como se estivesse com dor. Veio até mim e encostou nossos rostos.

— Você é impossível, Katherine. Simplesmente não consigo...

— White, você está aí? – Rupert gritou após uma batida na porta. – White? – ele repetiu.

Engolindo em seco e se recompondo, Gregory respondeu que sim e saiu do quarto rapidamente. Não consegui me segurar e fui ouvir o que diziam.

— Eu estava...a Princesa precisava de..

— Poupe-me de suas desculpas. Todos viram como vocês estavam hoje, parecendo um casal bobo flertando na corte. Vim antes que você pudesse fazer algo mais grave.

— Rupert, isso é ridículo! Não há nada com o que se preocupar...

— White, você se esquece que eu te conheço de outros tempos. Vejo o jeito que você olha para ela. É diferente. Você nunca dança, ou nem mesmo fica nas festas que temos aqui. E ontem, vocês se encaravam como se quisessem devorar um ao outro. Você se entrega muito fácil, podíamos ver exatamente as sujeiras que passavam por sua cabeça ali. Mas você se esquece que isso está longe de acontecer. Não iria para frente, de qualquer maneira.

— Rupert, pare com isso. Você está exagerando. Eu sei me cuidar. – Gregory respondeu e os dois se afastaram.

Suspirei e me apoiei na porta. Rupert tinha razão, mas eu não queria que ele tivesse. Céus, eu nem mesmo me importava! Estava decidida a fazer o que eu queria, pelo menos uma vez na vida. Isso é, se Gregory quisesse.

Sem nem trocar de roupa, fui me recolher, tentando em vão, dormir um pouco. Eu ficava repassando as falas de Gregory em minha mente, tentando decifrar seus sentimentos e o que ele realmente queria. Não parava de pensar em quando estávamos juntos.

Horas haviam se passado até que eu ouvi uma leve batida na porta. Animada, dei um pulo e fui abri-la com cuidado, tentando, sem sucesso, refrear as expectativas do meu coração. Fui recompensada com a bela figura de Gregory parado a minha porta. Tive tempo apenas de suspirar, antes que Gregory entrasse com violência e me levasse aos seus lábios. Fechei a porta e retribui sem nem pensar.

Ele me beijava com raiva, urgência, violência, me apertando contra ele o máximo que conseguia. Quando ficamos sem fôlego, ele me levou para trás e com delicadeza passou as mãos por meu cabelo até soltá-lo do penteado metade preso. Ondas morenas acobreadas caíram livres por minhas costas e ombros, me senti extremamente relaxada, sem nada a esconder. Gregory soltou o ar e sorriu para mim, voltando a me beijar logo em seguida. Segui o exemplo dele e soltei a pequena fita de couro que juntava seu cabelo rebelde atrás da cabeça.

Incentivada por sua reação, e pela minha própria vontade, empurrei levemente seu colete de couro escuro até que ele estivesse no chão. Passei a mão por toda a extensão da camisa branca de linho, sentindo seu toque em mim mesmo com o tecido entre nós. Ele se afastou apenas por um instante, pra me fitar tão profundamente nos olhos, que eu senti como se estivesse sendo totalmente exposta, como se ele pudesse ver tudo que se passava dentro da minha cabeça. E aquilo não era nada ruim, pelo menos não ali. Quando dei por mim, as mãos hábeis de Gregory já desamarravam os nós do corpete, devagar e delicado, esperando que eu o parasse. Não o fiz. Quando terminou, deslizou o tecido por meus ombros até ele parar no chão. Fiz o mesmo com sua camisa, e ele me abraçou forte, me levantando e beijando na dobra de meu pescoço. Já estávamos na cama, ele por cima de mim. Eu sentia tudo naquele momento, o toque quente de sua pele na minha, a sensação formigante de onde seus lábios haviam me tocado, os fios compridos de meus cabelos em contato com meu corpo, a pressão do corpo dele no meu, a atração entre nós. Eu sentia um tremendo frio na barriga, e Gregory ofegava um pouco.

Ele me olhava daquele jeito diferente e maravilhoso, penetrando cada centímetro da minha alma, me passando todas as sensações possíveis. Ternura, carinho, confiança. Desejo. Sorri e arfei. Ele, que até então me olhava sério, levantou os lábios num sorriso e os aproximou dos meus. Eu fechei os olhos e me deixei levar por aquela noite.

 


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Notas finais do capítulo

Críticas? Sugestões? Gostaria de ouví-las....



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