The White Rose escrita por Senhora Darcy


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732733/chapter/13

Acordei com alguns raios de sol tocando meu rosto. E eles não eram os únicos. Os dedos de Gregory roçavam levemente as maçãs do meu rosto, meus lábios, meu nariz. Abri os olhos, piscando várias vezes e sorri.

— Bom dia, princesa. – Gregory em saudou com um belo sorriso no rosto.

Ele tinha os cabelos compridos um tanto bagunçados é uma expressão relaxada até então nova para mim. Eu me ajeitei nas cobertas, cobrindo-me o corpo até a clavícula e sentei melhor para encara-lo.

— Bom dia.

— Como foi?- ele perguntou, ansioso.

— A melhor noite da minha vida.

— Da minha também. – ele disse e me puxou para si. – O que acha de dormirmos mais um pouco?

— Os outros não vão...hum, perceber?

— Sim, é verdade. Me de um minuto....

Gregory se levantou da cama e se vestiu, meu corpo protestou imediatamente, mas ele piscou para mim e prometeu voltar num instante.

Ouvi passos no corredor é uma conversa ao longe. Ele manteve sua palavra e em alguns minutos, estava de volta. Me senti um tanto idiota por ficar encarando a porta, mas estampei um sorriso no rosto assim que ele voltou e o pensamento se esvaiu.

— Pronto! Ganhamos mais algumas horas só nossas... – ele voltou para a cama e me deu um beijo terno. – está com fome? Trouxe frutas, vinho e um pouco de pão... – ele mostrou a bandeja que trouxera consigo.

Abri um sorriso de orelha a orelha e logo estávamos comendo com vontade. Quando não tinha sobrado mais nada, ele sugeriu que dormíssemos de novo.

— É uma ótima ideia... não dormi nadinha noite passada. – comentei.

Gregory riu e esticou os braços para mim. Me ajeitei em seu abraço, grudando nossos corpos e observando como encaixávamos perfeitamente. Não demorou muito para que eu já estivesse em um sono profundo e tranquilo.

 

 

Quando despertei novamente, uma hora mais tarde, vi Gregory distraído, sentado na ponta da cama. Me mexi com cuidado e fui até ele, abraçando-o por trás.

— Está tudo bem?

— Na verdade, não. – Ele disse, exasperado – não está nada bem. Nada certo. Isso que fizemos...está errado, totalmente. Eu provavelmente destrui o seu futuro. E por nada. Nada.

— Gregory...

— Não, Katy, me ouça. Não há sentido em fazermos o que fizemos. Não levará a lugar algum, e só te trara complicações.

— Gregory, isso não tem relevância. Eu faria isso mil vezes, já expliquei que a castidade não é um problema. Não quero pensar no depois, vamos nos concentrar no agora.

— Que agora? A próxima meia hora, antes de todos voltarem é nos termos que nos separar de novo? Ou o “agora” seria toda essa viagem? Por que não sei se você percebeu, mas uma hora você irá voltar para sua casa. Para seu palácio, seus pais, sua coroa. Seu noivo. Isso que fizemos não vai para frente. É inútil continuarmos com isso.

— Inútil? Precisa ter alguma utilidade então? Aposto que você achou bem útil, se aproveitar assim, ter uma noite diferente, para variar. Realmente! E eu ainda não cobrei nada, certo? Saiu no lucro! Ótima ideia, Gregory, fique com a garota, faça ela pensar coisas ridículas e depois invente um discurso idiota sobre ser “inútil”!

— Katherine, não sei o que diabos você quis dizer com isso!

— Você mesmo disse. Isso não está certo. É totalmente inútil. Deve ser coisa de uma noite só e pronto!

— Sim, talvez seja! – ele gritou, exaltado, e deixou o quarto em questão de segundos.

Fiquei sentada na cama, enrolada nos lençóis e sem entender nada. Só me concentrava em segurar as lágrimas, mas não adiantou muito. Logo eu estava chorando, nua, na cama. Havia algo mais ridículo do que aquilo? Bom, talvez o fato de que Gregory estava totalmente certo. Aquilo não tinha futuro algum.

De mau humor, não senti vontade de me levantar da cama, muito menos de fazer qualquer coisa. Os homens teriam de comer mingau de aveia mesmo. Eu só me levantaria para dar uma olhada em Aldo.

Me deitei e tentei dormir mais um pouco, mas continuava chorando e pensando naquele homem idiota. Alguns minutos se passaram até que uma batida forte na porta me acordou. Limpei as lágrimas e me ajeitei o melhor que pude, cobrindo meu rosto vermelho com o cabelo.

— Pode entrar. Olá Rupert.

— Oi, Garota. Como está se sentindo? – Ele perguntou doce e se aproximou, me encolhi mais ainda.

— Um pouco melhor. Já está na hora do almoço? Precisam de algo?

— Não, não, senhorita. Nos viramos na cozinha, não se preocupe. Vim trazer um chá. Talvez ajude.... Está bem mesmo? Parece que estava...

— Estou, Rupert. É só um pouco de inchaço. Estarei melhor para o jantar. Obrigada pelo chá. – Sorri o melhor que pude e me afundei na cama, tentando dar a deixa para que ele saísse.

E ele entendeu. Deixou o chá na cômoda e deu um leve aperto no meu ombro, se retirando logo em seguida. As paredes do navio, no entanto, eram muito finas, e pude ouvir a conversa do lado de fora.

— Ah, Rupert...Eu ia...bem, queria saber como ela está. – Parecia a voz de Gregory.

— Há quanto tempo está perambulando aqui fora, rapaz?

— Eu? Não estava perambulando. Só estava...

— Seja o que for que você fez com a garota, - Rupert o cortou de novo, ríspido – conserte logo.

— Ela disse alguma coisa? – ele parecia desesperado.

— Como se precisasse. Ela não é inteira durona, rapaz. Tenha cuidado. E pense bem no que está fazendo.

— Eu estou pensando, não se preocupe. – Gregory assegurou.

Um instante se passou, até que a voz de Rupert voltou.

— Estou falando sério. Não quero nem saber o que você aprontou, White, mas é bom ser só alguma brincadeirinha inocente. Pelo bem de vocês dois. – Ele advertiu e eu engoli em seco.

A conversa terminou e eu esperei a entrada de Gregory. Demorou mais alguns minutos para que viesse a tímida batida na porta, que eu já reconhecia como de Gregory.

— Entre. – Eu disse, e já estava um pouco menos chorona.

Gregory fechou a porta delicadamente e, com a cabeça baixa e os ombros caídos, se aproximou.

— Não quero que pense aquilo de mim. – Ele disse – Por isso disse coisas estúpidas.

— Não eram estúpidas. Eram a verdade. Já fomos longe demais com isso. Temos de enfrentar a realidade. – Eu disse o mais fria que consegui.

— Sim, nós temos. Mas ninguém disse que precisa ser agora. – Ele rebateu, me fazendo olhá-lo. – Em breve você irá embora, irá escapar dos meus braços para sempre. Mas ainda temos um tempo até lá. Talvez um ou dois dias, não me importa. Só ligo para o fato de passarmos esse tempo juntos.

Eu suspirei com esse comentário e ele se aproximou um passo.

— Mas não tem só essa questão, Gregory. O que fizemos é crime. Você pode ser morto...

— Que se dane! Eu já arrisco minha vida todos os dias nesse navio. Pelo menos agora vou arrisca-la por um bom motivo. Katherine...estou disposto a tudo, a qualquer coisa para ficar ao seu lado mais um pouco. Se concorda com isso então, por favor, me diga e acabe com essa miséria que se faz em mim!

— ah, Gregory! – eu exasperei e sai correndo da cama, em direção a seus braços.

Não me importei em estar nua. Apenas queria senti-lo logo. Ele me beijou, me abraçou e me envolveu de todas as formas possíveis. Eu não conseguia fazer nada, além de tentar passar a ele toda a felicidade que eu ganhava.

Algumas horas mais tarde, finalmente saímos do quarto e encontramos o navio sem ninguém.

— Devem ter ido a vila.  – Gregory anunciou e se virou para mim, me puxando para ele – O que significa que teremos mais algumas horas só nossas...

Eu sorri e enlacei os braços em seu pescoço.

— Hum, interessante... E o que faremos nessas horas?

— Não sei você, mas eu tenho ótimas ideias.... – Ele disse e eu ri.

— Ai, Gregory, e se eles voltarem ou...

— Não estou nem aí para isso no momento... – Ele colou os lábios nos meus.

— Mas deveria estar! Ninguém pode saber sobre isso, ou você corre mais perigo ainda. – Gregory suspirou e concordou, se afastando.

— Bem, nesse caso, podemos dar uma volta na vila também. Mas chega dessas roupas ousadas, não aguento o tanto de homens que ficam te cortejando descaradamente. – ele advertiu e eu gargalhei.

— E eu tenho que aguentar a mulherada caindo a seus pés? Não acho justo.

— Nem sei se há mulheres aos meus pés ou não. Elas não me interessam.

— Ah, não?

— Nem um pouco. Estou preso agora, só tenho olhos para uma.

Eu me ergui na ponta dos pés e o beijei demoradamente. Talvez no fim, nem eu ligasse para os homens.

Fomos para a vila, então. Compramos algumas frutas apenas, mas na maior parte do tempo, ficamos passeando mesmo. Gregory andava de braços dados comigo e contava sobre sua infância.

— Uau, Gregory. Você não mudou nada. Sempre mandão e atirado. – eu comentei depois do relato.

— Eu? – ele riu – e você? Aposto como era essa garotinha mimada e pentelha desde sempre.

— Pentelha? Nem tanto. Eu era mais medrosa quando era pequena. Os únicos momentos que eu podia ser alguém além da princesinha era quando estava com meu tio. Ele sim era imprudente e pentelho.

— Já vi a quem puxou entao. – Gregory comentou.

— Bem, na verdade ele... – Não consegui terminar a frase, pois um bando de crianças passou correndo em nossa frente, me fazendo desequilibrar e quase cair.

Gregory segurou minha cintura e riu alto. Dei-lhe um leve tapa nos ombros por zombar de mim, mas agradeci mesmo assim.

— Venha aqui. – Ele me puxou para si e me abraçou, depositando um beijo em minha testa e outro em meus lábios. – É incrível como não há um homem que desvie os olhos de você.

— está com ciúmes? – Eu perguntei, sarcástica – Imagina então se eu sorrisse para um deles... – Abri um sorriso largo para um homem ali perto – ou então se eu andasse propositalmente provocante... – Dei uma volta em torno de Gregoy, com passadas lentas e movimentadas, como minha mãe me ensinara. – Quem sabe se eu...

Nesse caso, eu teria que te lembrar que, no momento, você pertence a mim. – Gregory, disse, desafiadoramente e me puxou para ele.

— Isso é um pensamento muito machista.

— E você está me tirando do sério. – Ele brincou e fez cócegas em minha barriga para eu parar de andar.

— Ai, credo. Não posso nem sorrir para as pessoas, agora? – Ironizei.

— Não. Você tem coisas melhores para fazer com esses lábios. – Ele disse e me beijou.

Eu ri e retribuí, e só parei quando ele colocou algo em meu cabelo.

— Oh, senhor, ficou uma maravilha!

 - O que você fez, Gregory? – tateei o cabelo em busca do que ele tinha colocado ali, e achei um arranjo de flores pequeno e delicado preso à minha franja. – Ah, obrigada.

— Gosto de te dar flores. Acho que vocês combinam. Se eu pudesse, lhe entregaria todas as flores desse mundo, e então elas poderiam ficar no lugar que devem. – Eu sorri e o fitei.

A mulher das flores deve ter se apaixonado tanto quanto eu, pois suspirou e não cobrou nada pelo arranjo.

— Ah, mas que romântico! Um casal muito lindo, vocês fazem.

— Obrigada, senhora. – Eu agradeci, imensamente feliz e continuei a andar com Gregory.

— “Um casal” – ele repetiu – fica estranho e bom ao mesmo tempo.

— É verdade. De certa forma, soa diferente. Já pensou, Sra. White? – Eu comentei, rindo.

— Seria uma pena. Katherine é bem bonito por si só. Mas também, seria ótimo tê-la só para mim.

Me virei, sorrindo e beijei-o em público mesmo. Dificilmente me reconheceriam naquelas condições.

— Sabe, você tem muita sorte. – Eu disse.

— Tenho?

— Sim. Se deu muito bem, nesse negócio nosso.

— Eu concordo. – ele riu.

— Sério. Eu também, na verdade. Se estivéssemos na corte, nós só poderíamos nos beijar depois de casados. Ou seja, você teria de me aguentar até a Lua de Mel para tirar algum proveito da situação.

— Hum, acho que eu aguentaria.

— Não mesmo. Imagine? Meses indo a bailes, chás, jantares. Tendo de me cortejar e me carregar para todos os lados....Gregory! O que está fazendo? – Perguntei, rindo, quando ele me ergueu do chão.

— Você duvidava que eu conseguiria te carregar para todos os lados... – Ele me pressionou contra si e deu uma palmada na minha cintura. – Acho que posso lidar muito bem com essa parte...

— Ai, meu Deus, Gregory! Me coloque no chão, as pessoas estão começando a olhar...

— Que olhem, observem e sintam inveja de nós! – Ele girou comigo até uma mureta, onde me colocou sentada, na altura de seu peito, com seu corpo entre minhas pernas.

— Hum, meio perigoso esse lugar, não? – eu disse, ao observar a alta queda até o mar que havia do outro lado da mureta.

— Sim. Não confia em mim? – Ele ergueu uma sobrancelha.

Encarei-o desafiadoramente e de repente, me joguei para trás com o tronco. Gregory imediatamente me segurou pela cintura e me puxou para si.

— Eu tinha certeza que você iria fazer isso! – Ele comentou e eu ri. – Você é realmente louca, Katherine.

— E você adora isso.

— Não posso discordar. – Ele admitiu.

Rindo, ele me puxou para si com um braço, me erguendo no colo e me colocando novamente no chão. Eu girei em sua mão, como numa dança, e dei-lhe um beijo na boca.

— Oh, bravo senhor! – Uma voz estridente soou atrás de nós.

Era a mulher das flores, junto a um artista de rua. Pelo que eu pude entender, ela estava elogiando um trabalho dele. Só depois compreendi que o desenho na tela do homem, éramos eu e Gregory, meio abraçados, nos encarando, com o mar e o sol poente atrás de nós.

— Realmente ficou muito bom, senhor. – Eu comentei. – Somos nós? – perguntei para confirmar.

— Sim, madame. Desculpe a ousadia, mas era uma cena bonita demais para ser ignorada. Pode ficar com ele se quiser.

— Não precisa, obrigado. – Gregory comentou e me puxou para longe. – Desculpe, mas os homens estão voltando. – Ele apontou para o grupo de piratas voltando ao navio.

— Ah, sim. Vamos logo. – Eu concordei e corremos para o navio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The White Rose" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.