Piratas do Caribe - O Retorno para o Mar escrita por Capitã Nana
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Naquela tarde quando tudo parecia tranquilo. Sparrow se viu sóbrio demais para aquele dia, então notando que sua garrafa de rum estava vazia, desceu até a adega afim de ver se sobrara alguma garrafa intacta após a batalha.
Quando abriu a porta carregando consigo uma vela, se deparou com a garota sentada no breu em um canto qualquer, abraçada aos joelhos. Assim que ela ouviu o sons de passos fitou a porta para ver quem estava prestes a entrar.
— Então você está aí… — Disse o pirata, dando pouca importância ao fato. Colocou a vela em cima de um barril e começou a procurar pela bebida favorita, mas sem sucesso.
Ela notou a procura do outro, e logo mostrou que em suas mãos estava a única garrafa que restara.
— Não tem muito, me desculpe.
— Mas ainda tem, é o que importa — Jack sorriu.Recebeu a garrafa e se sentou ao lado da moça.
Após a degustação da bebida, ambos se fitaram por alguns instantes, até a garota resolver por fim às dúvidas do capitão. Primeiro contou a ele sobre a ligação do rapaz com a família Brodbeck, e de como aquilo havia os afetado. Jack apenas a observava atentamente.
— É isso que eu chamo de uma coincidência infeliz. — Expôs.
— E como deve imaginar, isso não é tudo. Há dois anos na Baía das Lamentações, quando eu o matei… tudo que eu queria era trazê-lo de volta. Então Calipso me deu a oportunidade de reparar o meu erro, e eu o fiz. Dando ao corpo na Baía parte da minha vida e do meu poder. — Jack passou o rum para ela, que deu um longo gole. Aquela bebida já não parecia ser tão ruim como antes — Mas para aquilo que mais se deseja, sempre há um preço a ser pago no final. Foi isso que ela me disse...mas eu não me importava, desde que estivesse Daniel de volta…
— Qual foi o seu preço?
— Os meus poderes, a cada vez que eu o usar, menos tempo Daniel terá de vida — Ela suspirou. Jack notou que suas mãos estavam trêmulas, revelando o quanto estava abalada— Eu o mato aos poucos…
— Por isso evitou o quanto pode no caminho para Kingston. Isso explica muita coisa. Mas você não queria ser semideusa, seu amado Daniel estava de volta, o que deu errado? — Sparrow sentia-se a um passo da verdade.
— Nós não podemos ficar juntos, se tivermos qualquer contato mais íntimo, ainda que um beijo, todo o poder de semi-deusa retornará a mim e ele não resistirá.
— E é aí onde o comodoro Marshall entra na história… Suponho que Daniel não saiba nada disso.— Jack novamente se deliciava da bebida amarga.
— Não. James sabe que eu o trouxe de volta, mas não das escolhas que tive que tomar para isso… Ele acredita que aceitei o pedido de casamento de Marshall por não amá-lo, por sermos irmãos de certa forma e por ele não ser capaz de me fazer esquecer alguns sentimentos que … — Brodbeck se interrompeu — Que não deveriam existir — Fitou o homem a seu lado — Por isso foi embora de Port Royal.
A moça se levantou e escorou-se em uma das vigas de madeira.
— Sem lutar pelo que queria? Isso só reforça o que digo a respeito dos piratas de hoje em dia — O capitão fez uma expressão desgostosa e bebeu o último gole de rum.
— Não exatamente, ele também teve suas escolhas. Em algum momento em meio a tudo que passamos na Baía das Lamentações, Smee fez uma oferta a Daniel para se tornar o capitão do Carmen. Então ele tinha duas opções, ficar em Port Royal e lutar por mim na esperança de vitória ou aceitar o convite de Brook e por fim se tornar um pirata de uma vez por todas...
— Então eu te mostrei o Carmen De La Rosa preso dentro de uma garrafa, tornando assim seu possível interesse de retorno aos mares fervorosamente atraente — Jack sorriu ao tirar suas conclusões.
Moira não replicou. Compreendia naquele instante que para Jack, sua busca pelo colar era apenas um pretexto para voltar aos mares e descobrir o paradeiro de Daniel ou vingança contra o que Edward Teach supostamente teria feito ao rapaz. No entanto, se Barba Negra foi realmente morto por Sparrow, como disse o capitão do Jolly Rogers, só lhe restava a primeira opção. Mas o fato era que tudo aquilo havia sido apenas um acaso em meio ao seu verdadeiro objetivo.
Afim de encerrar a conversa, ela apenas rumou para a saída.
— Se chegarmos ao ponto alto, decisivo, controverso a tudo que evitou, estará pronta para fazer o que for necessário? Porque tão certo quanto tudo que virmos até agora, o capitãozinho virá atrás de nós.— Jack pergunta por fim.
Moira parou de caminhar e após alguns instantes fitou o pirata que permanecia sentado despreocupadamente. Ela não havia pensando sobre isso, em como as atitudes do Capitão Gancho poderia a obrigar a tomar a maior decisão de sua vida, e aquilo a assustava.
— Você faz muitas perguntas para alguém que também me deve respostas — Brodbeck rapidamente virou a situação a seu favor — Sei que trocou o Pérola pelo Carmem na noite em Tortuga, eu deveria ter desconfiado que tentaria algo. Mas o fato é que novamente está de posse do seu navio e mesmo assim continua em uma aventura que desde o início deixou claro que não o agrada. Por quê?
Sparrow sorriu e se levantou, deixando para trás a garrafa de rum agora vazia.
— Acha mesmo que eu deixaria uma dama aventurar-se pelos mares sozinha, com tão pouca experiência?
— Há menos que ela tenha algo que você queira? Acho — Moira retrucou. Notando que o pirata estava muito próximo de si.
— Nós dois sabemos que o que tem é a incerteza de que ao fim dessa jornada poderá me ajudar a trazer o Pérola e os outros navios de volta a ativa. Então senhorita, a cada segundo dessa aventura, torna-se mais claro para mim que um dos meus objetivos terá que ser adiado.
— E-e qual seria o outro?
A proximidade de ambos acelerava o coração da garota, ela tentava desviar sua atenção mentalmente, mas era inútil, ela queria, parte dela queria aquilo…
Ter o capitão assim tão perto, em um momento de sua fragilidade parecia a desculpa perfeita para entregasse aquele desejo que vivia em seu ser muito antes do que ela poderia imaginar, sem sentir-se culpada por estar novamente magoando a Daniel, mesmo que em segredo.
Jack tinha sede de tomar aqueles lábios para si novamente. As lembranças do beijo no passado ainda pairavam a mente do pirata incansavelmente, e aquele era o momento certo. Ao mesmo tempo o capitão se amaldiçoava por sentir-se tão atraído pela moça. O homem ao longo de sua vida nos mares viveu as mais diversas aventuras amorosas, até quando se relacionou com Angélica e acreditou que ali seria o limite de seu interesse por alguém. Agora sentia-se enganado. Claro que ele não se deixaria levar por aquela sensação que segundo ele, jamais teria tanto valor quanto seu amado mar. O que Sparrow se esquecera é que Moira era o mar ou parte dele…
Brodbeck fechou os olhos quando o capitão se aproximou ainda mais para finalmente rouba-lhe um beijo.
De repente barulhos e uma movimentação incomum fizeram o pirata e a moça se afastarem assustados.
— A-acho que sei do que se trata— A jovem sorriu.
Na sequência, ambos correram para se juntarem aos outros, chegaram ao convés e se depararam com os homens boquiabertos. Uns estavam com medo, enquanto outros agradeciam aos deuses a oportunidade de presenciarem algo tão divino.
Em volta do navio, suas partes giravam no ar como se não houvesse gravidade, e em seguida se encaixavam no mesmo lugar que estavam anteriormente. Assim, mais uma vez o majestoso Úrsula se restaurava diante de todos. Brodbeck e Sparrow se entreolharam com meio sorrisos.
— Então esse é o segredo do Úrsula… — Jack comentou. Pois até aquele momento ainda era uma dúvida para ele e seu imediato, o verdadeiro propósito do navio.
— Me deem uma surra e me levem para a mamãe! Jack, piratas mais gananciosos de todos os mares jamais sonhariam com um terço da maravilha que é um navio como este.— Disse Gibbs eufórico.
— Há algum tempo atrás, coisas assim não passavam de lendas bobas ou contos de livros para mim. — Brodbeck expressou.
— A realidade depende apenas do que você acredita amor — Jack respondeu sorrindo e ela retribuiu o gesto.
— Capitão Sparrow, senhorita… — O pirata se aproximou — Em nome de todos agradeço por nos libertar daquele maldito inferno. Estávamos condenados e agora livres graças a vocês — Agradeceu sincero. — Mas, eu gostaria que considerassem meu pedido. Preciso voltar a Nassau, meu capitão está lá e…
— Espere, quem é o senhor mesmo? — Moira perguntou
— Ah mil perdões. Eu me chamo Augustus Henderson
— E seu capitão?...
— Ninguém! Um pobre diabo prestes a abandonar a vida no mar para cuidar da esposa caolha e sem os braços — Jack interviu. Não queria que a jovem soubesse de quem se tratava. No entanto ela revirou os olhos e novamente fitou o marujo esperando pela resposta a sua pergunta.
—Jack Rackham.
— Jack Rackham está em Nassau?!
— Sim, é o que presumo senhorita.
— Nada disso. Te damos um bote, água e comida e você rema até lá, ou pode acenar para qualquer outro navio e então barganhar uma passagem. Simples — Jack respondeu. Tendo o olhar de Moira voltado para si.
— Jack! Espera deixa eu adivinhar, algumas inimizades no porto? — Moira questionou revirando os olhos
— Digamos que dá última vez que estive em Nassau situações inoportunas me levaram a uma fuga rápida sem direto a volta — O pirata sorrir amarelo.
— Nassau é um porto pirata, há uma chance de Barbossa estar lá, além do mais se não estou enganada, o porto está na mesma rota que estamos seguindo…
— Você não me dá escolhas — O pirata disse contrariado.
Moira sorriu contente para ele e deu as novas ordens para os marujos. Nassau seria sua próxima parada.
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Então é isso ai pessoal.
Aguardo ansiosamente a opinião de vocês!
Bjkas da tia Nana!