Save My Heart. escrita por RaySmoak, Natty Lightwood


Capítulo 2
01- Breathe


Notas iniciais do capítulo

Olá anjos! Aqui é a Ray... Quero contar a vocês que fiquei bastante feliz com os comentários e os favoritos! Isso me deixou bastante contente... Na verdade, eu quase que chorei quando vi os comentários kkkk sou muito bobinha. Mas enfim... Aí vai mais um capitulo de Save my heart, espero que gostem anjos. E me desculpem qualquer erro. Bjuss!!!



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                                    Oliver Queen.

Estava deitado em minha cama, esperando a hora de ir ao trabalho e pensando o quanto a minha vida mudou durante todos esses anos, eu um homem com trinta anos, me sinto mais velho de algum modo, não fisicamente, mas emocionalmente infelizmente. A minha vida era de festas, mulheres e festas... estava até com fama de mulherengo por sair com varias mulheres praticamente em uma noite só. Mas em uma dessas festas, conheci a famosa Helena Bertinelli, a modelo mais conhecida em todo o país, até mesmo internacionalmente por sua beleza e glamour.  Uma bela mulher com seus cabelos longos em tom negro e belos olhos profundamente azuis, o seu corpo era de causar inveja em qualquer mulher ao olha-la. Todos os homens á queriam selvagemente, mas ela escolheu a mim entre todos. Conhecemo-nos em uma noite entre uma das festas de nossos amigos em comum, eu me apaixonei perdidamente, namoramos e depois nos casamos, foi algo tão rápido que não sei como explicar, considero-nos aquele tipo de casal que não esperou o amanhã para vê se realmente daria certo. No começo foi bom, intenso. Tínhamos alguma química, que acreditei ser amor... mas foi apenas paixão do momento.  Mas as coisas mudaram ao longo do tempo, eu não conhecia esse lado da Helena, prepotente, egoísta e individualista, só pensa em si mesma, em ser a mais bela de todas. Depois que nos casamos e ela engravidou da Beatrice, nossa filha de um ano e seis meses, depois dela Helena piorou ainda mais. Sempre colocou a Bea em último lugar de sua vida, nem parece que é sua filha, que gerou por nove meses. Eu sinto que a Bea sente falta da mãe, claro que sim, com todo ato frio de Helena, ela ainda é sua mãe, quando vou conversar com ela a respeito disso, de suas atitudes frias, começamos uma briga e em todas as brigas a Helena da uma desculpa esfarrapada de que a nossa filha estragou com sua beleza e sua vida. Isso é tão triste, e dói muito. Eu penso como uma mãe pode tratar um filho dessa maneira?! A rejeitando como se ela fosse apenas uma boneca. Penso muitas vezes em pedir o divórcio, e acabar logo com isso, posso ser o melhor pai, mas penso na Bea, e ela é muito pequena para ficar longe da mãe, mesmo a mãe sendo ausente e sem coração. Todos os dias é uma discussão, e muita das vezes a Bea está presente e mesmo sem entender o que está acontecendo, ela chora e isso parte o meu coração. Não importa! Eu sempre á protegerei de tudo e de todos, com todas as minhas forças. Em todas as minhas escolhas, sempre á colocarei em primeiro lugar no mundo, sua dor é minha dor, e enquanto eu respirar existirá apenas sorrisos para minha pequena princesa. Quando eu ouvi seu coração bater a primeira vez, tudo em mim se tornou novo, o mundo passou a ser diferente, e prometi a mim mesmo que nada e nem ninguém iria machucar minha filha. Serei o pai que darei mais amor, afeto e carinho, amarei e cuidarei de sua vida com a minha vida.  

Eu só tenho suportado o inferno que é esse casamento por Bea e porque a Thea sempre me fala que ela é muito pequena, e que ela só tem um ano e seis meses e não poderia ficar distante da mãe nessa idade. Eu não sei o que seria de mim sem minha irmã.  A Thea sempre me ajudou desde que a Bea nasceu, e sempre foi Thea, Bea e eu. Thea nunca apoiou meu casamento repentino, ela nunca se deu bem com a Helena, até a chama de “dragoa” por todo momento.  Thea sempre achou a Helena fútil e irritante, ela sempre dizia que no começo é: “flores e depois viria os espinhos” nunca entendi muito bem, mas só agora eu entendi o significado.

 Saio do meu devaneio, quando ouço um choro agudo soar pelo o apartamento, olho para a mulher que está ao meu lado e ela nem se move, parece mais uma pedra fria. Respiro fundo para não começar mais uma discussão, e sacudi-la para impor algum sentido, como todos os dias pela manhã, desisto desse pensamento, não irá valer a pena. Levanto-me e coloco minha camisa branca, indo ao banheiro, faço uma higiene matinal rapidamente e vou ao encontro da moça que não para de chorar. Vou até seu quarto, mas a mesma não está lá, então lembro que a Ana, nossa empregada é quem toma conta da Bea, porque não temos uma baba, a última pediu demissão depois que sua mãe adoeceu. Eu preciso de uma babá urgentemente. Ao chegar à porta da cozinha vejo Bea em sua cadeirinha, com um pequeno avental enrolado em seu pescoço e a boca cheia de comida e mesmo assim ela não para de chorar. Vejo a Ana tentando acalma-la, mas a mesma só faz chorar, mostrando dois dentinhos da frente no processo, seria fofo... se não fosse por as lagrimas molhando seu belo rosto.

— Bom dia Ana! – A cumprimentei com um sorriso nos lábios. Ana é uma senhora adorável. Com seus cabelos brancos, olhos castanhos, pele branca e o rosto enrugado por causa do tempo.

— Bom dia senhor Queen. – Ela fala numa suavidade, que até me acalma. – Essa senhorita aqui... – Aponta limpando a boca de Bea. – Não para de chorar, deve está sentindo falta do pai. – Disse tirando a mesma da cadeirinha, que sacode os braços. E com um sorriso doce nos lábios Ana me entrega a pequena encrenqueira.

— Vem cá meu amor. – Murmuro pegando ela de seus braços. E a pequena encrenqueira solta um sorriso lindo como todas as manhãs. – Vamos da uma volta no jardim? – Pergunto, inalando o aroma floral de seus cabelos loiros. Ela apenas me abraça como se fosse um “sim”.

— Senhor Queen. – Ana me chama tirando minha atenção de Bea.

 –Sim? – Viro-me para ela.

— Ligaram para a senhora Helena está manhã. – Disse indecisa. – Disseram que a viajem dela, está marcada para as 09h30min da manhã de hoje, ou seja, daqui alguns minutos.

— O quê? Como a Helena tem uma viajem e não me fala nada? – Rosnei com algo querendo explodir dentro de mim. – Ela está maluca, só pode – Digo com peito queimando.

— Maluca, é a sua mãe, Oliver Jonas Queen! – Late a diaba. Viro-me para a dona da voz. Oh sim! Ela está arrumada e de malas e com a maior cara de pau. Mas como diabos ela se arrumou gloriosamente assim? Não faz nem dez minutos que.... Maldita mulher! Ela estava acordada, mas não desceu para verificar sua filha. Encaro Helena incrédulo, confuso e irritado, a mesma apenas me lança um sorriso prepotente em seus lábios avermelhados.

— Olhe como fala da minha mãe, melhor.... Lave sua boca antes de falar dela Helena. – Sentenciei, apontando um dedo para a mesma. – Quando iria contar para mim que iria viajar? – Fui direto ao ponto. Já não aguentava mais isso. Mas que Inferno!

— Agora? – Respondeu com uma pergunta. Com a cara mais cínica. – Sim, Oliver irei viajar hoje. Na verdade, eu já estou bem atrasada. – Disse colocando seu relógio de ouro em seu pulso.

— Você só pode esta brincando com a minha cara, mulher. – Falo soltando um sorriso irônico.

— Não, eu não estou. – Disse prepotente, negando-se a compreender os erros que comete com sua própria família. – Só voltarei daqui a uma semana e meia. Irei para Londres, para um desfile de uma marca muito importante. – Finalizou vindo até a mim para da um beijo em Bea. Como se fossemos apenas paredes e não pessoas. Eu queria gritar com ela, fazer alguma coisa, mas escutei o choramingo de Bea, o que me assustou um pouco. E só então percebi que ela estava em meus braços.

— Ana, por favor, tire a Bea daqui. Não quero que ela presencie isso e nem veja o tipo de mãe que tem. – Ordeno com a voz profunda. Entrego minha pequena para Ana. Ainda pude ouvir um “vamos meu amor” da mesma. – Que tipo de mãe é você Helena? Como você pode colocar a porcaria do seu trabalho em primeiro lugar? E ainda tem mais. Não me falou que iria viajar durante uma semana. Por mais que você seja uma mãe incompetente e louca, porque é isso que você é, a Beatrice precisa de você. – A fulmino com um olhar mortal, lhe a pontando o indicador. Extravasando toda raiva que estava em mim, queimando, consumindo o resto de paciência que ainda tenho.

— Oliver você está me machucando com suas palavras. – Disse com a mão em seu peito se fazendo de vitima. Isso só me fez ter mais nojo dela. Seus olhos brilharam com lagrimas falsas, de crocodilo, mas não sinto nada, porque ela não sente nada, nenhum um pingo de remorso, perante seus atos.

— Eu estou com nojo de você, Helena. – Falo em tom seco. – Tenho nojo da mulher que escolhi para ser mãe da minha filha. Você não pode ser considerada uma mãe. Eu só estou com você por causa da Bea, porque ela ainda é um bebê. – Adverti a surpreendendo. – Vá para a droga da sua viajem, e quando você voltar conversaremos sobre o divórcio.

— Oliver você não pode fazer isso. – Defendeu-se se aproximando de mim. – Eu amo você...

— Não encosta em mim Helena! – Rosno colocando uma distância segura entre nós dois. – Tens que amar nossa filha, acima de nós.

— Eu a amo. – Disse, mas pude ver sua incerteza. Limpando a garganta ela desconversou, voltando para seu trono de soberania. – Tenho uma carreira Oliver! – Suspirou triunfante. – Não posso deixá-la. Ela é importante para mim. E você sabia disso quando se casou comigo. Sabia que minha carreira é minha prioridade. – Disse por fim batendo em seu peito com os olhos cheios de lagrimas.

— Você está se ouvindo? – Indago com o indicador ao lado do meu ouvido. – Você acabou de dizer que seu trabalho é sua prioridade, mas não se lembra, que a sua prioridade é sua filha. – Gritei. Bom! Fim da linha para nós.

— Ela tem você. – Respondeu apontado para mim com sorriso falso. – Tem a sua querida irmã. – Revirou os olhos com ironia. – Você sempre não diz “Sempre foi Thea, Bea e eu” – Disse fazendo aspas. – Então.

— Eu não consigo olhar para você e pensar o quanto eu errei em casar-me com você. E sim, sempre foi “Thea, Bea e eu” porque é a realidade. Por favor, saia Helena! – Lato em tom duro.

— Oliver, cuide bem dela. Por mais que eu não seja a mãe perfeita eu amo a Bea, e você sabe disso. – Disse saindo batendo a porta com um estrondo. Quanta hipocrisia de merda essa mulher ainda poderá jogar em mim?!

Estarei dando um fim nisso, não se preocupe Helena. Bea agora é minha prioridade. Já você, não é mais. Penso comigo mesmo. Saio do meu pequeno devaneio com a Ana me chamando.

— Senhor! – Ana limpa a garganta um pouco aflita. – Bea está muito nervosa, tentei acalma-la, mas não consegui. – Disse.

— Tudo bem, ela está no quarto? – A mesma sinalizou com a cabeça dizendo um “sim”. – Obrigado Ana, por tudo. – Suspiro tocando em seu ombro antes de subir para o quarto da pequena a tempo de ouvir um “sempre estarei aqui para ajudar senhor”.

[..]

— Oi pequena! – Sorrio entrando em seu quarto a tirando do berço, apoiando em meus braços com carinho. – Minha pequena Beatrice Queen, não vou deixar ninguém te machucar meu amor. Essa é minha promessa; vou proteger você, ama-la até o fim dos meus dias. – Prometi beijando sua têmpora com todo meu amor. – Só tenho que procurar alguém de confiança para cuidar de você, alguém em quem confio. Preciso falar com Thea. Mas primeiro tenho que ir à empresa, preciso falar com o Diggle. E hoje temos que entrevistar os seguranças novatos. Como dono da empresa, eu não posso me atrasar meu amor. Por isso só hoje te deixarei com Ana. Se comporte em mocinha. – Disse-lhe olhando para ela, que olhava para mim tão serena como se estivesse entendendo o que eu dizia. – Você nunca estará sozinha minha pequena.

Com alguns minutos... vendo a mesma dormir em meus braços, senti meu coração se expandir mais ainda. Te amo Beatrice.

Felicity Smoak

Já tinha se passado alguns dias depois que eu e Tommy chegamos a Star City, conseguimos um apartamento barato e pequeno, pelo menos para nosso recomeço, não é nada majestosa, mas é tudo que temos agora. Solto um suspiro irregular, beberico meu café preto olhando pela a janela, hoje é um dia frio.

— Mana, estou indo. – Disse Tommy com a voz animada. Giro sobre meus calcanhares para vê-lo melhor.

Abro a boca e fecho, franzo o cenho e engulo em seco, bom... não sei como reagir a isso. Tommy está... está... incrível, e além disso eu nunca o vi, tão perfeitamente arrumado, está sempre com jeans escuro, camisetas de todas as cores com jaquetas, cabelos bagunçados caindo sobre os olhos e orelhas, quando eu sempre repeti que ele deveria corta-lo, mas o que vejo não minha frente é meu irmão mais velho saindo de uma capa de revista. Whooa!

— Quem é você e onde está meu irmão mais velho? – Brinco escondendo um sorriso.

— Admita, estou mais lindo. – Lança um sorriso Colgate, um de seus maiores charmes e marca registrada.

— Você é bonito. Mas agora parece mais um executivo. – Solto a risada que estava presa.

Olho em seus olhos azuis que estão brilhando com toda sua animação, afinal hoje é sua entrevista na Security Queen, oro mentalmente que ele consiga, pois não me sinto afim de para debaixo da ponte. Voltando minha atenção para Tommy, suspiro.

— Então? O que me diz? – Com um giro em meio a sala ele me questiona.

Analiso e dou-lhe dez, se fosse uma entrevista para a Forbes talvez ele ganhasse como o homem mais lindo do mundo, não por ser meu irmão, mas Tommy é um homem muito bonito, eu já conheci homens bonitos, mas não tão quanto ele.

— Deixe-me ver.

Tommy está vestido com terno preto, uma camisa de botões bem passada e alinhada ao seu corpo forte, sapato social brilhante e uma gravata cinza com listras pretas. Seu rosto está bem barbeado, sem nenhum risco, ele possui um rostinho de bebê, algo que atinge as mulheres em cheio, seu cabelo está bem penteado para o lado no tom negro ofuscante, e por fim um sorriso perfeito. É vai servi.

— Acho perfeito, mas acho que você tem que dizer suas características mais importantes, como; sei quatro tipos de lutas para ataque e defesa, nosso tio é um ex militar que lhe ensinou tudo isso e mais um pouco, e também que serviu ao exército durante um ano e meio, e por fim é habilidoso com todos os tipos de armas –Faço uma pausa respirando profundamente. – Eu espero do fundo do coração que você realmente consiga esse emprego. – Sorrio olhando dentro dos seus olhos lhe passando toda confiança, de irmã para irmão.

— Obrigado princesa. – Disse se aproximando e me abraçando com carinho. – Tudo dará certo para nós dois.

— Espero que sim. – Murmuro em seu peito, não muito confiante, pois faz ano que não me sinto viva, eu só respiro e ando como um zumbi, eu não consigo amar ninguém além de Tommy, meu peito não passa de um vasto vazio. Me pergunto qual é o proposito que está por vim para mim. Morrer sozinha em um apartamento? Com nove gatos, sem filhos ou marido. Isso é triste, mas no final é como realmente me sinto, pois todos aqueles que amo sempre partem e me deixam. – Cuidado para não paquerar a mulher errada, como a do chefe. – Empurro seu ombro com o meu apenas como brincadeira para afastar um pouco a nostalgia.

— Oh, não se preocupe com isso. – Disse com sorriso maldoso. – Hoje sou apenas um homem que pretende conseguir esse emprego, amanhã eu comemoro com as mulheres. – Pisca.

— Diabos de homem galinha. – Bufo seguindo até a porta. – Ande não quero que se atrase. – Em chuto-o para fora. – Agora Thomas. – Aceno.

— Eu vou.... – Disse passando por mim com a cabeça erguida. – Mas eu volto.

Solto uma risada e fecho a porta seguindo para meu quarto, o apartamento é tão pequeno que com dois passos estou no quarto, hoje resolvi sai de casa e conhecer um pouco a cidade nova, em meio a isso, tenho que conseguir um emprego também, não posso depender de Tommy a vida toda.

Primeiro um banho, para limpar toda a nostalgia que esta impregnada em mim. Adentro no banheiro e olho para o pequeno espelho que esta em minha frente, refletindo um rosto bonito, tão branco quanto uma vela, cabelos negros compridos lábios avermelhados e carnudos. Minha mãe costumava a me chamar de branca de neve pela semelhança, mas a única coisa que mudava, era a cor dos olhos e com certeza a bunda, não lembro daquela pequena princesa da neve ou qualquer outra, ter a mesma bunda que a minha, enfim. Os meus olhos são azuis e os de branca castanhos, na verdade eu não sei qual é a cor dos olhos da mesma, nunca reparei nisso, por que mesmo ainda me comparo a uma princesa? Está na cara que não passo de uma simples plebeia, a mesma sem príncipe. Eu costumava reparar na historia, no amor, no encanto que esse conto de fadas me passaria quando eu era apenas uma criança, e no fundo eu queria encontrar um palácio, mas isso foi há muito tempo... tempo esse que não quero lembrar, porque dói, foi quando meus pais partiram para nunca mais voltar. Mas o romance, a luta pelo amor verdadeiro. Isso sempre me fascinou. Às vezes até penso, será que terei um final feliz? Como o da branca de neve? Ela sofreu muito, eu sei disso. E sei que é só uma historia e que isso não acontece na vida real.

— Chega de pensar besteiras, Felicity! – Reclamo comigo mesma.

Tomo meu banho, faço minha higiene matinal e rumo ao quarto para escolher uma roupa nesse frio. Star City faz um frio danado, Jesus Cristo! Optei por usar uma calça preta justa, um pouco rasgada nos joelhos, que definia bem minhas pernas. Uma blusa branca e uma jaqueta preta por cima. Como estava fazendo muito frio, coloquei também uma touca cor de creme e deixando os meus cabelos negros soltos por baixo da touca. Passei uma maquiagem bem leve, nada demais. Apenas um rímel, pó, e um blush para não ficar parecendo uma morta viva, nos lábios vai um batom vermelho não muito forte. E por fim, coloquei minha bota coturno preta.

Estava pronta para conhecer Star City e sua magia. De repente me senti tão otimista... tão confiante. Algo de bom está para acontecer, eu sinto isso.

Saio do meu devaneio e olho para o relógio de parede que marca exatamente 10h00min. Pego minha bolsa coloco em um lado do meu ombro e não se esquecendo do meu celular que estava na mezinha de centro junto com as chaves. Assim que saio do apartamento sinto uma brisa fria bater em meu rosto e alguns blocos de neve cair em minha roupa, abraço meu próprio corpo sentindo o frio me congelando, abro a bolsa no meio do caminho e coloco minhas luvas pretas em minhas mãos para esquentar um pouco e assim prossigo o longo caminho para o centro da cidade. Na verdade, não era tão distante assim, nós escolhemos um apartamento bem perto do centro da cidade, duas quadras e eu já estava lá. Andei calmamente conhecendo cada lugar da cidade, as ruas repletas de neves, pessoas indo e vindo, muitas delas indo para o trabalho, outras passeando e curtindo o tempo livre que tinham.

No decorrer do meu caminho, um lugar me chamou bastante a atenção. Tinha por nome ‘Book & Coffee’  

Que interessante! Pensei...

Adentrei na mesma com um entusiasmo crescendo no peito, eu na verdade amo tecnologia, toda ela! Se assim posso classificar, mas quem diabos não gosta de uma ótima leitura e um café quente para se aquecer nesse inverno? O lugar é bem aconchegante assim que olho em volta, com muitos livros e tinha um cheiro de café imenso isso me alegrava. Nossa! Livros e café minha gente, pra quê coisa melhor? Não tem coisa melhor! Pude reparar que na parte de cima é onde ficam os livros, podia se ver através das janelas de vidro que tinha, e em baixo ficava a cafeteria com sofás fofos em cor cinza, com almofadas de emojis o que me fez sorrir, um casal namorava e fazia sua leitura tranquilamente, meu coração deu uma leve batida, desvie o olhar do casal e procurei olhar mais um pouco, mesas bem aconchegantes em tom mogno, com cadeiras confortáveis. Outros acentos ao lado, de onde se tinha uma bela vista da cidade e da praça com janelas de vidro também. As paredes são da cor de creme com desenhos de borboletas e flores. Era um ambiente tanto para masculino como feminino, efeitos diversos que trazia tranquilidade... tudo muito perfeito.

— Amei esse lugar! – Exclamei com a mão sobre o peito. – Seria ótimo se eu conseguisse uma vaga para...

— Que bom que gostou! – Virei-me para a dona da voz. Ela é magra com seus cabelos castanhos acima dos ombros, em um corte reto, seus olhos são meio esverdeados e divertidos, ela está usando uma calça azul caqui, sapatilha e uma blusa preta manga longa, ela parece ser simpática. Ninguém fala até que ela solta: – Olá! Meu nome é Thea. Fico feliz que tenha gostado do meu cantinho apenas com poucos minutos de observação, senhorita...? – Franze o cenho buscando meu nome.

— Felicity, Felicity Smoak. – Disse. Eu estendendo a mão para a mesma que retribuiu o gesto com um sorriso doce.

— Ok! Posso te chamar só de Felicity? – Perguntou entortando os lábios. Eu quis rir do seu gesto. Definitivamente doce.

— Oh! Ah... Claro que sim. Esse lugar.... É incrível! – Gesticulei admirada.

— Você é tão fofa, Felicity. – Disse sincera. Apenas pendi a cabeça para um lado um pouco envergonhada. Meu rosto queimando, não preciso de um espelho para saber que estou no tom tomate na safra.

— Posso ver que você é nova na cidade. Eu poderia te mostrar tudo isso aqui. – Disse apontando para o lugar com as mãos. – Mas na verdade, eu não tenho tempo. Como sou dona desse lugar, tenho que organizar muitas coisas em meu escritório e os únicos seres humanos que me ajudam, é o Roy meu namorado que é meu sócio e que trabalha aqui, e o Tyler que está lá em cima, meu único funcionário. Mas na verdade eu fico feliz que o Roy trabalhe comigo, assim as mulheres não olhariam para ele. Mas se bem que, aqui entra mulheres também...

— Thea! Posso te chamar assim certo? – A chamei interrompendo seu devaneio. Ela olhou para mim com um sorriso de “desculpa”. O que posso dizer? Eu mesmo falo sozinha por muitas vezes.

— Desculpa Felicity. É que você me parece tão confiável, que nem percebi que estava falando tanto. Mas respondendo sua pergunta, você pode sim me chamar pelo primeiro nome. – Disse com um sorriso fofo nos lábios.

— Tudo bem, então. Thea, eu queria saber se você esta precisando de ajudante? Eu amei esse lugar e posso te ajudar em tudo que me pedir e precisar. – Me ofereci, uma das muitas características minhas que meu irmão sempre falou, juntei as mãos e com os olhos do gato de botas, dei minha jogada final. Se não fosse aqui? Onde mais seria? Com apenas alguns minutos nesse lugar, já me sinto em casa. – Eu sei que cheguei agora na cidade e que você não me conhece, mas eu não sou nenhuma bandida. Na verdade, eu amo livros desde muito cedo, e sei muito sobre eles, e sua loja é perfeita para mim, pelo o que eu ouvi você falar, está precisando de alguém que te ajude sem ser o seu namorado ou outro funcionário. Que tal a mim? – Disse eu com cara de besta olhando pra ela. E ela soltou uma gargalhada que com certeza assustou os clientes.

— Respira Felicity... – Pediu contendo o riso com a mão em seu peito. Não vi graça nisso!

— Não vejo graça, Thea. – Soltei revirando os olhos. Parece que a conheço de muito tempo. – Sou uma pobre desempregada, nova na cidade que não quer ir para debaixo da ponte...

— Calma você está muito frustrada, mulher. Eu gostei de você Felicity, me parece ser uma ótima pessoa e vejo que vamos nos da muito bem. – Deu uma tapinha em meu ombro.

— Então eu estou empregada? – Sorri animada. E ela sinalizou com a cabeça como um “sim” ou “talvez”?

— Preciso apenas verificar seu currículo e lhe fazer algumas perguntas sobre livros e vamos ver por onde começar. – Disse com firmeza, o que me fez flutuar.

— Muito obrigada, Thea! – Disse eu abraçando-a e a mesma retribuiu o abraço apertado. Ela se afastou e eu lhe passei meu currículo com a mão um pouco tremula.

— Ok. Felicity, eu nunca contratei alguém assim. Só te contratei porque me simpatizei muito com você, e vejo que é uma pessoa boa e confiável. – Disse com sinceridade. –Aqui trabalhamos todos juntos, por isso que a ‘Book&coffee’ é tão frequentada. Vamos sentar para conversarmos melhor. Ainda tenho um tempinho extra e Tyler sabe se virar lá em cima. Venha comigo. – Chamou-me para sentar em um dos lugares vazios e um pouco distante do casal e outras pessoas que circulavam o local.

Sentamos uma de frente para a outra e Thea começou a me explicar como seriam as coisas enquanto lia meus dados, sempre deixando transparecer sua confiança, ela me informou sobre; o horário de chegar e sair disse-me que iria precisar de mim só nos finais de semanas, porque teria mais clientes. Nas semanas ela disse que tinha o Tyler e o Roy e que não precisaria de mais alguém. Eu não cheguei a ver o Tyler, pois o mesmo estava na parte superior, só pude conhecer o Roy, que por sinal é um jovem bem simpático e bonito. No decorrer do tempo Thea e Roy foram me mostrando à loja, como deveria organizar os livros como deveria receber assim que chegasse uma nova franquia de livros. Eu já estava encantada com lugar.

— Pronto Felicity, nós te mostramos tudo que se deve ser feito. A respeito do salario, nós resolvemos quando você vier trabalhar, porque precisarei de Xerox dos seus documentos. Ok? – Questionou antes de acrescentar. – Devo garantir que é um bom dinheiro, e que receberá gorjetas dependendo dos clientes que precisar de sua ajuda para encontrar series difíceis.

— Sim senhora! – Suspirei feliz, e com um sorriso animado espelhado por todo meu rosto. Bom, acho que essa é minha deixa por hoje!

— E Felicity? Nunca a chame de senhora, a Thea não gosta. – Roy disse rindo da cara da mesma que estava com cara de enjoada para minha palavra.

— Desculpe, Thea. – Disse eu com a mão na boca tentando controlar o riso. Mas ficava impossível quando se tinha uma pessoa que parecia mais uma hiena morrendo de rir do seu lado.

— Parem de rir vocês dois. – Repreendeu apontando entre nós. – Não tem graça Roy. – Deu uma tapinha no braço dele.

— Aí! Isso doeu senhorita espancadora. Essa mulher é magra mais tem força. – Queixou-se Roy alisando onde ela tinha dado a tapa.

— Oras Roy! Poupe-me nem foi tão forte até porque você parece uma muralha de tão forte que é. Agora vá, volte para seu trabalho. – Ordenou durona.

— Sim Senhora chefe! – Exclamou para irrita-la mais. Mas antes de sair roubou um beijo profundo e um sorriso da mesma.

— Vocês dois são fofos. – Apontei o obvio com um meio sorriso. De repente tudo pareceu tão triste. Será porque ninguém me beijou assim antes? Ou porque ninguém me amou assim antes?

— Está tudo bem? Felicity... de repente seu semblante mudou. – Indagou preocupada. – Algum problema com namorado?

— Obrigada por sua preocupação, Thea, mas não á nada com que se preocupar. Esta tudo realmente bem. E não, não tenho namorado. – Respondi por fim não querendo aprofundar essa conversa e mascarando minha tristeza. Não quero falar do meu passado sombrio. Não agora.

— Tudo bem. Quando quiser conversar estarei aqui. - Disse tocando em meu ombro. Apenas sinalizei como um “sim”.

— Agora eu preciso ir senhorita chefe. Obrigada pelo emprego. – Me despedi com um sorriso que a mesma retribuiu.

— Felicity? – Roy chamou-me.

— Sim. – Respondi da porta virando-me para o mesmo que vinha com um copo de café em mãos.

— Para você. Por conta da casa, e seja bem-vinda. – Entregou para mim com um sorriso torto.

— Obrigada Roy! Pelo menos não vou congelar nesse frio. Tchau gente até sábado. – Pude ouvir um ‘Tchau branca de neve’ dos dois.

Affs! Olhei para trás e reverei os olhos para eles que tinham olhares cumplices e sorrisos no rosto. Não acredito que eles disseram isso. Preferi não responder, porque assim que virei para sair senti como se estivesse esbarrado na muralha da china ou algum tanque de guerra de tão duro que foi, todo o meu café foi jogado ao chão assim salpicando toda minha roupa, engoli um gemido e antes que eu pudesse cair de bunda no chão, à pessoa foi mais rápida me segurando pela cintura com um grande braço forte e quente num encaixe perfeito. Ergui o olhar e suspirei tremendo, era a visão do Paraiso? Morri? e assim se parecia o caminho para a felicidade? A mesma que procuro a muito tempo?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo anjos! Ainda haverá bastantes surpresas...
Oliver e Felicity estão perto de se conhecerem e será bastante divertido de ser ler... Acreditem em mim. E ah...Save my heart irá ser postada todas as quinta-feira. Bjus girls até a próxima semana!



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