Here Isnt Alice escrita por Airi


Capítulo 8
Her confused heart


Notas iniciais do capítulo

AHHHH! Mew, to postando mais um capitulo! xD ; UAHSAUSHA, enfim, vai como sempre viu? :*
tá tudo uma correria aqui na minha vida, ai num deu tempo de postar antes, MAS ai está!
Beiiijos e boa leitura!



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A rainha começou a caminhar a passos lentos, analisando o comportamento da menina. Como ela já tinha lido bastante sobre a personalidade de “Alice” nos livros antigos, já tinha um plano formado para amedrontar a pequena até enfraquecer sua alma e roubá-la. A única coisa que ela não tinha entendido, assim como todos os outros, era que essa menina baixinha, de cabelos cacheados e negros de olhos azuis e rosto angelical podia até parecer a “Alice” fisicamente, mas era outra pessoa completamente diferente e ela já estava começando a ficar irritada e impaciente com o silencio da rainha.

- Então minha criança... me conhece não é mesmo?

Quando finalmente a rainha chegou perto de Annie, ela pode sentir que a aura em volta da garota era diferente, igualmente pura e forte como a de “Alice”, mas algo mais estava protegendo a alma da menina, algo que a antiga guerreira não tinha antes. Possivelmente ela estava conseguindo enxergar algo que Alice não tinha quando chegou em Underland e que Annie tinha de sobra: Vontade e poder para encarar seus problemas.

 - Sim, eu conheço você... – ela disse em tom desafiador - ...porque era a Senhora mesmo que eu queria encontrar...

 - Como assim você queria encontrá-la Annie? – John perguntou assustado virando a menina para ele

 - Eu precisava tirar você daqui John!

Logo após responder John, Annie se virou para a rainha a encarando tentando não temer o que aconteceria depois. Afinal, todos sempre tinham medo do temperamento dela, como Alice tinha escrito no diário, então se alguém a encarasse de frente talvez ela perdesse um pouco do auto-controle.

 - Eu vim aqui libertar ele... deixe-o ir...

Ela não gostou nada do jeito decidido que Annie estava a olhando, aquilo definitivamente não daria certo, a conversa poderia chegar a um patamar um tanto quanto desconfortável para a rainha, então era melhor passar para o plano B, aquele inicial que Elizabeth disse que seria o caminho mais facil.

 - Levem-na daqui... – disse abanando as mãos com desprezo - ...não vou firmar acordo com essa menina nem que ela peça pra morrer em troca...

Os guardas começaram a puxar Annie para a porta, mas ela não queria desistir agora que tinha chegado tão perto. Ela tentou se soltar dos guardas, sem sucesso. Então resolveu apelar.

 - Eu sei muito bem o planinho patético que você está armando sua imbecil!  

As palavras voaram da boca de Annie em alto e bom som e chegaram ao ouvido da Rainha como facas cortando seu orgulho de uma fez só, como um golpe fatal, fazendo seus nervos entrarem em ponto de ebulição rapidamente.

 - O QUE FOI QUE VOCÊ DISSE GAROTINHA INSOLENTE! – ela se aproximou de Annie a pegando pelo pescoço – SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?

 - Estou falando com uma mulher... e é só isso que você é pra mim... nada demais... – Ela continuou a provocar

John percebeu o plano de Annie, mas era mais arriscado do que tentar fugir. Mexer com as emoções da rainha era fácil, mas uma coisa muito perigosa. Era como uma caixinha de surpresas, você nunca sabia qual sentimento ia sair de dentro. Annie estava começando um jogo perigoso que se ela não fosse tão importante assim...já teria perdido sua cabeça. John olhou para Elizabeth tentando alertá-la sobre o que poderia acontecer, na mesma hora ela se aproximou do ouvido da rainha.

 - Não se esqueça do plano... solte a garota... – ela disse baixo olhando para Annie.

Após alguns minutos pensando no que Elizabeth tinha falando, a rainha soltou o pescoço de Annie que começou a tossir e se afastar da mesma.

 - Levem ela daqui... e logo! ANTES QUE EU MUDE DE IDEIA!

O grito da rainha botou todos os engravatados para correr, ou melhor, para trabalhar, e eles tiraram Annie e John da sala, os levando para o quarto em que John costumava ficar preso. Assim que entraram no quarto e foram deixados a sós por eles, John começou o interrogatório, furioso com as atitudes imprudentes de Annie.

 - O que pensou que estava fazendo? O que você tem na cabeça Annie!

 - Eu só estava tentando ajudar John – ela respondeu ofendida com o tom de voz dele – Ninguém aqui ensinou boas maneiras para essa mulher não?

 - Você tem a mínima noção do que está falando? Ela é a rainha desse lugar Annie, a rainha!... como conseguiu tanta coragem assim para enfrenta-la?

 - Simples... não consegui e nem tenho... apenas falei o que veio na minha cabeça! Aquele jeitinho dela estava me irritando...

 - Ela quase te matou! – ele gritou

 - E ela não vai matar de qualquer jeito? – ela gritou de volta

John ficou quieto porque... Annie tinha razão.

 - Ou pelo menos pretende isso, não estou certa?

 - É... está... mas escuta Annie... ela é louca...

 - É o que eu mais tenho escutado ultimamente, que ela é louca... – disse cruzando os braços irritada - ...e sinceramente não achei ela louca...

 - Não?

Agora John estava confuso, como assim ela não achava a rainha louca?

 - Ela se finge de louca John, ela quer colocar medo em todos vocês! E consegue, também, gritando quem não consegue?

 - Você é impossível Annie... – John começou a rir, tirando a tensão entre eles - ...mas mesmo assim, você poderia ter ficado quieta por uns míseros minutos?

 - Eu só estava vendo a hora que ela ia me chamar de “Alice”... ah, ai eu não perdoava MESMO!

 - Então você acha que isso a intimidou?

 - E porque não?

 - Meu deus... não foi você mesma que leu tudo sobre a rainha de copas Annie?

 - Era outra rainha, outros tempos naquele diário John...as pessoas mudam se você não percebeu... – Annie disse ironicamente

 - Estou vendo...

 - Agora eu sou mais do que uma prisioneira boba e frágil... eu sou uma adversária para ela...

 - Ah...é mesmo? E o que te faz pensar isso?

 - Simples... pelo olhar de choque dela e pelo jeito que ela se descontrolou...a gente só usa a força bruta quando não consegue responder a altura...

 - A onde você aprendeu tudo isso?

 - Mande ela culpar o meu amor por historia...

Eles não tinham mais o que discutir e John estava começando a achar que Annie era mais esperta do que todos imaginavam. Até ele tinha subestimado seu poder de argumentação, mas porque ficou com medo de perdê-la por uma discussãozinha boba que ela tinha provocado com a rainha. Cansado, John se sentou na cama, encostando sua cabeça na parede olhando para cima. Como ele iria dizer que é filho da rainha, que fez parte do plano de atraí-la para lá e estava arrependido? Annie não iria perdoá-lo nunca e ele sabia disso e talvez aquilo enfraquecesse demais a alma da pobre menina, o que facilitaria tudo para sua “querida mamãe”.

Por outro lado, Annie estava lá vendo as expressões e caretas de John enquanto pensava em tudo o que tinha acabado de acontecer e percebeu que tinha se esquecido de duas coisas muito importantes, uma delas era dizer para John como estava se sentindo e a outra era...

 - O Chapeleiro... – ela disse baixinho.

 - O que tem ele? – John perguntou interessado

Annie o olhou, finalmente sorrindo, e se aproximou sentando na cama, ao lado de John.

 - Onde ele está? – perguntou preocupada

John colocou sua mão no rosto da menina sentindo seu coração se apertar um pouco por Annie perguntar dele. Mas não queria ser rude com ela, afinal eles tinham se tornado amigos pelo que ele tinha visto. Após um breve suspiro John respondeu sem muito interesse.

 - Ele deve estar em um quarto separado, sozinho...

 - Porque me separaram dele?

 - Porque quer saber dele?

Annie estava pronta para responder, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Ela apenas não queria admitir que estava preocupada com o Chapeleiro, que possivelmente estava feliz da vida por não ter que ficar com ela, mas irritado por ter sido pego. No final das contas, ela ainda se sentia culpada por fazer ele vir junto, tinha que tirar pelo menos ele daquele lugar.

  - O Chapeleiro não tem nada a ver com essa confusão toda John... eu preciso me desculpar com ele...

  - Annie... se ele está aqui, é porque ele quis... ele te acompanhou até aqui, não precisa se sentir culpada...

  - Mas eu preciso ver ele...

Pelo tom de voz da garota, John pode perceber que ela não estava apenas se sentindo culpada, mas também preocupada com ele. O que mais podia fazer?

  - Ahh... antes disso...tem alguma coisa a me dizer?

Annie sentiu sua bochecha arder quando escutou a frase, sim, ela tinha.

  - Eu... – ela abaixou a cabeça tirando a mão dele de seu rosto - ...não é hora para isso John! Precisamos de um plano! – ela levantou seu rosto com um enorme sorriso

 - Um plano?

 - Sim sim! Vamos fugir desse lugar antes que ela descubra e não sei como, mas vamos! O Cha—

 - Será que pode esquecer esse ser por alguns minutos e prestar atenção em mim? – John falou enciumado – Estava aqui todo esse tempo preocupado com você...

Annie se assustou com aquela atitude de John, mas era verdade. Desde que tinha se separado do Chapeleiro ela não tinha conseguido parar de pensar em como ele estava, mas obvio, era porque se sentia culpada. Ela se aproximou de John puxando o rosto dele com as duas mãos e de forma delicada encostou seus lábios nos dele, lhe dando um simples beijo.

 - Você é a razão pela qual cheguei até aqui John, como pode pensar que não estou prestando atenção em você? – ela disse calmamente enquanto soltava o rosto dele.

O gesto da garota foi inesperado, mas apreciado por John. Assim que ela se afastou, ele sentiu a necessidade de saber mais sobre os sentimentos de Annie, ele precisava para se certificar de que não a perderia para ninguém.

Annie estava se sentindo mal pelo que tinha acabado de fazer, como uma sensação de culpa, o que a estava assustando. Ela pensou que ficaria feliz agora que estava ao lado dele e tinha sonhado desde o inicio com aquele momento. Mas sua consciência estava em outro lugar, estava totalmente no Chapeleiro e como ele estaria.

 - Annie, você me ama?

A pergunta de John foi o que fez Annie acordar de seus pensamentos e pensar pela primeira vez “Eu amo mesmo o John?”. Ela não queria mostrar uma expressão de duvida para ele, por isso sorriu docemente e se afastou.

 - Não posso responder esse tipo de pergunta com tudo isso acontecendo John... passei a pensar que se eu morrer não terá tanta importância, só quero que minha alma fique com o lado bom no final das contas, por isso... por favor, não me faça ter que responder esse tipo de pergunta agora...

Ela não sabia o que estava acontecendo, antes tinha a resposta na ponta da língua e agora estava com o coração divido entre a responsabilidade de libertar aquele povo e o amor que sentia por John e sua vida.

John sabia exatamente o que aquilo significava, que apesar de Annie sentir algo por ele, ela estava em duvida. Mas ele não tinha gostado nenhum pouco daquela resposta. A duvida podia tirar Annie dele.

 - Pensa em se matar e entregar sua alma para a resistência?

 - É uma idéia muito viva na minha mente... – respondeu sincera - ...mas tenho medo disso...

 - Se entregar sua alma por livre e espontânea vontade...

John começou, mas não terminou. Não queria pensar em tempos de paz em Underland, isso trazia o pior pensamento de todos: A morte de Annie.

Ela estava com medo, mas queria pensar em todas as hipóteses possíveis, afinal sua vida não seria muito diferente do que tinha sido até agora e morrer para manter a vida de outras pessoas parecia um bom jeito de "ir embora" do mundo.

Do outro lado da porta a rainha escutava atenta a toda a conversa dos dois, e não tinha gostado da suposta confusão do coração de Annie. Junto com ela estava Elizabeth, que não estava gostando nenhum pouco da expressão irritada da rainha. Assim que a conversa terminou, as duas saíram pelo corredor.

 - Está preocupada com alguma coisa Majestade?

 - Já que se atreveu a perguntar... sim, estou... – a rainha falou um pouco mais calma que das outras vezes, pensativa - ...parece que John não conseguiu conquistar o coração da garota no final das contas...

 - Mas e a conversa? Ela praticamente se declarou para ele...

 - Não... o que ela disse está meio suspeito, não tinha tanta emoção quanto eu esperava... e aquela menina demonstra tudo o que sente...

 - Mas nos livros...

- ESQUEÇA OS LIVROS! – ela gritou parando no corredor e olhando friamente para Elizabeth – Essa menina é diferente, ela é determinada e mesmo em duvida eu sei exatamente o que esta acontecendo com ela...

 - O que?

Elizabeth não podia evitar a curiosidade enquanto via aquele sorriso maligno crescendo no rosto da rainha. Sim, ela tinha um plano.

 - Preciso apenas confirmar minha suspeitas... então, se arrume... você vai fazer uma visitinha a nossa querida amiga Reira...

 - Mas... como?

 - Você entendeu! Agora vá logo! Enquanto isso eu tenho um prisioneiro para torturar...

A rainha deixou Elizabeth com os guardas enquanto se direcionava a uma porta perto do quarto de John e Annie, mas nesse quarto estava o outro prisioneiro.

Ao abrir a porta ela pode ver um certo ser e seu charmoso chapéu sentados em uma cama que aparentemente era confortável, com uma expressão um tanto quanto irritada.

 - Olá Chapeleiro... a quanto tempo não o vejo... – a rainha disse ironicamente – Sentiu saudades?

 - Onde está a Annie? – Ele perguntou serio

 - Oh... está mudando? Estou vendo que você está um pouco menos medroso... – ela se aproximou tirando um pequeno aparelho de tras das costas - ...estou certa? Ou é só mais uma ceninha patética?

 - Ela está bem ou não está?!

Ele se levantou gritando com a rainha, mas foi logo para o chão gemendo de dor ao levar um choque provocado pelo aparelho que a rainha estava carregando.

 - Ela está bem... mas eu estaria muito mais se você não estivesse aqui para atrapalhar! – ela gritou colocando o aparelho nele novamente – Sabe o que você fez? Arruinou todos os meus planos!

 - Não sei... do que... está falando... – ele disse pausadamente respirando fundo por causa da dor dos choques

 - Ah não? Então vai saber já já... você fará ela sofrer... se você sofre, ela sofre... – ela se afastou um pouco esperando ele levantar - ...entendeu?

 - Não faça nada que a machuque!

 - Porque todos pedem isso? Ela é tão especial assim? Pensei que a única coisa interessante nela fosse a alma, mas estou vendo que ela tem um poder de atração muito forte não é mesmo?

Quando o Chapeleiro ia responder, a porta se abriu e Elizabeth colocou a sua frente uma mulher alta, loira, de olhos cor de mel, com uma expressão sedutora no rosto.

- Ela está aqui Majestade...

Os olhos do Chapeleiro se arregalaram e seu pequeno coração se comprimiu de dor ao ver aqueles olhos que um dia tanto cobiçara e amara.

 - O que pretendem fazer trazendo a Reira aqui?

 - Olá para você também Adam... – Reira disse sedutoramente entrando no recinto e reverenciando a rainha – Majestade...

 - Reira... – ela disse satisfeita - ...agora que você chegou podemos começar...

O sorriso vitorioso da rainha era apenas o começo do grande desastre que estava por vir na vida do Chapeleiro e de Annie.

 


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Notas finais do capítulo

Prontinho! Vou colocar no meu perfil o proximo dia que vou postar essa historia! Mas se me der a louca eu acabo postando mais cedo! UAHSUASHAUHS, beijos e obrigada por ler!



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