Here Isnt Alice escrita por Airi


Capítulo 9
I need to see you


Notas iniciais do capítulo

Aee! Essa eu tambem demorei anos luz para atualizar, mas ai está
Estou animada com esse capitulo, mas ai vai de vocês! hahaha
Beijos :*



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A conversa entre John e Annie estava tomando um rumo que explicaria muita coisa a menina, mas mesmo assim, na cabeça dela, ainda era loucura.

- Então John, se eu entregar minha alma por livre e espontânea vontade... – ela perguntou, tentando encoraja-lo

- ...você daria a elas uma vitoria primordial sobre a rainha, mas Annie nem pense nisso, você não pode simplesmente morrer...

- Se isso for acabar com essa guerra John, é serio quando digo que essa idéia está rodando a minha mente bastante vezes e a algum tempo... – ela disse novamente - ...mas ainda estou curiosa John, se eu não quiser entregar minha alma a ninguém e mesmo assim a rainha me matar, ele não ganha?

- Não, as coisas aqui são um pouco complicadas, nesse sentindo... – ele disse meio incerto

- Como assim?

- Se você não prometer sua alma a Rainha ele não poderá te matar pelo simples motivo de sua alma não servir para nada...

- Mas desse jeito eu morro e essa guerra não terá um premio...

- É um jeito de pensar... mas não é o que te espera Annie...

John se aproximou mais uma vez de Annie, tocando sua mão de leve e a olhando com um doce sorriso

- Eu não sei John... mas não vamos discutir isso agora, ainda preciso ver o Chapeleiro, saber se ele está bem...

Annie ainda tinha os pensamentos bem firmados no bem estar do Chapeleiro, o que incomodava muito John, mas ele não podia fazer nada a não ser sentir ciúmes, já que qualquer coisa que ele dissesse ou perguntasse ela negaria até a morte, porque ainda não tinha certeza de sentimentos nenhum com toda aquela confusão acontecendo.

- Não podemos sair daqui Annie, somos prisioneiros, assim como ele...acha que ela deixaria você vê-lo? – John disse em tom irônico

- É... não vejo o porque ela me deixaria ver ele... – rebateu Annie um pouco triste -...ainda há coisas que preciso explicar a ele John...

Annie ficou grudada na porta, de olhos fechados implorando para que acontecesse algo de bom e ela pudesse ver o Chapeleiro. Acabou descobrindo que no pouco tempo de viagem com ele, não se sentia tão angustiada assim, e era até bom eles brigarem, assim ela se distraia com alguma coisa menos perigosa, pois desde o inicio sentiu que ele não a machucaria, mesmo que fosse da resistência. Ele tinha lutado para ajudar ela, e assim como todas as outras coisas, ela devia isso a ele, mas sua cabeça estava tão ocupada em achar John que não percebeu que cada briga e cada palavra tinha tido seu significado, e aquilo retornou um pouco as coisas que tinha lido sobre o antigo Chapeleiro e Alice, e a relação que eles tinham. Como irmãos e nem ao menos se conheciam direito.

No diário ela costumava falar que se pudesse teria ficado, pois sentia falta dele, das loucuras e de tudo o que ele a fazia esquecer, como uma simples magia e era assim que Annie se sentia perto do novo Chapeleiro, no qual era um pouco mais rabugento e menos maluco, alias, quase nenhum pouco maluco, mas ela não podia evitar de sentir uma enorme simpatia por ele.

Um sentimento angustiante voltou a tomar conta dela, já que aquilo tudo o que sentia poderia ser fruto de uma relação antiga de amizade e não seus verdadeiros sentimentos.

- Annie, algum problema? – John perguntou se aproximando – Está com uma expressão de dor...

- John, é capaz de uma pessoa sentir simpatia pela outra apenas por uma vida passada?

- Como assim?

- A Alice adorava o Chapeleiro e eu... gosto dele, assim, da companhia dele assim como Alice gostava, eu sinto tudo o que ela descrevia no diário, o sentimento de amor entre irmãos sabe... – ela dizia calma - ...como se o conhecesse a um bom tempo...

John já tinha entendido tudo desde o inicio, aquele sentimento não era de irmão e sim um sentimento forte que cresceria até Annie entender que era um amor puro e inocente. Não dava para explicar agora, ela não admitiria e ele não queria colocar essas idéias mais cedo em sua cabeça, mas quando ia responder um dos guardas abriu a porta, indo até Annie e colocando uma pulseira em seu pulso, como não sabia o que era, a menina ficou parada apenas observando e logo o guarda foi até John colocando outra e quando foi se retirar não fechou a porta.

- Ele está louco? Assim podemos escapar John... – Annie disse perplexa apontando para a porta

- Não... escuta com muita atenção Annie, essa pulseira que eles colocaram em você tem um dispositivo que se você sair por aquela enorme parede de pedra, você leva um choque que te faz desmaiar na hora, ou seja, estamos aptos para andar pelo castelo, mas a Rainha sabe que não vamos fugir...

- Meu deus... ela é mais perversa do que imagine – rebateu ela, com medo – e agora?

- É melhor você tomar cuidado, ela só faz isso quando tem algo em mente...

- Nossa, John não acha que sabe muita coisa sobre ela? – Perguntou desconfiada

- Ah... não é isso, é que ficou um pouco inseguro com o que ela está pensando... conheço bem pessoas perversas...

- Tudo bem... mas já que estou apta para sair por ai...

A menina deu alguns passos para trás e pulou para fora, começando a correr como um louca pelo corredor tentando achar algum guarda que a pudesse informar a onde estaria preso o Chapeleiro. John ia correr atrás, mas desistiu, não iria convencê-la de não ir mesmo sabendo que aquilo com certeza era uma armadilha.

Annie continuou correndo o mais rápido que podia, mas não dava, os corredores eram largos e pareciam não ter fim. A cada curva seus olhos brilhavam de esperança, mas ninguém a ajudava ou dava a menor atenção a ela, e aquilo estava começando a irritar Annie de todas as formas, que não agüentava mais correr, estava exausta e seu coração já estava pedindo para parar, afinal ela não podia se esquecer que tinha certos limites.

Lá no quarto, John ficou estático por alguns minutos, pensando em seu estado patético, apaixonado por uma menina que tinha chegado lá por ele, mas que na verdade estava começando a trilhar um caminho diferente, tentando se juntar a seu destino o mais rápido possível, e parecia que ele realmente estava a favor de Annie e do Chapeleiro neste momento, já que eles poderiam se ver em breve e era o que eles mais queriam, se encontrar e se certificar de que nada tinha acontecido, o problema era que nenhum deles tinha esse conhecimento, Annie ainda pensava que seu coração pertencia a John e o Chapeleiro... bom, ele também pensava que seu coração ainda pertencia a um certo alguém, um mulher sedutora e cheia de cartas na manga, mas conhecida como Reira.

- Vai deixar mesmo a menina correr assim por ai? – Elizabeth disse entrando no quarto e se aproximando de John.

- O que mais posso fazer? Ela é teimosa Beth, sempre foi não é? – Ele respondia sem muito animo, com um sorriso triste em seu rosto

- Interessante... você não vai lutar pela mulher que ama... – ela tentava provocá-lo, falando de forma desafiadora

- Beth, para com isso, ela só está preocupada com o amiguinho dela...

- Você pensa assim, ela pensa assim e até o Chapeleiro pensa dessa forma... um jeito ingênuo de ver as coisas... John.. – ela se aproximou dele, lhe tocando os ombros devagar - ...vai perde-la nesse ritmo... você sabe que pode reverter o coração dela se quiser, e é isso que você quer...

- Para com isso... eu não preciso ficar rondando ela o tempo todo...

John, aborrecido com a conversa, se retirou do quarto, indo para qualquer outro lugar que pudesse encontrar paz e sossego, a verdade era que ele não queria ser egoísta com os sentimentos dela, por também entender que quando você força alguém a certas situações ou propostas, talvez a pessoa faça as coisas sem pensar e acabe agindo por impulso. Assim, seus dias de gloria durariam pouco e ele seria um vilão, e tudo o que queria era acabar com sua mãe primeiro, tirá-la do poder e tudo isso sem matar Annie e usar sua preciosa alma. Tantas coisas para pensar em tão pouco tempo. Sua cabeça iria explodir.

Já nosso mais querido prisioneiro estava deitado, desacordado em sua cama sem seu famoso chapéu, e com seus cabelos todos bagunçados. Reira estava sentada, servido de travesseiro para ele, enquanto mexia em alguns fios de cabelo, os deixando mais bagunçados ainda.

Parecia que ele estava em um sono tranqüilo e profundo, o que fez Reira sorrir de forma meiga, enquanto olhava seu antigo amor dormindo que nem um bebe após a seção de torturas. Ele ainda estava com aquelas marcas horríveis em seu rosto e com a roupa um pouco rasgada, o que o deixava de certa forma charmoso aos olhos dela. Seus olhos foram se abrindo aos poucos, encarando aquele par de olhos azul piscina e se dando conta de todas as coisas que tinham acontecido, o corpo estava dolorido e ele estava na pior companhia de todas.

- O que ainda faz aqui Reira... – ele falou calmo, virando seu rosto - ...ja mandei ir embora...

- Não posso, ordens da Rainha meu bem...mas, agora estou mesmo indo, as ordens eram para ficar com você até que acordasse... – ela disse puxando o rosto dele de volta, o fazendo encará-la.

A expressão de dor e tristeza dele só fez Reira rir de desgosto, aquilo era perfeito, ele ainda estava magoado com ela por tudo o que tinha acontecido no passado e o melhor, isso tinha um belo significado, ele não tinha se esquecido dela e agora ela poderia brincar com seu coração novamente. Ele não entendia o porque seu coração batia forte, parecia que sua mente estava tentando alerta-lo de alguma coisa, de algo que estava se esquecendo. A angustia começou a aumentar, ele não conseguia se lembrar dela... quem era mesmo? Um menina, era tudo o que ele conseguia se lembrar enquanto se esforçava.

- O que está acontecendo meu amor? – perguntava cinicamente Reira

- O que vocês fizeram comigo? Não consigo me lembrar de uma coisa, não consigo... – ele dizia se esforçando ao maximo para se lembrar.

- Não se esforce, você bateu a cabeça com muita força na seção de tortura e desmaiou... – ela continuou meiga.

- Para! Para com isso! Eu não consigo pensar, sai de perto de mim!

O Chapeleiro gritou, irritado com o a presença dela, aquilo estava o deixando louco, ele sabia que ela estava tentando bloquear alguma lembrança. Reira tinha esse tipo de poder, conseguia induzir as lembranças das pessoas, as fazendo se esquecer do que ela não queria que eles lembrassem e se quisesse terminar de vez com sua vitima, apagava todas as suas lembranças permanentemente e isso podia deixar qualquer um maluco, ela conseguia chegar ao ponto de fazer as pessoas enxergar coisas que não existem, ilusões e até simular a morte da pessoa, a fazendo chegar a uma morte cerebral e assim deixar de existir o psicológico, deixando intacto o físico.

Ele sabia disso, porque todos os seus amigos tinham sido mortos por ela, e ele só tinha descoberto isso graças a David, que agora o tinha traído também, mas porque David o tinha traído mesmo? A vaga lembrança de um rosto angelical e pálido vinha em sua mente, era uma imagem confusa, mas o fazia se sentir bem e confortável. A imagem ficou um pouco mais nítida e ele pode ver seus olhos, azuis que brilhavam como o céu de um fim de tarde, a voz infantil ecoou por sua mente, “Chapeleiro, onde você está! Estou te procurando a um bom tempo sabiiia!” Ela parecia irritada com o sumiço dele, e começou a brigar com ele, lhe dando um bom sermão. Não podia evitar o sorriso se formando em seus lábios, era uma lembrança boa, de alguém que não conseguia mesmo se lembrar.

- Do que está rindo? – Reira perguntou confusa.

O Chapeleiro por sua vez, não lhe respondeu, apenas levantou sua mão, colocando-a no rosto de Reira. Aquilo a chocou, fazendo seu coração de pedra voltar a bater mais forte como antes, e involuntariamente seus olhos se semi-fecharam e ela começou a se aproximar dele.

- Isso será para o seu bem... estou te salvando de uma menina chata que só lhe trará a morte...

A frase dela foi o suficiente para acordar o Chapeleiro das lembranças.

- Annie... Cadê a Annie? – ele perguntou assustado, se levantando e se afastando de Reira

- Ah não, esquece ela vai... por favor Adam, essa menina não é nada, não se preocupe com ela... – dizia irritada

- Não me chame pelo meu verdadeiro nome sua... – ele parou a frase e depois continuo - ...impostora, interesseira... como consegue chegar perto de mim depois de todo esse tempo...

- Esquece... eu vou embora, quando você se acalmar, quem sabe eu venho aqui... mas que fique bem claro, quando você precisou de um protetora quem estava aqui era eu e não essa Annie...

Reira se levantou em seu mau humor todo e saiu do quarto, deixando a porta aberta. O Chapeleiro não entendeu nada, mas quando olhou para o lado, no espelho, pode ver o reflexo de algo marcando seu pescoço. Eles tinham roubado a idéia da Resistência de fazer aqueles “colares” anti-fuga, ele entendia bem como aquilo funcionava, pelo menos poderia andar por ai e encontrar Annie, isso mesmo, o que ele precisava era vê-la e se desculpar pelo que tinha falado antes de serem presos.

Se pôs a correr para longe do quarto, todos os guardas se assustavam, mas quando viam que ele estava com o “colar” nenhum deles fazia nada, não era preciso, já que fugir ele não iria. Enquanto ele ia para a ala sul, Annie estava indo na direção da ala norte, começando a procurar por alguns quartos, vazios no caso.

- Ah, não tem jeito... não vou achar o Chapeleiro... droga... – dizia desanimada

Seus passos involuntários a levou para um jardim que ficava no centro do castelo, onde todas as alas tinham portas que davam para lá. Se sentou em um pequeno banco e ficou olhando toda a beleza do jardim, mas não muito animada, já que pra que tanta beleza para uma rainha egoísta que não ia ali? E além de tudo, Annie estava presa, não iria nunca se sentir feliz com aquelas paisagens perfeitas estando presa e quase sendo forçada a dar sua alma.

Seu coração começou a falhar, Annie começou a respirar fundo, percebendo que iria ter um daqueles ataques que não tinha tido quando chegou a “Underland”, que em compensação sempre tinha no outro mundo, o mundo que pertencia. Se levantou com dificuldade, tinha que chegar perto de alguém, não podia desmaiar estando sozinha, ela iria parar de respirar e se ninguém a ajudasse, não teria volta. Começou a andar, a passos pequenos e tremidos, suas pernas cambaleavam de um lado para o outro, enquanto ficava mais difícil para ela respirar. Ia desistir, fechou seus olhos se entregando a escuridão e deixando seu corpo mole, esperando pelo baque no chão, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

Do outro lado enquanto ela ainda caminhava o Chapeleiro a observava, e quando viu que ela estava passando mal, correu até ela, chegando a tempo e a pegando antes que caísse no chão. Quando não sentiu a queda, Annie abriu levemente seus olhos e olhou para cima, vendo o Chapeleiro que sorria.

- Peguei você...

Annie ficou surpresa e queria muito não estar passando mal naquela hora. Seu sorriso se abriu, e algumas lagrimas caiam por seus olhos, ele estava a salvo.

- Idiota... eu vi... – ela respondeu com a voz baixa

- O que esta fazendo desse lado... – ele perguntou preocupado se sentando e a colocando em seu colo

- Procurando você...

Os olhos dele se arregalaram por alguns poucos segundos e voltaram ao normal.

- É, sei... agora vamos antes que você...

Antes do Chapeleiro terminar sua frase, Annie fechou seus olhos não agüentando mais a pressão que seu coração fazia em seu peito, a alegria era tanta que contribuiu para que ela desmaiasse de vez. O Chapeleiro respirou fundo, olhando bem aborrecido para Annie.

- Você só me traz problemas menina... – falou lhe dando um pequeno beijo na testa de conforto.

No mesmo instante ele se lembrou que Annie tomava um remédio que a fazia melhorar, mas ele não tinha aquele remédio. Então se levantou com ela no colo e voltou para dentro do castelo, indo procurar a única pessoa que saberia ajudá-la, John.

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai? ' ; gostaram? ><'



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