Here Isnt Alice escrita por Airi


Capítulo 12
Feelings are feelings


Notas iniciais do capítulo

ÉÉÉÉ´, o santo baixou nesse e eu escrevi pra burro ! hahaha, mas agora estamos indo para a reta final né! Toda tregua e momentos felizes vem sempre antes dos desastres, por isso esse ai foi apenas um reecontro e momento fofo que eu preparei pra vocês lerem, sei lá, me deu vontade e eu ja planejava algo assim portanto não irá atrapalhar nada! UAHSUAHSAUHS, boa leitura!



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Logo ao amanhecer Annie despertou de seu merecido sono, porém um pouco atordoada, pois tinha sonhado com sua família. A saudade que estava deles era enorme e nem ao mesmo poderia vê-los. Levantou-se e encarou o quarto, lembrava um pouco o seu, e principalmente com aquelas paredes pintadas com florzinhas, era quase idêntico. Sorriu levemente ao pensar que a Rainha branca estaria apenas tentando deixá-la confortável , olhando por esse lado, tinha sobrado boas pessoas naquele lugar, nem tudo estava perdido.

Saiu da cama e deu de cara com um vestido pendurado na maçaneta da porta. Era um estilo simples, em tom azul claro meio brilhante, parecia mais confortável do que seu pijama que até agora não tinha tirado. Junto com o vestido tinha um bilhete, que Annie abriu com cuidado e leu. Nele dizia:

Queria Annie, vista essa roupa mais confortável e venha comer alguma coisa quando acordar”

Pela letra delicada a menina concluiu que a Rainha que tinha escrito. Não tinha relógio e nem ao menos sabia se tinha dormido muito ou pouco, mas o céu lá fora, azul e com a luz do sol fraca, concluiu que era cedo, que o dia tinha acabado de começar. Abriu uma portinha que tinha dentro do quarto e viu que era um banheiro, assim a menina entrou para tomar um banho. Estava melhorando seu temperamento, ainda pensava nas coisas que conversaria com a Rainha e ao tirar sua blusa viu o curativo que o Chapeleiro tinha feito nela a um tempo atrás, todo sujo e quase se desfazendo, Annie sentiu uma pequena aflição ao se lembrar de como tinha feito o corte e tentou eliminar o pensamento que tinha a ver com o Chapeleiro, afinal, sentia-se triste quando pensava nele e não queria isso logo pela manhã.

Após seu merecido e demorado banho, Annie seguiu pelo corredor,  com uma sensação de liberdade ela rodava pelos corredores com os braços abertos e fechava seus olhos a cada rodada. O vestido que tinham lhe dado era perfeito e simples e seus pés descalços pisavam no chão frio e faziam um barulhinho engraçado já que ainda estavam molhados e faziam Annie rir. Seus cachos ainda molhados balançavam conforme o ritmo do corpo dela e seus olhos azuis estavam vivos como nunca. E isso não era só por causa do banho, aquele lugar tinha renovado seu espírito, ela se sentia em casa, protegida e mais apta para pensar nos atuais problemas que a rondavam.

- Uma menina como você não deveria estar por aqui sozinha, minha cara – uma voz divertida surgiu no ar

- Senhor Gato? – Annie perguntou surpresa, parando de rodopiar – A onde está?

- Aqui...

E assim o gato apareceu ao lado dela, com aquele sorriso enorme e mexendo seu rabo de um lado para o outro.

- Bom dia... – ela dizia animada, se curvando e fazendo uma pequena reverencia e logo depois rindo de sua atitude tão antiquada

- Digo o mesmo – ele respondeu calmamente, fechando um pouco seus olhos – Acordou mais cedo do que o outro

- John ainda não acordou? Poxa, ele devia estar mesmo cansado... – ela disse um pouco pensativa - ...e a Rainha?

- Ela está sempre acordada, siga-me

O gato voltou a voar pelo corredor e logo atrás ia Annie, como uma pequena menina perdida o seguindo meio desengonçada, mas ainda com um radiante sorriso no rosto que contagiava cada criatura que passava por ela. No meio do caminho Annie parou algumas vezes e procurava o Gato que sumia propositalmente para ver a reação dela, que obvio, ficava irritada e falava alto, quase gritando “onde está?” e quando ele aparecia já estava bem distante a chamando. De certa forma o felino queria um pouco de atenção da garota, também para ter certeza se ela era mesmo a escolhida, com a alma de Alice, mas tudo indicava que sim, mesmo ele desconfiando um pouco ainda.

Sem perceber Annie ficou horas caminhando e já se sentia um pouco cansada e de relance viu John entrar em uma porta gigante logo ali em frente. Curiosa, Annie foi atrás e acabou achando a onde a Rainha Branca estava.

- Me chamou? – John perguntou receoso, se aproximando da Rainha

- Mais ou menos, mas vejo que temos mais uma pessoa na sala – ela dizia amorosa, estendendo os braços e chamando Annie – Entre querida! Estava a sua espera

- Sim, ah... bom dia – Annie falou tímida, entrando na sala e indo para perto de John

- Não estão com fome? – A rainha perguntou, sentando-se em uma mesa logo ali ao lado – Vamos, não se acanhem, sentem-se e comam

- Ela é animada né? – Annie disse baixo, falando para John, rindo um pouco

- Não é? – John respondeu baixo também, rindo junto com Annie

- Vejo que... – O gato apareceu entre os dois, com um olhar desconfiado - ...vocês se dão muito bem, não é?

- Sim Senhor Gato, eu me dou muito bem com o John, somos amigos – Annie respondeu animada e rapidamente, pegando o braço de John

- Seriam amigos se eu te contasse um segredo? – ele continuou, girando para o outro lado

- Segredo? – Annie perguntou confusa

- Annie, estou com fome, não quer comer alguma coisa? – John perguntou logo, cortando o assunto e puxando Annie pelo braço até a mesa

- Perai, John...segredo – Annie tornava a dizer, meio confusa

Sem saber como voltar ao assunto Annie desistiu e se sentou ao lado da Rainha, assim como John que se sentou do outro lado e comeram em silencio.Um silencio um pouco constrangedor para ambos os lados, menos para a Rainha que acompanhava aquilo desde que o Gato lhe dissera que não gostava da presença do filho da Rainha vermelha no castelo, mas a Rainha Branca continuava a insistir que se ele passou pela barreira ele tinha boas intenções e que se ele fosse um perigo nem entraria lá.

Terminando de comer Annie se levantou e estava quase abrindo a porta quando a Rainha também se levantou e a mandou esperar.

- Sim? – perguntou delicadamente

- Espere minha querida, também preciso ir com você, temos assuntos a tratar, se lembra?

Por mais que Annie tentasse não conseguia se lembrar totalmente do que a Rainha e ela tinham a tratar, mas poderia ser importante, então Annie esperou até que a Rainha estivesse ao seu lado e elas saíram juntas da sala, deixando John e o Gato risonho para trás, sozinhos.

John ficou olhando para o nada, parando de comer logo após Annie ter saído. Seus pensamentos foram junto com a menina e seu coração também, estava pensando que eles poderiam voltar logo para casa e deixar tudo aquilo para trás, John estava mais feliz já que Annie não tinha pronunciado uma única palavra sobre o Chapeleiro desde que chegara e seu humor parecia melhorar a cada descoberta.

- Temos abrigado aqui um filho traidor – a voz travessa voltou – Como se sente?

O gato apareceu na frente de John, sorrindo, como sempre.

- Saia daqui Chess... – John disse aborrecido, se levantando

- Ainda não te engoli, meu caro. Como entrou aqui?

- Do jeito que viu, agora se me der licença

- Não seja educado – ele flutuou para o lado dele – Seja mal, do jeito que você é, seja você John... mas...só um aviso – ele disse, meio obscuro - ...não vou deixar você atrapalhar o destino dela se ela for a verdadeira Alice

- Ela não é a Alice Chess... – John disse abrindo a porta, de costas para o Gato - ...ela é a Annie.

John fechou a porta na cara do Gato Risonho, que naquele momento, mesmo com aquele enorme sorriso morria de raiva e de desconfiança de John.

- Veremos... – ele disse novamente meio sombrio

Enquanto John ia para a ala oeste do castelo, a procura de um bom lugar para ficar sozinho, Annie a Rainha andavam pelo jardim da ala sul, um jardim totalmente florido, cheio de bicinhos coloridos que encantaram Annie.

- Nossa, esse lugar é tão lindo

- Gostou?

- Se gostei? É uma das paisagens mais belas que eu já vi na vida, é tão mágico...

- Era assim que era Underland antes de tudo acontecer, Alice chegou a vê-lo, digo, o jardim

- Mesmo? Nossa, aqui deveria ser um dos lugares mais bonitos, que só vemos em sonhos mesmo Majestade

- Annie, quero testar uma coisa, venha comigo – a Rainha disse mudando completamente de assunto e levando Annie até um canteiro – Está vendo aquela flor ali? – ela apontava para uma flor murcha e sem cor

- Estou sim – Annie comentou – Porque?

- Toque nela

- Como?

- Vamos, apenas toque, quero ver o que acontece

A menina se surpreendeu com o pedido da Rainha, mas não voltou a perguntar, apenas estendeu seu braço e a tocou, porém nada aconteceu nos próximos 2 minutos que Annie ficou com suas mãos nela, o que a fez sentir-se como uma idiota tentando se comunicar com plantas.

- Já viu o que queria Majestade?

- Não precisa me chamar assim querida – disse toda sorridente – Venha, venha! Não podemos perder mais tempo com isso

Annie tirou sua mão da flor e delicadamente pegou o braço da Rainha que se virou curiosa com o que Annie queria.

- Porque... – ela começou meio incerta - ...tudo isso está acontecendo? Porque simplesmente não derrota a rainha vermelha? Você tem poder para isso

- Porque, minha querida a missão não é minha, meu destino não está atrelado ao seu para que eu lute e ganhe e sim para que você lute e você ganhe, tende entender isso – A rainha estendeu sua mão, tocando a mão de Annie enquanto a olhava

- Mas eles querem minha alma e não vencer esta guerra – Annie tornou a dizer confusa

- O que você quer?

- Como assim? Eu...eu não...

- Viu? Você está em duvida, mas só você pode criar o destino desta batalha e refazer a vida dos que sofrem, Annie, tudo está em suas mãos, por isso não seja indecisa, seja forte e mesmo com medo faça o que você quiser, o que você achar melhor...você decide.

- Mas...

- Nós apenas seguiremos aquilo que você decidir, somos seus fies seguidores minha pequena borboleta...

- Eu não sou tão forte quanto a Alice era, eu não consigo... – Annie respondeu meio angustiada

- Morrer, é a decisão mais fácil, porém as vezes a mais ousada é a melhor escolha.

Annie e a Rainha ficaram se olhando por um tempo. Ela tinha razão, se morresse e desse sua alma para o lado bom tudo terminaria bem, mas para os outros e quanto a ela? Simplesmente abandonaria sua família, seus amigos, o resto que tem de vida? Se ariscasse ela poderia contar com a ajuda de varias pessoas e iria ganhar, ela só precisava...

- Lutar... – Annie falou alto

- Como disse?

- Eu vou lutar, essa é a minha escolha...

A rainha parecia satisfeita com a escolha dela, e Annie mais ainda. Sentia que o peso da duvida tinha levemente se afastado de seu coração, mas ainda havia uma duvida, aquela que ela não queria cutucar tão cedo.

Quando ia abrir a boca para falar de tal assunto, Annie e a Rainha foram surpreendidos por um dos guardas que veio aos prantos.

- Majestade, uma criatura não identificada esta pelas bandas, parece que está à procura da barreira mágica, mas não consegue, o que eu faço?

A reação do guarda chamou a atenção de Annie que sentiu algo estranho em seu coração, ele batia forte e ela não sabia porque, mas precisava ir até a barreira. Saiu em disparada, e a Rainha veio logo atrás juntamente com o guarda ainda aos prantos. A caminhada fora longa e ao chegar estava exausta e mal podia ver as coisas a sua frente, mas reconheceu aquele charmoso chapéu do outro lado da barreira e pela primeira vez Annie parou de sentir-se mal sem os remédios.

Toda sua força voltara sem explicações e ela tentou atravessar a barreira, mas foi pega por um dos guardas.

- O que pensa que vai fazer senhorita, não pode atravessar! 

- Me larga, me deixe ir até lá, ele precisa de mim! – Annie dizia aos prantos, tentando se soltar

- Se acalme minha querida, ele não está achando a barreira por alguma razão

- Mas é o Chapeleiro Majestade, por favor, me deixe ir! – ele tornou a berrar

- Não podemos...

Ele parecia um pouco desorientado e um de seus braços sangrava muito. E quando Annie percebeu isso ficou ainda mais eufórica e começou a gritar e se mexer toda tentando a qualquer custo se soltar.

- Por favor Majestade, ele precisa de mim, ele está nos procurando, está ferido, pelo amor de deus!

- Qual é o desespero? – O gato risonho apareceu ao lado da Rainha curioso

- Incrível – ela dizia maravilhada – Nunca tinha visto isso me toda minha vida

- Aquele é o Adam? – o Gato voltava a perguntar, olhando para a cena – O que ele faz ali?

- Não sei também Chess, mas Annie não está contente com ele daquele jeito

- Isso porque – ele disse dando uma breve pausa e observando o desespero dela – Ela gosta dele, não percebeu isso ainda Majestade?

- Gosta? – perguntou confusa

- O ama, serve – ele reformulou sua teoria com outras palavras

- Fascinante...

- Chapeleeeeiro! – Annie começou a gritar – Por aqui, por aqui!

Mesmo muito debilitado o Chapeleiro pode escutar a doce voz de Annie e ficou atento, olhando para o lado correto, onde estava a barreira e começou a andar naquela direção. Não demorou muito para que ele visse Annie, a Rainha Branca e o Gato Risonho o esperando do outro lado. Com o pouco de força que ainda tinha o Chapeleiro passou pela barreira e a Rainha mandou o guarda solta-la, já que ela não sairia mais de sua proteção.

Logo que foi solta Annie foi até o Chapeleiro que tinha acabado de cair no chão.

- O que aconteceu com você? Porque está aqui? Não disse que ia ficar? – ela perguntava meio nervosa, preocupada e aliviada

- Eu...eu... – ele disse baixo - ...eu precisava te ver Annie...

O Chapeleiro levantou seu rosto e olhou nos olhos de Annie, que agora sorria enquanto algumas lagrimas caiam por seu rosto freneticamente. A felicidade que estava sentindo por revê-lo era enorme, sem explicação.

- Não tem jeito mesmo – ele voltou a falar, rindo um pouco e se sentando – Só eu posso te proteger, e enquanto estiver aqui, ficarei ao seu lado sempre, não posso me separar de você nem se me disserem que esse é o melhor, só eu sei o que é melhor para mim e o melhor para mim é estar com você Annie – ele disse por fim, virando o rosto e encarado o nada

Aquelas palavras tocaram Annie do jeito que a Rainha pensou que iria. Pela primeira vez a menina sentiu seu coração bater mais forte e pensou nele de outra forma, pensou em outras possibilidades para seu coração, pensou o quanto estava sendo feliz ao lado dele e o quanto não queria se separar dele. Era tudo em enormes proporções.

Os olhos dela brilhavam e por mais que quisesse dizer mil coisas nenhuma palavra saia de sua boca, o silencio era perfeito demais para se dizer qualquer coisa, a brisa calma e fresca da manhã era serena demais para ser cortadas com sons altos e palavras duras como tinha pensado em dizer antes. Um sorriso, um olhar, um amor. Aquilo bastava. A duvida ainda continuaria ali, mas agora era por pouco tempo.

- Promete? – ele falava mais calma, limpando as lagrimas após um longo período em silencio – Promete que não vai mais fazer nada sem mim? Eu fiquei preocupada Chapeleiro! – ela disse meio nervosa, se levantando

- Prometo – ele disse sem pensar duas vezes – Majestade – dizia ele direcionando a palavra a ela – Já que passei pela barreira, poderiam me ajudar? Estou todo quebrado! – ele dizia com entusiasmo, e pela primeira vez parecendo um pouco louco

- É... – a Rainha disse calma, olhando para o Chapeleiro, porém dirigindo suas palavras para o Gato - ...Underland ainda tem salvação Chess, e ela está neste casal...

Ela se aproximou do Chapeleiro e estendeu sua mão, que ele logo a pegou, se levantando com um pouco de dificuldade.

- Vamos cuidar de você Adam, meu querido, alias, Annie, você cuidara dele...

- Como? – ela perguntou perplexa – Você só me traz problemas heim? Se tivesse vindo comigo naquela hora, nada disso teria acontecido! –  aumento o tom de voz, dando um leve soco no braço machucado dele

- Aii – ele gritou de dor – Isso doeu sua pirralha! Eu fiz tudo o que fiz por você, e é assim que me agradece?

- Deixa de ser chato “Adam” – dizia em tom de deboche – Agora você não pareceu o Chapeleiro

- Chess, socorro! – ele dizia auto, sendo carregado por Annie até um dos quartos, acompanhada de todos

Mesmo com as discussões bobas e um tanto quanto normais para um lugar louco, eles ainda continuavam sendo a menina e o Chapeleiro, então muitas coisas ainda estavam por vir, mas é claro, toda historia tem sua trégua antes dos reais problemas, mas de uma coisa eles tinham certeza agora, do apoio um do outro. Mas certo jovem não estava nada satisfeito com a nova noticia e seu ciúmes apenas crescia a cada risada que escutava do outro lado da porta, que no caso era de Annie que estava cuidado das feridas do Chapeleiro e de muito bom grado. E Reira? Isso é para o próximo capitulo, onde tudo começara a dar...relativamente certo e errado.


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Notas finais do capítulo

E então? o/



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