Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 82
Visitante inesperado


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, pessoal!!
Por favor, leiam até o final para melhor compreensão...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732391/chapter/82

Os três Anbus se acercaram cautelosamente da pessoa caída próxima a um agrupamento de árvores, suas armas em punho, até finalmente com um salto pousaram ao lado do indivíduo deitado de bruços e vestido estranhamente.

O homem tinha estranhos cabelos brancos e, pelo rosto jovem, dava para perceber que a coloração era de nascença. O que era muito raro de se ver e para completar o visual a roupa que ele vestia dava um ar ainda mais misterioso. Parecia algo saído dos livros de história que eram obrigados a decorar na Academia.

A mulher com a máscara em forma de gato tocou o ombro do homem inconsciente e imediatamente fez uma averiguação de seu estado físico. Ele tinha diversos ferimentos internos e algumas costelas quebradas. Seu chakra continuava oscilando, totalmente fora de controle, e isso não era nada bom.

— Washi, Kamereon... Precisamos levá-lo imediatamente para o hospital, ele está com uma forte hemorragia interna. Precisa ser operado com a máxima urgência.

— Como? Nós nem sabemos quem ele é... - disse o de cabelos azulados, atropelando as palavras.

— Eu não posso operá-lo aqui e certamente o Hokage prefere interrogar ao invés de receber um relatório de autópsia.

— Kame tem razão, Hyou - disse o moreno, balançando a cabeça. - Temos que presar pela segurança do aldeões.

A moça pensou rápido.

— Então, vá ao hospital e traga a senhora Uchiha até aqui. Porque certamente eu não vou conseguir operá-lo sozinha - disse, olhando ao redor. - Tem um abrigo aqui perto, nos vemos lá.

Assim a equipe se separou. Kamereon foi ajudar a companheira a levar o ferido para o abrigo na floresta enquanto que Washi foi em direção ao hospital encontrar a diretora.

Ao chegar a pequena cabana, Hyou acomodou o ferido sobre uma das camas enquanto que o azulado cuidou de vigiar a porta.

— Ei, venha aqui me ajudar. Vou precisar de ajuda para despi-lo.

O outro revirou os olhos. Embora sua mãe fosse médica e seu pai um cientista, ele nunca se interessou nessa área, mas era um especialista em venenos e armadilhas. Espionagem era com ele mesmo, mas quando o assunto era delicadeza e cuidados era uma negação.

Com muito esforço, os dois conseguiram desfazer a série de nós e laços que prendiam a armadura que protegia o corpo do homem, mas mesmo assim deu trabalho removê-la.

— Como ele consegue se mover com essa coisa? - comentou Kame, recebendo um olhar de repreensão da companheira. - O quê?

— Vigie a porta para ver se Washi vai demorar. Preciso de concentração aqui.

O outro resmungou, mas voltou para a sua posição junto a porta.

Agora olhando mais nitidamente, a Anbu percebeu que ele não era jovem. Certamente, já passava dos quarenta anos e seu corpo coberto de cicatrizes atestavam uma vida de duras batalhas.

— Por que eu tenho a sensação de já ter te visto em algum lugar? - sussurrou, analisando o corpo e mapeando o local das hemorragias. O pulmão esquerdo estava entrando em colapso, tinha de operá-lo com urgência. - Oh, droga!

Ela abriu uma incisão, deixando o companheiro abismado, mas ele nada disse porque sabia que levaria uma surra mais tarde se tirasse sua concentração. Só desviou o olhar, torcendo para que a médica e seu amigo chegassem logo.

Ela pegou sua garrafa de água, removeu o tubo e introduziu na incisão, liberando o ar, mas junto saiu sangue.

— Merda! Não se atreva a morrer agora, lindinho, ainda quero saber quem você é...

De repente, ouviu-se um barulho do lado de fora, mas Hyou não parou o que fazia. No entanto, disse, quando sentiu alguém parar ao seu lado:

— Ele está com pneumotórax de pressão do lado esquerdo. Já liberei o ar, mas parece que tem sangue...

Suas mãos foram substituídas e logo ouviu a voz calma de sua sensei:

— Examine a cavidade abdominal procurando por lesões principalmente no fígado, baço e rins.

Ela assentiu e logo as duas se concentraram na árdua tarefa. O homem tinha mais de uma dúzia de ossos quebrados além de marcas de queimadura e cortes em toda parte superior do tórax e abdomem. Seu braço direito estava em carne viva além da ulna estar em pedaços.

— Parece que acabou de chegar da guerra - comentou, passando para a parte inferior do corpo onde mais ossos se encontravam trincados.

Mas Sakura não respondeu, deixando-a intrigada a ponto de erguer o olhar e vê-la estranhamente tensa. Chegou a abrir a boca para perguntar o que estava acontecendo, mas fechou achando que o momento não era oportuno.

Enfim, depois de três horas de muito trabalho, conseguiram terminar os curativos, mas o homem estava febril. O que não era de se espantar devido a gravidade de seus ferimentos.

— Agora que ele está estável, quero que façam algo para mim - disse, fazendo os três Anbus assentirem. - Washi, vá até o Distrito e traga Sasuke e depois vá a Torre e avise Naruto.  Infelizmente, é mais seguro para ele permanecer aqui.

Os três olharam de um para o outro, mas nada disseram. Os dois rapazes saíram para cumprir as ordens enquanto que Hyon permaneceu ali para auxiliar.

— Comigo não precisa usar máscara, Yoko. Pergunte o que tanto quer?

— A senhora o conhece? - disse, mas recebeu como resposta apenas o silêncio. - É que eu tive a impressão de já tê-lo visto em algum lugar, mas nada me vem a memória.

— Na verdade, você já o viu sim, assim como todos aqueles que nasceram na Aldeia da Folha ou passaram por aqui pelo menos uma vez na vida.

— Quem é ele?

— Ele é Tobirama Senju, o Nidaime Hokage.

 

Levou algum tempo para que Sasuke e Naruto chegassem a cabana e não pareceram nem um pouco felizes com o estranho escondido na Floresta. Será que esses portais nunca vão parar de dar dor de cabeça?

— Como ele está, Sakura?

— Estável, é mais forte que um touro - disse a médica, se acercando de seus dois antigos companheiros.

— É impressão minha ou ele parece ter quase a mesma idade de quando supostamente morreu? - questionou Naruto, inclinando a cabeça em dúvida. Lembrava ligeiramente da vez em que viajaram no tempo e se depararam com a versão bem mais jovem do homem a sua frente.

— Não é impressão, Naruto - disse a mulher, massageando a nuca. - Suponho que ele estava em meio a sua suposta última batalha quando foi arrastado para cá. Daí a extrema gravidade de seus ferimentos.

— E o fato de você ainda estar aqui - disse Sasuke, balançando a cabeça.

De repente, o homem começou a gemer e a se mexer na cama, surpreendendo a plateia. Espera um momentinho, ele não estava quase morto?

— Aonde eu estou? - disse, sua voz quase inaudível.

— Na Floresta da Morte, Hokage-sama - disse a médica, tocando o tórax do doente e se inclinando em sua direção. - Nós o encontramos, mas não podemos movê-lo por causa da gravidade de seus ferimentos.

Os olhos castanho-avermelhados moveram-se em direção a voz, tentando focalizar, mas sua visão estava turva.

— Sakura...

A mulher ficou sem graça, mas sorriu quase automaticamente.

— Durma! Vai estar melhor em algumas horas.

Mas, assim que o dia amanheceu, ele abriu os olhos novamente olhando ao redor. Sua visão estava bem melhor, mas sua cabeça doía além de várias partes de seu corpo. Ele ergueu a mão direita e percebeu a bandagem e a tipóia.

Tentou se sentar, mas deu um grito que chamou a atenção da médica que estava no outro cômodo. Ela o obrigou a voltar a se deitar e o examinou. Felizmente, ele não arrebentou nenhum ponto.

— Será que não consegue ficar parado nenhum um minuto? Você quase morreu nas minhas mãos ontem, não vou admitir que jogue todo o meu trabalho no lixo - ralhou, fazendo-o arregalar os olhos.

A moça de máscara verificou a mangueira do soro e tocou em algo em sua orelha.

— Diga a Sakura-sama que o paciente acordou...

— Quem é você? Eu conheço todos os Anbus de Konoha, mas nunca te vi antes.

— As coisas são um pouco complicadas de se explicar. Vou deixar para meus superiores a nuances do que de fato aconteceu...

— Eu ordeno que me explique o que está acontecendo!

— Tenha paciência. Uma amiga está vindo aí para te explicar tudo.

Ele tentou voltar a protestar, irritado, mas a porta do quarto tornou a se abrir e uma figura surgiu parecendo infinitamente surpresa ao vê-lo já acordado.

— Obrigada, Yoko! Vejo que está tendo dificuldade em manter nosso amigo na linha.

— É, parece que a teimosia é genético.

— Vou fingir que não entendi a insinuação - disse a médica, detendo-se ao lado da cama e sorrindo ao vê-lo assustado. - Como está se sentindo?

— Como se tivesse sido atropelado por uma manada de búfalos - disse, olhando ao redor. - Você é que vai me explicar o que está acontecendo?

— Parece que sim...

Ela inclinou a cabeça e a jovem mascarada se foi na mesma hora.

— O senhor está em Konoha, como bem já deve ter percebido, mas... Qual é a última coisa de que se lembra?

— Que eu não estava nem perto da Aldeia - respondeu, fazendo uma careta ao tentar novamente se mover. - Se eu estava tão ferido quanto parece, como me trouxeram de volta, mas não para o hospital?

— Esse é o ponto. O senhor foi encontrado dentro da Aldeia, mas cem anos depois do dia em que supostamente se refere.

— O quê?

— Você transpôs um portal... De vez em quando nos deparamos com situações semelhantes a essa por causa desses portais que não somos capazes de fechar... ainda.

— Isso explica porque se parece tanto com Sakura, mas não é ela - comentou, surpreendendo-a. - Embora sua aparência engane, seus chakras são diferentes. Você é neta dela, não é?

A mulher sorriu.

— Trisaneta, na verdade - concertou, sentando-se ao pé da cama. - Vamos ter que mandá-lo de volta, Tobirama-sama...

— Eu entendo o porquê... Tenho algumas coisas para resolver no meu tempo. Eu agradeço por terem cuidado de mim.

Ela ia dizer mais alguma coisa, mas a porta foi subitamente aberta e um rapaz moreno com olhos iguais aos dela entrou esbaforido.

— Mamãe, Sarada desapareceu...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Glossário:
Washi - águia
Kamereon - camaleão
Hyou - leopardo

Mantive a tradição Anbu de nomear seus membros com os nomes dos animais correspondentes as suas máscaras.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Outra Dimensão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.