Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 83
Treinamentos




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Sarada foi a primeira a acordar, apoiando a cabeça que lhe doía.

— Finalmente, despertou...

Instantaneamente, ela se pôs em estado de alerta e se voltou a quem lhe dirigia a palavra. Levantou-se de um salto enquanto se lembrava dos últimos acontecimentos, olhando para os lados a procura de seus companheiros.

— Não se preocupe, estão vivos - disse o homem, sentado diante da fogueira acesa, sem fitá-la. A garota abriu a boca para dizer algo, mas ele se adiantou: - Não estou interessado em ferir nenhum de vocês, não se preocupe!

— O que quer conosco? Por que nos trouxe aqui?

O homem suspirou, ainda fitando o fogo.

— Você realmente não me reconhece... irmãzinha?

A garota estreitou os olhos, olhando melhor para o rapaz a sua frente.

— Daisuke?

— Estou muito mais velho, eu sei! Foi mal ter chegado tão subitamente.

— Já começou sem minha presença? - disse uma segunda voz masculina, fazendo com que ela pulasse de susto. Um segundo rapaz bem mais jovem, com cabelos cinzentos e intensos olhos azuis, muito sério, parou atrás dela. Automaticamente, ela reagiu, mas ele segurou seu braço, dizendo: - É um prazer revê-la, Hokage-sama!

— O que querem?

— Controle o pânico, maninha! Não somos os vilões aqui.

— É difícil acreditar quando me retiram a força da minha casa.

— Bom, é verdade, criança, mas trouxemos vocês aqui para ajudá-los - disse o rapaz grisalho, sentando-se em frente a fogueira.

— Ajudar?

Daisuke apontou para algo atrás dela e sob a neblina Sarada divisou pequenos feixes de luz na escuridão, mas não foi capaz de identificar o local que se encontrava.

— Estamos em Konoha, no governo de Tobirama Senju.

— Por que me trouxeram aqui?

— Para que seu tio-avô a treine - respondeu o rapaz grisalho, aproximando-se furtivamente da garota e arremessando-a do alto do Monte Hokage. - Encontre-o e aproveite cada segundo...

 

Os alarmes soaram de todos os lados, deixando toda a Aldeia em estado de alerta. As pessoas trancavam as portas de suas casas ou faziam filas nos abrigos enquanto que os ninjas se reuniam para encontrar o invasor.

Os guardas não demoraram a localizar o corpo caído aos pés do Monte. Se espantaram ao encontrar a garota jovem aparentemente inconsciente deitada de bruços. Se perguntavam como ela chegara ali sem nenhuma marcação de Vila ou Clã, mas podiam sentir que a criança tinha muita energia.

A médica-ninja que os seguia ajoelhou-se, porque já sabia que ela realmente estava inconsciente, e começou a examiná-la. Tirando uma concussão, havia pequenos cortes e escoriações, mas nada muito preocupante. Ela removeu a cascata de cabelos negros cor de carvão de sobre seu rosto, mas algo imediatamente chamou sua atenção nas feições da garota.

Ela afastou as abas de seu kimono e viu algo que a fez arregalar os olhos.

— Chamem Hashirama-sama aqui imediatamente.

Todos se espantaram com a voz autoritária da mulher geralmente contida e alguns foram cumprir. Enquanto ela tratava os ferimentos, alguém se aproximou e se deteve diante da cena que se apresentava.

— O que está havendo?

— Veja por si mesmo...

Ela então revelou o que descobriu mais cedo fazendo o homem ficar tão surpreso quanto ela mesma ficara.

De repente, a menina começou a gemer, chamando sua atenção. Ela sentou-se, segurando a cabeça, resmungando algo incompreensível, e finalmente abriu os olhos negros.

— Mamãe? - murmurou, surpreendendo a plateia. A médica piscou várias vezes, pois a garota dissera aquilo olhando para ela.

— Você está bem?

A menina fitou o homem ao seu lado e ficou ainda mais surpresa.

— Eu mato meu irmão, eu juro! Primeiro vou torturá-lo, vou fazê-lo implorar para que o mate...

Enquanto ela extravasava sua frustração, os outros apenas se entreolharam, tentando entender quem era aquela pessoa e o que estava fazendo.

— Está bem, está bem! Quem é você e o que está fazendo aqui? - questionou Hashirama, autoritário, fazendo-a enfim parar de resmungar.

— Meu nome é Sarada, Hashirama-sama, e estou aqui para que o senhor me treine.

— Treiná-la?

— Eu sou usuária de Mokuton, herança da minha mãe...

— Sua mãe é uma Senju? - questionou o Shodaime Hokage, fazendo a menina assentir. - Não nascem mulheres na minha família há cinco gerações.

— Somente por mais essa geração...

Hashirama ergueu uma sombrancelha surpreso.

— Você veio do futuro?

A menina fez alguns selos e um gigantesco domo os cercou, surpreendendo os dois que estavam junto a ela.

— Sou sua sobrinha-neta, mais exatamente tataraneta de seu irmão Tobirama.

Hashirama e Sakura a fitaram e depois olharam um para o outro. Isso explicava porque ela carregava a marca de nascença da família.

— E precisa que eu a treine porque...

— Preciso me aperfeiçoar e o senhor é a melhor pessoa para isso - disse ela, curvando-se, claramente implorando. - Por favor, me treine...

 

Longe dali, em uma outra Aldeia distante, alguns fazendeiros inspecionavam suas criações quando divisaram algo ao longe. Se aproximaram, movidos pela curiosidade, e ficaram surpresos ao encontrar um rapaz desmaiado.

Eles o pegaram e o levaram para dentro, pois estava frio e ele usava roupas inadequadas. Depois foram avisar as autoridades da Vila sobre a estranha figura.

Ao amanhecer, alguns oficiais de alta patente chegaram a fazenda isolada e encontraram o rapaz ainda inconsciente e um deles imediatamente passou a examiná-lo. Após algum tempo, o mais velho do grupo a questionou:

— O que descobriu?

— Não muito! - disse, retirando a mão que estivera sobre a testa do loiro. - Só posso dizer que ele, seja quem for, não deveria estar aqui.

O rapaz de repente gemeu e entreabriu os olhos. O grupo se surpreendeu ao perceber que ele tinha um olho que se assemelhava muito ao de um Hyuuga, mas outro em um tom belo de azul-claro.

— Onde estou?

— Em Uzushiogakure - respondeu a mulher, sentada ao seu lado.

— Onde?

O grupo se surpreendeu com a óbvia surpresa estampada no rosto do rapaz. Ele olhou para o grupo reunido e ficou cada vez mais confuso.

— Oh, droga! Agora sim meu sensei me mata...

Os outros se entreolharam, mas o mais velho decidiu assumir a palavra:

— Você foi encontrado desmaiado ao relento ontem a noite, sem identificação ou qualquer ferimento aparente. Agora, queremos saber quem é você e o que está fazendo aqui?

— Em que ano estamos?

— Como é?

— Que ano?

A mulher ao seu lado respondeu, mas o rapaz ficou pálido feito um fantasma. Aquilo não podia estar acontecendo, não de novo.

— Não faço a mínima ideia do que estou fazendo aqui - disse, jogando-se na cama. - A última coisa que me lembro é de estar com meus amigos e de termos encontrado um homem ferido. Depois, nada mais. Só que isso aconteceu mais de cem anos adiante.

O homem mais velho ficou nitidamente surpreso, mas mascarou. Sabia de outro caso ocorrido vários anos antes sobre um grupo de pessoas que haviam alegado o mesmo e haviam desaparecido subitamente. O Conselho havia selado as memórias das pessoas sobre o ocorrido e apenas o alto escalão sabia do acontecido.

— Você é filho daquele rapaz - disse o velho senhor, finalmente ligando os fatos e percebendo a semelhança.

— Conheceu meu pai?

— Ele esteve aqui há alguns anos com uma jovem Hyuuga. Não ficou muito tempo.

Boruto apertou a testa bem entre os olhos. Já ouvira aquela história várias vezes, mas continuava sem entender o que estava acontecendo.

Os expectadores fitaram o garoto que parecia realmente mal. A mulher pegou sua mão e a afastou fitando seu estranho olho branco. Embora a primeira vista parecesse o olho comum de um Hyuuga, agora percebia que não era nada disso. A cicatriz fina sobre esse olho nitidamente havia provocado danos que não haviam sido sanados satisfatoriamente.

— O que aconteceu com seu olho? Você nasceu com ele assim?

— Não, meus dois olhos eram iguais. Foi danificado em uma missão alguns meses atrás.

A mulher se espantou quando ele ficou esfumaçado e fez algo que achou bem apropriado. Tocou de leve seu rosto e de súbito ele voltou ao normal.

— A mistura do sangue Uzumaki com Hyuuga provocou algo muito interessante - comentou a médica, levantando-se. - Acho que podemos ajudá-lo com o seu problema, rapaz!

— Como?

— Está disposto a passar algum tempo aqui conosco?

 

Presente

Parecia que de verdade a garota Hyon não havia exagerado.

De tão teimoso, na manhã seguinte, o Nidaime já estava de pé e praticamente exigiu ser levado ao escritório do Hokage. Só não gostou nenhum pouco de ter de pegar carona com Sasuke, mas era isso ou teria de ir a pé. No estado em que se encontrava até ele tinha de admitir que levaria um dia inteiro... isso se chegasse.

Naruto estava recebendo atualização sobre as buscas quando os dois chegaram ao seu escritório.

— Vejo que está bem melhor, Nidaime-sama - disse, sério, mas não parecia nos melhores dias. - Mas deveria ainda estar descansando.

— Já me disseram isso...

O homem loiro simplesmente balançou a cabeça.

— Konohamaru encontrou vestígios de um portal não muito longe de onde você foi encontrado.

— Qual é a surpresa disso?

— Na verdade foi um segundo portal - disse, surpreendendo a ambos. - Ele foi aberto e fechado em minutos e sua localização bate com a última localização de Sarada, Boruto e Mitsuki.

O Uchiha xingou.

— Eu juro, Naruto, dessa vez eu mato aquele peste do seu filho.

Tobirama ficou apenas olhando. Peraí, esse cara era mesmo um Uchiha?

— Vamos com calma, não sabemos de nada ainda.

De repente, a porta do escritório se abriu e uma figura surgiu, encarou o grupo e caiu desacordado na sala.


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