Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 66
Exame Chunin


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gente!
Já entramos na Era Boruto, mas pularemos o lenga-lenga do Arco Inicial e começaremos logo no Arco do Exame, mas com modificações, claro. Que fique claro, a criação tanto de Boruto quanto a dos gêmeos foi diferente, principalmente com a presença de Sasuke, que não esteve fora por mais de dez anos, e Itachi.
Portanto, qualquer semelhança com o anime é mera coincidência.



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A olhava a movimentação desconfiado. Não que não fosse uma situação comum para aqueles que o conheciam, parecia que ele estava em uma situação de permanente tensão e desconfiança de tudo e todos.

Seus ninjas se preparavam para mais um Exame Chunin e ele observava os treinamentos dos jovens aspirantes. Estava sempre em constante contato com Konoha e soubera da participação do filho do Hokage no evento. Ele e os filhos gêmeos de Sasuke e Sakura Uchiha.

Desde dos eventos da Guerra e nas poucas coisas que os membros dos altos escalões da Aldeia se permitiram levar ao conhecimento da Aliança, era de se esperar um grande desafio. Podia ser paranoia, mas tinha a sensação de que não haviam contado tudo o que sabiam sobre os viajantes do tempo.

Afinal, se sempre estavam a atacar esses jovens com medo do que o futuro reservava, qual era o grau de ameaça real? Qual era o grau de poder e de ameaça real daqueles três jovens? Serão eles uma ameaça real a sua Aldeia?

Anoitecia e os jovens continuavam a treinar. Mesmo com a restrição de informações, sabia que boatos se espalhavam como pólvora e os jovens se esforçavam ao máximo, acertando os últimos detalhes. Sabiam apenas com certeza que dois Uchihas-Senjus e um Uzumaki-Hyuuga participariam do torneio, mais nada, mas as fofocas incomodavam não somente a eles como também seus pais.

A madrugada ia longe quando tiveram de arrastá-los do Campo de Treinamento já que partiriam logo cedo. Iriam de trem o que economizava tempo e era bem mais seguro do que andar pela floresta. As linhas que interligavam as Aldeias tornava tudo mais seguro e rápido.

A última, ligando a recém-aceita na Aliança, Amegakure, fora inaugurada havia apenas duas semanas.

A entrou em sua casa, decidido a acertar os últimos detalhes da viagem, mas acabou batendo a porta com mais força do que o necessário.

— Vejo que está perturbado, Raikage – disse uma estranha voz, fazendo com que ele se voltasse desconfiado, lançando mão de seu estojo de armas. A pessoa acendeu a luz mais próxima a ela, revelando sua identidade.

— Não sabem bater?

— Não seguimos o principio humano da “privacidade”.

— Isso é claro! – disse A, sentando-se pesadamente em sua poltrona. – O que faz aqui? Ou veio apenas perturbar meu descanso?

— Descanso? Vai sair em exatamente duas horas e está planejando descansar? Acho que isso vai ser bem difícil!

A fez uma careta de irritação. Aqueles seres tinham o poder de deixar qualquer um muito irritado e paciência nunca fora o seu forte. Jogos mentais muito menos.

— Dá para ir logo ao ponto e nos poupar do lenga-lenga…

O homem encostou as pontas dos dedos de uma mão na outra e fitou-o por longos momentos.

— Pareceu muito alterado e desconfiado na ultima reunião do Conselho e queremos saber o que o perturba.

A cruzou os braços e bufou. Devia saber que nada fugia daqueles olhos inquisitores.

— Quer saber o que eu acho? Que é difícil acreditar que vocês são verdadeiramente imparciais em tudo isso. Afinal, se eu entendi bem, seus lideres são escolhidos pelo grau de poder que tem, basicamente quer dizer que seu Rei é o mais forte de vocês.

— Está correto! – disse a Entidade, sem se abalar, surpreendendo A.

— Isso quer dizer que os mais poderosos de vocês são leais a Konoha.

— Não!

— Como? Seus dois líderes são ninjas leais a Konoha, isso é fato.

— Não, não é um fato! Veja, a Entidade e seu hospedeiro são dois indivíduos separados, cada um com sua própria mente e personalidade. Um pode influenciar o outro? Bom, sim, mas garanto-lhe que nossos governantes seriam incapazes de tomar partido em qualquer situação.

— Então, por que sinto toda vez que encontro um de vocês que estão nos escondendo alguma coisa?

— Você não é o único, pode ter certeza! Ouvimos sermões todos os dias – ironizou a Entidade, pousando os cotovelos nos braços da cadeira onde estava sentado. – Já se imaginou sabendo de coisas que você não gostaria de saber, fatos dos quais poderia depender a vida de muitas pessoas, mas cujo conhecimento poderia custar a vida de muitos mais?

A piscou, finalmente interessado na conversa.

— A ignorância pode ser tanto uma arma quanto uma proteção. Do que vale sofrer antes do tempo? Ver seus súditos perderem os sorrisos de uma vida tranquila, voltar a desconfiar de suas próprias sombras? Demos a vocês algo com o qual todos sempre sonharam, mas jamais acreditaram que um dia teriam. Do que tem medo de verdade?

A baixou os olhos, ainda de braços cruzados.

— Que tudo isso não passe de um sonho, um castelo entre as nuvens que pode desaparecer com uma única lufada de brisa.

Ele olhou pela janela o dia prestes a raiar. A Entidade suspirou, acompanhando seu olhar.

— Certa vez, três jovens saíram de sua Aldeia-natal achando que poderiam sozinhos vingar os seus, massacrados pela ganancia de alguns. Sem querer, acabaram sendo os primeiros viajantes, alterando toda a sua realidade apenas por pararem para escutar a verdade. Por serem capazes de confiar quando tudo os levava a crer que era um erro. A ingenuidade daqueles jovens tornou possível que tivéssemos um futuro muito melhor do que o deles. Tudo apenas porque confiaram mesmo no improvável: em seus sonhos. No final, é tudo o que nos resta.

— Sonhos?

— Os feitos mais improváveis nasceram lá: no mundo dos sonhos – disse a Entidade, se levantando. – Sabe quem eram esses jovens? Boruto Uzumaki, Daisuke Uchiha e Sarada Uchiha.

— E como foi que eles terminaram?

— Morreram defendendo seus sonhos até o fim. E agora recebem sua recompensa por não terem desistido deles.

Uma segunda chance, pensou A, sentindo o chakra da Entidade deixar sua residência.

 

Konoha

Do alto do trilho do trem, um grupo de jovens acompanhava a movimentação com a chegada das equipes que disputariam o Exame. O loiro de olhos azuis mal se continha, balançando as pernas de um lado para o outro.

— Fica quieto! Com todo esse barulho, não consigo ouvir nem os meus pensamentos – disse o rapaz de cabelos negros e olhos verdes, revirando os olhos. Os outros deram risadinhas enquanto o loiro emburrava.

Ele olhava um a um os ninjas que chegavam tentando descobrir se havia alguém realmente interessante.

— Dizem que seu primo Shinki é o bam-bam-bam de Sunagakure, é verdade? – perguntou ao moreno de olhos azus-esverdeados e ar entediado.

— Ele é capaz de usar a Areia de Ferro, só isso já o faz ser um oponente no mínimo problemático – disse ele, dando um bocejo.

— Para você, tudo é problemático, então não diz muita coisa – resmungou o loiro, vendo a distância a chegada do grupo de Suna. – Cansei!

Ele pulou do trilho, fazendo com que os companheiros se assustassem. A morena de olhos negros revirou os olhos, parecendo ser a única a não ficar surpreendida. Viu o irmão e os outros seguirem o amigo loiro, mas foi mais inteligente. Esperou passar pela área mais perto do portão principal e só então saltou chegando lá bem antes dos outros.

Do alto de um dos postes, observava em silêncio. Também estava curiosa, tinha de admitir, mas não era propensa a deixar transparecer como o companheiro.

— Devia ter mais cuidado ao se mover em silêncio… ao menos tentando – disse uma voz, fazendo-a olhar de canto de olho. – Mesmo em tempos de paz, as pessoas podem não ser tão receptivas.

Parado logo abaixo dela, um rapaz de cabelos castanhos-médios, não muito mais velho que ela, estava de braços cruzados. Seu primo, Madara, parecia serio e compenetrado também analisando os visitantes, mas ela sabia que ele por dentro ria de sua tentativa.

— Não enche! – resmungou, descendo do poste. – Vai participar dessa vez?

— Nosso sensei nos liberou dessa vez – disse, coçando o queixo com a barba por fazer. – Acho que um grau de ameaça de nossos pais funcionou bem.

Aos dezessete anos, Madara já devia estar a caminho de fazer o exame para Jounin, mas seu sensei extremamente exigente os segurara por cinco anos por acha-los imaturos demais. Sarada tinha de admitir que ele não estava totalmente errado, mas nunca diria isso ao primo.

Porque ele ainda não se recuperara do fato de sua irmã já está a fazer o exame para Jounin altamente cotada para superar o recorde de Mirai Sarutobi. Claro que dificilmente alguém superaria Kakashi Hatake, feito Jounin com apenas treze anos de idade, mas dentre as mulheres Mirai ganhava de lavada.

— Onde estão seus “cumplices”?

— Deixei-os comendo poeira. São moles demais – disse a menina, cruzando os braços. Madara apenas o olhou de canto de olho, sabendo bem que sua priminha era boa em mascarar seus pensamentos, mas ele a conhecia bem.

Ele esfregou o topo da cabeça da prima, fazendo-a rosnar.

— Vamos recepcionar os recém-chegados?

A menina se moveu em um piscar de olhos, sem perceber que o primo mudava de expressão. Ela não precisava saber que seu atraso não era bem por sua culpa, fora dada uma missão a ele logo após sair da Academia.

Missão essa que tinha extreita relação com seus dois primos e um certo loiro hiperativo.


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Notas finais do capítulo

Boa noite, amanhã é dia de trampo!!!!



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