Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 56
Traições


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amizade!!!!!!!!
Os inimigos já iniciaram seus movimentos para o início da empreitada, mas foram surpreendidos pela rápida resposta que receberam. No entanto, nem tudo será tão simples quanto nossos heróis pensam.



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— Não, Tobirama-sama! – respondeu o Sandaime Hokage, colocando-se entre os dois. – Sakura morreu cerca de vinte anos após você. Essa é sua neta que recebeu o mesmo nome dela.

O homem baixou o olhar, tentando recuperar a compostura. Ao perceber pelo canto do olho que os Conselheiros buscavam uma rota de fuga, ele esticou uma das mãos e um espelho d’água surgiu em volta dos dois.

— Aonde pensam que vão? Vocês os ajudaram a invadir a barreira, não foi?

Ambos engoliram em seco. O antigo Hokage abriu um sorriso tão estranho, tão incomum, que fez todos abrirem a boca em surpresa e suspendeu o jutsu enquanto vários chakras se aproximavam de sua localização.

— Quando saí desse mundo, o selo que o Uchiha colocou em minhas memorias para esconder sua visita ao passado se rompeu e eu me lembrei de tudo. Foi somente então que eu compreendi porque nunca consegui confiar totalmente em vocês, nem eu nem meu irmão. Eu só lamento não ter estado aqui para dar-lhes o que mereciam.

Todos entenderam na mesma hora o que ele pretendia, mas ninguém se sentia inclinado a impedi-lo.

— Nós somente queríamos proteger a Aldeia e os Senjus – argumentou o homem, tentando desesperadamente manter a voz firme, mas falhando miseravelmente.

O líder apenas os fitou friamente. Saber que sua mulher fora uma vítima inocente da ganância e da inveja desmedida daqueles dois, morrendo no exílio longe de tudo o que lhe era importante, lhe dava ânsia. Ainda podia lembrar da conversara que tivera com seu pai depois de tomar conhecimento de quem era a estranha visitante. Longe de repreendê-lo pelas escolhas que nem sequer fizera ainda, Botsuma somente lhe dissera que, no fim da vida, seriam as pessoas amadas que aqueceriam e amenizariam as dores de nossas lembranças mais tristes. Poder voltar para casa e encontrar alguém, nos dias mais sombrios, no final era o mais reconfortante e importante.

Como gostaria de ter dado a verdadeira importância a isso… E visto seu filhinho nem que fosse uma única vez.

— Isso é pela minha família… Espada de drenagem

Uma espada feita de água surgiu como que do nada. Os dois ex-conselheiros sabiam que não adiantava nada argumentar, o antigo Hokage não era famoso por ser piedoso com inimigos, naquele caso eram eles. Foi um único golpe limpo e, em segundos, os dois corpos estavam jogados no chão, suas cabeças separadas de seus corpos.

 

Outras áreas da Aldeia também se viam tomadas por inimigos e as explosões continuavam por todos os lados.

Os Uchihas mal conseguiam sair de seu distrito, totalmente cercados pelos invasores e mal tinham noção do que acontecia no restante da Aldeia. Itachi, Fugaku e Shisui já estavam com seus Susano’o ativados, mas, a cada cinco que caiam, vinte apareciam como que do nada, buscando leva-los a exaustão.

O líder já estava quase de quatro de tão exaurido, sua proteção quase transparente, quando algo brilhou na escuridão, literalmente arrasando os inimigos que o cercavam. Ele ainda respirava com dificuldade, pensando, ironicamente, que já não tinha mais idade para aquilo, quando sentiu alguém passar seu braço sobre ombros musculosos, fazendo-o se voltar.

— Está ferido? – perguntou uma voz familiar e ele tentou forçar a vista para divisar quem lhe falava.

— Só exausto – respondeu, colocando a mão direita sobre os olhos que ardiam. Os médicos já haviam lhe dito que estava a um passo da cegueira total, mas não poderia ficar parado vendo os outros lutarem. – Só preciso de alguns momentos para recuperar o fôlego.

Mãos gentis pousaram-se sobre seus olhos e imediatamente sentiu a ardência passar. No entanto, sabia, interiormente, que era apenas um paliativo, na verdade precisava de um transplante.

Quando as mãos se afastaram, deparou-se com um par de olhos verdes familiares.

— Leve seu pai daqui – disse Sakura, se dirigindo ao rapaz ao seu lado. – Mais uma dessas e seus olhos não vão aguentar.

Desgraçadamente, ele sabia que a jovem médica tinha razão, mas mesmo assim ele protestou:

— Eu sei a hora de parar, menina!

— Não é o que parece – ironizou uma voz estranha, fazendo-o se voltar e se deparar com uma figura fantasmagórica que o fez empalidecer. – Seus olhos estão tão opacos que estão quase cinzas. Ativar o Mangekiou nessas condições vai lhe custar os dois olhos. E olha como fala com ela, sua família foram os melhores iro-nyn da história de Konoha e do Mundo Ninja.

— Os Harunos foram exterminados por traírem Konoha muito antes dela nascer – contestou o homem, afastando-se, vendo o rosto do homem se contrair. – A família dela usa o nome de um Clã completamente extinto sem ter nenhuma ligação sanguínea com eles.

A jovem médica baixou o olhar, incapaz de olhar para o avô. Não era para ele saber de nada daquilo.

— Ela é trisaneta da última líder do Clã e também a sua única sobrevivente – revelou o homem, surpreendendo o líder Uchiha que olhou para a jovem com outros olhos. Se o que ele dizia era verdade, a garota não era, nunca fora, uma sem Clã, na verdade descendia de um dos mais respeitados Clãs sem kekei-genkai do Mundo Ninja. Um Clã que outrora todas as Aldeias quiseram ter em suas frentes e desse fato surgira a ordem deles nunca se afastarem da Aldeia ou dos acampamentos. – Posso dizer com convicção porque eu mesmo conheci a primeira Sakura Haruno.

Fugaku piscou, tentando olhar melhor o homem a sua frente e se espantou com o que viu. Seus traços somada a inflexibilidade em sua voz e postura acusavam sua identidade, mas aquilo era impossível. Ele estava morto há muitos anos.

Uma tosse, no entanto, interrompeu o rumo de seus pensamentos. Ele olhou naquela direção bem quando Sakura se afastou em direção ao outro, ajoelhando-se ao lado do rapaz que cuspia sangue e seus olhos vertiam sangue em excesso mesmo com o uso continuo do Mangekiou. Ela o examinou por apenas poucos segundos antes de voltar-se para os demais.

— Temos que leva-lo imediatamente para o hospital!

— Não se dê ao trabalho – disse Itachi, levantando-se com dificuldade. – Não há o que possam fazer por mim.

Mas, sem aviso, a médica simplesmente o nocauteou.

— Eu é que não vou deixa-lo morrer por ser teimoso demais – disse, apoiando o corpo inerte em suas costas. – Pode resolver as coisas por aqui enquanto levamos os dois para algum lugar seguro?

Tobirama não respondeu, mas logo várias ondas vindas como que do nada começaram a limpar as ruas do distrito enquanto Sakura corria rumo ao hospital com Itachi e Sasuke levava seu pai para onde sua mãe e sua cunhada estavam.

 

Enquanto isso, os Hyuugas enfrentavam uma situação muito semelhante, mas em proporções muito mais preocupantes. O Clã estava literalmente dividido, um lado lutava ao lado do líder e do outro grande parte deles estava subjugado.

Hiashi olhava, sem acreditar no que estava vendo bem diante de seus olhos.

— Eu não posso acreditar que foram capazes de fazer isso. Unir-se a essa escória e arriscar a segurança de todos nós?

— Nossas famílias estão perfeitamente seguras e isso é tudo o que nos importa: manter a família principal protegida – disse o líder, sorrindo sarcasticamente. – Devia ser também o que vocês deviam se preocupar.

— Abandonar a Aldeia e nossos companheiros e nos unirmos a quem mais vale a pena, que nos oferece mais? – perguntou Neiji, lutando para se manter de pé. – A perfeita definição de mercenário, é isso que planeja nos transformar?

— Mais respeito, moleque! – rosnou outro, forçando ainda mais o selo, fazendo-o ficar de joelhos. – Vou colocar você de volta no seu devido lugar.

Nem bem o velho disse, uma chuva de sebons surgiu voando em sua direção fazendo-o desfazer a concentração para se esquivar. Quando se voltou na direção do homem, viu um grupo de jovens, os companheiros de equipe de Neiji ao lado de outros shinobis dos mais diferentes Clãs.

Agora a coisa complicara… Os antigos conselheiros sabiam que tinham pouco tempo antes das coisas fugirem completamente do controle, mas sabiam que realmente as coisas estavam fugindo de seus planos.

Hinata se colocou diante dos membros do Clã, seus olhos brilhando azulados enquanto apontava sua adaga em direção aos seus inimigos. O líder ambicionava aqueles olhos, queria trocar seus Byakugan comuns por aquele doujutsu lendário, e também sabia que sua única chance era subjuga-la de alguma forma. E não importava os meios, ele sim merecia aqueles olhos muito mais do que aquela inútil.

Ele preparou o ataque, mas uma figura surgiu em meio a escuridão ao mesmo tempo em que uma energia sombria e uma série de tremores começaram a sacudir o local.

— Sugiro que pense bem em seus próximos passos – disse uma voz estranhamente risonha, ao mesmo tempo em que uma figura com longos cabelos castanhos e rosto trincado surgiu na escuridão. Os inimigos deram passos atrás instintivamente reconhecendo em pânico a figura do mais lendário de todos os shinobis, Hashirama Senju. – Pode ser seu último.

— Vocês estavam tão desesperados que foram capazes de usar um jutsu tão sombrio que foi proibido pelo próprio homem que o criou?

— Quem vocês pensam que são para nos julgar? Pessoas sem honra ou dignidade que vendem suas habilidades a quem mais lhes interessa? – disse Hashirama, e logo raízes saíram do chão, colocando os inimigos em posição de ataque. Mas para o usuário mais proeminente de Mokuton de todos os tempos era brincadeira de criança cuidar de alguns inimigos com habilidades bem abaixo das suas.

Em poucos minutos, o chão diante da casa principal dos Hyuugas estava forrado por corpos.

 

Ao amanhecer, os Kages usaram portais para regressarem as suas respectivas Aldeias e organizarem o ofensiva o quanto antes.

O Conselho da Aldeia se reuniu ainda naquela manhã, as desconfianças em torno das traições verificadas durante a invasão esquecidas em meio a turbulência do início da guerra propriamente dita.

Tsunade estava nervosa, mas sabia que não podia permitir que percebessem sua inquietação. Tinha de ser forte, transmitir confiança de quem já enfrentara duas guerras, mas sentia que não estava em condições físicas para enfrentar as agruras de uma terceira que prometia ser a pior de todas elas.

Ela suspirou, ouvindo as argumentações de todos. Você nunca estava preparado para aquilo, bem o sabia, mas não era hora de se colocar em dúvida.

De repente, uma energia estranha tomou conta do local, fazendo todos se calarem instantaneamente.


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Notas finais do capítulo

Quem será o penetra? Apostas???



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