Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 57
Equipes, se posicionem! A batalha está prestes a começar


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, queridos!!!!
A batalha final está para começar e as emoções estão a flor da pele. Será que nossos heróis conseguiram deixar as diferenças de lado e trabalhar em equipe?



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Em uma área distante, escondida entre as montanhas, os grupos de shinobis se reuniram ainda um bocado reticentes ao olharem de um para outro. Por tanto tempo haviam evitado uns aos outros que não era de se espantar que não confiassem que tal aliança poderia de fato dar certo.

Os grupos saíram separadamente, cada qual de um ponto diverso, saltando por entre as árvores cautelosamente. Como o ordenado, faziam o possível para camuflar seus chakras e não exibiam qualquer identificação. Por mais que parecesse desonroso ou perigoso, talvez fosse a única esperança que tinham de terminar com aquela loucura antes que começasse realmente.

Quando chegaram ao ponto de encontro, o líder ergueu a mão direita ordenando que se detivessem. Eles saltaram para o chão da floresta analisando a paisagem que se descortinava diante de seus olhos.

De repente, um som abafado os avisou que não estavam mais sozinhos e então uma figura surgiu como que do nada assustando o grupo, mas o líder permaneceu impassível. Conhecia aquele rapaz, mas mesmo assim era melhor manter a cautela naqueles dias.

— A ofensiva começa em uma semana – disse, recebendo como resposta apenas um aceno da jovem líder. – Se posicionem ao sul do Ponto de Ataque A e aguardem novas instruções.

O homem esticou um pergaminho no chão e todos se reuniram ao redor ajoelhados. Foi então que ele destravou os selos fazendo surgir alguns itens e deu um a cada um dos presentes.

— Os rádios vão mantê-los sincronizados com a central podendo receber e repassar informações. E alguns mapas para se localizarem melhor. Não são cem por cento certos, mas dá para ter uma ideia de onde estão pisando.

Todos assentiram, sem nada dizerem. Finalmente, ele abriu a caixa que era o último item guardado no pergaminho.

— Para sinalizarem que são aliados, a Aliança fez essas bandanas – disse o rapaz, estendendo o conteúdo em direção ao grupo.

Mesmo com um pouco de hesitação, a jovem líder foi a primeira pegar uma das bandanas que reluziam sob o sol da manhã. O restante do grupo fez o mesmo enquanto que a jovem guerreira apenas passava um dos dedos sobre o entalhe na parte metálica. Não era dessa forma que sonhava ser sua primeira missão como jounin, mas não daria para trás.

— Primeira missão como líder de equipe e já pega um problema como esse.

Temari simplesmente olhou para onde o jovem tomava café com um olhar mortal.

— Fui treinada para isso minha vida inteira. Não se preocupe, não vou fraquejar.

— Sei que não! Não seria a Temari que eu conheço se desistisse na primeira dificuldade.

Ela preferiu não responder, apenas continuou fitando o fogo. Haviam coberto uma boa distancia antes que o sol se pusesse no horizonte. Ao longe podiam ver seus últimos raios sumindo e já haviam erguido acampamento. Como ainda tinham tempo antes do início e estavam relativamente perto, não precisavam atravessar a noite viajando e nem era adequado.

A ofensiva podia durar dias e estar descansado era necessário.

— Eu estou bem, não se preocupe!

Ele a observou pelo canto do olho.

— Não precisa dar uma de forte comigo. Todos tem o direito de ficarem assustados com tudo o que está acontecendo.

— Não faz parte da minha personalidade – respondeu, surpreendendo o rapaz, mas ele não demonstrou. – Vou me recolher, temos de sair muito cedo amanhã.

Ele não saiu do lugar apenas ficou observando-a se afastar. Depois de algum tempo, também foi se recolher, mas não conseguiu deixar de pensar em como aquela menina fora criada. Sem mãe, com um pai relapso que somente tinha interesse em retomar a antiga glória de sua Aldeia a ponto de destruir por completo a infância de um dos filhos, não era de se admirar que não soubesse nada mais que não fosse lutar e matar. Afinal, fora tudo o que conhecera.

 

Na Central de Inteligência, todos analisavam atentamente enquanto os grupos se posicionavam nos lugares pré-determinados, cercando a montanha falsa que era o quartel-general do inimigo. Não sabiam quantos haviam, então haviam disponibilizado vários esquadrões e ali gerenciavam as diferentes equipes.

O chefe da Inteligência de Konoha, Inoichi Yamanaka, olhava, impassível, os planos e o posicionamento das equipes, lançando ordens de tempos em tempos tentando minimizar as dificuldades e as possibilidades de erro. Nada poderia dar errado atacando em um lugar teoricamente controlado pelo inimigo.

De repente, a porta da sala se abriu e uma pessoa entrou, postando-se ao lado do comandante.

— As equipes já se posicionaram nos pontos determinados – disse Yamanaka, sem se voltar. – E ainda temos dois dias.

O velho Hokage suspirou.

— Você está preocupado…

O outro nada comentou, mas nem era preciso. Afinal, Hiruzen era um dos poucos que conseguia ver além de sua fachada impassível já que fora ele que o treinara ao lado de Chouza e Shukaku.

— Está tudo tranquilo demais. Não temos ideia de quantos inimigos há lá dentro, todos os que mandamos não voltaram.

— E você não confia no Uchiha…

— Aquele que troca de lealdade com a mesma facilidade do que troca uma roupa não deveria ser digno de confiança – declarou, implacável, mas sem mudar de expressão.

— Entendo sua preocupação, mas não temos tempo de esperar uma oportunidade mais ideal. Quanto mais demorarmos a agir mais estaremos expostos e eles estão esperando só uma oportunidade.

Yamanaka sabia disso. A última investida revelara o quanto estavam expostos, afinal a traição estava dentro de seus portões e era impossível saber quem fora contaminado pelos pensamentos retógrados daqueles que haviam ajudado o inimigo a adentrar seus domínios colocando a segurança de todos em risco.

Tinham de cortar o mal pela raiz, mas Inoichi não sabia se estavam dando um tiro no próprio pé. Podiam estar sendo atraídos para uma armadilha, era esse o seu medo.

— Estão se preocupando demais – comentou alguém, fazendo os dois se voltarem instantaneamente. Alguém saiu da escuridão, seus olhos chapeados brilhando na semi-escuridão da sala. – Deviam se concentrar mais no que deve ser feito e menos se podem ou não confiar em seus aliados. Isso pode economizar tempo precioso.

Um dos Elos fora escalado para permanecer na Central para o caso da conexão ser comprometida, mas sinceramente esperavam que não fosse necessário que eles se colocassem na linha de frente. Eles tinham a estranha mania de filtrar informações e era algo que eles não podiam se dar ao luxo.

Por que Tsunade não designou Sakura para a Central?, pensou Inoichi, voltando seu olhar os informes que iam e vinham. Tinha quase certeza de que a jovem Senju entendia melhor a necessidade de que as informações fossem claras, mas a Hokage achara melhor coloca-la na linha de frente organizando o hospital de campana. Sem poder, pois tinha de organizar as equipes da Aldeia, só confiava em sua discípula para assumir sua posição no comando dos iro-nyn.

Hiruzen sabia que ela queria minimizar as baixas o máximo possível e era algo que sempre admirara em sua discípula. Se preocupar com os outros antes mesmo dela mesma, mas isso acabava sendo seu calcanhar de Aquiles. E sendo Hokage era difícil saber o limite entre o que se podia salvar e o que se devia sacrificar em prol de um bem maior.

Ainda se lembrava da dor e do sofrimento que a guerra enterrara em seu coração quando perdera o irmão e Dan. O grande fardo que fora largado sobre seus ombros ainda jovem e agora novamente se via com o futuro de todos em suas mãos.

Como gostaria de poder tê-la poupado disso… Deveria ser Minato a comandar Konoha na guerra, ter tido a chance de criar seu filho, mas nada saíra como deveria. E tudo porque as pessoas erradas estavam lá, mexendo os pauzinhos e manipulando os fatos conforme a sua própria vontade.

Chegaram ali porque não haviam enxergado até onde as garras do mal havia se estendido. Ou talvez não quisessem enxergar.

— Não é hora de lamentar as decisões erradas – a voz da entidade voltou a soar, fazendo-o novamente suspirar. – O que passou está aonde deveria, no passado. Tudo o que podemos fazer é aprender com os nossos erros e seguir adiante.

— Está lendo pensamentos agora?

O homem sorriu, olhando ao redor. Sua consciência humana estava em um verdadeiro frenesi de empolgação, pois nunca imaginara estar ali algum dia. Mas sabia que era a sua oportunidade de ser útil, então não intervia, apenas observava com os olhos brilhantes no fundo de sua mente.

— Não precisa ser telepata para saber que estão todos tensos e desconfiando de suas próprias sombras. E seu olhar revela que parece estar lembrando de toda vez que esteve aqui, relembrando as muitas batalhas que enfrentou e imaginou que nunca mais veria.

— Na verdade, eu sabia o que enfrentaríamos, mas a verdade é que nunca estamos verdadeiramente preparados para tudo isso. Eu comandei Konoha em uma guerra e meia, para então descobrir que outra estava por vir em um futuro não muito distante. Passei minha função a Minato achando que poderia me dedicar a preparar meus filhos para o que estava por vir, mas então ele também não viveu para ver nada disso – disse, cruzando os braços, sério. – Ser o Hokage pode ser uma das funções mais ingratas e emocionalmente desgastantes em uma guerra, companheiro! E acredite, não desejaria nada disso nem para o meu maior inimigo.

— Considerando que é exatamente isso que seu maior inimigo quer…

— Está vendo agora a ironia de tudo isso? Shimura era um covarde, sua intenção de ser o Hokage se devia mais a sua ganância e megalomania do que verdadeiramente querer o bem da Aldeia. E, quando foi desterrado por nós, tomou todos como se fôssemos seus inimigos e indignos de sermos parte de seu mundinho perfeito. Desgraçadamente, começamos exatamente aquilo que queríamos impedir.

— Humanos e sua mania de tornar tudo tão complicado…

— Emoções podem ser nosso calcanhar de Aquiles se não soubermos canalisá-las, amigo! Ou se não tivermos boas intenções em nossos corações. Só lamento não ter enxergado antes que Shimura havia caminhado para tão longe dentro da escuridão de sua própria alma que não tinha mais como encontrar o caminho de volta.

— Como eu disse, não lamente suas decisões. Você quis salvar seu amigo, queria acreditar que aquele rapaz bem-intencionado que conheceu em sua juventude ainda existia em algum lugar, é louvável. Há não muito tempo atrás, ele teria sido morto antes mesmo que os primeiros viajantes tivessem voltado para casa.

— Mas perdemos tantas vidas porque acreditamos que podíamos salvar alguém que não tinha salvação…

— Você não os matou, Sandaime! Foram as escolhas de Shimura. Não se culpe por ter seguido seu coração porque é sua capacidade de sentir culpa e arrependimento dos erros que cometeu, de se preocupar com os outros e não apenas consigo mesmo, que o diferencia dele. Por isso, Tobirama-sama o escolheu e não ele.

Hiruzen se lembrou do dia em que seu sensei morrera. O último teste fora justamente esse, quem era capaz de se sacrificar pelos outros, e Sarutobi fora o único que se prontificara. Fora quando ele se lançara a última batalha de sua vida, não antes de nomeá-lo seu sucessor… como se soubesse que não voltaria para casa.

O velho Hokage continuou em silêncio torcendo em silêncio para que tudo terminasse bem.


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Notas finais do capítulo

O que será que espera nossos heróis atrás da "Porta nº 1"?



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