Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 48
Os novos Otsutsuki


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, gente!!!!!
Chegamos ao fim de nossa maratona e sincronizamos as duas postagens, enfim.
Chegamos ao fim de nosso Arco!



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Uma sombra observava atentamente a movimentação na pequena Aldeia. Sabia que logo o inimigo faria seu movimento e tinham de estar preparados para qualquer movimento sem comprometer ainda mais os fatos.

Uma outra figura se juntou a ele, mas ele não se voltou.

— Tudo calmo por enquanto!

— Não por muito tempo mais ao que parece.

— Não conseguem ser mais discretos? – ralhou uma terceira figura, a voz fria assustando os dois.

— Estamos ansiosos! Onde está tou-san?

— Tentando concertar as burradas que essa viagem fez, mas parece que não conseguiu grandes avanços – respondeu, suspirando. – Estão nos esperando…

— Nos esperando?

— Vejam por si mesmos.

A terceira figura se afastou e, sem perda de tempo, os outros dois a acompanharam.

Não muito longe dali, o líder estava acompanhado por algumas outras figuras que fizeram os três jovens se deterem. Aquilo tudo estava se tornando ainda mais confuso e complicado a cada segundo.

Junto a fogueira, surpreendentemente, estavam Botsuma, seu filho Hashirama, o outro filho Tobirama, o líder dos Uchihas, Tajima, e seus dois filhos, Madara e Izuna.

Ai, caramba! Acho que isso aí não devia acontecer, pensou o loiro, parecendo apavorado.

— O que eles estão fazendo aqui? – perguntou um dos jovens, chamando a atenção do grupo.

Tajima Uchiha o encarou com firmeza, mas não conseguiu intimidar os jovens, muito pelo contrario.

— São eles? – perguntou, sem se voltar.

— Sim – disse o líder dos jovens, sem desviar os olhos da fogueira. – São meus netos.

A única menina do grupo cruzou os braços, jogando os cabelos negro-azulados por sobre os ombros, mas eram seus olhos azuis que mais chamavam a atenção. O loiro, seguindo a tradição de ser quase um clone do pai, tinha como única diferença os olhos também esverdeados, mas que era extremamente mutável dependendo de seu humor. O outro rapaz, com seus longos cabelos negros, também tinha os olhos verdes herdados da avó, mas tinha a personalidade séria e fria característica dos Uchihas.

— Os dois garotos tem os olhos da Sakura – comentou Hashirama, mas o irmão não deixou por menos:

— Os olhos da menina são iguais aos de Mito.

O outro rapaz arregalou os olhos, fazendo o mais velho dos Uchihas rir baixinho, recebendo um olhar de repreensão do pai.

Os dois líderes não se olhavam, apenas observavam Sasuke em duvida.

— Acho que concordamos que uma interferência nesse momento não será benéfico para nenhum dos dois lados. Isso considerando o fato que não é do interesse de nossos inimigos deixar nenhum dos que estão aqui no momento vivo.

— Nem deveríamos estar aqui, na verdade – comentou Tajima, voltando a fitar a fogueira. – Essa luta não é nossa.

— Sim, eu sei, mas é do futuro de seu Clã que estamos falando, Uchiha-sama! Do seu e de todos os outros.

— O jinchuuriki pode muito bem cuidar dessa questão.

— Naruto não está nem perto do poder que atingirá em seu auge e eliminá-lo pode ser mais simples do que parece se descobrirem de quem ele descende… o que é uma tarefa um tanto quanto complicada dado o fato de que toda a documentação dos Uzumakis se perdeu quando Uzushio foi destruída. Não que eles se importassem de adiantar um pouco os fatos, mas não creio que seja esse o plano deles.

— Se fosse eles já teriam atacado, Tajima – salientou Botsuma, fazendo-o estreitar os olhos.

— Não estamos aqui para brigar – ironizou o jovem loiro, fazendo todos fita-lo.

— Tem certeza de que ele é seu neto?

— Infelizmente ele herdou a hiperatividade característica dos Uzumakis – disse Sasuke, sorrindo de lado ao lembrar-se de seu velho amigo já falecido.

A ironia da situação é que os três irmãos pareciam ter herdado as características de um Clã separado. Se não fosse pela cor dos olhos, Aiko poderia ser facilmente confundida com um Hyuuga; o loiro, Yuri, como Sasuke já salientou, tinha todas as características de um Uzumaki menos os cabelos vermelhos; o moreno, Raiden, tinha a postura e as falas inclinados em direção aos Uchihas. Ainda faltava Sayuri, a caçula da família, que parecia a própria imagem de seu antepassado Tobirama.

Como já devem ter associado, os três eram os filhos de Sarada e Boruto, sendo Aiko e Raiden gêmeos, assim como Yuri e Sayuri, dois anos mais jovens. Ele também tinha outros três netos, filhos de Daisuke, mas seu filho sabia que devia permanecer na Aldeia protegendo a irmã e sua mãe.

— Vamos permanecer nas sombras, esperando!

— Concordo que é a melhor estratégia dada as circunstancias – disse Botsuma, sério. – Os Hyuugas não são exatamente receptivos com estranhos.

Enquanto isso, Hashirama encarava os três jovens com curiosidade. Era difícil imaginar que eles, mesmo que indiretamente, eram seus parentes.

— Pelo menos, nenhum herdou sua cara feia, Tobi!

O rapaz o encarou com raiva. Realmente, eles não lembravam nem de longe o taciturno Senju, apenas herdaram os olhos esmeraldas da tataravó, mesmo assim apenas os dois meninos.

— Os cabelos do Raiden pelo menos são nossos – comentou Izuna, irônico.

— Se te consola, os três já tem o Sharingan. Yuri, inclusive, atingiu o nível três com dez para onze anos – disse Sasuke, surpreendendo os meninos. – E, como Sakura, os três tem o Mokuton.

— Minha neta tem o Mokuton? – perguntou Tobirama, surpreso. Ele mesmo nunca tinha conseguido.

— Você não tem a Liberação de Terra, ao contrário de Sakura, por isso não pode invocar o Mokuton. Porém, herdou o marcador e o passou adiante – explicou Sasuke, fazendo-o baixar a cabeça para esconder o sorriso.

— Algum dos meus filhos possui? – perguntou Hashirama, sorrindo.

— Seus filhos e seus netos não, mas, tal como os descendentes de Tobirama, também herdaram e assim dois de seus bisnetos e seus trisanetos o despertaram.

Os jovens continuaram a conversar por longos momentos enquanto os mais velhos trocavam informações mais importantes.

 

O sol ainda mal se erguia no horizonte quando um grupo de guerreiros movia-se pela Aldeia em marcha militar. Silenciosos, as expressões ilegíveis, ladeavam um outro homem, seu sorriso sádico fazia com que todos saíssem de sua frente e as mães levassem os filhos para dentro de suas casas.

Ninguém se atrevia a enfrenta-lo abertamente, não quando já o haviam visto torturar um jovem com o selo de submissão até a morte quando este tentara defender sua mãe. E o pai, como sempre, apenas ignorara mais uma amostra de seu sadismo, aprofundando ainda mais a sensação de injustiça que pairava sobre a Aldeia.

O grupo chegou ao prédio principal, mas se deteve ao presenciar algo que não esperava. O líder do Clã estava em cima da escadaria principal, ao seu lado os quatro recém-chegados.

— Achei que tivesse dito que ia se livrar deles – comentou Tajima, irônico, mas sua expressão se fechou ao reparar na garota que se encontrava um passo atrás do grupo, olhando sem entender o que acontecia.

— Na verdade, devo uma a eles. Foi graças a eles que acordei para a realidade do que você é capaz.

Por um momento, o rapaz mostrou surpresa, mas, de súbito, pôs-se a rir.

— Vamos parar com a hipocrisia, pai! Quem me criou contando as histórias dos “heróis” do Clã Hyuuga, guerreiros que eram capazes de devastar Vilas inteiras sem nem piscar?

— Nada como o que faz.

Tajima abriu os braços sorrindo cinicamente.

— Só levei seus ensinamentos a um novo patamar. O que fazem com os membros da família secundaria não é muito diferente. Qualquer protesto, é tratado como uma afronta, sempre foi assim, mas afronta é só da parte deles. Eu cresci vendo você e os outros patriarcas fazendo vista grossa a coisas muito piores. Por que eu, herdeiro do Clã, não teria o direito de fazer valer minha vontade, mostrar a esses insetos quem pode mais?

O patriarca desceu a escadaria lentamente.

— Tem razão, o que fazemos não é muito diferente, mas nada se compara a se comprazer do sofrimento dos outros. Fazer o que quer simplesmente porque pode, dedicar sua vida apenas a satisfazer a sua vontade… Não é o que um verdadeiro líder deve fazer – disse, detendo-se diante do filho e os guardas imediatamente se afastaram, em respeito. – A partir de agora, é um Renegado, está proibido de adentrar a nossas terras novamente sob pena de morte.

O rapaz arregalou ligeiramente seus olhos, mas, em segundos, seu rosto se contorceu em uma mascara de fúria e ele ativou seu Byakugan.

— Seu velho caduco…

Ele armou um ataque, mas, em um raio, Takashi desapareceu de sua frente.

— Ouviu seu pai – rosnou Hinata, seus olhos novamente brilhando azulados, assustando Tajima. – Guardas, escoltem Tajima para fora da Vila. Se ele resistir, tem permissão de mata-lo.

Os guardas olharam de um para o outro, mas, antes que pudessem agir, um novo ataque surpreendeu os guerreiros. Uma esfera gigantesca de chakra surgiu como que do nada, mas desapareceu antes de atingir o solo.

Uma figura surgiu diante dos guerreiros, envolto por um manto negro e logo ao seu lado vários outros, surpreendendo todos.

— Quem são vocês? – perguntou Takashi, olhando desconfiado, mas logo ficou surpreso ao se deparar com o homem com manto negro. – Você…

— Sasuke? – perguntou Naruto, surpreso.

O homem deu um sorriso de lado.

— Ah, dá para economizar nos cumprimentos? – disse o loiro, atraindo os olhares de todos e não precisou dizer que ficaram ainda mais surpresos.

— Yuri, menos – disse o moreno de olhos verdes, deixando todos ainda mais confusos.

— Agora minha cabeça deu nó – disse Naruto, sacudindo a cabeça.

— Ficamos tão surpresos quanto vocês quando eles apareceram logo depois de partirem – disse Botsuma, olhando ao redor e finalmente parando sobre a neta que o encarava. – São seus netos, Sakura, todos os três. Na verdade, se eu entendi bem, são netos de vocês quatro.

Os quatro encararam instantaneamente os três jovens. A menina, Aiko, revirou os olhos, impaciente.

— Como disse Yuri, podemos economizar nos cumprimentos? Temos alguns inimigos para derrotar.

Na verdade, a garota estava sendo bondosa. Vários ninjas com roupa de combate completa e não demorou para que erguessem uma barreira de proteção para isolá-los do restante da Aldeia.

— Para você que acha que não me importo com eles – ironizou Tajima Hyuuga, rindo escandalosamente. – Vou cuidar de você e dessa pestinha e assumirei o Clã.

Takashi o olhou com desprezo.

— É o veremos!

Os dois se chocaram em batalha por um momento se esquecendo dos demais inimigos. Um deles tentou acertá-lo, mas foi interceptado e lançado longe por Hinata. Ao se recuperar, ficou impressionado com o brilho de seus olhos e ironizou:

— Vejo que realmente mudamos o futuro. Isso só deveria acontecer dentro de mais alguns anos.

— Do que é que está falando?

— Teisengan – respondeu simplesmente e a menina ficou imediatamente surpresa sem acreditar.

— Teisengan? O que diabos é isso? – perguntou Naruto, ao seu lado.

— Tal como o Mangekiou, o Teisengan é a forma evoluída do Byakugan – disse Hinata, sem desviar a atenção do inimigo. – Mas dizem que apenas o patriarca dos Hyuugas foi capaz de acessá-lo, nenhuma pessoa do meu Clã jamais foi capaz de ativá-lo.

— Ninguém antes de você e seu filho herdará e o desenvolverá se tornando assim, ao lado da filha do Uchiha, o patriarca dos novos Otsutsuki – revelou, rosnando com ódio. – E a maldição de nosso mundo.

Ele investiu contra ela, mas Naruto o interceptou jogando-o longe com o Rasengan. Ele reuniu energia e lançou, derrubando vários ninjas com facilidade. Os outros logo também conseguiram se livrar de seus algozes, somente ficando Tajima Hyuuga.

Como a própria personalidade, ele lançava mão de todo e qualquer artificio em batalha e logo Takashi estava no chão, ferido. Ele ia dar o golpe final, mas subitamente foi interceptado.

Uma dor alucinante atravessou seu corpo que estremeceu enquanto lentamente ele baixava o olhar até onde fora atingido. Ele tossiu e sangue jorrou de sua boca enquanto ele fitava quem o acertara.

— Tão jovem e já uma assassina! É mesmo minha filha.

A pequena estava estática, a mão espalmada sobre o coração do inimigo, seu olhar sério e frio.

— Eu não sou como você.

Tajima deslizou lentamente para o chão caindo de lado bem quando a barreira se desfazia.

 

O portal se abriu bem ao lado da cascata, diante das duas estátuas. Ao vê-las, solenes, guardando os limites da Aldeia, os quatro jovens não puderam deixar de sentirem aliviados. No final, tudo dera certo.

Depois da morte de Tajima Hyuuga, Sasuke-sama usara seu Rinnegan para por todos em um genjutsu que alteraria suas memorias, apagando a visita deles e fazendo com que a história retomasse o rumo correto. Cada um voltaria para as suas terras, mas, no final, parecia que realmente tinham voltado a se unir como estava escrito.

— Acho que isso é um adeus – disse o Sasuke mais velho, parecendo pesaroso.

— Ainda nos verá por aí, Teme – respondeu Naruto, esfregando a nuca e rindo.

O homem apenas sorriu e não levou sequer um minuto para o loiro compreender o que ele quisera dizer.

— Oh… Pelo menos, eu vi meus netos?

— Vê-los e estragá-los – disse Aiko, rindo, junto a Yuri. Até Raiden sorriu com nostalgia. Parecia que a infância ao lado do avô fanfarrão deixara saudades.

— Sasuke… o que eles quiseram dizer com os novos Otsutsuki? – perguntou Hinata, sem conseguir se conter.

Os quatro assumiram um ar pesaroso.

— Há pessoas que temem o que está por vir, Hinata, e nos culpam por isso – disse o homem mais velho, muito sério. – Embora não sejamos os culpados, é mais fácil nos retirar da equação do que realmente tentar atingir a origem do problema.

— Mas serão vocês que farão a diferença para salvar esse mundo – disse Raiden, sorrindo. – Acreditem nisso!

Sasuke abriu um novo portal utilizando seu Rinnegan e chamou os três jovens:

— Estão nos esperando!

Um a um eles se foram e o portal se fechou.

— Será que a Mahina ficou bem? – perguntou Sakura, preocupada. Ela havia se apegado a jovem menina.

— Ah, sim! – respondeu Hinata, chamando sua atenção enquanto eles seguiam rumo a Aldeia. – Ela se casou com o líder da família secundária e teve três crianças que se tornaram grandes guerreiros tal como ela. Morreu de velhice e ainda é lembrada como uma das maiores guerreiras dos Hyuugas.

— Pelo menos uma coisa boa em tudo isso – disse, vendo os dois conversando logo adiante. Mas ela percebeu que a expressão de Hinata não parecia exatamente boa. – Ou não? O que aconteceu com os outros como ela?

— Digamos que as coisas não mudaram… completamente.

O grupo se despediu e cada qual tomou seu rumo.

O sol nascia quando ela adentrou no Distrito Hyuuga, vendo as pessoas acordando para um novo dia. Já não via mais as crianças pela rua, não existia o Vale naquela nova realidade, mas era a única coisa boa em tudo aquilo.

Pois naquela realidade o Conselho encontrara um meio-termo para equilibrar o que não era capaz de mudar. Um jovem da família principal podia sim se casar com um da família secundária, apenas se a engravidasse, mas ainda era obrigado a desposar uma esposa da família principal. Duas famílias, mas apenas aqueles advindos de dois membros da família primária assumiriam sua posição, a mãe oficialmente como sua esposa principal. Os filhos da segunda união ainda fariam parte da família secundária… pelo menos com seus olhos intactos.

Ao adentrar na Mansão, não pode evitar de uma lágrima descer de seus olhos. Ainda se lembrava do sofrimento que isso causara a sua mãe, a dor por sua incapacidade de dar um filho homem ao marido enquanto que a outra esposa dera dois. Isso só trouxera ainda mais sofrimento para todos os envolvidos.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos semana que vem...



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