Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 43
Respostas e Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, amigos!!



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Sakura ainda tentava entender o que estava acontecendo enquanto era conduzida em direção ao prédio principal da Vila. A mulher levava o antigo símbolo gravado em brasão que sempre estivera pendurado em sua casa desde que se entendia por gente. Herança de seu bisavô, segundo seu pai, e agora sabia o porquê. Era o símbolo do Clã Haruno, um Clã que renegara sua trisavó assim como o Conselho de Konoha.

De repente, assim que adentrara o lugar, uma figura surgiu, surpreendendo-a. Era impressão sua ou aquela garota era sua própria imagem e semelhança?

— Senju solicitou que levássemos a enferma a sua presença assim que estivesse em condições, Sakura-sama – disse a mulher, se inclinando em respeito. Sakura-sama, uma menina daquele tamanho? A menos que…

— Eu a levo, pode deixar!

A mulher, Tamiko, se inclinou novamente e se afastou.

— Vamos?

Era estanho, mas ela decidiu seguir a garotinha que não devia ter mais do que seis ou sete anos de idade. Então, aquela era sua avó, uma mulher de quem sempre ouvira falar por seu avô. Também não era qualquer uma que enfrentava a barra de criar sozinha o único filho longe de tudo e de todos que conhecera em meio a uma guerra.

— Me disseram que temos o mesmo nome, é verdade?

— É o que parece, mas não é tão incomum. Na verdade, meu nome é bastante comum, certo?

— Sim, mas certamente cabelos cor-de-rosa não são.

— Meu avô dizia que foi herança da minha trisavó, por isso recebi o nome dela, mas não a conheci. Ela morreu quando meu avô era criança.

A menina sorriu o caminho inteiro, lembrando-a de si mesma naquela idade. Falava sem parar até se depararem com uma figura da mesma altura de Sakura apoiado em uma porta fechada. O rosto de menino e a ausência de barba alertou a mais velha de que o tamanho e a postura enganava.

— Devia estar no Campo de Treinamento, Sakura! Tive que interromper meu treino para vir atrás de você.

— Deixa de ser chato, Tobi, só vim acompanhar nossa hospede.

Tobi? Então, aquele era Tobirama Senju, o grande Nidaime Hokage?, pensou a mais velha, arregalando os olhos.

— Sou Sakura Senju, Tobirama-sama – apresentou-se, inclinando-se em respeito.

O rapaz voltou os olhos para ela, analisando-a.

— Bem-vinda a Vila Senju – disse, muito sério. Pelo menos, era educado. – Meu pai a espera.

Ele reclinou a cabeça indicando a porta atrás de si. Ela assentiu, mas ainda voltou-se para a pequena Sakura e sussurrou:

— Ele é sempre chato assim?

— Na maior parte do tempo. Duvido muito que já o tenha visto sorrir.

A mais velha deu uma risadinha e voltou-se para o rapaz sério.

— Pode acompanhar essa nanica até onde deveria estar? Tenho a impressão de que ela se perderia pelo caminho de proposito.

A pequena pegou a mão do companheiro fazendo-o corar violentamente enquanto o arrastava para fora do prédio. A mais velha riu, balançando a cabeça. Estudara sobre a vida do Nidaime e nunca esperou que um dia fosse vê-lo absolutamente sem jeito diante de uma mulher.

O amor faz isso com as pessoas…

De repente, ficou séria e entrou no escritório onde a aguardavam.

Ela logo reconheceu o garoto com quem encontrara anteriormente, mas não o homem sisudo sentado ao centro da sala. Sua grande semelhança com Hashirama a fez supor que seria seu tataravô, Botsuma Senju.

Sakura sentou-se tentando desesperadamente descobrir o que fazer ou o que falar.

— Primeiramente, gostaria que me dissesse seu nome, mocinha!

Ela engoliu em seco.

— Meu nome é Sakura…

Os dois esperaram, mas ela não completou.

— De que Clã?

A garota novamente hesitou.

— Está aí uma coisa complicada de explicar – disse ela, dando uma risadinha nervosa. – Nasci Haruno, mas, algumas semanas atrás, fui integrada ao Clã Senju depois do Conselho do Clã ter reconhecido minha ancestralidade.

— Meu filho disse que veio do futuro, é verdade?

— Quase cem anos no futuro. Mais ou menos, uma vez que minha trisavó tem seis ou sete anos.

— Então, você é uma Senju… Pode provar?

A garota revirou os olhos. Então, fez alguns selos e, de súbito, o galho de uma árvore estourou a janela do cômodo detendo-se a centímetros do rosto do patriarca, mas sua expressão não se alterou nem um milímetro. Hashirama, no entanto, piscou várias vezes, impressionado.

Nem ele, o único manipulador do Mokuton vivo, conseguia tal feito.

— Você é filha de Hashirama, estou certo?

A jovem deu uma risadinha que fez os dois se surpreenderem.

— Ficaria honrada, mas a verdade é que não. Conheci seus descendentes, mas eu não sou sua neta. O termo mais adequado seria sobrinha-neta.

— É filha de Itama, então?

Uma sombra passou pelo seu rosto rapidamente.

— Não posso falar muito sobre o futuro sem comprometê-lo.

— Mas Konoha existirá, certo? – antecipou-se o menino, esperançoso, e ela sorriu, assentindo. – Será como eu imaginei?

— Em grande parte… e lutamos todos os dias para mantê-la assim.

— Konoha?

— Seu filho criará as bases para aquela que será a maior Aldeia ninja do mundo como eu conheci. Ele será seu primeiro líder, depois Tobirama-sama e após eles o filho de Sasuke Sarutobi. Esse último já terá quase sessenta anos quando virei ao mundo.

— Parece uma história interessante – comentou o líder, cruzando os braços fazendo as esperanças do filho murcharem. – Quem veio com você?

— Dois rapazes e uma moça. Um Uzumaki loiro, uma Hyuuga e…

— Um Uzumaki loiro? Com toda certeza será fácil de achar e um Hyuuga também, mas você disse que eram três.

A mulher baixou a cabeça, sem saber o que dizer.

— Konoha é um pouco… diferente… Na verdade, bem diferente do seu mundo. Meu outro amigo sabe se cuidar e virá ao nosso encontro quando a hora chegar.

Por que será que ela está tão reticente? O que será que ela esconde?, pensou Botsuma, desconfiado.

— Leve-a até o Campo de Treinamento e não tire os olhos dela. Vou pedir ao Yamanaka para dar uma olhada nela mais tarde.

Sakura engoliu em seco. Certamente, aquela não era uma boa ideia, mas se negar levantaria ainda mais suspeitas. Tinha de encontrar uma forma de sair dali antes.

Acompanhou o jovem Hashirama para fora sem protestar, mas sua mente fervilhava sobre as possibilidades… e nenhuma delas era propriamente boa. Estava metida em sérios apuros e ainda pensava como estava os seus amigos.

Passou horas vendo os jovens guerreiros treinarem, mas rapidamente se entediou. Não fora acostumada a ficar tanto tempo parada e logo estava socando alguns bonecos de treino para gastar energia.

Sem que ela percebesse, logo todos estavam parados observando-a. Tobirama e Hashirama não conseguiam acreditar que alguém tão frágil pudesse ser tão forte.

— Impressionante – disse o mais velho, fazendo-a se voltar. – Qual é seu elemento?

— Terra e água.

— Se quiser, Tobi pode te dar algumas aulas. Ele é nosso melhor especialista no elemento água.

— Não vou ficar tempo suficiente!

Ela voltou-se para onde a pequena Sakura estava observando a discussão dos três. Foi quando Tobirama resolveu pregar-lhe uma peça, lançando um jutsu, mas ficou surpreso com a rapidez com que a jovem desviou, devolvendo-lhe o ataque, quase pegando-o de surpresa.

Depois de um tempo, o rapaz grisalho pensou tê-la acertado, mas o corpo sumiu em uma nuvem de fumaça, surpreendendo a ele e aos telespectadores. Foi quando ele foi acertado em cheio por um soco no rosto que o jogou longe.

A jovem massageava os punhos enquanto o rapaz lutava para se levantar.

— Não subestime alguém só porque é uma mulher.

Tobirama fuzilou-a com o olhar enquanto a menina Sakura se ajoelhava ao seu lado e começava a ver seus ferimentos. Ele não fez a mínima questão de protestar, mas pareceu ainda mais irritado ao perceber o sorriso que iluminava o rosto da estranha. Ele só não podia imaginar que ela não estava provocando-o.

 

Botsuma acompanhava a estranha interação ainda sem saber o que pensar. A jovem cada vez mais o intrigava, mas sentia que não era uma ameaça.

— O que faremos com a viajante? – perguntou um dos conselheiros, ao seu lado.

— Por enquanto nada. Se ela for mesmo quem diz ser, e estou cada vez mais inclinado a acreditar, temos de ajudá-la a voltar para casa. Toda a informação que ela possa ter sobre eventos futuros pode ser uma arma valiosa e ao mesmo tempo perigosa nessa guerra.

Os conselheiros assentiram, ainda interessados na jovem mulher.

— Mande um mensageiro a Vila Uzushio e veja se eles sabem algo sobre portais de espaço-tempo. Enquanto isso, enviarei batedores para ver se localizam seus outros companheiros.

A maioria se foi, apenas um ali permaneceu.

— O que o aflige?

O líder levou um tempo para responder.

— Quando a questionei sobre quem de meus filhos era seu antepassado, ela logo descartou a ideia de ser neta de Hashirama, mas hesitou quando a questionei sobre Itama. No entanto, veja como ela olha para Tobirama e Sakura – disse, apontando para a cena que se desenrolava diante deles.

— É como se ela soubesse de algo que eles não sabem – comentou seu companheiro, vendo Itama se aproximar sorrindo da viajante e começar a falar com ela, mas agora um sorriso estranhamente triste curvava-lhe os lábios.

— Eu adoraria que fosse Itama, estava torcendo para que fosse, mas algo me diz que a chance é zero – comentou o líder, afastando-se com algo apertando-lhe o coração.


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