Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 10
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Surpresas aguardam nossos heróis. Finalmente, Orochimaru vai aparecer para esclarecer o que quis dizer ao Sasuke...



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Com certeza eles não esperavam tantos…

A praça não estava cheia, mas ali, certamente, havia algumas centenas de pessoas, ora observando, ora aguardando. Difícil era dizer ao certo quantos eram ou quantos estavam lá só de curiosos.

A Aldeia inteira estava reunida na praça, querendo saber os desdobramentos do estranho acontecimento da noite anterior. Cochichavam em voz baixa, mas não havia a desconfiança de outros tempos. Havia apenas curiosidade pura e simples, o que era um avanço. Haviam aprendido a duras penas a não tirar conclusões precipitadas, pois todos ainda se lembravam do quanto as aparências podiam enganar.

Previamente, ainda durante a madrugada, o Conselho da Aldeia havia se reunido para discutir sobre os últimos acontecimentos e por conta disso Naruto havia chegado atrasado ao encontro. Por respeito, todos o aguardaram e, tão logo ele chegou, começaram as orientações de praxe.

Todos os jovens que receberam a luz na noite anterior seriam avaliados e, se fossem considerados aptos, mesmo que ainda estivessem na Academia, seriam automaticamente alçados a primeira categoria ninja, sobre os cuidados daqueles já pertencentes a Elite. Os demais permaneceriam na Academia até que se desenvolvessem o suficiente.

Se pensavam que haveriam protestos, se enganaram redondamente. As pessoas, grande parte delas já adultas, aceitaram bem a situação, provavelmente crentes de que poderiam facilmente serem aprovados e seria apenas uma formalidade antes do treinamento propriamente dito.

A avaliação formal seria marcada logo após a reunião dos Kages, marcada mais cedo para dali a duas semanas. O recado chegara, quase todos ao mesmo tempo, logo antes do Sol nascer.

Sakura acompanhava a tudo com os pensamentos longe. Tirando Sasuke e Daisuke, nenhum Uchiha mais recebeu o elo, o que poderia ser considerado uma ofensa para os orgulhosos guerreiros. Eles se mantinham a margem da reunião, silenciosos demais para sua paz de espírito.

As instruções de praxe já haviam sido dadas quando outra movimentação chamou sua atenção. Em um piscar de olhos, ela se moveu e interceptou a figura antes que ela pudesse piscar, levando-a para longe das cercanias da Aldeia.

— O que diabos pensa que está fazendo aqui? Não é um assunto de seu interesse.

O homem com língua de cobra sorriu maldosamente.

— Se tornou forte com o passar dos anos, posso ver isso, Sakura. Sua Sensei estaria imensamente orgulhosa se estivesse aqui para ver sua evolução.

— Não venha com as suas gracinhas para cima de mim, Orochimaru. Não permitirei que interfira no que está acontecendo. Fique fora do meu caminho ou descobrirá o quanto realmente evolui nos últimos quinze anos.

— Meu interesse é puramente cientifico. Sou um estudioso, se não se lembra.

— Um estudioso que destruiu a própria imagem em sua busca incessante por poder até o ponto de se tornar uma vergonha para todos os que um dia conheceu. Poupe-me de seu discurso politicamente correto.

Ele segurou a mão que o prendia, mas não fez menção de afastá-la.

— Se me matar, criança, nunca saberá a verdade.

— Não estou interessada em suas mentiras.

— Diga-me… realmente viu o corpo de seu filho natimorto?

Quase se arrependeu no segundo seguinte. Ela o bateu contra o tronco de uma árvore e apertou mais o seu pescoço quase o sufocando. Com sua força, sabia que mais uma provocação seria seu fim.

— Está certo… passei muito perto da ferida.

— Como se atreve a colocar meu filho em sua boca nojenta?

— Vim lhe fazer um favor e é assim que me agradece? Pena que Tsunade não lhe ensinou boas maneiras. Mas, paciência… ela também não tinha quando perdia a cabeça.

Ele se desvaneceu em fumaça transportando-se para longe de seu alcance.

— Acho que gostaria de saber que andei fazendo algumas analises sobre sua filha. Um DNA bastante peculiar, devo dizer, mas o que se pode esperar da filha de dois indivíduos tão poderosos.

— Poupe-me de suas ironias. Não tenho tempo nem paciência para elas.

— Então acho que gostaria de saber que Daisuke e ela tem bem mais em comum do que apenas o pai…

Ele novamente perdeu o folego quando foi arrastado e prensado contra um paredão.

— Não disse para ficar longe da minha família?

— Achei que ela não fizesse parte…

Sasuke apertou ainda mais seu pescoço.

— Daisuke e Sarada tem mais de cinquenta por cento de DNA em comum – disse em um único folego antes que fosse sufocado.

— Como é? – perguntou a mulher, segurando o braço do companheiro. – O que foi que você disse?

— Você é médica, então deve saber que isso só seria possível se eles tivessem o mesmo pai e a mesma mãe – disse ele, tomando folego já que diminuíram o aperto. Segurou a mão que ainda o segurava e continuou: – Até onde se sabia os dois só tinham o pai em comum, então analisei o DNA mitocondrial dos dois esperando que tivesse sido um erro.

— O DNA mitocondrial é herança exclusiva materna, mas representa 0,1% do DNA de um individuo.

— Mas é a forma mais rápida de definir quem é a mãe. Como eu tinha amostras da sua esposa, Sasuke, então comparei. E, surpresa… não era compatível com nenhuma das duas amostras.

Sakura respirou fundo e de repente sumiu.

— Se eu fosse você iria atrás dela – alertou o velho homem, desaparecendo.

— Pai, está tudo bem? – perguntou uma voz incerta ali perto.

Quando ele olhou para o menino que o esperava, uma raiva quase cega o tomou, pela primeira vez reparando no quanto seus olhos lembravam os de Sakura.

— Volte para a Aldeia, Daisuke!

— Eu vou com você.

O homem se deteve, fazendo-o hesitar.

— Sakura não é uma das pessoas mais fáceis de se lidar quando está zangada. Até mesmo o Naruto a evitava quando ela estava assim. É melhor eu ir sozinho.

— Mas o que a deixou zangada? – perguntou o menino, seguindo-o assim mesmo.

 

Sarada andava com passos decididos por entre os túmulos do pequeno cemitério. Sua mãe pedira que cuidasse do túmulo de seu irmão enquanto estava fora, uma tarefa que não a agradava nem de longe.

Ela limpava a pequena lapide quando a uma sombra se fez perceber. Ela ergueu o olhar e ficou sem fala ao ver a mãe, ofegante e com um olhar de dar medo.

— Mãe, o que foi que aconteceu?

Ela a afastou de seu caminho, resoluta, mas a menina desistiu de perguntar o que acontecia quando as mãos de sua mãe começaram a brilhar. Segundos antes dela revolver a terra, algo a pegou e a levou para longe do centro do desastre. Uma nuvem espessa de poeira se ergueu, obrigando-os a tampar os olhos.

— Mas o quê…

Um pequeno caixão estava acomodado no centro do túmulo, mas a mulher parecia resoluta ao pegá-lo e trazê-lo para a luz do sol.

— Sakura?

Ela se ajoelhou no chão e abriu o caixãozinho, mas logo em seguida sentou-se no chão de terra, um olhar entre a raiva e o desespero.

O caixão estava vazio.


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Notas finais do capítulo

Surpresa... Se alguém adivinhou isso, parabéns. Aguardem as cenas dos próximos capítulos!!!!!



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