Outra Dimensão escrita por ACLFerreira


Capítulo 11
A verdade dói


Notas iniciais do capítulo

O que acontecerá após os eventos do capítulo anterior?



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— Por que é que alguém iria querer sequestrar o meu irmão? – perguntou Sarada, ainda no cemitério olhando ao longe seus pais tentando explicar para as pessoas o que havia acontecido.

— Se eles fizessem uma boa ideia de quem são seus pais, nosso irmão seria considerado muito valioso – disse o menino, distraído, mas ela o segurou pelo colarinho e o encarou diretamente. – Sua mãe não lhe contou mesmo?

— Contou o quê?

— Que, junto a Naruto e nosso pai, sua mãe é simplesmente considerada uma das mais poderosas ninjas de sua geração.

— Minha mãe? Isso é impossível…

— Não é não… Você já ouviu falar do Trio Impasse?

— Estudei história na Academia…

— Então o que você não ouviu é que sua mãe foi um dos membros do Trio Impasse.

— Ela é muito jovem. O Trio Impasse atuou durante a Terceira Guerra, isso é o tempo dos nossos avôs.

Ele a afastou com um safanão.

— Houve duas formações do Trio Impasse. A primeira, também conhecida com os Três Lendários, era formada por Jiraya, Orochimaru e Tsunade Senju; atuaram defendendo Konoha durante a Terceira Guerra. O grupo se desfez depois do fim do conflito: Orochimaru se voltou para a escuridão e se tornou um Renegado; Jiraya saiu pelo mundo e se tornou um escritor; e Tsunade sumiu na poeira do caminho. O grupo só se reencontrou quase quinze anos mais tarde quando o Terceiro Hokage foi morto por Orochimaru e enviaram Jiraya para encontrar Tsunade para que ela assumisse o cargo como a Quinta Hokage.

— Tsunade Senju foi a Sensei da minha mãe, não é?

— Sim, assim como Jiraya treinou Naruto e Orochimaru foi o Sensei do nosso pai. Infelizmente, logo antes de estourar a Quarta Guerra, Jiraya foi morto em batalha e Orochimaru não era digno de confiança. Assim, só restava Tsunade da formação original, mas ela já tinha mais de cinquenta anos, não sobreviveria a mais uma guerra. Foi quando a nova formação do Trio Impasse, formada por Naruto Uzumaki, Sasuke Uchiha e Sakura Haruno, os mais habilidosos discípulos dos Três Lendários originais, tomou a frente na grande batalha final.

Ele se voltou para a irmã espantada.

— Imagina, com uma genética dessas, o quanto nosso irmão seria valioso.

— Por que não levaram a mim também?

— Não sei, acho que pensaram que você não valia a pena. Sem querer ofender…

— Não ofendeu – disse a menina, uma lágrima correndo pelo seu rosto. – Acho que finalmente eu compreendi.

— Compreendeu o quê?

— Alguns gêmeos tem uma forte ligação… E se inconscientemente eu soubesse que meu irmão se sacrificou para que eu ficasse a salvo?

— E como ele faria isso?

— Eu não sei… sinceramente não sei, mas acho que o fato deu ter sido criada em segurança com nossa mãe devo a ele.

— E como ele faria isso sendo apenas um bebê?

Os pais se aproximaram lentamente, enquanto que a multidão dispersava. Felizmente, apenas o pequeno túmulo fora danificado e fora difícil para eles explicarem a razão da situação.

Quando a mulher viu o garoto, se deteve e sumiu.

— Droga, Sakura! – disse o homem, seguindo-a.

 

— Por que você fez isso comigo? Seu próprio irmão…

O homem parado de costas a ele manteve a posição rígida de braços cruzados, sem demonstrar sentimentos.

— Eu te dei uma ordem e você escolheu desobedecê-la. Fiz o que achei melhor para nosso Clã e para nossa família.

— E em algum momento pensou no que era melhor para mim?

O homem finalmente se voltou, sua expressão vazia enquanto olhava para o irmão.

— Perdemos muitos membros durante os últimos conflitos, Sasuke. É hora de fortaleceu nossos laços e não atenuá-los ainda mais. Devemos unir nosso Clã e manter o sangue Uchiha intacto. Não há lugar para sentimentalismos quando nossa obrigação é manter nossa linhagem.

Com custo, o rapaz manteve-se calmo. Nunca fora permitido que ele fosse que nem seus amigos, alguém despreocupado e brincalhão que sabia aproveitar as coisas boas da vida. Ele tinha de ser sempre o melhor, não importava como, e a única vez que tentou seguir seu coração fora jogado novamente na realidade de que não havia lugar para individualidade em seu pequeno mundo.

— Não importa o que diga, Itachi! Minha posição não vai mudar. Não é você quem escolhe quem é mais apropriado para mim… essa decisão cabe a mim.

 

Manter essa mulher sobre controle será difícil!

Não que ele ficasse muito atrás. Sua vontade era voltar para Vila e exigir uma explicação… mesmo que tivesse de usar um fórceps. Mas de nada adiantaria… Não traria de volta os anos que eles deveriam ter tido com os filhos, as alegrias e as tristezas com suas conquistas. O problema é que ela nunca entenderia isso.

De repente ela se deteve nas cercanias da Aldeia, os ombros tremendo.

— Sakura…

— Como… Como ele conseguiu colocar as mãos no meu filho? Com que proposito?

Ele suspirou.

— Se eu fosse fazer uma aposta, diria que tudo se resume a uma palavra: controle – disse, chamando sua atenção. – Quando nosso pai morreu, o Conselho deixou subentendido que, se eu não fosse um menino que nem era um guenin, seria uma escolha mais apropriada para suceder Fugaku. Desde então, se tornou uma questão de honra me manter sempre ao seu lado apoiando-o em suas decisões.

— Ele também não passava de um menino quando seu pai morreu.

— Mas já era um guerreiro extremamente reconhecido. No entanto, o Conselho sentia que eu seria muito mais… de forma mais pacifica, podemos dizer assim. Se meu pai tivesse vivido apenas uns anos mais, talvez a decisão pudesse ser diferente.

Sakura o olhou diretamente.

— Conte-me o que aconteceu…

Ele desviou o olhar, pensativo.

— Foi dois meses antes daquela noite. Itachi convocou uma reunião extraordinária para discutir minha situação… ou assim foi o que eu pensei. No fundo, eu sabia que era bom demais para ser verdade. Foi decidido que eu teria de levar você para ser apresentada formalmente para o Clã como minha futura esposa. Então fui encontra-la para contar…

— Mas isso nunca aconteceu.

— Porque tudo aquilo não passava de uma ilusão que por umas horas eu acreditei ser verdade. Só fui descobrir na manhã seguinte que nada daquilo jamais aconteceu. E só uma pessoa era forte o suficiente para fazer isso comigo.

Ela lembrou-se que, na mesma época, Sasuke parou de falar sobre o irmão e o boato na Aldeia era de que haviam tido uma briga feia. Chegara a especular que era o motivo da discussão e não imaginara o quanto se aproximara da verdade.

— Naori foi escalada por Itachi para fazer a ilusão mais real?

O homem franziu os lábios até formarem uma linha fina.

— Eu a odiei por ter aceitado fazer parte de tamanha traição, mas seus pais e ela eram ambiciosos. Sua irmã havia sido rechaçada por Itachi que preferiu Izumi, então restava a mim.

— E ela aceitou destruir a própria reputação por status? Não me admira que Daisuke parecesse nunca ter tido mãe.

— Quando, dois meses depois, os pais dela chegaram para exigir uma reparação, sabiam que eu não me negaria. Afinal, era meu filho, uma criança que não tinha culpa da desgraçada que era sua mãe. E no fundo eu sabia que ela seria um péssimo exemplo como pessoa. A evitava o máximo que podia, querendo desesperadamente que meu pai ainda estivesse vivo para impedir o que acontecera – disse, fechando as mãos com força. – Se eu estivesse prestando atenção nela, talvez tivesse percebido que ela nunca esteve grávida.

A jovem mulher nada disse, apenas ficou fitando a escuridão que se aproximava.

— Não adianta lamentar o que não tivemos – disse, em um tom quase inaudível. – As nossas lágrimas e lamentos não trarão de volta o que deveria ter sido nosso desde do inicio. O máximo que podemos fazer é aproveitar o que tempo que nos resta.

— Quer contar a verdade ao Daisuke?

— Não faria nada bem a ele. Já se ressente por sua mãe ignorá-lo sumariamente e saber o tamanho de sua falta de caráter será mais uma maldição do que uma bênção.

O homem assentiu, sendo atraído por um som não muito longe dali. Daisuke e Sarada estavam parados a alguns metros, em verdadeiro estado de choque.

Era desnecessário perguntar o quanto haviam ouvido da conversa. Os belos olhos esverdeados do menino derramavam lagrimas amargas.

— Daisuke… – disse o pai, dando um passo adiante, mas o menino se afastou instintivamente, seus olhos assumindo um brilho avermelhado. Então, lamentou: – Não…

O menino se afastou correndo, sendo seguido pela irmã.

— Deixe-o, precisa pensar no que acabou de ouvir – comentou Sakura, chamando sua atenção. – Saber que toda sua vida é uma mentira não é fácil para ninguém, mas ele precisa ficar sozinho agora. Talvez agora algumas coisas comecem a fazer sentido.

Ele não parecia muito convencido, mas suspirou.

— Temos que voltar a Aldeia o mais cedo possível…

— Eu sei, mas tem algo mais que você precisa saber. Sarada também é uma portadora…


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