18/11/2017

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Assim que cheguei ao GAPAD eu fui até os meus amigos, que conversavam junto ao portão. Guang perguntou-me pelo meu objeto, e ambos ficaram empolgados ao que os mostrei o livro que eu trazia em uma mochila. Leo, principalmente, ficou bastante animado com a notícia. “Quer dizer que eu vou finalmente saber o seu pseudônimo?!”, ele perguntou, um sorriso largo em seus lábios, seus olhos brilhando por causa da expectativa. Admito ter ficado feliz com aquela reação.

Então, perguntei sobre eles.

Leo trouxe um pequeno caderno de capa dura, cujo estado mostrava o quanto ele havia sido utilizado. Quanto ao Guang, ele puxou para mais perto uma sacola e disse que era segredo, enquanto corava levemente. Curiosos, tanto eu, quanto Leo tentávamos convencer o garoto a nos dar mais detalhes quando Victor estacionou o carro e veio em nossa direção. Olhei para ele, ansioso por saber se ele tinha trazido o que ele tinha me dito que iria trazer, em mensagem, alguns dias antes. Sem que eu precisasse abrir a boca, Victor sorriu e anuiu a cabeça, suas feições confiantes.

Para a atividade de hoje, tínhamos que falar sobre algum objeto que nos tivesse um valor sentimental; basicamente, compartilhar memórias. Leo nos contou de como seu sonho de trabalhar com a música começou cedo, e de como desde que era pequeno gostava de escrever canções num caderno que levava para todos os lados. Eu revelei o meu pseudônimo e falei sobre minhas experiências na indústria literária, apesar de ter ficado ansioso de expor uma parte de mim que até então era só minha. Eu já voltava para meu lugar quando Victor se levantou, a fim de me substituir no centro do círculo. Assim como eu havia o garantido, deu tudo certo quando ele se abriu sobre seu passado como patinador e mostrou a medalha de ouro. No início, todos ficaram surpresos, mas então o rumo da conversa seguiu em direção á oferta de emprego que era um assunto que ninguém, mas principalmente Leo, aguentava ver ainda sem solução. Por fim, foi a vez de Guang, que puxou de uma sacola uma “tigela”, que não podia nos ser mais familiar. Guang admitiu do relacionamento deles, falou sobre como Leo era importante para ele e como o amava muito.

A melhor parte do dia foi, com certeza, ver um Leo super embaraçado.

Durante o intervalo, dei uma olhada melhor na medalha do Victor. Enquanto isso, ele folheava o meu livro. Leo e Guang haviam desaparecido, mas acho que isso era inevitável. Depois de tudo que aconteceu, eles desejarem um tempo a sós era nada além de previsível. Victor então perguntou se podia pegar meu livro emprestado e eu anuiu, apesar de sentir meu estômago se embrulhar pela expectativa de tê-lo lendo uma história escrita por mim.

Assim que todos se reuniram para a roda de conversa, Minako falou que ficou feliz com o resultado da atividade de hoje. Ela então olhou para Victor e eu me vi cheio de orgulho, apesar de saber que eu não tinha feito nada. Foi tudo o Victor. E pensar que antigamente ele fugia da roda, e de como ele gaguejou quando ele finalmente teve coragem de participar... Ele realmente havia progredido muito. Todos nós, na verdade.

Ao final da reunião, Victor me ofereceu carona. Lamentavelmente, por mais que eu quisesse um pouco mais da sua companhia, tive que recusar, pois minha mãe veio me buscar.

Quando o carro parou diante do portão, minha mãe me chamou e nós nos aproximamos. Victor a comprimentou, assustando-se logo depois com a pequena bola de pelo castanho que se agarrou ao seu braço.

Os olhos de Victor brilhavam enquanto ele olhava para Vicchan, e os meu coração acelerava enquanto eu olhava para ele.