Chéri escrita por AnneWitter


Capítulo 3
Décembre


Notas iniciais do capítulo

-Capitulo não betado

— Agradeço os comentarios.

—Espero que gostem desse novo cap.



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Décembre

 

A toca não havia mudado em nada. Hermione havia ficado quase quinze anos longe daquele lugar, e mesmo assim nada mudou. Talvez a cor, mas isso ela não tinha certeza, para ela aquele laranja apagado que cobria a fachada da toca sempre esteve ali. E caso nunca esteve, certamente a cor anterior não combinava em nada como aquela atual.

Desviando seu olhar da fachada, ela olhou o bosque que havia próxima a casa; quantas vezes ela e Rony não fugiam para aquele lugar? Inúmeras vezes, que ela, quando mais nova, perdera as contas. Naquele tempo tudo era tão maravilhoso. Agora o que havia lhe restado era uma profissão magnífica, um apartamento belíssimo e um monte de lembranças, e essas amargavam feito fel em sua boca.

Um suspiro longo saiu de seus lábios, e em passos lentos diminuiu a distancia dela para a porta principal; e antes de se aproximar estagnou-se ali. A porta se abriu. Um rapaz ruivo e uma garota ruiva saíram da casa. Ele riam.

Hermione os olhava abobada, vê-los pessoalmente era totalmente diferente que olhá-los através de fotografias. Aqueles eram Lily e Hugo, filhos de seus melhores amigos.

Os dois olharam para o lado, e pela primeira vez, notaram que não estavam sozinhos ali. A castanha envergonhada acenou para eles, um sorriso bondoso em seus lábios.

-Tia Mione? – perguntou Lily. Sua voz era agradável, uma voz gostosa em se ouvir. A mesma voz de Ginny quando mais nova.

-Sim. – respondeu ela sorrindo.

A ruiva pulou o degrau da frente da casa e abraçou fortemente a castanha. Hermione lembrou-se da ruivinha pequena em seu colo, como a garota, agora crescida, era chorona quando pequena.

-Avisarei aos outros que a tia Hermione chegou. – informou Hugo, para logo em seguida sumir pela porta.

-Mamãe havia falado que você, novamente, não iria vim. – disse Lily ao se afastar de Hermione.

-Decidir vim de última hora. – disse ela ainda sorrindo. Como ela pode ficar tanto tempo longe daquele lugar?

A resposta veio logo em seguida.

Assim que Lily e Hermione entraram, encontraram-se com todos na sala, Hugo estava sorrindo, falando algo como ‘Eu não disse’, a castanha imaginou que os adultos não estava acreditando no jovem, imaginando que este estava inventando aquela historia. Mas como todos podiam ver naquele estante, ele dizia a mais pura verdade. Hermione estava de volta. E sentado num dos sofás da sala estava Lilá e Rony... Tinha sido por isso que ela se afastara, que deixara natais e anos novos junto com todos, para ficar exclusa na sua solidão francesa. Como ela queria está no lugar da loira naquele instante, ao lado de Rony. Ela desviou o olhar e fitou Ginny. A ruiva estava próxima a árvore de natal. ‘Harry me enlouquece com isso, e Alvus está o ajudando este ano. Ambos querem uma árvore de natal’, lembrou das palavras de Ginny na penúltima carta que a ruiva lhe mandara. Hermione largou a mala de lado, e abraçou a amiga, depois dela diversos braços, beijos vieram lhe saudar. Sr. E sra. Weasley, George e Angelina, Harry, James e Alvus, Hugo e Katheren, Gui e Fleur, Victorie, Dominique e Louis, Fred II e Roxane , e Ted.

Após os abraços, Hermione notou que além de Percy, sua mulher e suas filhas não lhe saudar; quais ela notara depois que ainda não estavam presente, Rony e Lilá também não o fizeram. Ao menos não  como os outros. Eles apenas sorriam para ela. Lilá tinha um sorriso vitorioso nos lábios, como no dia de seu casamento. Hermione sentiu a raiva lhe consumi como naquele dia, mas ela não se rebaixaria, não novamente.

Ela retribuiu o sorriso, e ousou. Ela sentiu uma tensão cair na sala quando ela caminhou em direção aos dois, notou que Harry se locomovera de seu lugar, talvez pronto para entrar em ação caso necessário. Afinal no casamento de lilá e Rony foi necessário o moreno intervir, tirar Hermione do pescoço da noiva. Aquele dia certamente tornou-se fresco na memória de todos naquele momento.  Mas o que confortava a castanha naquela instante era que, o olhar de surpresa de Rony não era somente porque ela estava ali, e tampouco porque dirigia ao encontro deles, mas porque ele se surpreendera com ela. Talvez  porque ela ainda estava bonita. Oh! Coitada de Lilá Brown, não havia mais vivacidade nos longos cabelos loiros, e nem um pouco de beleza no olhar castanho. Hermione sentia-se mil vezes mais viva do que aquela mulher, e como sentia.

Infelizmente a mulher tinha um trunfo na mão, que Hermione nem em mil anos teria. Ela era a senhora Weasley.

-Olá Lavender. – cumprimentou ela estendendo a mão para ela. –Rony!

A loira respondeu prontamente, apertando a mão dela, seu sorriso estava ali vitorioso, mas algo vacilava nele. Talvez o olhar abobalhado de Rony fosse o motivo.

-Hermione. – disse ele por fim, também apertando a mão dela. Aquele contado foi o suficiente para Hermione saber que ela queria mais.

Não houve um ‘mais’.

O jantar foi no quintal dos fundos da toca, o mesmo lugar que outrora foi o casamento de Harry e Ginny, Gui e Fleur, e o casamento que ainda fazia o coração de Hermione bater doloroso; Rony e Lilá.

A castanha estava entre Ginny e George, revezando a conversa entre os dois, com um a conversa era alta e empolgada, com o outro era sussurrada. ‘Que bom que você voltou, estava realmente com saudades’ dizia um. ‘Ele ficará empolgado com sua chegada’, cochichava o outro.

-Também estava. – respondia para um.

-Não quero vê-lo. – respondia para o outro.

-O que vocês tanto cochicham? – Roxanne indagou para o pai e a recém chegada.

Hermione sorriu e olhou para George, ele iria responder, era claro.

-Como gostaria de tê-la em minha loja, ela é uma excelente bruxa, não se esqueçam disso, e estou realmente precisando de idéias novas.

-E você quer que a tia Mione as tenha? Caso ela continue como o senhor a descreveu quando ela era mais nova, não teremos logros divertidos. E sem dúvida sua loja iria falir, porque você não pede ajuda para mim e Roxanne?

Todos tiveram que rir com a observação de Fred II, o rapaz tinha no máximo 15 anos, e possuía em seu olhar e voz, a animação que Hermione lembrava que os gêmeos tinham. Roxanne possuía o mesmo vigor, notara com o olhar de animação dela ao ouvir o comentário do irmão. Ela certamente era mais nova que ele, mas Hermione não duvidava que a morena fosse tão habilidosa em magias como seu irmão.

Dali em diante não houve mais sussurros. Somente conversas alegres.

Ao fim da festa todos se acomodaram na toca, Hermione então notou que a mesma havia mudado, Sr e Sra Weasley adicionaram novos quartos ao lugar, embora lá fora parecesse que ainda possuía o mesmo números de quartos. ‘Foi necessário fazer isso, já que todos os anos passamos o natal aqui’ explicou Molly quando ela levava Hermione para seu quarto.

Ela ficou no último andar, e no último quarto. E ficaria sozinha. A única a ficar sozinha.

Hermione trocou de roupa, queria ter feito isso antes, mas como chegara no horário da ceia, visto que após sair do beco diagonal ficou um tempo andando pela Londres trouxa, não pode dar o luxo de trocar de roupa e descansar antes da ceia. Por isso ela ansiava agora o descanso. Mas o sono não veio quando ela se enviou debaixo na coberta.  

Sua mente estava no quarto no andar inferior aquele. Ela viu o momento que Lilá e Rony entraram no mesmo, foi o mesmo instante que Molly lhe levava para aquele quarto. ‘As crianças ficaram no andar de baixo’ ouviu a voz de lilá falar com Rony, antes da porta se fechar. Eles ficariam sozinhos no quarto. Oh! Céus. Porque se preocupar com isso agora, o que eles iriam fazer ali não era mais novidade para ambos, afinal os dois já tinham filhos. E lindos por sinal. Katheren parecia com a mãe, embora o olhar dela fosse parecidíssimo com de Rony, e Hugo era uma mistura harmoniosa de ambos. Cabelos ruivos, e olhos castanhos. Tão lindo.

Furiosa consigo por está ali, e com seus pensamentos, ela se levantou e seguiu para a janela. A noite estava calma e escura, não havia nenhuma estrela no céu. Tudo tão negro. Ela abriu a janela devagar, e em seguida sentou-se no parapeito, um vento gélido deu-lhe boas vindas.

Ela fechou os olhos. Irei cobrar isso. Ela abriu os olhos, aquela voz suave, sedutora lhe invadiu. O rapaz de mais, ela nem havia pensando nele antes. Contudo naquele instante sozinha, entregue ao vento noturno, a sua voz poética se fez presente. Hermione não pode deixar de sorrir.

Ela saiu do parapeito e abriu a sua mala, sobre suas coisas estava um velho livro, o titulo semi apagado ainda era possível ser lido, como as velha folhas amareladas podiam ser viradas, somente as capas que Hermione tinha certo receio, essas encontravam-se debilitadas demais. E ainda assim ela o pegou e seguiu novamente para janela.

Ela releu o titulo pela milésima vez: ‘contact de la luxure’

O livro que uma ex-colega de trabalho havia lhe dado. Toque de luxuria, era a tradução. A historia de um Conde que vivia no século XVI, que tinha diversos amantes, entre mulheres e Homens; e como muitos dos homens vestiam-se de mulheres para agradar ao conde, este passou a chamar todos de Chéri. Todos lhe eram queridos, sem a ‘Ma’ ou ‘Mon’ antes de Chéri, simplesmente para não errar e não magoar ninguém. Sem ter que chamar Ma, quem tinha que ser chamado de Mon. Por isso para o Conde François, todos eram Chéri. Até mesmo seu grande amor. A belíssima e sedutora cantora titulada pelo dono do cabaré de Chéri. Tinha sido esse nome que chamou atenção do conde na primeira vez que a ouviu, mas foi a habilidade dela na cama, e sua personalidade diferente dos demais que cativou o conde, o fazendo enlouquecer.  A razão de Hermione pegar o livro naquele momento estava escrito na pagina 73. ‘Chéri tinha os olhos de leopardo, acinzentados e felinos.  Sua voz era baixa e ousada quando não cantava, e foi com essa sonoridade que ela pronunciou as palavras que marcaria o inicio de um grande e avassalador relacionamento, do qual apenas um sairia sano. ‘Irei cobrar isso’...’

Hermione fechou o livro e o abraçou. Chéri realmente cobrou. Ela procurou o conde no dia seguinte, e o fez pagar aquilo que prometera. ‘irei fazer você gemer o meu nome’ prometera ele aos sussurros no cabaré quando chéri, pela primeira vez, foi á mesa dele.

‘Quem sabe um dia você possa me conhecer’. As suas palavras vieram até sua mente, e aquilo a excitou.  O rapaz cobraria isso, e Hermione, por alguma razão, esperava que sim...

 

 


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