Chéri escrita por AnneWitter


Capítulo 2
Dezembro


Notas iniciais do capítulo

- Capitulo não betado.



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Dezembro

Isadore era melhor amiga de Katheren Weasley, mas quando não estava com a ruiva, era com o jovem Malfoy que a morena gostava de ficar. Apesar da diferença de idade de um para o outro, o loiro gostava também da presença dela, principalmente das historias e idéias que ela tinha. Sendo ela uma nascida trouxa, muitas coisas que ele vivia, Scorpius nunca imaginou viver. E tampouco teria conhecido aquele vicio trouxa caso não fosse ela.

Logicamente que ele nunca fumou diante de algum adulto, ou até mesmo no terreno da escola, ele sempre fazia isso quando ia para Hogsmade, ou quando estava em sua casa. Um vício charmoso na opinião de Isadore.

Isadore.

Scorpius sempre quando olhava para a morena lembrava da sua diferença com seu pai. Não que os dois se odeiam, longe disso, ele somente não gosta de ser comparado ao pai. E até mesmo por isso ele buscava de todas as formas possíveis não ser igual á ele. Sua amizade com Isadore era uma grande diferença, como também a casa que foi selecionado. Corvinal. Outra diferença era sua amizade com os Potteres e com os Weasley, se bem que essa última parte não seja tão desigual assim, já que o nobre Malfoy tinha certa convivência com ambas as famílias. Em nome dos velhos tempos, o loiro mais velho dizia. Ainda sim, seu convívio com Potteres e Weasleys era mais forte e verdadeira. Ele realmente gostava de Alvus, da encrenqueira  Lily, do chato Hugo e do orgulhoso James. Apesar de que esse último faz algum tempo que Scorpius não o via, já que o grifinorio se formara. (somente Katheren, irmã de Hugo, não entrava em sua lista)

Todavia, o que ambos tinham de diferença, tinham também de igual. Mesmo que Scorpius quisesse havia uma coisa que ele nunca poderia mudar, ele era igual ao seu pai. Em questão física. Muitos diziam que não havia copia perfeita de Draco, senão Scorpius. O filho era idêntico ao pai naquela idade, diziam, ele odiava isso. ‘Não sou ele!’ sempre gritava para si mesmo. E provar isso era o que mais ele ansiava...

 

Na fria tarde de dezembro, na véspera de natal. Scorpius não se encontrava em Hogwarts, como a maioria dos alunos; mas era poucos, que como ele, estava no beco diagonal, sentado numa pequena lanchonete que havia ali. Essa era nova no local, tinha apenas um ano de funcionamento, e de grande sucesso.  Scorpius ouvia a dona falar para um rapaz, talvez filho dela, que aumentaria o local. ‘Está indo muito bem’ disse feliz. Scorpius a olhava. Ele gostava de fazer esse tipo de coisas, observar as pessoas. Conseguia compreender melhor seus pais, seus amigos, por causa disso. Observar. Ás vezes certas coisas que eles não conseguiam dizer era tipo no olhar, e nos gestos, por isso Scorpius achava que era valioso a arte de prestar atenção em tudo.

E observando aquela mulher na faixa dos 50 anos, conversando alegremente com o rapaz que se encontrava sentado num dos bancos que ornavam o balcão; ele notou, mesmo que ela não falasse, que uma felicidade genuína saia de dentro dela, de modo tão contagiante que ela não pode deixar de sorrir. Um sorriso que segundo Lily, enlouquecia as garotas. ‘Katheren morrerá qualquer dia desses’ lembrava ele das palavras da ruiva ‘Por que?’ ‘Oras, com esse seu sorriso. Ela fica totalmente abobalhada quando vê você sorrir, imagine caso ela o olha para você agora’ disse ela numa encenação dramática ‘Afinal ela está lá em cima’ Scorpius olhou para a torre de Astronomia, Lily tinha razão Katheren estava lá, sentada no parapeito, conversando, ao menos parecia, com Fabian Wood. ‘Bobagem’ respondera, como sempre. ‘Bobagem. No dia que ela morrer por causa desse sorriso, não me venha dizer que eu tinha razão’. Finalizara séria, Scorpius sorriu novamente. Ele adorava o jeito da ruiva.

E o loiro também sorriu ao se lembrar do episodio.

-Oh! que belo sorriso.

A rapaz olhou para cima, ali parada encontrava-se a dona do Magia Doce.

-Obrigado. – agradeceu.

Scorpius sabia que ele não ficava tímido diante de um elogio, ‘seu rosto nem fica vermelho, é muito convencido mesmo’, diria Isadore, como sempre. Mas Scorpius não tinha culpa, receber elogios havia se tornado tão normal em seu cotidiano que ele nem se dava ao luxo de ficar envergonhado.

- O senhor gostaria de mais chá de lua?

-não, obrigado. Acho que é melhor eu ir. – disse se levantando.

Logo depois que pagou, ele se retirou do lugar. A tarde estava realmente fria, um vento cortante uivava pela rua. Scorpius fechou o casaco que estava usando, e mirou em seguida a loja de esquina, alguns passos de distancia dali. A fantástica loja dos gêmeos Weasleys, embora apenas um estivesse cuidando da mesma. O outro, por infelicidade do destino, não estava mais vivo. Isso fez o loiro lembrar-se do outro Weasley que conhecera, e que ele tinha até que uma amizade, mas não tão forte como tinha com os outros. Esse era o bagunceiro Fred II, recebera o mesmo nome do tio falecido. Uma homenagem de George para com seu irmão.

Caso a loja estivesse aberta Socrpius certamente entraria na mesma, talvez para passar algum tempo antes de enfim ir para sua casa. Mas ela estava fechada. ‘iremos para toca no natal, toda a família estará lá’ Lembrou ele das falas de Hugo. Certamente George fechara a loja por causa disso. Ele, como toda a família Weasley e Potter, estava na toca.

E mesmo assim ele manteve seu olhar para aquele lugar, uma mulher que tinha acabado de se aproximar da loja chamou sua atenção. Ela olhava para a mesma com curiosidade, como se querendo encontrar um meio para entrar nela. Será que ela não percebeu que a loja está trancada?

Em passos lentos, com as mãos dentro do bolso do casaco, Scorpius aproximou-se da mulher. Ela tinha um encantamento que nenhuma outra mulher, na opinião de Scorpius, tinha. Os cabelos semi-revoltos, a pele branca, e o olhar de quem tem o que falar. Olhos amendoados. Percebera ao fita-la.

-Caso a senhora esteja procurando pelos Weasleys, imagino que seja mais fácil encontrá-los na toca.

Ela ficou um tempo olhando-o. Seu olhar era profundo, conhecedor; típico olhar de uma mulher experiente. 

-Imagino que sim. – disse ela por fim. sua voz era aveludada. Ela lançou um olhar para a fachada. –Acho que me enganei, pensei que George não fecharia na véspera de natal... Bem terei que ir pára toca sozinha.

Ela sorriu e voltou a olhar o rapaz. Scorpius ainda a olhava, a observava com total atenção. Ele também não tinha vergonha em olhar e olhar as pessoas mesmo de tão perto. Quando mais próximo seu objeto de observação, melhor. Pensava ele.

-Envergonhada? – disse ele. ‘ás vezes você é estranho malfoy’ Repreendia Susan, sua amiga de turma e casa. Ela certamente diria isso para ele, ao ouvi-lo naquele instante. Ele sorriu.

-Um pouco, imagino que qualquer pessoa ficaria diante de um olhar tão compenetrado.

Ele novamente sorriu.

-Creio que esteja me olhando dessa forma porque quer me reconhecer.

-Não, na verdade a observo porque a quero conhecer. Ainda não a conheço, portanto não poderia lhe reconhecer. – disse ele em tom galante. Um tom que ele a tempo não usara.

Ele refletiu rápido. Qual tinha sido a última vez que utilizara aquela sonoridade calma e sedutora em sua voz? Oh, sim. No dia que conheceu a mãe de Lily. A ruiva era realmente bonita, embora bem mais velha que ele; contudo o rapaz ficou encantado pela mulher. E talvez por isso ele tinha uma pequena queda pela ruiva mais nova, imaginando que esta ficaria igual a mãe quando ficasse mais velha.  Contudo aquela mulher diante dele, embora tivesse uma beleza comum, nada comparada a uma veela, tinha algo a mais. Talvez fosse o brilho triste que transbordava dos amendoados. Os belos olhos amendoados dela.

-Ok. Quem sabe um dia você possa me conhecer. – disse em meio a um sorriso fraco. – Afinal hoje tenho um grande reencontro.

Ele notou uma magoa na voz dela, algo que parecia vim de muito longe.

-Irei cobrar isso. – disse ele divertido.

Ela sorriu, pegou a sua mala e saiu.

‘Qual é a razão de você não dar uma única chance para Katheren?’ a voz de Isadore lhe assaltou, ele virou-se para ela. Ambos estavam defronte ao lago negro. ‘Porque não gosto de garotinhas, eu prefiro mulheres’...

 


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