Ela abriu a porta do luxuoso apartamento da cobertura do prédio de esquina, a carta ainda estava sobre a cama, como havia deixado antes de sair na noite anterior. Afinal onde mais estaria senão ali? Ela vivia sozinha, como sempre o quis. Tinha a profissão que queria, tinha o apartamento que queria, e tinha sua solidão. Claro que a ultima coisa não era tão bem vinda, principalmente naquele dia frio de inverno; um frio que parecia pronto para congelar sua alma e corpo, caso ela não estivesse com aquele grosso casaco de pele.

Desinteressada pela carta a castanha deixou o casaco cair sobre uma poltrona, e depois dirigiu-se para o banheiro, olhou-se no espelho, as finas rugas de uma idade madura se encontrava próxima aos olhos, ela riu ao ver aquilo, lembrando-se dele. ‘Mas ainda é tão jovem’, riu-se mais, ela já era tão jovem. O homem que havia dito isso á ela estava longe, muito longe. Ele tinha que voltar, embora ela soubesse, como ele também, que ficar seria mil vezes melhor. E como seria. Riu com esse pensamento. Seu sorriso marcava ainda mais seu rosto. Como era cansativo ser velha.

Ela ignorou seu reflexo e voltou para o quarto. A carta. Ela estava ali, a esperando. Ela não sabia o que esperava. Estaria esperando que o papel ganhasse vida e então sumisse de sua frente, que rasgasse em milhões de pedaços, de modo que não pudesse lê-lo? Ele realmente não sabia o que esperava. Por isso resolveu fazer que tinha que ter feito assim que a recebeu. A abriu e leu.

Querida Hermione

Quando recebi sua carta semana passada fiquei feliz, ao fim dela, porém, odiei tê-la recebido. Mais uma vez você decidiu por ficar em Paris. Por Merlin Hermione, porque continua com isso. Sei muito bem que não é por causa da sua profissão. Afinal todos daqui a querer, em cargos muito melhores, onde poderá receber bem mais. O seu fabuloso apartamento certamente não é., poderia comprar um mil vezes melhor aqui. É por causa dele, não é?

É – respondeu a outra no meio da leitura.

Caso seja isso, quando mais você fugir, pior será.  Venha e enfrenta de uma vez isso tudo, para que então possa continuar. Quando você fizer isso, eu juro, caso queria voltar para França, eu não colocarei obstáculo para isso, e tampouco procurarei formas para fazê-la voltar. Todavia, eu espero primeiro que venha para Inglaterra e coloque um fim nesta situação. Pois  você, como eu, Harry e ele, não somos mais crianças, e nem estamos na flor da idade. Hermione já estamos na idade de resolver tudo isso, na verdade já passamos dela. Por favor não espere ser tarde demais...

Com amor Ginny;

A castanha ponderou a carta com os olhos, a duração desse analise, durou mais que a formulação de sua decisão. Assim que ela resolveu que iria fazer, pegou um pergaminho escreveu ás presas neste, e chamou sua coruja, ordenou ela a mandar a carta para seu destino, e em seguida foi arrumar suas coisas. Ginny tinha razão, o momento de ficar escondendo-se havia terminado...