Sempiterno escrita por Sarah


Capítulo 7
7º Ano




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— Foi aqui que nos beijamos pela primeira vez — Sirius disse de repente. Estavam em um dos quartos da Casa dos Gritos e aquele primeiro beijo havia sido no porão, mas ele confiava de que precisão não era muito importante naquele instante.

Tinham passado a última hora em uma cama que o lobisomem não havia conseguido destruir, apesar de tê-la deixado um pouco bamba — defeito que persistira a despeito de todos os feitiços que Sirius lançara —, compartilhando cigarros de um maço que Remus tinha surrupiado de Peter e beijando-se ocasionalmente.

— Achei que você tinha se esquecido — Remus comentou, ficando ligeiramente vermelho.

— Nem pensar. Eu me masturbei pensando naquilo por séculos — disse, fazendo uma pausa para apreciar o constrangimento de Remus. — Quando você fez aquilo realmente só estava com raiva ou já gostava um pouco de mim?

Remus desviou o olhar ao mesmo tempo em que se inclinou em sua direção.

— Foi mais raiva, mas eu acho que já estava um pouco confuso.

Sirius acariciou os cabelos castanhos de Remus, sentindo os fios muito macios. Havia algo de incrível em estar com ele daquela forma, poder tocá-lo com tanta naturalidade quanto se o corpo de Remus fosse uma extensão do seu, em vez de ter que conter seu anseio em sorrisos e braços e provocações amigáveis, e saber que estava tudo bem, que Remus também queria aquilo.

Deslizou contra ele, encaixando-se suavemente entre os ossos de Remus, e o cheiro do lobisomem tomou seus sentidos, ferro, algo de almíscar e o cheiro de lavanda das pomadas que Madame Pomfrey mantinha na enfarmaria.

Com displicência, bateu o cigarro em um cinzeiro que James tinha encantado e observou as cinzas desaparecerem magicamente.

— Quando terminarmos a escola vamos morar juntos — falou em um tom entre pergunta e afirmação. Tinha pensado muito naquilo nos últimos meses e fazia sentido. Duvidava que Remus tivesse um plano melhor e tampouco apreciava a ideia de ver-se sozinho quando o ano acabasse.

Remus o fitou com surpresa e desconfiança, arqueando as sobrancelhas.

— Eu jurava que os cigarros de Peter eram apenas nicotina e não erva-de-doende — o lobisomem desconversou, mas sua voz tremeu ligeiramente, traindo-o.

— Estou sóbrio, Moony. Venho pensando nisso desde que recebi a herança do tio Alphard... — falou, porém logo percebeu que havia sido a coisa errada a dizer.

O lobisomem bufou e se afastou dele. Em seguida, retirou o cigarro da sua mão e deu uma longa tragada.

— Eu estava esperando James ou você virem propor algo do tipo. Vocês já fizeram o bastante por mim, eu consigo me virar, vou arranjar um emprego e ficar bem — Remus declarou, o cenho vincado.

Sirius estendeu a mão e a pousou pesadamente sobre a cabeça de Remus. A guimba do cigarro caiu no chão, a ponta brilhando, e rolou para baixo da cama.

— Seu idiota. Parecemos do tipo que faz algo por caridade? Nós nos tornamos animagos em primeiro lugar porque era legal — disse, sem se importar o quão óbvia era aquela mentira. — James também chamaria você para dividir um apartamento com ele porque é seu amigo. E eu, bem, você é mais do que isso.

— Não muda o fato de que eu posso me cuidar — ele reafirmou, parecendo bastante concentrado em fingir que o rubor nas suas bochechas não existia.

Sirius fez um muxoxo de impaciência.

— Porra, Moony. Não estou dizendo para você morar comigo porque quero te ajudar. Estou convidando você para morar comigo como meu namorado — disse, e então também estava corando.

— Um pedido de casamento? — Remus arriscou, constrangimento e provocação misturando-se em seu questionamento.

Sirius não se deixou abalar.

— Exatamente como isso.

Esperava que Remus insistisse em ser orgulhoso ou aceitasse seu convite, mas em vez disso ele pareceu agoniado e torceu os dedos no lençol da cama em uma postura ansiosa.

— Você sabe o que isso significa, não é? Não vamos conseguir esconder as coisas por muito tempo... James vai desconfiar.

Oh, tinha bastante certeza de que James já desconfiava.

— Ele não vai ligar — falou com uma confiança maior do que sentia. De qualquer forma, Sirius se deu conta de que não se importava mais se James aprovaria ou não o que ele sentia por Remus. Era uma sensação estranha colocar outra coisa à frente da sua amizade com James, mas ele também tinha Lily, e talvez aquilo siginificasse que estavam crescendo. — E mesmo que ele se importe, isso não muda nada — afirmou.

Remus devia ter intuido o quanto aquilo significava, pois sua expressão suavizou em uma mistura de alivio e carinho, e Sirius nunca tivera tanta certeza de que ele o amava quanto naquele instante. Sustentou o olhar dele por um longo momento, até que o lobisomem suspirou.

— Eu ajudo a pagar o aluguel — ele cedeu.

De repente Sirius tinha o mesmo sorriso de quando a Grifinória ganhara a taça de quadribol.

— Obviamente — disse, porém achou conveniente não mencionar que tinha muitas ideias sobre como Remus poderia pagá-lo.

Havia uma guerra lá fora e sua família estava perdida para sempre, mas essas coisas não pareciam importar diante do calor em seu peito quando Remus o beijou.

 


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Notas finais do capítulo

Se você chegou aqui, obrigada por ter lido!

No mais, eu acharia uma gentileza linda se você deixasse um comentário dizendo o que gostou da história ou o que precisa ser melhorado. ♥



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