Sasuke saiu do apartamento de Sakura feliz. O sorriso em seu rosto denunciava. Quando pegou o elevador, uma moça loira estava ao fundo. Era Ino, que logo o reconheceu do dia em que ele e Sakura se beijaram no teatro na frente dela e de Kiba. Por isso, Ino o cutucou.

— Com licença, você é namorado da Sakura? – Perguntou Ino.

— Sou sim. Aliás, nós acabamos de começar a namorar, como você soube? – Perguntou Sasuke surpreso.

— Eu vi vocês se beijando no teatro. Meu nome é Ino. – Informou a loira, enquanto estendia a mão para Sasuke, que a cumprimentou.

— Sasuke Uchiha. Então você é a ex-amiga da Sakura que está com o Kiba? – Respondeu.

— Exatamente. Acho que ela já deve ter te contato tudo sobre a nossa amizade né? – Disse Ino.

— Na verdade, ela fala muito pouco de você. Mas o que você quer comigo? – Perguntou Sasuke enquanto o elevador parava no térreo. 

— Eu quero que você me ajude a fazer a Sakura voltar a falar comigo. – Disse Ino acompanhado Sasuke até o lado de fora do elevador.

— Eu? Ajudar você? Só pode estar louca! – Riu Sasuke.

— Olha, eu sei que o que eu fiz não foi legal. Eu tenho consciência do meu erro, aceitei as consequências, mas a Sakura sempre foi a minha pessoa favorita no mundo. Agora, eu não tenho mais essa amizade e minha vida tá um inferno. – Confessou Ino com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu entendo o seu drama, mas não posso ajudar você. Essa não é a minha função. Eu to do lado da Sakura e ela não quer te ver nem pintada de ouro. – Disse Sasuke.

— Eu não quero que você a force a falar comigo, mas você podia dizer que conversou comigo, que eu sinto falta dela... – Sugeriu Ino.

— Ino, vocês moram no mesmo prédio... Melhor você ir atrás dela dizer isso. Está tarde e eu realmente preciso ir. – Despediu-se Sasuke.

— Tudo bem. Muita ingenuidade minha pensar que alguém ia me ajudar... – Ino deu de ombros e voltou para dentro do elevador e parou no andar de Kiba.

[...]

Quando Kiba abriu a porta, Ino se jogou em seus braços chorando. Ele afagou seus longos cabelos louros e beijou sua testa.

— O que aconteceu? – Perguntou preocupado e viu Ino secando as lágrimas.

— Eu fiquei o dia todo pensando na Sakura. Pensando no que fizemos a ela, o quanto sinto falta dos conselhos que ela me dava, dos risos fáceis quando falávamos de garotos, quando nos queixávamos nos nossos pais ou fazíamos planos para os próximos cinco anos. – Confessou Ino.

— Eu sei que você se sente culpada, que os seus dias ruins tem sido 7 durante a semana, mas vai passar. – Kiba tentou ser positivo.

— Não tá passando. Eu roubei o namorado da minha melhor amiga, perdi essa amizade e sabe o que é o pior? Ele nem me ama. – Bradou Ino.

— Ino...

— Eu amo você, Kiba. E pensei que ser a sua namorada ia ser o momento mais feliz da minha vida, mas não é. A gente só briga, eu morro de ciúmes das suas amigas atrizes e você só tá comigo por pena. Eu não sou cega... – Afirmou Ino e Kiba ficou mudo por 30 segundos.

— A gente pode ficar remoendo o que aconteceu pra sempre ou pode seguir em frente. Eu escolhi seguir em frente com você. Qual a sua escolha? – Perguntou Kiba seriamente.

— Você só me escolheu porque a Sakura não te perdoou. – Rebateu Ino.

— Ok. Você tá certa, Ino. Mas qual é a sua escolha? – Reforçou Kiba.

— Eu não sei mais. – Ino desviou o olhar e então Kiba a segurou pelos braços.

— Tudo bem – Kiba solta Ino. – Então, a gente devia terminar. Suas chances de fazer a Sakura voltar a falar com você serão maiores sem esse relacionamento lembrando-a da sua traição. – Disse Kiba.

— E se ela não voltar a ser minha amiga?

— Aí você fica sozinha...

— Não quero ficar sozinha.

— Ino, eu gosto de você, mas eu não posso dizer a você o que fazer, como fazer e porque fazer algo. É claro que eu também sinto falta da Sakura, queria que ela me perdoasse, mas ainda não chegou a hora disso. Talvez, algum dia, ela consiga ser próxima de nós dois de novo.

— Então, eu preciso tomar uma decisão...

— Sim, precisa.

— Não quero terminar. Eu quero ser sua namorada e amiga da Sakura. Será que é pedir muito? – Perguntou Ino e Kiba a abraçou.

— Hoje, é sim. Mas daqui a alguns anos ou décadas, essa situação pode mudar. – Brincou Kiba e Ino riu.

— Você é um idiota.

— Um idiota que você ama. Então, ainda somos namorados? – Perguntou Kiba.

— Por que você ainda quer ser meu namorado? Eu arruinei a sua vida!

— Ino, eu vou cuidar de você, te amar do jeito que posso e secar as suas lágrimas nos seus piores dias. Foi fofo, eu sei.

— Não é só pena então?

— 40% de mim sente pena de você, mas 60% te ama.

— Quando eu penso nesses 60%, eu acho que posso ficar com você pra sempre, que um dia você vai descobrir que me ama do mesmo jeito. Mas, quando eu me deparo com os 40% de pena que você sente de mim, eu me odeio. Não devia ser assim...

— Não é perfeito. Eu sei.

— Eu mereço ser 100% amada, Kiba. E, se você não consegue isso,  talvez esse relacionamento seja errado.

— Estamos terminando? – Questionou Kiba confuso.

— Quero um tempo... Quero te conquistar, te surpreender, fazer você me amar do jeito que eu preciso ser amada. Não quero a sua pena, mesmo que seja só 40%.

 - Tudo bem. Eu entendo. – Concordou Kiba.

[...]

No dia seguinte, Sakura e Ino pegaram o mesmo elevador. No início o silêncio foi constrangedor, mas então a Yamanaka tentou quebrar aquela barreira.

— Sakura, bom dia. Eu tenho um evento hoje à noite e estou em dúvida entre um vestido floral e um preto. Qual deles eu uso? – Perguntou e teve como resposta o silêncio, então insistiu. – Só me diz isso, por favor. – Enfatizou.

— Minha opinião não importa. Se eu dissesse floral, você pegaria o preto. Vice e versa. Você não se importa com o que eu sinto ou penso. Se me levasse em consideração, não teria ficado com meu namorado também. – Acusou Sakura.

— Sinto muito pelo Kiba. Foi um erro. Não tá sendo fácil pra gente também. – Respondeu Ino.

— Que bom!

— Sakura, se o vestido floral fosse o Kiba e preto a nossa amizade? Qual você me diria para vestir?

— Pega o floral. Porque a nossa amizade já era. – Disse Sakura, o elevador parou no térreo e ela saiu, deixando Ino pra trás.

— Ok. – Disse Ino num tom quase inaudível.  

[...]

Naquela tarde, Ino foi assistir o ensaio da peça de Kiba. Quando chegou lá, os atores já estavam começando. Então se sentou no fim do teatro e ficou observando de longe um diálogo entre Kiba e Tenten sobre pegar o caminho errado de uma relação.

De repente, Ino sentiu a presença de alguém. Um rapaz ruivo, sentou-se ao seu lado e então puxou assunto.

— Veio prestigiar quem? – Perguntou o rapaz encarando a moça.

— Kiba, meu namorado. E você? – Disse Ino.

— Temari, minha irmã. A fala dela é a próxima. Aliás, eu me chamo Gaara Sabaku No. Prazer em conhecê-la...

— Ino Yamanaka. – Respondeu.

— Lindo nome. Seu namorado é um cara de sorte. – Disse Gaara.

— Pode apostar que ele é um azarado. Estar comigo foi a maior maldição que ele poderia receber. – Confessou Ino sem tirar os olhos do palco.

— O lance com a Sakura Haruno né? Temari me contou por alto... Eu ainda acho que ele é sortudo. Você é muito linda. – Elogiou Gaara e Ino sorriu.

— Você está me cantando? – Perguntou finalmente o encarando e admirando os belos olhos verdes do rapaz.

— Não, só sendo sincero. Diferente de você, não sou fura olho. – Rebateu Gaara e Ino riu, o que atrapalhou o ensaio, fez Temari errar a fala e Tenten e Kiba chamarem a atenção dos dois.

— Acho melhor você ficar calado. – Opinou Ino.

— Ok, eu fico, mas você podia aceitar tomar um café comigo qualquer dia desses se o seu namorado não se incomodar. – Convidou Gaara.

— Por que ele se incomodaria? – Questionou Ino.

— Qual é? Eu fiz a namorada linda dele rir. Ele pode se sentir ameaçado com o meu charme e senso de humor. Você gosta de caras engraçados?

— Prefiro os inteligentes, como Kiba.

— Eu sou inteligente também. Tenho várias facetas interessantes que você poderia conhecer.

— Como, por exemplo?

— Sou nadador profissional. Estou competindo com Suigetsu Hozuki por um lugar no próximo mundial.

— Legal, mas não me impressiona.

— Você prefere atores famosos. Saquei.

— Gaara, não perca seu tempo comigo. Estou fora do mercado de mulheres solteiras.

— Você e o Kiba namoram há pouco tempo né?

— Na verdade, eu e ele estamos dando um tempo agora.

— Isso é bom. Talvez, assim você tenha tempo para tomar um café comigo.

— Bem, isso só quer dizer que nós estamos pensando na nossa relação e que ambos não querem terminar no momento.

— Então, pra que o tempo se vocês não querem terminar?

— É mais complexo do que parece.

— Eu sou inteligente. Vou entender o lance de vocês.

— Nós três éramos amigos: eu, ele e a Sakura. Sempre fui apaixonada por ele, mas ele era pela Sakura e eles começaram a namorar. Depois de alguns anos, fiquei bêbada numa festa e beijei o Kiba. Sakura viu, terminou com ele, acabou com nossa amizade. Resolvi lutar pelo amor do Kiba, mas nosso namoro estava em crise. Ele queria terminar, mas por pena não conseguia. Fui ficando infeliz com a situação, queria desabafar com a minha amiga, mas não podia porque ela nem olha mais na minha cara. Pedi um tempo ao Kiba, porque quero pensar. Eu ainda o amo, mas não quero ser segunda opção. Além disso, quero a amizade da Sakura de volta. Eu realmente quero isso e não sei como conseguir. – Desabafou Ino.

— Deixa ver se eu entendi... Você pediu um tempo ao seu namorado para tentar reaver a sua amizade?

— Mais ou menos. Não foi só por isso. Eu quero que a Sakura me perdoe e diga: “Fica com o Kiba! Vocês se amam e merecem ser felizes juntos”.

— Você vai forçar a barra pedindo a autorização dela pra ficar com ele. E, se fosse comigo, eu nunca ia autorizar. Qual é? Você traiu a sua amiga! Temari furaria os seus olhos com pregos, se você fizesse isso com ela. – Comentou Gaara.

— Já que você é inteligente, o que me aconselharia a fazer?

— Primeiro, seja sincera com a Sakura e também com você. Valeu a pena ficar com o Kiba? Ele é um cara legal, é amigo da minha irmã há bastante tempo, então eu o conheço, mas não sei se ele vale a sua amizade com a Sakura. Você acha que vale? – Perguntou Gaara.

— Não, não valeu – Admitiu Ino pela primeira vez.

— Ótimo! Você acabou de dar o primeiro passo para conseguir sua amiga de volta! – Gaara sorriu e alguma coisa naquele sorriso fez Ino se sentir confiante.

— Obrigada! – Disse Ino e saiu do ensaio sem olhar para trás, o que fez Kiba se perguntar lá do palco o que Gaara havia dito a ela.

[...]

No fim do ensaio, Temari correu até a plateia para dar um abraço e um beijo em Gaara. Em seguida, Kiba, Tenten e Shikamaru vieram atrás.

— Irmãozinho, eu não te vejo faz 48 horas! Você devia dar mais sinais de vida, mocinho! – Reclamou Temari.

— Estava ocupado treinando, então não me culpe! – Defendeu-se Gaara.

— Sempre a piscina em primeiro lugar! – Bufou Temari.

— Deixa de ser reclamona, seu irmão veio te ver! Deveria ser grata por isso! – Disse Tenten.

— Ela só sabe reclamar da vida, se está sol, se chove, faz frio, calor... Nunca está bom o suficiente. – Completou Shikamaru.

— Tirou as palavras da minha boca, Shikamaru! Minha irmã nunca está satisfeita. Você a conhece muito bem mesmo! – Disse Gaara.

— São tantas horas com ela na semana buzinando no meu ouvido que fica difícil não conhecer. – Disse Shikamaru entediado.

— Gaara, posso saber o que você disse a Ino pra ela sair correndo sem esperar o final do ensaio? – Perguntou Kiba, mudando de assunto.

— Ela me perguntou o que deveria fazer para ser amiga da Sakura de novo e eu só disse a minha opinião. – Resumiu Gaara.

— E qual foi a sua opinião? – Perguntou Kiba.

— Perguntei pra ela se tinha valido a pena ficar com você. – Respondeu Gaara.

— Acho que a resposta não te agradou muito né Kiba? Já que ela fugiu daqui sem falar com você. – Observou Temari.

—  O que a Ino faz é problema dela. Eu só fico preocupado, porque me sinto responsável. A gente está até dando um tempo. – Informou Kiba.

— Ela não precisa da sua pena, Kiba. – Disse Gaara.

— Você nem conhece a Ino, então não se mete. – Rebateu Kiba.

— Eu a conheci hoje e talvez, saiba mais do que ela sente do que você. – Gaara enfrentou Kiba.

— Olha aqui... – Kiba ia começar uma briga, mas Temari se meteu no meio.

— Pessoal, acalmem os ânimos por favor! Sem brigas ok? A Ino é maior de idade, sabe o que faz. Gaara, sem mais opiniões. Kiba, desculpe o meu irmão. Ele é sempre o defensor dos fracos e oprimidos. – Disse Temari.

— A Ino não é fraca nem oprimida. Se ela demonstra insegurança, é porque o Kiba não colabora. Você a colocou nessa situação, cara. É seu dever ajudá-la a recuperar essa amizade! – Gaara defendeu Ino.

— Eu já disse que você não sabe de nada sobre a nossa história, então não se meta! – Gritou Kiba e saiu de lá irado.

— Fica quieto, Gaara! Você deve achar a Ino uma gracinha, mas foi ela quem agarrou o Kiba! Ela se colocou nessa situação! – Disse Temari.

— Eu vou atrás do Kiba. Gaara, numa coisa o meu amigo tem razão: você não sabe nem um terço do que aconteceu. – Disse Tenten e foi atrás de Kiba.

—  É só um palpite, mas acho que o nosso querido Gaara está arrastando uma asa pra cima da Ino. Coloque juízo na cabeça do seu irmão, Temari. – Aconselhou Shikamaru e saiu.

—  Tá maluco? Brigar com o Kiba por causa da cobra da Ino? Você não a conhece! – Disse Temari irritada.

— Só acho que ela não é tão culpada quanto vocês pensam...

— Gaara, essa garota traiu uma amizade por causa do Kiba. Ele não é um santo, mas ela também não é. Você pode ter a achado bonitinha, mas ela vive infernizando a vida do pobre coitado do Kiba! Ela fica controlando os horários dele, arma barraco por causa de ciúmes o tempo todo. Ela não é bem-vinda aqui. Se você preza por mim, fica longe dela tá? Essa garota é problema e você tem uma vida linda pela frente. – Aconselhou Temari.

—  Por que você não gosta dela?

— Porque ela é chata e não é confiável. Pode ficar longe dela?

— Posso. – Concordou Gaara e Temari suspirou aliviada.

[...]

Ino voltou ao seu apartamento, abriu seu guarda-roupa, jogou o vestido floral e o preto na cama. Ela os observou com calma e então pegou um deles e se trocou. Em seguida, ela saiu de casa sem se olhar no espelho, foi até a casa de Sakura e, quando a garota abriu a porta, ela forçou sua entrada.

— Sakura, não dá pra você me ignorar a vida inteira ok? Já chega! Eu cometi um erro, um terrível e doloroso erro, mas to pagando caro por ele.

— Sai daqui! – Ordenou Sakura.

— Eu não vou sair! Não até você me escutar dizer tudo que está entalado na minha garganta desde que você me flagrou com o Kiba!

— Fala e cai fora então. – Insistiu Sakura.

— Eu sinto sua falta. Por isso, eu escolhi o vestido preto. Nossa amizade não acabou pra mim. Ela apenas foi interrompida por um erro estúpido meu! Quando você me disse pra vestir o floral e ficar com o Kiba, não foi de coração. Você não quer isso. Eu conheço você muito bem para saber. E sabe o que é mais engraçado? Você sempre soube que eu escolheria o vestido preto e por isso disse para eu vestir o floral. Sua opinião é muito valiosa pra mim, mas eu nunca vou levá-la em consideração quando souber que você está errada. VOCÊ ESTÁ ERRADA, SAKURA! Nossa amizade não acabou como você insiste em repetir. Enquanto eu viver, vou ser sua amiga por mais doloroso que seja vê-la rejeitando o meu afeto. Se o Kiba era o nosso problema, isso não existe mais. A gente estava dando um tempo, mas se você quiser eu termino com ele! Eu juro que eu faço isso por você! Eu preciso da sua amizade! Me perdoa por favor? – Terminou Ino aos prantos.

— Não dá, Ino. Amizade exige confiança e eu não confio mais você. Aliás, eu não suporto nem olhar na sua cara. Você fez a sua escolha antes de vestir esse vestido preto. No dia em que você o beijou, deixou de ser minha amiga. Então, vai pra sua casa e veste o floral, por favor. – Disse Sakura abrindo a porta de sua casa para a loura.

— Não era isso que eu esperava ouvir. – Admitiu Ino.

— A vida é mais do que expectativas frustradas. Você vai aprender a viver em um mundo sem mim. – Afirmou Sakura.

— Eu preciso de você, Sakura. – Sussurrou Ino.

— Não, você precisa do Kiba e ele está com você.

— Eu preciso de vocês dois.

— Vai embora, Ino! – Repetiu Sakura.

— Meus pais estão separados, Sakura. Minha mãe não volta mais pra cá e meu pai desde que chegou de viagem não para em casa, só trabalha. Eu me sinto sozinha quase o tempo todo, menos quando estou com Kiba. Eu o amo e me envergonho disso. Se aquele beijo fosse só mais um, talvez, a gente ainda fosse amiga. O problema é que não foi. Eu e você sabemos disso.

— Sinto muito pelos seus pais, mas eu não vou voltar a ser sua amiga. Não sinto pena de você. Enfrente a situação de peito aberto. Será mais fácil assim. – Aconselhou Sakura.

— Me perdoe por amá-lo. É demais pedir isso? – Questionou Ino.

— Vá embora. Não tenho que te perdoar por isso. O amor acontece, então aproveite enquanto é recíproco. Nem sempre é assim. – Disse Sakura segurando o choro.

— Kiba ama você. Ele tá comigo por pena. Por isso, pedi um tempo. Eu quero merecer ser sua amiga de novo e, se perder o Kiba faz parte, eu estou pronta para abrir mão dele definitivamente. – Confessou Ino e Sakura sorriu, enquanto enxugava uma lágrima que escorria de seu olho.

— Ino, eu segui em frente. Tenho um namorado lindo, estou me preparando para ser médica, tenho um novo melhor amigo. Kiba é passado. Você também. Agora cai fora. – Disse Sakura segura.

— Não vou desistir da sua amizade, Sakura. – Avisou Ino.

— Eu sei. Agora, troca o vestido. Veste o floral. – Reforçou Sakura antes de bater a porta na cara de Ino, que sorriu.

— É. O floral vai ficar muito mais bonito. – Ino pensou alto e então subiu para o seu apartamento. Tinha que trocar aquela roupa.

[...]

Kiba se surpreendeu ao ver Ino em sua porta. Depois de vê-la indo embora no ensaio sem dizer uma palavra, ele pensou que a garota tinha desistido dele.

— Onde você se meteu, Ino? – Perguntou Kiba e então viu Ino o beijar sem titubear.

— Dei meu primeiro passo para recuperar a amizade da Sakura. – Disse sorrindo.

— E que passo foi esse? – Perguntou interessado ainda parado na porta de casa.

— Fui sincera com ela, desabafei sobre meus sentimentos por você, disse que abriria mão de você se necessário...

— E o que ela disse?

— Para ficar com você. – Sorriu – Ela ainda não nos perdoou, mas pude sentir que Sakura foi sincera quando disse que seguiu em frente e que era para nós dois fazermos o mesmo. Com o tempo, as coisas vão voltar ao seu lugar.

— Como sabe disso?

— Não sei... Foi a impressão que eu tive durante nossa conversa. Senti esperança. Sakura está bem e feliz. Ela tem um namorado novo, amigos novos, está estudando para realizar o sonho dela. O perdão virá com o tempo.

— Namorado novo? – Kiba perguntou interessado.

— Sim, um ótimo rapaz. Ele estava aqui outro dia e pude conversar com ele. É o cara que ela estava beijando no dia da estreia da peça, o nome dele é Sasuke. – Entregou Ino e aquilo mexeu com Kiba.

— Então, não é aquele cara que me bateu...

— Não, é outro. Isso é uma boa notícia né?

— Ok. E você veio até aqui para acabar com o tempo que a gente estava dando?

— Na verdade, não. Ainda acho que preciso do tempo, porque você não me ama do jeito que eu quero. Preciso te conquistar e, por isso, quero que você seja meu acompanhante num evento agora. É trabalho, mas vai ser divertido. – Disse Ino.

— Ok! Entra que eu vou me arrumar e a gente sai em seguida. – Concordou Kiba e Ino ficou satisfeita.

[...]

Sakura apareceu na porta da faculdade de Sasuke. Ele ficou feliz e surpreso com a ligação da namorada, dizendo que estava esperando por ele. Então, assim que saiu da sua última aula, o Uchiha sorriu ao se aproximar dela.

— Estava com saudade? – Perguntou Sasuke dando um beijo na namorada.

— Só um pouquinho! – Respondeu Sakura roubando um segundo beijo de Sasuke.

— A que devo a sua visita?

— Precisava sair de casa. Ino veio me procurar e isso me deixou confusa. – Admitiu Sakura.

— Quando eu tava saindo da sua casa, ela falou comigo e me pediu para ajudá-la. Eu neguei viu?  - Avisou Sasuke.

— Obrigada. Você é o melhor namorado do mundo. – Disse Sakura.

— Vocês conversaram sobre a amizade de vocês? – Perguntou interessado.

— Sim, conversamos. E foi mais difícil do que eu pensei que seria. Eu só queria chutá-la porta afora, mas ela me enfrentou, contou a historinha triste dela, de que os pais se separaram, que Kiba é a única pessoa que ela tem no mundo e que sente minha falta. – Contou Sakura.

— Ficou com pena dela?

— Não, nenhum pouco. Não é com uma história triste que ela vai me convencer a perdoá-la. O que ela e o Kiba fizeram foi horrível! Se eu fechar os olhos agora, posso imaginar aquela cena. Não quero passar por uma situação dessas nunca mais. – Desabafou Sakura.

— Se depender de mim, não vai mesmo! – Garantiu Sasuke.

— Que sorte a minha! Arranjei o melhor namorado da cidade então! – Riu Sakura.

— Arranjou mesmo! Sou um partidão! Aliás, to pensando em marcar um jantar lá em casa pra você conhecer minha família. O que acha? – Perguntou como quem não queria nada.

— Acho cedo. Não dá pra adiar? – Questionou Sakura.

— Eu nem falei a data e você já quer adiar? O que é isso?

— E se eles não gostarem de mim?

— Impossível! Não tem como olhar esses olhinhos verdes tão brilhantes e não cair de amores por você! – Disse Sasuke e então roubou um beijo de Sakura, que riu.

— Você falando desse jeito eu até acredito...

— É para acreditar mesmo! Eu não minto!

— Aham, claro que não mente... E eu inventei a lâmpada! – Debochou Sakura.

— Chata! – Retrucou Sasuke apertando as bochechas da namorada que tentou se desvencilhar do contato.

— Chato é você! – Disse rindo.

Enquanto o casal brincava, Naruto se aproximou deles de mansinho.

— Estão namorando no portão como nos tempos da escola... – Disse Naruto interrompendo os dois.

— Vai arrumar uma namorada e deixa a gente em paz! – Disse Sasuke.

— Oi, Naruto! – Cumprimentou Sakura.

— Oi, Sakura! Seu namorado é o mau humor em pessoa! Por favor, dá um jeito nisso! – Pediu Naruto parando ao lado deles.

— Vou fazer o que estiver ao meu alcance! – Jurou Sakura.

— Sua aula acabou cedo foi? – Perguntou Sasuke a Naruto.

— Meu professor teve que sair mais cedo porque a mãe estava passando mal e ele precisou ir ao hospital. Enfim, estou livre para curtir a noite... Cadê a Hinata? – Perguntou Naruto, então Sasuke e Sakura começaram a rir.

— Ela já foi embora! – Avisou Sasuke.

— Se deu mal, Naruto. – Opinou Sakura.

— Eu e ela vamos ser namorado algum dia, meus caros amigos. Nós progredimos muito nos últimos dias... – Informou Naruto.

— Ele acha um avanço ela ter aceitado ser amiga dele no Facebook e curtido algumas fotos. – Disse Sasuke para Sakura.

— Ah, claro! Isso é uma superindireta! – Riu Sakura.

— Vão debochando! Tudo bem... Meu ego não vai se abalar com tão pouco! Daqui a um ano ela não vai nem lembrar que Neji Hyuuga existiu!

— Acho que você enlouqueceu de vez! Neji é primo da Hinata. Ela nunca vai esquecê-lo! – Comentou Sasuke.

— Deixa ele sonhar! No mundo da imaginação nada é impossível. – Sakura intercedeu.

— Vocês não me levam a sério mesmo né? – Questionou Naruto.

— Primeiro, você tem que se levar a sério! – Argumentou Sasuke, mas a conversa do trio foi interrompida pelo telefone de Naruto tocando.

— Só um minuto, pessoal. Preciso atender. É a Karin. – Avisou Naruto e se afastou para falar com a prima.

— Você e ela já se falaram depois do beijo? – Perguntou Sakura interessada.

— Não, faz pouco tempo. Aliás, eu nem pretendo falar com ela. Acabou. Para sempre. – Enfatizou Sasuke.

— Eu não sou ciumenta nem insegura então relaxa. Eu só perguntei por perguntar mesmo. Confio em você. – Sakura deu um selinho em Sasuke e então Naruto voltou.

— Se eu pudesse, dava uma surra na minha prima! Gente, ela é muito burra! Acreditem se quiser, mas ela foi traída pelo Suigetsu e mesmo assim continua namorando com ele!

— Cadê o amor próprio dela? – Perguntou Sakura.

— Foi enterrado no dia que ela e o Sasuke terminaram. Dali em diante foi só ladeira abaixo! – Garantiu Naruto.

— Ela está cega pela paixão que sente por ele. – Comentou Sasuke.

— Eu fico triste vendo ela se machucando desse jeito, mas eu avisei. Problema dela se não quer me escutar! – Disse Naruto.

— Mas ela te ligou por que? – Perguntou Sakura.

— Ligou pra dizer que vai dormir na casa do Suigetsu, que não preciso esperá-la, pois eles fizeram as pazes. Uma trouxa! – Desabafou Naruto.

— Dá pra perceber que você ama a sua prima apesar de tudo! – Disse Sakura.

— Agora que os pais da Karin se mudaram para São Paulo, Naruto é a única família dela na cidade. – Informou Sasuke.

— Ou seja, tenho que tomar conta da doida! – Afirmou Naruto e todos riram.