Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 45
Propostas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Peço desculpas por ter demorado a postar o capítulo, mas muitas coisas aconteceram comigo nas últimas semanas. Tive que viajar à trabalho, teve meu aniversário, teve bloqueio criativo, teve pequeno momento depressivo, enfim, juntou esse mix de coisas para que eu ficasse um pouco afastada e não conseguisse terminar o capítulo. Espero que vocês apreciem, porque fiz o meu melhor. Aviso que o próximo capítulo deve ser o penúltimo, mas não sei se vai demorar também. Peço paciência! Obrigada por continuarem lendo! ♥



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Rio de Janeiro. Sábado, 22 de setembro de 2018.

Sasori estava feliz. Ele finalmente tinha começado seu voluntariado na igreja como clínico geral e tudo ia de acordo com o planejado. Quando a obra do consultório de Mikoto acabasse, ele iria para sua sala lá. Sua vida estava corrida porque ele continuava trabalhando no hospital, agora como residente.  Por isso, não conseguiria evitar de encontrar com Fugaku por lá, o que foi estranho por conta de seu novo relacionamento com a ex-mulher do médico.

— Oi, Sasori. Como vai? – Perguntou Fugaku assim que viu Sasori no corredor.

— Oi, Fugaku. Tudo ótimo e com o senhor? – Perguntou Sasori educadamente.

— Bem, na medida do possível. Ficou sabendo que o meu neto nasceu? – Perguntou Fugaku.

— Sim, Mikoto me contou. – Respondeu Sasori sem qualquer alarde.

— Ah, claro... Afinal, agora você e a minha ex namoram... Não tem vergonha, moleque? – Provocou Fugaku.

— Vergonha? Do que eu teria vergonha? De estar apaixonado? – Questionou Sasori e Fugaku riu.

— Nós dois sabemos bem que não é por amor que você está com ela. – Retrucou Fugaku.

— E seria por qual motivo então? – Perguntou Sasori, mesmo sabendo onde Fugaku queria chegar.

— Você não é ninguém, menino! Saiu das fraldas ontem! Eu e ela te pegamos no colo, você é mais novo que o Itachi! Tudo o que você quer é usar a Mikoto pra alcançar algum lugar na Medicina. Fiquei sabendo que ela te deu uma sala no consultório dela! – Acusou Fugaku.

— Mikoto me convidou para trabalhar com ela antes de nós sermos namorados. O senhor, como me conheceu criança, deveria saber melhor do meu caráter e que eu nunca faria isso. Me apaixonei por Mikoto e sei que pode parecer loucura por causa da diferença de idade para algumas pessoas, mas não vejo diferença entre nós. Eu e ela somos iguais. – Respondeu Sasori.

— Meus filhos engoliram esse seu discursinho insosso?

— Senhor Uchiha, seus filhos amam a mãe deles e só querem vê-la feliz. Se o senhor tivesse a menor consideração possível por Mikoto, deveria querer o mesmo, não acha? – Indagou Sasori.

— Eu quero que você e ela vão para o inferno juntos! – Disparou Fugaku e saiu, deixando Sasori chocado.

— Preciso exercitar minha paciência! – Disse Sasori para si mesmo e voltou à sua rotina.

[...]

Itachi não conseguia arredar o pé do hospital. Seus olhos acompanhavam todos os movimentos de Inojin. Ele estava tão vidrado no filho, que levou um susto ao sentir uma mão sobre seu ombro.

— Desculpe, não quis assustá-lo. – Desculpou-se Konan com ar de riso e Itachi de pronto se levantou para abraçá-la.

— Quem me dera todos os sustos fossem tão bons quanto este! – Disse ainda abraçando-a.

— Quando você me avisou que seu filho ia nascer, peguei o primeiro avião. Afinal, tinha que te dar uma força né? Que amiga eu seria se não estivesse aqui?- Disse Konan e os olhos de Itachi brilharam.

— Obrigado! Era tudo que eu precisava! Veio direto do aeroporto? – Perguntou, já que a pequena mala estava ao lado dela.

— Sim, estava ansiosa para conhecer Inojin. Esse menininho fofo é ele? – Perguntou Konan apontando para a incubadora.

— Sim, ele é lindo mesmo. Lindo igual à mãe. – Comentou Itachi.

— Ah, claro. Falando nela, como Ino está? – Questionou Konan.

— Está bem, daqui a pouco a enfermeira vem buscar Inojin para que Ino o amamente. – Informou Itachi.

— Imagino que sua família esteja muito empolgada com a chegada de Inojin... – Comentou Konan.

— Sim, todos estão, principalmente, minha mãe. – Disse Itachi.

— Eu vou poder segurá-lo no colo? – Perguntou Konan.

— Sim, em breve você poderá. Ei, você vai ficar hospedada lá em casa né? – Perguntou Itachi.

— Se você não me convidasse, eu me insinuaria – Risos – Obrigada por ser tão gentil! – Agradeceu Konan.

— Eu pensei que tivesse deixado claro desde a última vez que te quero por perto. – Avisou Itachi.

— Não tão perto quanto quer a Ino... – Alfinetou Konan.

— Bobagem! Eu não preciso te convencer de que é especial pra mim, certo? – Indagou Itachi, mas, antes de Konan responder, uma enfermeira se aproximou e cortou o clima entre eles.

— Vim buscar Inojin para levá-lo até a mãe. Quer me acompanhar Itachi? – Perguntou a enfermeira.

— Eu... – Itachi ia responder, mas Konan o interrompeu.

— Vai lá. Eu te espero aqui. Não vou sair sem você. – Respondeu Konan e ganhou um sorriso de Itachi.

— Eu já volto! – Prometeu Itachi e então se afastou com a enfermeira e Inojin.

[...]

Itachi seguiu a enfermeira com Inojin nos braços até o quarto de Ino na maternidade. Lá, ela ficou contente do ex ter aparecido.

— Que bom que veio, Itachi. – Disse Ino já com Inojin nos braços para amamentá-lo.

— A enfermeira me disse no caminho que você queria falar comigo. Fiquei curioso.

— Sim, eu quero. É para falar da alta do Inojin. Vamos sair do hospital amanhã e vamos para a minha casa. Então, queria convidá-lo para ir lá sempre que quiser ver o seu filho.

— Queria que Inojin pudesse ficar comigo alguns dias. – Pediu Itachi.

— Ele ainda é muito pequeno para ficar só aos seus cuidados. Inojin precisa de mim. – Advertiu Ino.

— Você pode vir se quiser também. – Convidou Itachi.

— Não vou e Inojin também não vai. Se quiser vê-lo nos próximos meses terá de ir até a minha casa. – Impôs Ino.

— Ino, eu não sou a melhor pessoa para cuidar de um bebê, mas tem a minha mãe e Konan também poderá me ajudar. – Insinuou Itachi.

— Inojin precisará mamar e, me desculpe, mas essa tarefa só eu posso cumprir. Mais pra frente, Inojin poderá passar mais tempo com você e com sua mãe. Quanto a Konan, ela voltou ao país?

— Sim, ela está lá fora. Acabou de conhecer Inojin. – Comunicou Itachi.

— O que ela faz aqui? – perguntou incomodada.

— Veio conhecer Inojin, eu já disse. – Respondeu Itachi.

— E depois você ainda tem a coragem de me dizer que não tem nada com ela. – Retrucou Ino.

— E se eu quiser ter algo com ela? O que você acharia disso? – Perguntou Itachi e Ino o encarou, enquanto Inojin mamava.

— Problema seu. – Falou em voz baixa e voltou a se concentrar no filho.

— Bem, se é o que acha, melhor eu ir. Afinal, Konan está me esperando.  Amanhã veio acompanhar você até a sua casa. Se cuida e cuida do nosso pequeno. – Itachi então se aproximou e deu um beijo na testa da ex.

[...]

Konan esperou por Itachi pacientemente. Quando ele apareceu, ela sorriu. Então, eles caminharam até o carro, onde puderam conversar melhor.

— É um alívio te ter aqui de novo. – Disse Itachi após colocar o cinto e dar partida no carro.

— Eu fiz falta? – Perguntou Konan surpresa.

— Muita. – Confessou Itachi e ganhou um olhar terno de Konan.

— Deixe-me adivinhar... Ino te deu muitos foras? – Perguntou Konna.

— Ela não sente mais nada por mim, se é o que quer saber. – Disse Itachi dirigindo.

— E você sente, certo? – Questionou Konan e Itachi respirou fundo.

— É complicado. – Respondeu Itachi, deixando Konan confusa.

— Não sabe mais o que sente Itachi? – Retrucou Konan.

— Eu amo a Ino. Você tá certa, eu ainda sinto coisas por ela. Agora, ela é a mãe do meu filho, então ela é importante demais e isso tá me deixando louco porque... – Itachi ia completar, mas se calou.

— O que foi?

— Deixa pra lá...

— Itachi diz... – Insistiu Konan.

— Ao mesmo tempo que eu gosto da Ino, eu não quero ficar a vida toda esperando ela me aceitar de volta. Konan, eu quero seguir em frente e ser feliz. – Confessou Itachi.

— E você acha que a Ino não precisa fazer parte disso?

— De qualquer jeito, a Ino faz parte. Ela é a mãe do meu filho. Ela sempre vai estar por perto. Só que ela já disse com todas as letras que não me ama mais e eu quero amar de novo alguém, mesmo que não seja ela. – Disse Itachi.

— O que você está insinuando? – Perguntou Konan, mas Itachi hesitou.

— Melhor conversarmos sobre isso quando chegarmos em casa. – Afirmou e então passaram o resto do caminho quietos.

Quando chegaram, Itachi ajudou Konan com a mala e a colocou no seu próprio quarto, o que fez Konan se surpreender.

— Ei, esse aí não é o quarto errado não? – Disse Konan.

— Não, não é. Você não quer ficar aqui? A cama é muito mais confortável do que do outro quarto fora que teria a minha companhia. – Disse Itachi sorrindo.

— Itachi, espera aí... – Konan pegou ele pelo braço então e o fez se sentar na cama ficando de frente pra ela.

— O que foi? Fui atrevido demais?

— Não é isso. É que você me disse no carro que ama a Ino.

— Sim, mas eu disse também que ela não me ama mais e que eu quero seguir em frente – pausa dramática – com você.

— Você quer me amar? – Perguntou Konan seriamente.

— Eu já te amo. Não é como a paixão desenfreada que eu senti pela Ino, mas me faz sentir bem. Eu gosto de ter você por perto, do seu cheiro, do seu toque, do seu olhar. Da última vez que nos vimos, nós nos beijamos e eu me senti vivo. Então, se você me quiser, eu to aqui. – Disse Itachi sinceramente, então Konan sentou no colo dele e colocou suas mãos em seu rosto.

— Eu quero você, Itachi. – Diz Konan e Itachi começa a se aproximar para beijá-la, mas ela vira o rosto – Mas não desse jeito. – Completa Konan.

— De que jeito então?

— Completo. Você tá aqui dividido. Tudo bem que você me quer, eu também sinto tudo que você sente. Eu entendo bem o que você deseja, mas e se amanhã a Ino mudar de ideia? Como eu ficaria? – Konan ponderou.

— Você acha mesmo que eu te largaria por ela num piscar de olhos?

— Eu não sou boba, Itachi. Você mesmo disse que o que sente por ela é uma paixão desenfreada. Esse tipo de coisa não se apaga desse jeito torto que você tá me propondo. Eu te amo! Nossa, eu te amo muito! E é por te amar tanto que eu não posso aceitar isso. Nós dois merecemos mais. Posso ir pro quarto de hóspedes agora? – Pediu Konan e Itachi assentiu.

— Pode. E é melhor trancar senão eu invado de madrugada. – Avisou Itachi em tom brincalhão e Konan sorriu.

— To preparada pra receber suas cantadas baratas. Bem, vou ajeitar minhas coisas. – Disse Konan, saindo do colo de Itachi e indo para o outro quarto.

— Você é muito boa pra mim, Konan. Obrigado por me lembrar que também não te mereço. – Respondeu Itachi e Konan parou no meio do caminho.

— Tá maluco! É claro que você me merece. Se eu to te rejeitando agora é só porque, lá no fundo, esse coração bate pela Ino e não por mim. Suas intenções foram boas, mas nós dois sabemos que eu ia me ferrar lá na frente e eu não quero isso. Prefiro ser sua amiga a ser sua ex-namorada.

— Esse é o seu jeito fofo de me dizer que eu não te mereço. – Disse Itachi e Konan riu.

— Encare como quiser!

[...]

No dia seguinte, Itachi tomou café ao lado de Konan e depois comunicou à amiga que acompanharia Ino até em casa após ela e Inojin ganharem alta da maternidade. Já no hospital, ele foi recebido pela ex-namorada e pelo filho em seus braços.

— Prontos para irem pra casa? – perguntou Itachi ao entrar no quarto.

— Sim, completamente prontos. Sakura e Kiba já me esperam em casa. Avisei pra eles que não precisam vir porque você viria nos buscar. – Disse Ino e Itachi então pegou a bolsa do bebê.

— Tem alguma festa de recepção na sua casa? – Perguntou Itachi.

— Não, mas Sakura e Kiba estarão lá já que meus pais não poderão.

— O que aconteceu? – Perguntou Itachi.

— Ah, meus pais brigaram quando se encontraram de novo. Então, meu pai acabou inventando uma viagem para ficar longe enquanto ela estivesse por aqui.

— Ok, mas e a sua mãe?

— Um pouco depois dele viajar, ela disse que precisava resolver uma pendência urgente no país onde ela mora. Enfim, fiquei sozinha de novo.

— Eu estou aqui por você. A partir de agora sou sua família também, Ino. – Comunicou Itachi.

— É muito gentil de sua parte dizer isso.

— Sabe, eu não gosto da ideia de você ficar sozinha naquele apartamento. Não seria melhor você se mudar para a minha casa?

— Não acho. Sua casa não é minha. Além disso, no meu prédio conto com o apoio da família Haruno e de Kiba na ausência de meu pai.

— Como você quiser, Ino. Eu só sugeri.                  

— Itachi, a Konan ainda está na sua casa?

— Bem, ela chegou ontem... Então, ela continua lá. Por quê?

— Sei lá, ela poderia ter ido para um hotel...

— Konan é minha hóspede e é muito bem-vinda na minha casa.

— Ok, vamos logo Itachi... – Apressou-se Ino.

— Como a senhorita quiser! – Disse Itachi e abriu a porta do quarto para Ino passar com Inojin.

[...]

Quando Ino e Itachi chegaram ao apartamento, Sakura, Sasuke, Kizashi, Mebuki e Kiba os aguardavam com largos sorrisos. Como um padrinho babão, Kiba logo tomou Inojin dos braços de Ino e disse que agora ele estaria sob os seus cuidados.

— Eles já estão entregues, Itachi. Pode ir embora se quiser. – Disse Kiba, numa postura protetora.

— Eu quero ficar um pouco mais perto do meu filho, senão se importa. – Retrucou Itachi.

— Ah, é que antes você queria distância dele, então pensei... – provocou Kiba.

— Pensou errado! – Bradou Itachi.

— Ei pessoal, aqui é um lugar de paz ok? – Sakura interferiu.

— Itachi e Kiba vocês são melhores que isso. Brigar por causa do Inojin? Se vocês continuarem se estranhando, logo o menino vai chorar. – Pontuou Sasuke.

— Dê-me o meu filho! – Ino então tirou o bebê dos braços de Kiba. – Vocês vão acabar assustando-o mesmo.

— Não era a intenção... – Desculpou-se Kiba.

— Ino, querida, fizemos umas comidinhas pra você. Imaginamos que você chegaria faminta!  Venha comigo até a cozinha! – Chamou Mebuki, tirando Ino da sala.

— Olha, como o mais velho daqui, vou passar uma ordem expressa pros dois: nada de briguinhas infantis. As questões pendentes com a Ino e o bebê já foram resolvidas, então Kiba, nada de ficar hostilizando o Itachi. Já você, Itachi, desculpe Kiba pela falta de educação. Se quiser ficar é bem-vindo. – Disse Kizashi.

— Obrigado, senhor Haruno. Vendo você e sua esposa aqui consigo entender melhor porque Ino não quer sair daqui. Ofereci para que ela ficasse em minha casa, mas ela se recusou. – Disse Itachi.

— Não fique preocupado. Ela está amparada aqui. Nós todos somos família dela. – Disse Kizashi.

— É bom ver que mudou mesmo Itachi. – Comentou Sakura ao lado de Sasuke.

— Estou tentando. – Afirmou Itachi.

— Estou orgulhoso te ver aqui com os dois, irmão. – Elogiou Sasuke.

— Eu estou feliz de estar aqui. – Respondeu Itachi.

— Bem, eu vou pra cozinha ver se a Ino está precisando de mim. Com licença. – Disse Kiba e se retirou.

— Não liga pro Kiba, Itachi. Ele só tá tentando proteger a Ino de você. – Disse Sakura.

— Por quê? – Questionou Itachi.

— Nenhum de nós quer vê-la sofrendo de novo. – respondeu Sakura e saiu para a cozinha junto com Kizashi.

— Vamos? – Chamou Sasuke, mas Itachi hesitou.

— Acho que é melhor eu ir embora. Não é um bom momento pra impor a minha presença. – Disse Itachi.

— Besteira, irmão. Vem logo! – Insistiu Sasuke e Itachi foi. Teriam muito tempo para se ajustarem a essa nova convivência.

[...]

Rio de Janeiro. Sábado, 29 de setembro de 2018.

Karin estava vivendo no piloto automático. Estudava, trabalhava e, nas folgas, devorava seus livros e séries. Num desses dias livres, Naruto arrancou o livro de sua mão, deixando-a irritada.

— Me devolve isso agora! – Berrou Karin, mas Naruto se negou.

— Existe vida lá fora, sabia? – Disse Naruto.

— Não to interessada nesse tipo de vida. Você pode, por favor, voltar pro seu namoro perfeito e me esquecer um pouco? – pediu Karin.

— Não gosto de te ver assim.

— É o que tem pra hoje, priminho! – Disse Karin irônica.

— Se o motivo de tanto mau humor é um rapaz chamado Gaara por que você não liga pra ele?

— Que conselho merda é esse? Primo, você não devia estar me incentivando a ligar para o meu ex, que terminou comigo porque tem uma paixonite por uma loira que recém pariu uma criança, para que eu me humilhe atrás de uma chance.

— O que eu devia fazer então? Me diz que eu faço, porque tá deprimente te ver tão mal todos os dias. – Disse Naruto sendo sincero.

— Só me deixa em paz. – Pediu Karin.

— E o Kiba? Não vão mais sair? – Perguntou Naruto.

— Não, acho que nem se ele quisesse eu iria.

— Por que?

— Ele é o melhor amigo da Ino, padrinho do filho dela. Quero distância de tudo relacionado à garota que roubou meu namorado.

— Pelo que eu sei, Gaara não está com ela. Aliás, ele não está com ninguém.

— Ele tá dando um tempo porque ela acabou de parir, mas logo logo ele irá atrás dela.

— Karin, faz alguma coisa, por favor! Sai dessa! – Implorou Naruto.

— Eu já saí dessa. Tava dando um tempo pra te contar porque temia a sua reação, mas eu vou me mudar pra São Paulo. – Despejou Karin.

— O que? Vai largar a faculdade? No meio do semestre? Tá maluca? – Criticou Naruto.

— Vou trancar a faculdade por um semestre. Vou pegar um pouco de experiência como estagiária no escritório dos meus pais que, por sinal, é em São Paulo. Por isso, vou voltar a morar com eles. Tá resolvido. Vai me fazer bem respirar novos ares, ver outras pessoas.

— Você nunca quis morar em São Paulo.

— Uma hora ou outra eu teria que ir.

— Seu plano era montar uma filial do escritório aqui comigo, esqueceu?

— Planos mudam, Naruto. Vou ficar na matriz em São Paulo com o papai mesmo. Longe do Gaara deve ser mais fácil viver.

— Quem mais sabe dessa sua decisão?

— Até agora acho que você, meus pais, seus pais e o Neji.

— Você contou pro Neji primeiro?

— Ele não é tão escandaloso quanto você. Reagiu muito melhor e me incentivou a ir.

— Karin, é o que seu coração pede?

— Naruto, chega! Se eu fizesse o que meu coração pede, já teria me jogado debaixo de um carro qualquer. To fazendo o que o meu cérebro acha sensato, pode ser?

— Tava tão ruim assim viver sem o Gaara?

— Na verdade, ainda está, mas eu sou forte. Sei sobreviver.

— Então, se é o melhor pra você, eu também estou de acordo que você vá. – Concluiu Naruto.

— Me ajuda a arrumar as malas? – Perguntou Karin.

— Sim e nem tente me despachar porque eu vou te levar até o aeroporto também.

— Você não vai chorar né? – Questionou Karin.

— Não na sua frente. – Confessou Naruto e Karin riu.

— Melhor assim!

[...]

Itachi preparou o almoço para ele e Konan, afinal queria agradar a moça. A presença de Konan deixava as coisas mais leves, mesmo assim Itachi sentia que a atração física entre eles também era muito forte e difícil de resistir. Nos últimos dias, ele tinha tentado de várias formas fazer a amiga mudar de ideia quanto a dar uma chance a ele, mas todas elas em vão. Konan parecia saber bem o que queria.

— O almoço ficou bom? – Perguntou Itachi após ver Konan provar de sua comida.

— Você está se revelando um ótimo cozinheiro! Já vi você limpando a casa, agora comandando a cozinha. Quem diria, Itachi Uchiha, sendo um ótimo dono de casa! – Sorriu Konan.

— Pois é... E um partidão desses solteiro. Não acha uma pena? – Provocou Itachi.

— Acho, mas também penso que ele está buscando a parceira ideal no lugar errado.

— E onde ela estaria, Konan?

— Acho que nessa hora ela deve estar tomando conta do seu filho. – Respondeu Konan na lata.

— Vamos falar de novo da Ino? – Itachi pareceu sem paciência.

— Eu sei que você vai usar como desculpa que ela disse que não te ama mais, mas e se ela disse da boca pra fora? – Imaginou Konan.

— Você leva muito em consideração fatores hipotéticos. Eu prefiro lidar com as coisas reais e, na minha realidade, Ino já me dispensou. Agora, eu to oferecendo meu coração pra você. – Itachi foi direto.

— Não é tão fácil assim, Itachi... Eu penso muito no seu filho, você deveria pensar nele também.

— Você quer que ele tenha uma família tradicional, com os pais morando juntos, mas o que ele tem são dois pais separados que estão tentando acertar. Por que não ser a minha companheira?

— Porque o que você sente por mim não é igual ao que sente por ela. – Respondeu Konan.

— Não precisa ser igual pra ser bom, até porque a minha relação com a Ino foi bem tóxica.

— Mas você mudou e eu acredito que quem é você hoje faria ela feliz.

— E você tá abrindo mão de mim?

— Não de você, mas de nós. Quero ser sua amiga, Itachi. Não pense que eu o quero longe. Pelo contrário... Mas seu filho precisa mais de você do que eu. A Ino precisa mais de você do que eu. Por isso, vou embora hoje e espero que você vá atrás dela.

— E se ela me rejeitar de novo?

— Do jeito que ela tá incomodada com a minha presença na sua vida, ela não vai te rejeitar. Vai por mim...

— Konan, tem certeza?

— Eu refleti muito e acho que quando eu vim conhecer o Inojin foi pensando que talvez a gente tivesse mesmo uma chance. Mas, chegando aqui e vendo as reações da Ino, vendo os empecilhos que ela botou para trazer o bebê até aqui, percebi que ela não me quer por perto.

— Só que eu não quero você longe.

— É temporário. Além disso, eu ia ter que voltar pros Estados Unidos pra treinar mesmo... Assim, quando eu voltar, sua família vai estar bem. E não se engane. Quando eu falo sua família, estou me referindo a Ino e ao Inojin.

— Você vai embora hoje mesmo?

— Não se preocupe, não vou hoje embora do país. Só vou embora da sua casa. Já fiz até a minha reserva num hotel próximo daqui. Mas quero que fique ciente que estou de partida. Quero que seja feliz, Itachi. Você merece! – Decretou Konan.

[...]

Ino estava ninando Inojin já adormecido em seus braços quando ouviu a campainha tocar. Então, ela colocou o filho no berço e foi ver quem era na porta. Para sua surpresa, era Itachi.

— Posso entrar? – Perguntou Itachi parado na porta.

— Pode. O que faz aqui? – Disse Ino surpresa e Itachi entrou no apartamento.

— Vim te ver. Inojin como está?

— Nosso filho está bem. Acabou de mamar e pegou no sono. – Comunicou Ino.

— Ino, a gente pode falar sobre nós?

— Sobre nós dois? O que tem nós dois?

— Você me disse no casamento do Neji com a Tenten que não me ama mais. Era mentira?

— Por que seria?

— Você tá incomodada com a Konan lá em casa.

— Itachi, eu só não acho que seja o melhor momento pra você enfiar uma mulher na sua vida. Só isso.

— E não tem nada a ver com ciúmes isso?

— Ah...

— Ino, se você me ama diz. – Pediu Itachi.

— Pra que? Pra você me destruir de novo? Não, obrigada.

— Você me ama. A Konan tava certa. – Constatou Itachi sorrindo.

— O que? Você veio aqui porque ela disse que eu te amo?

— Sim, você pode agradecer a ela depois. Agora, me escuta, eu também te amo. Em nenhum momento eu deixei de te amar. Eu fui escroto com você, te fiz sofrer, mas eu estou arrependido. Quero que você acredite em mim e me dê uma chance, porque a gente pode reescrever a nossa história de uma forma melhor.

— Itachi, eu não sei o que dizer...

— É só dizer sim –Itachi ajoelha e mostra um anel de compromisso – Casa comigo, Ino?

— Sim! – Diz Ino emocionada, Itachi se levanta e os dois se beijam de forma apaixonada.

— Você não vai se arrepender, Ino. – Garantiu Itachi, enquanto colocava o anel que ele tinha comprado no dedo dela.

— Eu tava na defensiva, mas preciso confessar que eu tava com ciúme da Konan sim. Agora que a gente tá junto, como ela fica?

— Ela vai embora. Seja gentil com a Konan, Ino, porque tudo que ela deseja é a nossa felicidade e, claro, a de Inojin também.

— Acho que eu a julguei mal...

— Julgou mesmo.

— Mas vocês não tiveram nada nos últimos dias?

— Eu bem que tentei, mas ela não permitiu. – Confessou Itachi e Ino deu um tapa no braço dele.

— Você ainda confessa!

— Ué? Eu era solteiro até alguns minutos atrás e você tinha dito que não me queria.

— Você tentou ficar com ela por quê?

— Eu queria só recomeçar e a Konan é uma ótima pessoa. Sorte nossa que ela é tão boa que vê através da nossa alma, entende nossos verdadeiros sentimentos e diz tudo na nossa cara para que a gente entenda e faça a coisa certa.

— O certo dessa vez era você vir até aqui?

— Sim, Ino. O certo é e sempre será eu mostrar que te amo pra valer.

— A Sakura não vai acreditar quando eu disser que nós dois estamos noivos. – Riu Ino.

— Se ela não acreditar, você mostra o anel.

[...]

À noite, Sakura passou no apartamento de Ino para saber se a amiga e o afilhado precisavam de alguma coisa. No entanto, se deparou com uma Ino muito alegre.

— Você tá diferente, Ino. O que aconteceu? – perguntou Sakura ao notar Ino em estado de euforia.

— Eu vou casar! – Contou Ino sem dar maiores explicações e só exibindo o anel em seu dedo.

— Espera aí... Casar? Com quem? Não me diga que o Gaara e você...

— Sakura, eu vou casar com o Itachi! – Disse Ino e Sakura ficou boquiaberta.

— Você me precisa me explicar isso! O que mudou nas últimas 24h que eu não to sabendo? – Perguntou Sakura, enquanto Ino acompanhava a amiga até o sofá da sala.

— Muita coisa! Eu também fiquei bastante surpresa com o pedido dele, mas Itachi veio até aqui e me fez entender que a gente precisa se perdoar e tentar de novo. Ele passou a tarde toda comigo e com Inojin e eu estou certa que agora somos mesmo uma família.

— Eu fico feliz por vocês, mas tem certeza Ino?

— Tenho. Eu tentei me convencer de que não o amava mais, mas era mentira. A presença da Konan me fez perceber isso.

— E o que fez Itachi vir aqui insistir com você?

— Por incrível que pareça, a Konan. Ela foi a grande cupida da história toda. – Contou Ino.

— E vocês já sabem quando vão oficializar essa união?

— Vai ser em breve, algo simples, um casamento civil e religioso só para nossas famílias e amigos mais próximos.

— Nada de festa?

— Não, vamos deixar para fazer uma festa no batizado do Inojin.

— Ah, Ino. – Sakura a abraça – Eu espero que vocês sejam felizes.

— Eu também! Agora, nós duas faremos parte da mesma família! – Disse Ino animada.

— A gente já era família muito antes disso! – Disse Sakura.

— Eu sei, mas você entendeu o que eu quis dizer né?

— Sim, eu entendi, mas você tem que se lembrar que eu sempre fui sua família e sempre serei sem que a família Uchiha se meta nisso. – Advertiu Sakura.

— É verdade!- diz Ino e Inojin começa a chorar – bem, vou pegar o Inojin, acho que ele acordou com fome! – Ino então se levanta para pegar o bebê no quarto.

— To louca pra pegar meu afilhado no colo e dá um cheiro nele! – Disse Sakura seguindo Ino.

— Calma, Inojin, mamãe tá aqui. – Disse Ino já com o bebê no colo, que começava a parar de chorar.

— Oi, Inojin! Tava com saudade da dinda? – Perguntou Sakura enquanto fazia caretas engraçadas para chamar a atenção do bebê.

— Ele acalmou! – Disse Ino ao notar o interesse de Inojin por Sakura.

— Posso segurar ele? – pediu Sakura e Ino o passou.

— Vai com a dinda, filho! – Disse Ino e Sakura então segurou o bebê.

— Meu Deus! Como é linda é essa criança! – Disse Sakura balançando Inojin em seus braços e dando um cheiro.

— É a cara da mãe! – Gabou-se Ino.

[...]

Sakura chegou em casa após a visita á Ino e tratou de ligar para Sasuke a fim de perguntar se ele sabia da novidade do casamento de Itachi e Ino.

— Amor, você por acaso tá sabendo que o Itachi e a Ino vão se casar? – Perguntou Sakura.

— Ele acabou de me ligar para contar. A Ino também te disse?

— Sim, ela está muito empolgada. Como está o Itachi?

— Ele parece bem feliz. Acho que os dois se deram conta de que precisam um do outro nesse momento.

— Apesar de tudo, eu fico preocupada com ela.

— Meu irmão ama a Ino. Ele errou bastante, mas tá disposto a fazer diferente. – Afirmou Sasuke.

— Eu sei, por isso a incentivei, mas o que você acha? – Perguntou Sakura.

— Acho que eles podem se dar mais uma chance. Os últimos meses foram transformadores pro Itachi. Mas você me ligou só pra falar deles? – Questionou Sasuke.

— Não, eu também liguei pra  te lembrar que faltam dois meses pro início da nossa viagem de intercâmbio. – Disse Sakura.

— Eu estou ansioso para partir nessa aventura com você. – Confessou Sasuke.

— Au também! Já fiz uma lista de coisas para ajeitar até o dia da viagem. – Contou Sakura.

— Tipo o que?

— Ah, arrumar as malas, ajudar a Ino com os detalhes do casamento e também com o batizado do Inojin. Também preciso dar uma força pro meu pai na companhia de teatro, porque ele quer uma ajuda para catalogar os textos do Deidara e aí mais pra frente fazer a peça sobre a vida dele. Também tenho que votar pro Kiba ganhar o prêmio de melhor ator do ano. É voto popular e ele me pediu uma força. Sabe, uma série de coisas. Além disso, tudo, eu ainda preciso estudar e finalizar alguns trabalhos. Acha que a minha vida é fácil?

— Não teria graça se fosse fácil! Ei, minha mãe tá esperando você para o voluntariado no próximo ano. Posso confirmar que você vai? A Hinata já vai começar logo após a viagem dela com o Naruto.

— É um voluntariado supervisionado né? Porque eu ainda não me formei. Aliás, to meio longe disso...

— Claro que é! Você vai ficar mais assistindo como se fosse aula do que dando consultas. Vai ser bom pra você ver de perto como é. A minha mãe tá coordenando uma equipe de médicos e deve designar um pra ser seu professor. É tipo um estágio. Só que não é pago. – Explicou Sasuke.

— Tudo bem. Pode dizer pra dona Mikoto que eu vou. Como ela está?

— Minha mãe está bem. A vida dela tá caminhando agora que ela se acertou com o Sasori. Meu pai que não reagiu bem, mas ela não tá ligando muito.

— Que bom! Ela não deve mesmo dar ouvidos pro seu pai. O importante é que ela seja feliz.

— Sakura, eu preciso desligar porque preciso finalizar um trabalho, mas a gente se fala depois?

— Claro, amor. Vou esperar sua mensagem de boa noite antes de dormir. – Avisou Sakura.

— Não vou esquecer! Te amo! – Despediu-se Sasuke.

— Te amo também! – Disse Sakura e então desligou.

A ansiedade de Sakura crescia à medida que se aproximava a data da partida para o intercâmbio. Mesmo assim, ainda havia uma grande lista de coisas para fazer até que esse momento de glória chegasse. Por isso, assim que ela desligou, voltou-se para seu guarda-roupa e fez uma limpa. Precisa ver o que ia levar e o que ia ficar, sem esquecer-se de separar para doação aquilo que não condizia mais com sua personalidade.

No meio das coisas, ela pegou a caixa com as coisas de Deidara e abriu um dos cadernos do amigo. Então sentiu a necessidade de ouvir uma palavra amiga, ainda mais agora que Kiba estava ocupando sendo um ator de sucesso e Ino sendo a nova mãe do ano.  Mais uma vez, buscou na honestidade dos sentimentos de Deidara uma resposta para suas próprias aflições.

As luzes do palco me iluminaram esta noite e me senti uma estrela, mesmo não sendo. Sakura estava me aplaudindo, por isso me senti único, importante. Todos deveriam se sentir assim pelo menos uma vez na vida. Então, todos os medos desapareciam e brotariam certezas. A gente fica muito apegado ao que tem e, às vezes, abre mão do que poderia ser por medo mesmo. Eu fugi do palco enquanto pude. Agora, após esta noite, não quero fugir nunca mais. Então, digo a mim mesmo: Enfrente-se. Só assim uma melhor versão de você estará pronta para crescer e ser o que sempre sonhou.”

Quando terminou de ler, Sakura estava bem. Então continuou suas tarefas, só que mais leve. Às vezes, pausas são necessárias para seguir em frente e deixar de andar em círculos.


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