Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 44
Seja bem-vindo Inojin


Notas iniciais do capítulo

Olá! Uma boa leitura para todos! :)



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Rio de Janeiro. Sábado, 1º de setembro de 2018.

Na festa do casamento ao ar livre, todos estavam se divertindo. Em especial, Neji e Tenten, que agora dançavam ao som de “It’s Now or Never”, de Elvis Presley. Enquanto os noivos rodavam pelo salão com sorrisos e conversinhas ao pé do ouvido, Naruto e Hinata conversavam sobre detalhes da viagem para Itália na mesa,  Kizashi e Mebuki se juntavam ao casal Mikoto e Sasori para um brinde à vida, Sakura tentava convecer Sasuke a dançar com ela, mas ele dizia que não porque estava cansado, Karin e Kiba posavam para fotos numa daqueles cabines de fotos instanâneas e Itachi fumava um cigarro enquanto observava Ino rodeada por Gaara, Temari e Shikamaru.

Itachi estava pensativo, enquanto soltava a fumaça no ar. Ele olhava para o barrigão de Ino que estava no oitavo mês e perguntava como seria seu futuro no papel de pai. Embora tivesse se proposto a ser melhor, ele sabia que as tarefas do dia a dia nessa nova função seriam árduas. Além disso, não estar mais com Ino o deixava ainda mais inseguro, porque a família dessa criança seria diferente da qual ele foi criado. Fora que a presença de Gaara ao lado dela o irritava profundamente.

Itachi deu a última tragada no cigarro antes de apagá-lo. Em seguida, prometeu mentalmente que aquele seria o último.  Afinal, ele já tinha largado do cigarro há anos, mas, em situações de muito estresse ou pressão, ele costumava sacar um para se acalmar. E, aquele casamento estava sendo muito estressante para ele. Não era nenhum pouco fácil olhar para Ino acompanhando Gaara. Quer dizer, eles não tinham chegado juntos, mas se sentaram lado a lado na cerimônia e não tinham se largado desde o começo da festa.

Então, no momento que Ino saiu do lado do nadador para ir ao banheiro, Itachi viu uma brecha para abordá-la.

— Oi, Ino. Tem um minutinho pra mim? – Perguntou Itachi de frente para ela.

— Claro, o que deseja? – Respondeu Ino encarando Itachi.

— Falar com você... Saber se tá tudo bem com o nosso filho... – Disse Itachi.

— Ah, tá tudo bem. Era só isso? – Questionou Ino meio impaciente, querendo seguir para o banheiro.

— Não. Na verdade, eu queria saber o que tá rolando entre você e o Gaara?- Perguntou Itachi diretamente.

— Não tá rolando nada ainda. – Respondeu Ino.

— Ainda? Pode rolar algum dia? – Perguntou Itachi e Ino começou a ficar incomodada.

— Itachi, dá licença, eu quero ir no banheiro! To apertada! Podemos falar sobre isso depois? – Disse Ini rispída e Itachi se mancou.

— Ok, pode ir. Eu espero você sair do banheiro. – Ele respondeu e Ino correu pro banheiro.

Enquanto Ino estava no banheiro, a resposta dela ainda ecoava na cabeça de Itachi. O que significava aquele ainda? Itachi andava de um lado para o outro na porta do banheiro e quando Ino, finalmente, saiu, ela ficou visivelmente decepcionada por encontrá-lo lá.

— Você esperou mesmo... – Constatou Ino.

— A gente não tinha terminado a nossa conversa. – Respondeu Itachi.

— Itachi, eu vou ser bem clara para você não ter mais dúvidas. Eu e você não existe mais.

— E você e o Gaara existe? – Insistiu Itachi.

— Eu gosto dele. No momento, não existe nada mais do que amizade, mas eu quero que futuro ele me veja com outros olhos. – Ino foi sincera.

— Ele não tá apaixonado por você agora? – Perguntou Itachi.

— Não sei. Vou ser muito franca com você... Eu não gosto de você me perseguindo, me fazendo perguntas sobre a minha vida amorosa. Se você quer saber do bebê, ok, é nosso filho, você tem todo direito. Mas, a minha vida pessoal, pertence só a mim.

— Ino, eu amo você. Então, sua vida pessoal me importa tanto quanto o nosso filho. Desculpe, mas essa é a nossa realidade. Em vez de ficar apostando num romancezinho qualquer com um cara que não sou eu, você devia me dar uma segunda chance. –Argumentou Itachi.

— Você me magoou de várias formas. Por isso, não te quero de volta. É um direito meu.

— Tá certo. E o Gaara é quem vai ser o padrasto do meu filho?

— Não sei. Itachi, para de tentar prever o futuro. O Gaara não tá planejando ganhar uma família agora, então, nos próximos dois anos, muita coisa pode acontecer.

— Você tá falando isso por causa das Olimpíadas?

— Sim, ele me deixou bem claro que o foco dele agora é esse e que qualquer coisa fora isso, incluindo um envolvimento comigo, está fora dos planos dele.

— Então, você vai passar os próximos dois anos solteira?

— Não sei, Itachi. Eu posso escolher esperar o Gaara. Ele pode mudar de ideia no meio do caminho. Também posso me apaixonar por outra pessoa. São tantas possibilidades que eu realmente não tenho como te responder... Posso voltar pra minha mesa agora?

— Pode, Ino. – Falou Itachi sem graça. Em seguida, Ino foi em direção à Gaara e voltoua conversar com ele. Chateado, Itachi resolveu ir embora da festa.

[...]

Estava tocando “Photograph”, do Ed Sheeran, quando Karin e Kiba saíram da cabine de fotos instantâneas e eles ficaram olhando animados para as fotografias com caras e bocas em suas mãos.

— Eu adorei o resultado! – Disse Kiba animado.

— Eu também! Pareço criança dentro dessas cabines de foto. – Comentou Karin.

— É realmente divertido! Tenten é muito ligada a fotos, então ela achou que era um item obrigatório de se ter. – Relatou Kiba.

— Ainda bem que ela deu esse tipo de ideia. Neji apenas contrataria um fotógrafo para retratar tudo.

— Eu imagino que o álbum de fotos com fotografias tiradas por todos os convidados seja mais emocionante do que por apenas um fotógrafo. – Disse Kiba.

— É, acho que tem sua graça. Mas eu não dispensaria um fotógrafo profissional. A sorte é que um dos convidados é um dos melhores fotógrafos do país! – Disse Karin, se referindo a Itachi.

— Pois é... Falando nele, acho que o Itachi foi embora. Será dor de cotovelo? – Perguntou Kiba e em seguida apontou pra Ino e Gaara conversando num clima de intimidade.

— Pode ser que seja. – Deu de ombros.

— Te incomoda? – Perguntou Kiba, embora soubesse a resposta.

— Muito, mas fingo que não. – Karin deu um sorriso amarelo.

— Tá fingindo muito bem. Eu acreditaria nesse sorriso falso, pena que ele também não engana você. – Comentou Kiba.

— É uma pena mesmo...

— Karin, ele falou com você hoje? – Perguntou Kiba.

— Sim, ele não é mal educado. Gaara me cumprimentou ao chegar, mas não conversamos. Aqui também não é lugar pra lavar roupa suja. – Disse Karin.

— Se você quiser, eu vou até lá e tiro a Ino do lado dele. Sou amigo dela e posso fazer isso. Aí vocês conversam. – Sugeriu Kiba.

— Não, não precisa. Se ele quisesse falar comigo, teria vindo com as próprias pernas.

— Ele pode não ter vindo porque eu estive com você o tempo todo. Vou sair então pra ver se ele vem... – Disse Kiba já se afastando, mas Karin segurou o braço dele.

— Não vai, por favor. Nada nos garante que ele vai vir e eu ia odiar ficar sozinha aqui. Naruto não larga a Hinata e está tentando se enturmar com a família dela, Neji está dançando com a esposa e o Itachi já foi até embora. Então, não me deixa só ok? – Pediu Karin e Kiba se compadeceu.

— Isso que é ruim de festa com poucos convidados, não dá nem pra gente se enturmar com gente nova. – Comentou Kiba.

— Neji e Tenten queriam que só tivesse aqui os mais próximos. – Disse Karin.

— Essa cerimônia foi totalmente direfente a do casamento dele com a Hinata né?

— Totalmente, acho que foi porque Neji mudou muito de lá pra cá e Tenten é uma noiva diferente também. Ela pensa e age de uma forma diferente da Hinata. – Explicou Karin.

— Verdade. A Tenten fez o casamento dos sonhos dela. Você deve imaginar como ela deve ter alugado os meus ouvidos né?

— Imagino, totalmente! – Dise Karin, finalmente rindo e então Kiba a cutucou.

— Disfarça e continua rindo, porque o Gaara tá olhando pra cá. – Disse o Kiba, mas Karin fechou a cara.

— Não. Eu não sou assim. Quer saber Kiba, acho que deu a minha hora. Vou procurar Naruto, Hinata para chamá-los pra virem comigo e também me despedir de Neji e Tenten. Não to mais no clima de continuar nessa ilha.

— Se é o que você quer... Então se cuida. – Kiba então abraçou Karin e notou Gaara desviar o olhar.

[...]

De repente, Ino notou que Gaara não estava mais prestando atenção no que ela falava.

— O que aconteceu? – Perguntou Ino, parando de tagarelar sobre detalhes da sua rotina de grávida.

— Desculpe, é que eu vi a Karin com Kiba e fiquei um pouco atordoado. – Confessou Gaara.

— Ah, eles não se desgrudaram hoje né? – Comentou Ino.

— É, eu até ia falar com ela, mas desisti por isso. Ele comentou algo sobre ela com você? – Perguntou Gaara e Ino ficou decepcionada.

— Kiba não divide comigo detalhes da sua vida amorosa, desculpe. – Disse Ino.

— Tudo bem... Espero que você me desculpe por perguntar isso logo pra ti.

— Eu gosto de você, Gaara. Então, saiba que toda vez que você falar dela pra mim vai me magoar sim. – Contou Ino e Gaara ficou com vergonha.

— Eu sou todo errado. Desculpe mesmo, Ino. Você é incrível! Eu também gosto de você! Mas é que agora, nesse momento, eu não posso me envolver com você.

— Por causa das Olimpíadas?

— Também, mas não vou mentir pra você. Eu to com ciúmes de Karin com o Kiba. E eu sei que admitir isso pra você te magoa, mas eu não me perdoaria se mentisse pra você.

— Tudo bem... É sempre melhor a verdade.  – Concordou Ini.

— É o que eu penso.

— Por que não vai atrás dela? – Sugeriu Ino.

— Não dá mais, Karin já foi embora.  – Disse Gaara e Ino olhou pros lados constatando que era verdade.

[...]

Sakura se recusou a sair da festa de casamento sem dançar com Sasuke antes. Então, depois de uma longa conversa, ela finalmente o convenceu. Ao som de “A Thousand Years”, de Christina Perri, eles dançaram bem juntinhos.

— Imagina que algum dia poderá ser eu e você nos papeis dos noivos? – Questionou Sakura, enquanto olhava Neji e Tenten dançando próximos a eles.

— Eu penso nisso o tempo todo. – Confessou Sasuke.

— Jura? – Perguntou Sakura.

— Juro. E penso também que só não nos casamos ainda por causa daquela briga estúpida por causa das mentiras do Itachi. – Desabafou Sasuke.

— Ele nos atrapalhou um pouco, mas superamos. – Disse Sakura.

— Superamos mesmo? – Indagou Sasuke arqueando uma sobrancelha.

— Você acha que não? – Perguntou Sakura.

— Não acho que tenhamos superado totalmente. Até hoje você se recusa a voltar a morar comigo. Por que esse pé atrás? – Questionou Sasuke.

— Porque eu quero ir no meu ritmo dessa vez. Antes, fui me deixando levar pelas emoções e a experiência de morar com você me mostou que ainda não estamos prontos. Somos muito jovens, Sasuke!

— Você não pensa que nem a Hinata né? Não vai vir com aquele discurso de que a vida profissional vem primeiro?

— Ela tem certa razão em pensar assim. De fato, um relacionamento pode afetar muito a vida profissional de uma pessoa. Veja o exemplo dos seus pais mesmo... Quantas coisas eles tiveram que renunciar como o próprio convívio com os filhos? – Exemplificou Sakura.

— A gente dá um jeito de ser diferente deles. – Disse Sasuke em sua defesa.

— Isso é uma espécie de pedido de casamento? – Riu Sakura.

— Quase! É que eu tenho o desejo de voltarmos a morar juntos. Você não precisa assinar nenhum papel pra isso... – Revelou Sasuke.

— Eu prometo pensar tá bem? Ainda vamos receber o resultado das provas do intercâmbio. Se eu for aprovada pra ir com você, de qualquer forma, vamos ter que dividir um apartamento. – Disse Sakura.

 - Eu não quero dividir só um apartamento com você, quero dividir minha vida contigo. – Afirmou Sasuke e Sakura o beijou ternamente.

— Eu também quero isso! Só tenha um pouquinho de paciência ok? – Pediu Sakura.

— Ok. – Concordou Sasuke.

[...]

Os últimos convidados já tinham ido embora, então Neji e Tenten tinham aquela ilha só para eles. Em vez de viajarem para algum lugar, a atriz decidiu que queria passar a lua de mel naquele lugar desfrutando somente da atenção e dos paparicos do seu marido. O combinado entre eles era ficarem desconectados pelos próximos dez dias.

— Enfim, sós! – Disse Tenten, passando os braços ao redor do pescoço de Neji para abraçá-lo.

— Sabe, nunca vou esquecer esse dia. É o mais feliz da minha vida. – Declarou Neji visivelmente emocionado e ganhou um beijo da esposa.

—  Da minha também, meu amor! Hoje, nós demos mais um passo no caminho que decidimos seguir juntos. O que você sentiu vendo a sua família aqui, especialmente, a Hinata? – Perguntou Tenten.

— Gostei de ter todos aqui, inclusive, a Hinata. Não foi fácil ter sido abandonado no altar no início do ano, mas consegui me recuperar logo por conta do seu amor e da sua paciência, Tenten. Então, fiquei feliz em ver a Hinata aqui torcendo por mim. – Confessou Neji.

— Torci um pouco meu nariz pra presença dela no início, mas agora vejo a importância dela estar aqui. Foi para provar que passou, que ela já não é mais tão importante pra você.

— Ela sempre será minha prima. Mas é você quem eu amo. Espero que não tenha mais dúvidas... – Disse Neji.

— Não tenho! Eu te amo e sei queé recíproco! – Declarou Tenten.

— Que bom! – Respondeu Neji, já pegando Tenten no colo – Agora, vamos à nossa noite de núpcias! – Disse entusiasmado, enquanto caminhava rumo ao casarão onde passarão os próximos dias.

[...]

Rio de Janeiro. Sexta-feira, 14 de setembro de 2018.

Alguns dias tinham se passado desde o casamento . Sakura e Sasuke estavam morrendo de curiosidade para receber o resultado da prova do intercâmbio. Por isso, eles foram uma hora antes do combinado para a universidade e ficaram andando de um lado para o outro no corredor até dar a hora em que colocariam a lista com o nome dos aprovados no mural.

— E se eu não aprovada? – Indagou Sakura, de repente, pegando Sasuke de surpresa.

— Cadê a sua confiança? – Retrucou Sasuke.

— Evaporou... – Comentou Sakura e Sasuke a encarou.

— Você foi bem na prova, também foi bem na entrevista. É claro que você vai passar! – Disse Sasuke animado.

— Esse “foi bem” é uma dedução nossa! Esses recrutadores podem ter me odiado! – Disse Sakura.

— É impossível alguém te odiar... – Disse Sasuke, mas, antes de Sakura conseguir rebater a opinião do namorado, um senhor apareceu e colocou a lista no mural. Ansiosa, Sakura grudou sua mão na lista e ficou boquiaberta com o resultado.

— Eu passei em segundo lugar! – Gritou Sakura enquanto Sasuke já a erguia em seus braços para eles comemorarem.

— Viu?! Eu falei que você conseguiria! Vamos juntos para os Estados Unidos ano que vem! – Vibrou Sasuke.

— A gente vai! Meu Deus! A gente vai mesmo! – Disse Sakura quase não acreditando.

— Mal posso esperar para começar esse novo intercâmbio ao seu lado! – Afirmou Sasuke.

— A gente precisa ver a nossa listinhas de coisas pra ajeitar antes da nossa partida! – Falou Sakura eufórica.

— A gente tem tempo, amor! – Sasuke tentou tranquilizá-la, mas a agitação de Sakura não conseguia ser contida.

—  Eu sei, mas é que é tão surreal! Eu preciso contar pros meus pais! – Avisou Sakura, já tirando o celular da bolsa e ligando para Mebuki e Kizashi. Os pais de Sakura vibraram muito com a conquista da filha.

Quando Sakura finalmente desligou o telefone, várias mensagens brotaram na tela de seu celular. O assunto realmente era urgente. Ino havia entrado em trabalho de parto após ter caído no banheiro de sua casa. Por sorte, Kiba na sala do apartamento a esperando para saírem, então pode socorrê-la após ouvir seus gritos.

— Sasuke, a gente precisa ir pro hospital agora! A Ino entrou em trabalho de parto, ela caiu e pode ser que isso complique o nascimento do Inojin! O Kiba já tá com ela no hospital! – Disse Sakura nervosa.

— Vamos logo! No caminho eu ligo para o Itachi também ir pra lá! – Disse Sasuke também aflito.

[...]

Itachi recebeu a ligação de Sasuke para avisar de Ino como quem leva um soco no estômago. De repente, o seu antigo amor e seu primeiro filho corriam perigo. Pelo que o caçula o disseram, Ino havia caído no momento em que entrara em trabalho de parto. A situação era ruim, mas poderia ter sido pior se Kiba não estivesse na casa para socorrê-la.

Itachi chegou no hospital correndo. Depois se anunciar que seu filho estava para nascer na recepção, ele ganhou um crachá de identificação e foi levado para o local onde Sasuke, Sakura, Kiba e Mikoto o aguardavam.

— Cadê a Ino? – Perguntou Itachi exasperado assim que chegou e viu as feições sérias de todos na sala de espera.

— Está em alguma dessas salas, mas não podemos entrar. – Disse Sakura.

— Eu sou o pai! Eu vou entrar! Nem tentem me impedir! – Disse Itachi, mas Mikoto segurou seu braço.

— Calma, filho! – Mikoto o abraça – Sei que está com medo nesse momento, mas vai dar tudo certo. Ino e Inojin estão em boas mãos. Você não pode entrar lá agitado desse jeito! Vai acabar atrapalhando. – Disse Mikoto.

— Se acalme, irmão! E aí você vai poder entrar. – Disse Sasuke.

— Ela entrou na sala chamando por você. Então, se acalme para poder ver o nascimento do seu filho. – Disse Kiba.

— Ela está bem? A queda não foi grave? – Perguntou Itachi para Kiba.

— O susto foi maior do que as consequências da queda. Mas só o médico que está lá dentro com ela poderá dizer. – Avaliou Kiba.

— Vamos rezar pela Ino e pelo bebê. É o que podemos fazer no momento! – Disse Sakura.

— Eu estou mais calmo! A senhora minha mãe pode pedir para que eu entre? – Perguntou Itachi.

— É claro que sim, filho! Vou com você para que possa ter passe livre! – Respondeu Mikoto, mas antes deles avançarem para o outro corredor, o médico assistente do obstetra veio falar com eles.

— O pai do bebê já chegou? – Perguntou o médico.

— Sim, sou eu! – Itachi se apresentou.

— A paciente sofreu uma queda, que acabou complicando o parto. Então, em vez do parto normal como ela gostaria, nós vamos ter que fazer a cesária para salvar a vida do bebê. Seria muito arriscado se esperássemos por mais tempo.  – Avisou o médico.

— Eu entendo... Mas, doutor, eu posso ficar ao lado dela nesse momento? – Pediu Itachi.

— Sim, pode me acompanhar, mas só o senhor! – Respondeu o médico.

— Obrigado! – Itachi disse e então se virou para a mãe, o irmão, Sakura e Kiba – Quando eu sair de lá, Inojin já estará nesse mundo. – Itachi então esboçou um sorriso e seguiu o médico.

[...]

O coração de Itachi estava aos pulos durante todo o corredor até a sala onde Ino estava. Quando ele finalmente a viu, se aproximou dela calmamente e segurou sua mão.

— Vai dar tudo certo, Ino. Eu estou aqui com você! – Disse Itachi e os olhos de Ino repousaram sob os dele.

— Inojin está bem? – Perguntou Ino confusa.

— A  queda complicou um pouco o parto, mas vai dar tudo certo. O médico vai fazer uma cesariana para que o Inojin sai vivo dessa. – Disse Sasuke.

— Ele também havia me dito isso, mas eu ainda estou com medo. – Confessou Ino.

— Eu já disse, Ino. Vai dar tudo certo! – Reafirmou Itachi e Ino segurou sua mão com força.

Durante toda a operação, Itachi ficou segurando a mão de Ino e observando todos os detalhes. Estar ali, ao lado dela, significava muito para ele. Especialmente, depois de tudo que tinham passado, Itachi não se sentia merecedor de estar ali, mas sabia que Ino e seu filho precisavam dele naquele momento.  De repente, Itachi conseguiu se desprender de todos os barulhos da sala ao ouvir o som do choro de Inojin ecoar pelo local. O menino finalmente havia nascido. Seu filho experimentava seus primeiros segundos nesse mundo. Então, o médico cortou o cordão umbilical e mostrou o bebê para Itachi e Ino, que o segurou por apenas alguns instantes.

— Inojin é lindo! – Disse Ino bem baixinho.

— Ele é! – Concordou Itachi indo as lágrimas, mas não puderam curtir muito o bebê.

Inojin havia nascido antes do tempo, por isso, ele precisou ser levado direto para a incubadora. Ino chiou um pouco, mas o médico disse que era o melhor a ser feito e que, em breve, ela e Inojin estariam juntos novamente.  Depois disso, Ino foi preparada para ser levada de volta a seu quarto e Itachi foi dar a notícia do nascimento do bebê na sala de espera.

— Pessoal, Inojin nasceu e é lindo! – Disse Itachi entre risos e lágrimas, então Mikoto e Sasuke correram para abraçá-lo. Enquanto isso, Kiba e Sakura também se abraçaram para comemorar.

— E cadê meu sobrinho? Já podemos vê-lo? – Perguntou Sasuke.

— Ainda não. Ele está na encubadora, mas vai ficar bem. – Disse Itachi.

— É um bebê prematuro, não podemos esquecer disso, mas vai dar tudo certo. – Incentivou Mikoto.

— E a Ino Itachi? – Perguntou Sakura.

— Como ela está? – Questionou Kiba em seguida.

— A Ino está bem. Ela já deve estar no quarto e os médicos vem avisar quando poderemos entrar para falar com ela. – Contou Itachi.

— Parabéns, irmão! Quem diria você agora é pai! – Comentou Sasuke rindo.

— Pai de família – risos – É assustador.

[...]

Não demorou muito e Sasuke, Sakura, Kiba e Mikoto puderam entrar no quarto para verem Ino.

— Oi, Ino. – Disse Sakura se aproximando da amiga.

— Oi, Sakura. Oi pessoal. Itachi já falou com vocês sobre Inojin? – Perguntou Ino.

— Sim, ele disse que é um menino lindo. – Informou Sasuke.

— Ainda não podemos vê-lo, mas vou acreditar nas palavras de Itachi. – Disse Kiba.

— É muito bom ver vocês aqui. Meu pai já está a caminho? – Perguntou Ino.

— Eu falei com o seu pai e ele chega amanhã de manhã na cidade e vem direto pra cá ver o neto. A sua mãe vai demorar um pouco mais porque foi pega de surpresa, mas até a próxima semana também estará aqui para te ajudar. – Respondeu Sakura.

— Obrigada por entrar em contato com eles, Sakura. – Agradeceu Ino.

— É o minímo que eu poderia fazer! Falei com meus pais também e eles estão à caminho do hospital. – Disse Sakura.

— Até cancelamos a peça hoje, porque eu quero ficar babando meu afilhado a noite toda mesmo que seja na incubadora. Não quero sair do lado de vocês. – Afirmou Kiba, segurando a mão de Ino.

— Obrigada, Kiba! Você é o melhor! – Ino sorriu.

— Como está se sentindo a nova mamãe? – Finalmente Mikoto se pronunciou.

— Cansada, mas feliz. Mesmo que rapidamente, vi o rostinho de Inojin. Mal vejo a hora de amamentá-lo! – Disse Ino.

— Logo você poderá. Por enquanto, ele precisa ficar na incubadora. – Respondeu Mikoto.

— Cadê o Itachi? Ele já foi embora? – Questionou Ino.

— Itachi foi com o médico ver Inojin na incubadora. Acho que ele também não avi querer sair de perto. – Avisou Sasuke e Ino sorriu.

— Que bom! – Disse Ino.

[...]

Itachi acompanhou o médico até a incubadora onde estava Inojin e ele ficou paralisado ao ver a fragilizade de seu filho. Então, ele se aproximou, colocou as mãos no vidro da incubadora como se fosse acariciar o bebê e ficou lá refletindo. Após alguns minutos, Fugaku surgiu no lugar e colocou uma mão no ombro do filho, chamando sua atenção para si.

— Esse é o meu neto? – Perguntou Fugaku.

— Sim, este é Inojin. –Disse Itachi.

— O obstetra me procurou assim que a sua namorada deu entrada aqui no hospital. Fiquei sabendo que corremos risco de perdê-lo. Por sorte, o doutor Sarutobi é muito competente. – Informou Fugaku.

— É ex-namorada, mas isso não importa. O importante é que Inojin vai ver e será um grande homem algum dia. – Disse Itachi.

— Será um grande Uchiha. – Corrigiu Fugaku.

— O sobrenome que ele carrega é o de menos. O que importa é que eu estarei ao lado da Ino para ensinar a ele o que é certo e errado, bom e mau. – Enfatizou Itachi.

— Bem, te vendo falar assim do seu filho me faz pensar que fiz um bom trabalho na sua criação. – Comentou Fugaku.

— Não se engane, pai. Minha criação veio de minha mãe, da dona Chiyo e dos colégios que frequentei. Sua participação foi mínima não só na minha criação, mas na de Sasuke também. – Alfinetou Itachi.

— Agora vai me dizer que eu não fui um bom pai? Nunca lhe faltou nada, criança ingrata. – Rebateu Fugaku chateado.

— Não se confuda! O senhor foi um bom provedor, mas não um pai. Pelo menos, não pra mim. Do senhor, só levei broncas ou lembranças de que nunca fui o filho perfeito. Sasuke, por escolher a Medicina, ganhou parte do seu afeto, mas eu só ganhei desprezo. – Afirmou Itachi.

— Fui duro com você porque sua mãe sempre foi coração mole. Ela sempre passava a mão na sua cabeça quando errava. – Defendeu-se Fugaku.

— Minha mãe pode ter errado por amor, mas ela nunca me faltou. – Itachi saiu em defesa da mãe.

— Mais uma vez você está a favor dela e contra mim. – Disse Fugaku.

— Não estou contra ninguém. Apesar de tudo, o senhor é meu pai e eu o respeito. Só não vou admitir que diga asneiras sobre minha mãe ou se gabe de ter me criado direito, quando não fez tanto assim.

— Se eu tivesse te faltado, você poderia ter passado fome, frio, ter ficado doente ou coisa pior.

— O senhor fez o mínimo pela família que inventou de formar com a minha mãe. Agora, eu quero ser melhor para Inojin.

— Você tem zero experiência como pai. Mal sabe cuidar de você, já que sempre corre pro colo da sua mãe. – Alfinetou Fugaku.

— Sorte minha ter uma mãe tão incrível para que eu possa correr para ela mesmo! Não me envergonho! Se não tenho experiência, vou aprender com Inojin! O senhor também nada sabia quando eu nasci! – Disse Itachi.

— Bem, boa sorte ao papai! Depois nos falamos, filho! – Fugaku então se retirou.

— Espero vê-lo em breve para visitar Inojin! – Disse Itachi.

— Não vou ficar longe de meu neto, não se preocupe. – Acenou Fugaku antes de desaparecer no corredor.

[...]

Depois que todos saíram do quarto, Itachi foi ao encontro de Ino. Queria lhe contar sobre os detalhes de Inojin.

— Oi, Ino. Posso entrar? – Perguntou Itachi parado na porta.

— Por favor, se aproxime. – Pediu Ino.

— Desculpe a demora, mas é que estava até agora vendo nosso pequeno Inojin. Ele parece um anjinho lá na incubadora. – Disse Itachi.

— Eu quera pegá-lo no colo de novo, dar de mamar. – Disse Ino.

— O médico me explicou porque você ainda não pode. De acordo com ele, como Inojin é prematuro, você terá dificuldade de produzir leite logo de cara e isso levará algum tempo. Enquanto isso, ele  vai receber uma alimentação específica pela veia até que você possa amamentar ou nós consigamos uma doadora humana no banco de leite. – Explicou Itachi.

— E nem vê-lo eu posso? – Queixou-se Ino.

— Mais tarde eu levo você de cadeira de rodas até o berçário para vê-lo na incubadora ok? Você fez uma cesariana, Ino.Também não pode sair andando por aí. Vou chamar uma enfermeira para nos acompanhar. – Disse Itachi.

— Ok. Obrigada por estar aqui comigo. Meus pais não conseguiram chegar a tempo, mas fico feliz que você esteja aqui, que sua família também esteja por perto e, é claro, por Kiba e Sakura provarem mais uma vez que são como meus irmãos. – Disse Ino.

— Também estou feliz de estar aqui com você e noss filho. Fiquei surpreso do Gaara não estara qui também... – Comentou Itachi de propósito.

— Por que Gaara estaria aqui? – Perguntou Ino sem entender.

— Da última vez que nos vimos você disse que estava apaixonada por ele. – Respondeu Itachi.

— E você lembra também que eu disse que o Gaara não estava interessado num relacionamento agora? Então, não tenho nada com ele. – Respondeu Ino e Itachi pareceu mais aliviado.

— Não quero dividir você com ele. – Confessou Itachi.

— Eu não sou sua, então não precisa me dividir. – Respondeu Ino na lata.

— A língua está tão afiada quanto antes. – Riu Itachi.

— Itachi, por favor, vamos focar no nascimento do nosso filho e esquecer o resto pode ser? Quero ver Inojin! – Insistiu Ino.

— Vou chamar a enfermeira para te levar lá! – Avisou Itachi e procurou a enfermeira.

No caminho para ver Inojin, Ino estava ansiosa. Seria o primeiro contato com o filho, após a bruta separação que tiveram após o parto. Ino ficou encarando o bebê por horas ao lado de Itachi. Estava tão encantada que não sairia dali tão cedo. Ela cantou baixinho uma canção de ninar para que pudesse embalar os sonhos de seu pequeno, enquanto isso Itachi a assistia emocionado com a cena e não continha as lágrimas nos olhos. No entanto, as secou rapidamente para que Ino não notasse.

[...]

Rio de Janeiro. Sexta-feira, 21 de setembro de 2018.

Apesar do dia do nascimento de Inojin não ter saído como o planejado, Ino teve uma boa notícia na semana seguinte: Inojin seria tirado da incubadora para que ela finalmente o amamentasse. Por ter nascido prematuro, ele teria dificuldades para sugar o peito da mãe, então deveria ser estimulado por ela.

Ino estava muito nervosa, mas, ao mesmo tempo, feliz de ter aquele tipo de contato com o filho pela primeira vez. Quando puseram Inojin em seus braços, ela não conseguia parar se sorrir. Itachi estava ao seu lado observando tudo de perto. Fazia uma semana que seu mundo tinha virado de ponta-cabeça por conta do filho.

— O médico que me disse que nos próximos dia ele já deve ter alta. Vai estar pronto para ir pra casa com você. – Comunicou Itachi.

— Que bom! Eu já estava agoniada com essa demora pra irmos pra casa. Meus pais estão ansiosos para verem Inojin dentro do quartinho dele. – Comentou Ino.

— Eu imagino. Você já tem ideia quando ele poderá passar um tempinho comigo? – Perguntou Itachi.

— Ele ainda é muito frágil, Itachi. Melhor esperarmos uns meses para que ele possa ir pra sua casa. Até porque, por enquanto, eu terei de ir junto por causa da amamentação. – Disse Ino.

— Você poderia tirar o leite e eu daria para ele. – Sugeriu Itachi, mas Ino o olhou feio.

— Não, meu filho vai ser alimentado diretamente do peito da mãe. – Falou Ino de forma completamente ciumenta.

— Ok, foi só uma ideia. Se você não quer, tudo bem. – Itachi deu de ombros e continuou observando mãe e filho juntos.


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