Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 42
Monólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei mais rápido do que vocês imaginavam né? Tive uma folguinha e consegui terminar o capítulo antes do previsto! Enfim, boa leitura! ♥



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Rio de Janeiro. Terça-feira, 14 de agosto de 2018.

Kiba estava exausto. Não dormia mais direito e só conseguia pensar em sua estreia. Pegar o papel de Deidara no monólogo tinha sido a coisa mais estressante que ele já havia feito por uma simples razão: Sakura. No fundo, a única pessoa que ele queria agradar era ela. Como ator, ele valorizava Kizashi, seu diretor, e o público. Mas, naquele caso em especial, Sakura era mais importante que todos. Afinal, ele estar naquele palco era para homenagear Deidara.

Apesar de nunca terem sido amigos, Kiba admirava Deidara. Ele tinha de admitir que o falecido tinha sido o melhor amigo de Sakura nos seus piores momento, incluindo a estúpida traição que tinha culminado  no fim de sua relação com a Haruno. Agora, ele precisa ser sensível a ponto de passar por cima das próprias birras e reconhecer a importância de Dei.

Enquanto ensaiava, Kiba notou a presença de Tenten. Sua amiga chegou degavar, se sentou na primeira fila e o assistiu. Para Kiba, era sempre adorável ter uma plateia. Por isso, se curvou aos aplausos da atriz assim que finalizou sua apresentação.

— Maravilhoso! – Gritava Tenten, enquanto aplaudia o amigo.

— Obrigado! Sem falsa modéstia, acho que estou indo bem. – Confessou Kiba, se aproximando de Tenten e descendo do palco para parar em frente a ela.

— Você deu seu tempero ao texto. Eu adorei mesmo! Digno de todos os prêmios do mundo. – Elogiou Tenten.

— Você não vale! É minha amiga, então não conta. – Disse Kiba.

— E se fosse a Sakura te dizendo isso?

— Acho que nela eu acreditaria...

— Por que?

— Ah, ela preferia o Deidara. Então, se ela gostar do que eu fizer, saio no lucro.

— Você é sempre tão imponente no palco, mas quando toca no nome da Sakura você fica inseguro. É como se as luzes do palco se apagassem. – Avaliou Tenten.

— Boa comparação. Acho que fiquei no escuro esse tempo todo sem a Sakura. – Comentou Kiba.

— Você não acha que fazendo esse monólogo você vai consegui-la de volta né? – Perguntou Tenten.

— Não sou tão iludido assim. – Respondeu Kiba.

— Ufa! Tava com medo, porque você precisa aceitar que a Sakura é uma página virada. Ela e o Sasuke estão bem. – Contou Tenten.

— Eu sei. To tentando desapegar.

— Ainda não passaram os 45 dias que a Temari impôs pra você voltar a insistir com a Karin? – Perguntou Tenten.

— Ainda não. Para falar a verdade, nem sei se quero mais.

— Por qual motivo?

— Detesto triângulos amorosos. Não quero me meter nessa história entre a Karin e o Gaara.

— E se a Karin vier atrás de você?

— Se ela vier, não vou recusar... Mas não sou eu quem vai correr atrás. Vou ser mais difícil dessa vez. – Falou determinado.

— Ah, Kiba – risos -  Você é sensacional! Bem, mas eu vim aqui por um motivo.

— Qual?

— Um convite.

— Para que?

— Meu casamento. Quero que você seja o padrinho. Aceita?

— Claro que sim! Um de nós teve sorte teve no amor. Devemos mesmo comemorar.

— Eu sabia que você aceitaria! Bem, advinha quem estará ao seu lado no meu altar?

— A Sakura? – Chutou Kiba e Tenten confirmou com a cabeça.

— Ela mesma!  Gostou?

— Gostei sim. Vai ser bom para ficar mais próximo dela, pois Sakura só tem me afastado.

— Ela gosta de você, Kiba. Pode não ser como antes, mas ela gosta.

— Tenten, toda vez que eu vejo a Sakura tenho certeza que cometi um erro que não tem volta. Não posso fazer diferente. Não posso voltar no tempo e evitar perdê-la.

— Eu entendo a sua dor, mas tá na hora de seguir em frente meu amigo. – conselhou Tenten.

— Sei disso muito bem, diz isso pro meu coração. É só ele que não entende.

— Vem cá! – Tenten abriu os abraços e Kiba foi abraçado por ela. – Você merece ser feliz e vai ser. Não é com a Sakura como você imaginava, mas tem uma garota em algum lugar que vai ser a sua companheira.

— Pode fazer essa garota se materializar na minha frente ainda hoje? – Pediu Kiba.

— Se eu tivesse superpoderes, juro que faria. – Disse Tenten.

[...]

Sasori estava com o dia livre, sem hospital ou faculdade, ele avisou para Mikoto que aquele seria o melhor dia para ir conhecer o novo consultório da médica. Então, ela disse que iriam após o café, antes que ela seguisse para o trabalho.

Quando chegaram na sala em que dali a algumas semanas seria o consultório de Mikoto Uchiha, Sasori ficou impressionado. O local era amplo. Em vez de uma única sala, haviam três e a recepção.

— Gostou? – Perguntou Mikoto já que Sasori não abria a boca para falar nada.

— Amei. É incrível. – Elogiou Sasori.

— Eu também achei. Preferi esse que tem três salas para que uma possa ser minha, uma sua e a outra de Sasuke, quando se formar, é claro. – Revelou Mikoto, empolgada com seus planos.

— É um belo espaço, Mikoto. Vou amar trabalhar aqui com você. – Disse Sasori.

— Você pode ficar com essa sala – Disse Mikoto abrindo a outra porta e entrando junto com Sasori – É bem ao lado da minha, tem uma janela com uma vista incrível também.

— Trabalhar olhando para o Pão de Açúcar não é nada mal mesmo. – Comentou Sasori se aproximando da janela.

— Eu escolhi aqui justamente por causa da vista e também porque é relativamente perto de casa e do apartamento do Sasuke. – Informou Mikoto.

— Já sabem no hospital da sua saída? – Perguntou Sasori se voltando para Mikoto.

— Sabem, mas eu pedi para que não contassem ao Fugaku. Quero um pouco de privacidade no meu recomeço. – Adiantou Mikoto.

— Imagino que ele vá ficar furioso ao saber que você está indo embora de lá também.

— Eu já saí da vida dele. Só faltava mudar de emprego. Vou chamar uma arquiteta para me ajudar a trocar uns detalhes daqui e a decorar. Quero que seja um lugar acolhedor para o paciente. – Revelou Mikoto.

— Lembra que eu te falei sobre o voluntariado na Igreja?

— Claro!

— Então, eu já me candidatei e disse do seu interesse em ajudar também. Podemos começar no próximo mês.

— Ótimo! Vou dar uma passada lá para acertar os detalhes. Inclusive, vou pedir para que os pacientes venham até aqui. Acho que será mais confortável para todos.

— Ótima ideia. Você é incrível, Mikoto.

— Quero Sasuke e Itachi tenham orgulho de mim.

— Eles tem, certamente.

— Que bom! – Mikoto sorriu.

— Ah,  Mikoto, o meu baile de formatura será dia 25 de agosto. Quero muito que você vá. – Convidou Gaara.

— Claro que vou! Onde será?

— Numa casa de festas no Alto da Boa Vista.

— Já convidou o Sasuke?

— Ainda não, mas vou convidá-lo. Não só ele, quanto Sakura, Naruto, Hinata, Itachi.

— Sua avó vai também, presumo...

— Claro que vai! Sem a presença dela não seria a mesma coisa pra mim. – Declarou Sasori.

[...]

Rio de Janeiro. Quarta-feira, 15 de agosto de 2018.

Hinata, Naruto, Sasuke e Sakura estavam no hall do andar de Medicina conversando, quando Sasori chegouolhando para o relógio, notando que tinha chegado mais cedo do que o esperado. Então, ele parou para conversar com os amigos.

— E aí pessoal? Beleza? – Perguntou Sasori.

— Tudo bem por aqui e com você? – Perguntou Sasuke.

— Bem também. Só uma correria danada, por causa do TCC, do hospital, prova pra residência e agora ainda vou clinicar no consultório da sua mãe. – Disse Sasori.

— Minha mãe tá com consultório? – Estranho Sasuke.

— Ela não te disse nada? – Perguntou Sasori.

— Não... – Respondeu Sasuke.

— Sua mãe é tão ocupada, amor, ela deve ter esquecido de mencionar. – Disse Sakura.

— A dona Mikoto com certeza deve estar preparando uma surpresa pra você e o Sasori estragou. – Comentou Naruto.

— Pode ser. – Disse Sasuke.

— E aí Sasori? Tá ansioso pra começar no consultório? – Perguntou Hinata.

— To sim, mas ainda vai demorar um tempo até eu começar pra valer lá. A Mikoto ainda vai fazer umas pequenas obras nas salas e eu também tenho que me virar no hospital. Inicialmente, vou ficar no consultório só como voluntário. – Revelou Sasori.

— Minha mãe tá te ajudando muito então. – Observou Sasuke.

— Sim, ela está em ajudando. Espero algum dia poder retribuir. Mas, mudando um pouco de assunto, quero convidar todos vocês pro meu baile de formatura. Eu tenho dez convites e por enquanto só 6 convidados. – Mencionou Sasori.

— Nós vamos adorar ir não é mesmo, Sasuke? – Respondeu Sakura, se virando para o namorado.

— Com certeza! Pode contar a nossa presença. – Disse Sasuke.

— Eu e a Hinata também vamos! – Garantiu Naruto.

— É até bom pra gente ver como vai ser na nossa vez... – Comentou Hinata.

— Ótimo! Vai ser dia 25 de agosto, cai num sábado, a partir das 20h00, lá no Alto da Boa Vista. Eu entrego o convite assim que eu receber da comissão da formatura. – Disse Sasori.

— Que bom que é só dia 25, porque no próximo sábado, é a estreia do Kiba com o monólogo e eu não poderia perder por nada. – Comentou Sakura.

— E o Kiba tá ansioso? – Perguntou Naruto pra Sakura.

— Parece que sim. Pelo menos, é o que o meu pai falou. Não tenho visto o Kiba. – Respondeu Sakura.

—  Bem, gente, deu a minha hora. Depois nos falamos. – Se despediu Sasori.

— Até mais! – Todos responderam.

— Não gostei do jeito que o Sasori falou da minha mãe. – Comentou Sasuke quando o amigo saiu.

— Por que? – Indagou Sakura.

— Muita intiminade. Por que ele não chama mais ela de senhora uchiha ou dona como antes? – Questionou Sasuke.

— Vai ver a sua mãe deu essa liberdade. – Opinou Hinata.

— Até porque a dona Mikoto é muito jovem pra ser chamada de senhora né Sasuke? – Retrucou Naruto.

— Pode ser... – Disse Sasuke.

— Eu concordo com o Naruto. Sua mãe é muito jovem pra ser tratada como uma velha. – Opinou Sakura.

— Eu vou ligar pra ela e falar sobre a notícia do consultório. – Disse Sasuke.

— Você ficou incomodado com o fato dela ter convidado o Sasori? – Perguntou Sakura.

— Não fiquei incomodado com isso, mas com o fato de não saber de nada. – Disse Sasuke.

[...]

Em vez de ligar como havia mencionado, Sasuke resolveu ir até a casa de sua mãe conversar pessoalmente. Quando chegou, ela ainda estava trabalhando, então foi recebido por Chiyo. Depois, quando Mikoto chegou, ela recebeu o filho com um abraço e o convidou para jantar com ela. Durante o jantar, eles conversaram sobre as aflições de Sasuke.

— Fiquei muito feliz com a sua visita, meu filho. – Disse Mikoto.

— Prometo vir mais vezes. – Disse Sasuke.

— Eu vou cobrar hein? – Sorriu Mikoto.

— Pode cobrar! Mãe, você tem tido notícias do Itachi? – Perguntou Sasuke.

— Sim, eu o vi há alguns dias. Fui levar umas roupinhas para Inojin e Itachi mandou fazer um quarto pro filho.

— A Sakura soube disso pela Ino e me contou.

— É uma pena que Itachi e Ino não tenham se acertado. É sempre melhor para uma criança ser criada por uma família unida. – Comentou Mikoto.

— Se ponha no lugar da Ino, minha mãe, deve ser difícil pra ela depois de tudo que o meu irmão a fez passar.

— Sim, eu entendo. E você? Quando vai perdoá-lo?

— Ainda não chegou a hora. – Afirmou Sasuke.

— Eu discordo, mas se você diz...

— Mãe, hoje eu encontrei com o Sasori e ele mencionou o seu novo consultório.

— Você quer saber se é verdade?

— Na verdade, quero saber porque a senhora não me disse nada.

— Eu te contei que queria sair do hospital, só não falei do consultório porque ainda não estava definido. Agora, está. Sasori ficou sabendo primeiro porque afinal mora aqui, então eu o vejo todos os dias.

— Ok. Eu estranhei ele saber primeiro que eu.

— Você tá com ciúme filho? – Riu Mikoto.

— Claro que não! – Defendeu-se Sasuke.

— Ok. Olha, não precisa se preocupar. Você também será dono de uma das salas. É uma minha, uma pra você e uma pro Sasori. Pensei em tudo.

— Eu também vou ter uma sala? Mas ainda não posso clinicar...

— Sasuke, querido, a sala estará lá para quando você puder. Investi algumas economias nesse consultório. Quero recomeçar longe do seu pai. – Admitiu Mikoto.

— E ele já sabe disso?

— Não. Desde a separação não temos conversado e pedi para as pessoas no hospital não comentarem com ele.

— Mãe, ele precisa saber por você.

— Sasuke, seu pai perdeu qualquer direito de se meter na minha vida no momento que me traiu. Não importo com o que ele acha. Não vou ficar naquele hospital olhando pra cara dele todos os dias.

— Se a senhora sabe o que faz, eu não me meto.

[...]

Rio de Janeiro. Sábado, 18 de agosto de 2018.

No dia da estreia do monólogo, Kiba estava nervoso. Nos bastidores, ele podia ouvir o barulho do público que aguardava sua entrada. Mas o que causou seu maior nevosismo foi a chegada de Sakura no camarim.

— Oi, tá pronto? – perguntou Sakura parada na pora.

— To pronto e você? – Perguntou Kiba.

— Um pouco nervosa, confesso. É a primeira vez que piso aqui já com o nome do Deidara na porta da sala de teatro. – Disse Sakura.

— Deidara está orgulhoso de você, seja lá onde ele esteja. – Afirmou Kiba.

— Ele tá no céu, Kiba. O Dei era uma anjo no meio de todos nós. – Disse Sakura.

— Se é o que você acredita...

— Tá todo mundo lá fora doido pra te ver.

— É difícil substituir alguém. – Admitiu Kiba.

— Você não tá substituindo. Você está dando continuação, então não precisa se preocupar. Seu talento segura essa onda.

— Obrigado, Sakura.

— Não precisa me agradecer Kiba. Você está aqui pelo seu enorme talento. – Disse Sakura e Kiba a abraçou.

— Tudo que eu fizer em cima desse palco hoje é por você. Para honrar os sentimentos que você tinha pelo Deidara. – Declarou Kiba.

— Obrigada, meu amigo. Acho que agora é a minha hora de ir enfrentar a plateia. – Respondeu Sakura e então saiu dos braços de Kiba.

— Eu estou logo atrás de você. Se quiser olhar pro lado, me verá lá te apoiando, como sempre.

— Valeu! – Sakura sorriu e então seguiu para discursar.

[...]

Sakura respirou fundo e contou até três antes de subir no palco. Estar sozinha ali em cima lhe dava um grande frio na barriga, mas a Haruno pensava em Deidara e aquilo lhe dava forças para seguir em frente. Ela então se virou e viu Kiba no canto, como prometido. Respirou fundo novamente e encarou o público. Na plateia, ela podia ver seus pais, Sasuke, Naruto, Hinata, Tenten, Neji, Ino, Gara, Temari, Shikamaru e Karin. Então, ela começou a homenagem.

— Boa noite. Para os que não me conhecem, eu sou Sakura Haruno, filha de Kizashi e Mebuki Haruno e amiga do Deidara. Hoje, esse palco em que estou pisando e as poltronas em que vocês estão sentados ganham o nome dele junto com essa sala. Para alguns, Deidara era apenas um iniciante que teve seu brilho e valor celebrados ainda em vida. Para mim e àqueles que o conheciam, o Dei faz uma falta que eu não mensurar. Os dias são menos bonitos sem a presença dele, mais sem graça, menos úteis. Nos 25 anos de vida que ele teve, Deidara preencheu a Terra com sua alegria, determinação, bondade, carisma, bom humor, charme, beleza, inteligência e talento. Ele foi um grande amigo. Mais que isso, foi um grande ator. Seu lugar preferido era o palco. Por ele e para ele, o monólogo Presente do Subjuntivo volta à cartaz nessa sala para celebrarmos sua vida. Então, recebam Kiba Inuzuka daqui a pouco com aplausos, porque a tarefa que ele aqui executará é bela. Nós sempre vamos te amar, Dei. Sempre.

Após o fim do discurso de Sakura, ela foi ovacionada pelo público de pé. Então, a Haruno, desceu do palco, recebeu um abraço carinhoso dos pais e se sentou ao lado de Sasuke na primeira fila.

— Você sempre fala tão bonito. – Elogiou Sasuke.

— Falei com o coração. – Respondeu Sakura, dando um singelo beijo em Sasuke.

— Deidara deve tá muito orgulhoso de você. Eu estou também. – Confessou Sasuke.

— A saudade que eu sinto dele mal cabe no peito. – Disse Sakura deixando uma lágrima escapar e secando rapidamente.

— Vamos assistir ao Kiba e aí você pode imaginar como era o Deidara ali no palco pra matar um pouco dessa saudade. – Sugeriu Sasuke.

— Não dá, Sasuke.  O Dei é o Dei. O Kiba é o Kiba. Cada um é de um jeito e interpreta de outra maneira. Vou assistir ao monólogo tentando enxergar nele a beleza da vida em todas as suas circuntância. Era o que o meu pai queria passar.

— Tudo bem. – Respondeu Sasuke e então tocou o primeiro sinal.

— Atenção que já vai começar. – Disse Sakura ao ouvir o segundo sinal.

Após o terceiro sinal, as luzes se apagaram, Kiba surgiu no palco e um holofote o iluminou por completo. Kiba foi seguro desde a primeira palavra proferida. Resultado de tantos ensaios, ele sabia cada detalhe daquele monólogo. Tinha testado tantos improvisos, que escolher o que fazer ou com quem da plateia mexer ao falar algumas das indagações do personagem tinha era fácil. Ele atuou como quem brincava. Quem olhava para Kiba com admiração no palco não podia imaginar quantas noites de sono ele havia perdido pensando nessa estreia.

Olhar para Sakura e se deliciar ao ver suas expressões e reações davam ainda mais forças para Kiba continuar focado em cena. Os sorrisos dos amigos também o animavam. Vez ou outra ele podia notar Ino dizendo para ele que estava incrível. Quando terminou, os aplausos tomaram conta de toda a sala.

[...]

Kiba curvou-se diante do público. Visivelmente emocionado, o ator beijou o chão do palco e em seguida de levantou, acenando e mandando beijos ao público que de pé ainda o acolhia. As cortinas se fecharam, as luzes da sala de teatro se acenderam, então todos seguiram até o camarim para cumprimentarem Kiba. Os primeiros foram Kizashi, Mebuki. Ambos abraçaram o ator e disseram que ele tinha sido perfeito. Em seguida, entraram Tenten, Neji, Ino, Gaara, Temari e Shikamaru, que ficaram alguns minutos combinando com Kiba onde seria a comemoração da estreia. Depois, vieram Sakura e Sasuke.

— Você já sabe que foi incrível né? – Disse Sakura antes de abraçar Kiba, que a segurou com força.

— Ouvir isso de você muda tudo. Obrigado, mais uma vez. – Agradeceu Kiba então Sakura se afastou.

— Você mereceu cada um daqueles aplausos. – Disse Sakura e foi interrompida por Sasuke.

— Até eu preciso admitir que você se saiu muito bem, Kiba. Fiquei impressionado com a propriedade que você tinha do texto, do palco. Me emocionou. – Admitiu Sasuke.

— Obrigado, Sasuke. Tive que ser sensível o suficiente para integrar a construção que o Deidara tinha feito do personagem à minha forma de ser como artista. – Relatou Kiba.

— Não vamos mais tomar o seu tempo, porque a fila tá grande lá fora. – Disse Sakura.

— Vejo vocês mais tarde na comemoração no meu apartamento? Geral vai pra lá. – Convidou Kiba.

— Vamos sim! – Confirmou Sasuke.

— Não perderia por nada! Aliás, a Ino já foi na frente né? – Disse Sakura.

— Sim, ela  e o pessoal disseram que vão arrumar tudo, comidas, bebidas e seguem pra lá. – Respondeu Kiba.

— Ótimo! Nos vemos lá. – Disse Sakura já de saída com Sasuke.

Kiba cumprimentou mais alguns conhecidos, depois entraram Naruto e Hinata e, em seguida,  surgiu na Karin na porta, o que foi uma surpresa para ele.

— Ei, você é uma estrela agora. Parabéns pelo espetáculo! – Disse Karin parada no camarim de Kiba.

— Obrigado! Fiquei muito feliz de te ver na plateia. – Falou Kiba, puxando Karin para um abraço.

— Eu tinha gostado tanto do ensaio, que não poderia perder a estreia. – Admitiu a estudante de Direito.

— O pessoal vai lá pra casa para uma pequena comemoração. Eu adoraria que você fosse. – Convidou Kiba.

— Não sei... Talvez, eu me sinta deslocada com o Gaara lá. – Disse Karin.

— Ah, não! Não vou admitir que você deixe de ir na festa por causa do seu ex! – Disse Kiba.

— Eu não vou aguentar ver ele e a Ino juntos.- Comentou Karin.

— Eles não estão juntos. Pelo menos, não ainda. – Revelou Kiba.

— É questão de tempo...

— Karin, você é linda. Se ele quis terminar com você, problema dele. Sua presença lá vai ser um ótimo lembrente pra ele ver o que está perdendo. Além disso, a gente pode se divertir muito junto. – Insinuou Kiba e Karin sorriu.

— Tá bom. Você me convenceu!

[...]

Ino ajeitou tudo no apartamento de Kiba com ajuda de Temari, Gaara, Tenten, Shikamaru e Neji. Quando tudo já estava em seu lugar, chegaram Hinata e Naruto. Depois, chegaram Mebuki, Kizashi, Sasuke e Sakura. Por último, Kiba apareceu em casa ao lado de Karin, o que surpreendeu Gaara e Temari.

Ao fundo tocava a música “Girls Like You”, do Maroon 5.  Kiba falou para todos dançarem e o pedido foi acatado. Durante a dança, Karin estava com Kiba e Gaara com Ino. Mas isso não impedia que o ex-casal trocasse olhares.

— Não tá doendo vê-los juntos né? – Perguntou Kiba.

— Não dói, mas incomoda. – Confessou Karin.

— Eu sei como é. Olhe para o outro lado e veja a Sakura com o Sasuke. Isso já revirou o meu estômago por muito tempo. – Confessou Kiba.

— A gente acostuma né? – Perguntou Karin para Kiba.

— A gente é forçado a se acostumar em ver a pessoa que a gente gosta com outro.

— Kiba, a Ino gosta do Gaara?

— Não vou mentir pra você.  Ela gosta, mas isso não quer dizer que ele goste também.

— Ele gosta dela. Gosta mais do que gostou de mim.

— Você não tem como saber disso. – Retrucou Kiba.

— Ele não teve coragem de admitir, mas terminou comigo por ela.

— Karin, eles não estão namorando.

— Ainda não, mas ele vai tomar coragem alguma hora. É que o Gaara é meio devagar.

— Sabe, eu ia investir em você, mas a Temari me ameaçou. Disse que eu tinha que dar um prazo pro Gaara se arrepender. – Confessou Kiba.

— Um prazo? Quanto tempo? – Riu Karin.

— 45 dias sem me aproximar. Se você perceber, a Temari tá me fuzilando.  – Comentou Kiba.

— Que loucura! Não imaginava que ela faria isso...

— Mas fez...

— Ela não devia ter feito. Só eu posso decidir se devo ou não me envolver com alguém. – Disse Karin.

— É exatamente o que eu acho! – Concordou Kiba.

— Pra mim, o prazo do Gaara acaba agora. – Setenciou Karin antes de beijar Kiba. O beijo entre eles foi intenso. Tão intenso que fez Gaara parar de dançar imediatamente, causando ciúmes em Ino. Os outros aplaudiram o novo casal e Kizashi disse para Mebuki “Esse é o meu garoto”.

[...]

Gaara não estava bem. Ele tinha terminado com Karin porque estava confuso, mas vê-la nos braços de outro cara havia o deixado tonto.

— Eu preciso sair daqui. Desculpa, Ino. – Disse Gaara se afastando da moça, que o seguiu até o hall do elevador.

— Se você quer fugir para algum lugar, pode ser pra minha casa. Lá você pode tomar um copo d´água e se acalmar. – Sugeriu Ino.

— Não devo. – Respondeu Gaara.

— Deve sim, você não tá com cabeça pra sair andando sozinho na rua. Vem! Meu apartamento é no outro andar. – ino o convecendeu e Gaara a seguiu.

Quando Gaara sentou-se no sofá, Ino trouxe a água como combinado e ele bebeu tudo num gole só.

— Acho que todo mundo percebeu que você ainda gosta dela. – Comentou Ino e Gaara a encarou.

— Karin é livre pra fazer o que deseja. – Disse Gaara.

— E tudo bem ela desejar o Kiba pra você?

— Eu não deveria nem ter ficado surpreso. A Temari tinha me avisado que isso aconteceria. – Relatou Gaara.

— Kiba é mulherengo. Desde que ele e a Sakura terminaram, não dura com ninguém.

— Você tá tentando me consolar, Ino? – Perguntou Gaara.

— Eu gosto de você o suficiente para tentar. – Admitiu Ino e Gaara acariciou o rosto dela.

— Sabe, eu sonhei com esse momento muitas vezes. Você, eu, sozinhos... – Disse Gaara lentamente.

— Hoje pode ser realidade... – Disse Ino já fechando os olhos, esperando ser beijada por Gaara.

— Não posso te beijar hoje. Seria injusto com você. – Afirmou Gaara e Ino abriu os olhos.

— Por que?

— Beijar você hoje seria como dar o troco na Karin. Não quero que você signifique isso. Você é melhor que isso, merece mais. – Declarou Gaara.

— Agradeço a consideração, mas preferia ser beijada. – Disse Ino visivelmente decepcionada.

— Melhor eu ir, senão não vou resistir. – Disse Gaara após dar um beijo na testa de Ino e se levantar do sofá.

— Quer que eu chame um táxi pra você? – Perguntou Ino.

— Eu me viro. Não se preocupa. Boa noite, Ino. – Disse Gaara e saiu.

— Boa noite, lindo. – Respondeu Ino.

[...]

A festa continuou mesmo sem Gaara e Ino lá. Temari tentou ir atrás do irmão, mas Shikamaru a impediu.

— Você não deve ir atrás dele. – Opinou Shikamaru.

 - Por que não? É meu irmão! Ele acabou de ter seu coração partido! – Disse Temari em defesa do caçula.

— Tema, se tem alguém que partiu o coração de alguém, foi o Gaara que partiu o da Karin. Vendo aquele beijo daqui, me parece que foi uma provocação da Karin, muito mais do que um gesto de afeto ao Kiba. – Observou Shikamaru.

— Você acha que a Karin fez isso pra ver se o Gaara se importa?

— Claro que foi! Mas, a saída dele com a Ino pode dar uma nova reviravolta.

— Você acha que o meu irmão ficaria com a Ino agora?

— Tudo é possível minha cara. Ele já queria ficar com a loira mesmo, além disso, certamente a Karin feriu o ego dele hoje.

— Eu ainda vou partir a cara do Kiba por não ter respeitado o nosso trato! – Rosnou Temari, quetendo partir pra cima do Kiba, mas Shikamaru a segura.

— Você não vai a lugar algum partir a cara de ninguém! Todos eles são adultos e podem se cuidar sozinhos. Você tem que ficar comigo e só. – Alegou Shikamaru.

— Eu me sinto responsável pelo Gaara. – Retrucou Temari.

— E eu me sinto responsável por você. Não arruma briga hoje. É uma noite especial pro Kiba. Deixa o moleque ser feliz. – Pediu Shikamaru e Temari assentiu contra a vontade.

[...]

A festa estava quase acabando e Kiba ainda não tinha desgrudado de Karin. Os dois dançaram, beberam, conversaram. Sem dúvida, a companhia do ator era agradável para Karin. Mas antes de dar mais um passo em direção a Karin, Kiba tinha que lhe fazer uma pergunta.

— Você ainda ama o Gaara? – Perguntou Kiba.

— Eu seria muito escrota com você se dissesse que não o amo. – Respondeu Karin.

— Eu já imaginava – risos – Então por que me beijou?

— Eu tava a fim. Você é uma gracinha, é difícil não querer beijar você. – Admitiu Karin.

— Não teve nada a ver com a Ino e o Gaara estarem próximos?

— Não vou mentir. Fiquei irritada em vê-los juntos, mas eu te beijei porque odeio que as pessoas tentem me controlar e é o que a Temari queria. Ela não pode determinar que eu tenho que ficar x dias esperando o irmão dela decidir ou não se me quer. Quem decide, sou eu. – Falou determinada.

— Dona de si. Adoro. – Comentou Kiba.

— Você se sentiu usado quando te beijei? – Questionou Karin preocupada.

— Eu? Pode usar à vontade! Quem me dera ser usado todos os dias por uma garota tão bonita quanto você. – Disse Kiba e Karin riu.

— Temari tem razão numa coisa: você é um grande mulherengo! – Disse Karin.

— É tudo fachada. Na verdade, só estou esperando encontrar o grande amor da minha vida pra ser feliz.

— Não é a Sakura essa garota?

— Por muito tempo foi ela sim, mas Sakura tá em outra. Eu preciso seguir em frente. Poderia ser com você... – Insinuou Kiba.

— Kiba, você é maravilhoso. É gato, bom papo, charmoso, inteligente, enfim... Eu poderia ficar a noite toda enumerando as razões pelas quais eu poderia ficar com você.

— Maas você não vai ficar... – Advinhou Kiba.

— Não posso. Me perdoa?

— Tá perdoada, mas acho disperdício. Poderia ser muito divertido pra nós dois. – Insistiu Kiba.

— Não duvido que seria, mas só faço sexo por amor. Transar com você agora só me faria sentir um lixo amanhã, porque eu estaria nos enganando.

—Gaara é muito sortudo sabia? Ele não sabe o que tá perdendo.

— Acho que ele sabe sim.

— Então é um idiota. Pronto falei.

— Mas eu pensei que você estivesse torcendo pela Ino...

— Ino é minha amiga. Torço pela felicidade dela em qualquer circunstância, mas não acho que o Gaara seja o cara certo pra ela. Você e ele combinam e juro que não estou falando isso porque ambos são ruivos.

— Kiba, você merece uma garota legal. Desculpa eu não ser...

— Não se desculpa não. Não tem porque. – Kiba então ganhou um abraço de Karin, que saiu de lá sabendo que tinha feito a coisa certa.

[...]

Sakura subiu para o apartamento dos seus pais com Sasuke um pouco antes da festa terminar. Quando, finalmente, chegaram no quarto, Sakura se jogou na cama.

— Estou muito cansada! – Disse bocejando.

— Eu também, pior é que amanhã eu tenho que acordar cedo. – Informou Sasuke.

— Vai pra onde? – Perguntou Sakura.

— Vou conhecer o consultório da minha mãe. – Relatou Sasuke.

— Ela tá animada com a mudança? – Perguntou Sakura, então Sasuke se deitou ao lado dela na cama.

— Muito. Acho que nunca vi minha mãe tão animada.  – Contou Sasuke.

— Que bom! Sua mãe não faz mesmo o tipo que fica choramingando, ela vai em frente. Acho isso muito inspirador. – Disse Sakura.

— Quem também não parece ficar choramigando com términos é a Karin. Viu ela e o Kiba? O que achou do novo casal? – Perguntou Sasuke.

— Eles formariam um belo par, mas não se vai pra frente. Pelo que eu entendi, a Karin ainda tá apaixonada pelo Gaara e o beijo foi pra instigar ciúmes nele.  – Disse Sakura.

— A Karin nunca foi de fazer ciúmes em ninguém.

— Então por que ela beijou o Kiba?

— Talvez, pra sair por cima, sem ser a vítima. Afinal, todos estava vendo o Gaara com a Ino e ela não queria olhares de pena. – Opinou Sasuke.

— Acho que você tem razão. – Concordou Sakura.

— Amor, me ofereceram a oportunidade de voltar para o intercâmbio no próximo ano. – Disse Sasuke.

— Sério? Que legal Sasuke! Você tem que ir! – Incentivou Sakura.

— Não quero ir sem você. Por isso, eu queria saber se você não quer tentar ir comigo no intercâmbio. Vai ter uma seleção de alguns alunos e você poderia...

— Sasuke, eu vou tentar. Tá bom? – Concordou Sakura.

— Sério? – Perguntou Sasuke feliz.

— Vai ser uma boa experiência. Se formos juntos, será melhor ainda. – Disse Sakura se aconchegando nos braços de Sasuke.

— É tudo que eu mais quero você pertinho de de mim pra sempre. – Disse Sasuke beijando a namorada.


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