Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 40
Angústias, desejos e sonhos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um capítulo para vocês! Aproveitei um tempinho livre que tive no Carnaval para finalizar o capítulo! Espero que apreciem e comentem! Beijão e até o próximo! ♥



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Rio de Janeiro. Sexta-feira, 10 de agosto de 2018.

Naruto chegou em casa cantarolando, o que irritou Karin. A ruiva tinha acordado mal-humorada e logo praguejou ao ver o sorrisinho besta do primo, que tinha dormido com a namorada na noite anterior.

— Bom dia, Karin! Que cara é essa? Não dormiu bem? – Perguntou Naruto notando a feição rabujenta da prima.

— Na verdade, não dormi. Fiquei embolando na cama a noite toda. Foi uma bosta! Mas acho que, ao contrário de mim, você aproveitou a noite...

— Não consegui desgrudar da Hina. Ela fez as pazes com a família ontem, então decidimos comemorar isso após a aula. Bebemos, transamos, foi bom.

— Pelo menos alguém nessa casa está amando...

— Karin, ainda tá na fossa por causa do Gaara? – Perguntou Naruto preocupado.

— Eu via um futuro com ele e, de repente, desapareceu. Ele me disse que, se fosse nosso destino, acharíamos um caminho de volta aos braços do outro, mas eu to com medo de não achar. – Confessou Karin.

— Talvez, ele não seja o cara certo. – Opinou Naruto.

— Eu amo o Gaara. Cada pedacinho de mim sente falta dele. Eu queria ter dito que terminar era loucura, mas não consegui. – Admitiu Karin.

— Seu ciúme estragou tudo sabia?

— Sim, eu sei.

— Ele não disse que você podia ligar? Liga então! Diz que tá com saudade. Vai ver ele tá também e só não admite. – Incentivou Naruto.

— Tenho meu orgulho, então, não. Obrigada. – Respondeu Karin.

— Tudo bem. Olha, lava esse rosto, melhor, toma um banho, fica gata, segue a sua vida. Se for pra ser, será. – Aconselhou Naruto.

— Já sei. Vou ver o treino dele. – Disse Karin caminhando rumo ao banheiro.

— Como sabe que ele estará treinando?

— Eu sei. – Afirmou Karin e bateu a porta do banheiro.

[...]

Karin chegou na piscina da Universidade, mas Gaara não estava lá. A decepção ficou estampada em seu rosto quando ela perguntou para um outro atleta que treinava e recebeu a resposta de que Gaara não tinha dado às caras ali. Ainda chateda, ela resolveu passar no shopping para ver se ele estaria na cafeteria que frequentavam, mas também não havia sinal dele ali. Então, Karin comprou um café e na saída, sem querer, esbarrou em Suigetsu.

— Desculpe. Eu sou muito estabanada. – Disse Karin ainda sem perceber que era Suigetsu à sua frente.

— Tudo bem. Eu considero sorte encontrar com você. – Disse Suigetsu sem ligar para a mancha de café em sua camisa.

— Ah, você...

— Ficou decepcionada? Esperava por quem? Pelo seu namoradinho?

— Gaara não é mais meu namorado. – Disse Karin e Suigetsu ficou surpreso.

— Essa é uma boa notícia. A gente devia comemorar. Tem um motel ótimo aqui perto. – Sugeriu e Karin virou um tapa na cara dele imediatamente.

— Você não presta! Não consegue me respeitar mesmo né Suigetsu? – Disse Karin revoltada, então Suigetsu apertou o braço da ex.

— Olha aqui você, garota! Como ousa falar comigo nesse tom? Pior, como me bate? Você é gostosa, mas, quer saber, eu não te aguentava! O Gaara também não devia estar mais aguentando você! Agora você tá sozinha! Se eu ficasse contigo de novo seria por caridade! – Debochou Suigetsu e Karin segurava o choro.

— Você é um idiota! Tá me machucando! – Reclamou Karin.

— Ah, to machucando a menininha? Não tem ninguém pra te salvar aqui. – Continuou Suigetsu.

— Com licença, dá pra soltar o braço dela? – Pediu Kiba, que chegava à frente da cafeteria, como era de manhã, o shopping ainda estava vazio. 

— Se eu não quiser você vai me obrigar? – Disse Suigetsu num tom agressivo ainda apertando o braço de Karin.

— Vou e vou chamar a segurança também. Solta ela. – Falou Kiba de uma forma dura e então Suigetsu largou Karin.

— Não tenho medo de você, mas não quero mais perder meu tempo com essa vagabunda. Adeus Karin. – Disse Suigetsu antes de ir embora e Karin desabou no choro assim que ele virou as costas.

— Tá tudo bem, moça? – Perguntou Kiba.

— Não, não tá. – Disse ela deixando as lágrimas rolarem.

— Melhor a gente entrar na cafeteria pra você sentar e tomar uma água. Não é bom sair na rua nesse estado. – Disse Kiba acomoanhando Karin. Já dentro da cafeteria ele pediu água para ela e um café para ele.

— Você me salvou. Obrigada. – Agradeceu Karin.

— Fiz o que qualquer um faria no meu lugar. Aquele homem era seu namorado? – Perguntou curioso.

— É meu ex-namorado. Terminamos há um século. – Informou Karin.

— Claro, eu conheço você! Você namora o Gaara, irmão da minha amiga Temari. Já vi vocês juntos em algumas ocasiões. – Lembrou-se Kiba.

— Bem, ele é meu ex-namorado também. – Contou Karin.

— Ah, eu não sabia. Foi recente esse término né? Porque Temari tava falando bem de você outro dia. – Comentou Kiba.

— Sim, é recente. Na hora do nervosismo eu nem tinha notado que você é o Kiba Inuzuka. Desculpe.

— Não precisa se desculpar. Aquele seu ex é um babaca. Você fez bem em terminar esse relacionamento. Com certeza era furada.

— Sim, foi uma grande furada. – Concordou Karin.

— O Gaara foi uma furada também? – Perguntou Kiba.

— Não, acho que namorar o Gaara foi um acerto. Ele é ótimo.

— Então, por que terminaram?

— Às vezes, só amor não segura uma relação. Acho que errei com ele.

— Sei como é. Eu também já vacilei com alguém que amei e a perdi para sempre.

— Não acha que dá pra voltar atrás e consertar?

— Às vezes, dá. O que você fez?

— Crise de ciúme.

— Bem, acho que tem solução. Se fosse traição, eu diria que não daria certo. Experiência própria.

— Você traiu a garota que amava?

— Traí. É aquele tipo de coisa que você não quer fazer, mas acontece. Uma coisa vai levando à outra e quando você se dá conta já fez merda.

— Eu já traí também, mas, na época, não amava mais meu namorado. O Sasuke era tão legal e eu fiz merda com ele.

— Você é a ex do Sasuke?

— Sim, por que?

— Porque eu sou o ex da Sakura. – Disse Kiba.

— Caramba! – Risos – Então é culpa nossa que os dois estejam juntos hoje.

— Eu não devia perdoar você sabia? Se você não tivesse traído o Sasuke, talvez, a Sakura tivesse reatado comigo.

— Kiba, como você mesmo disse, traição é difícil perdoar. Senão fosse com o Sasuke, ela estaria com outro.

— Tudo bem... Pode ser...

— Você não a superou?

— Não. Eu to tentando, me esforçando, mas ainda não deu certo. Até o Tinder eu já usei. – Revelou Kiba.

— Esquecer o Sasuke foi fácil. Quando o traí, já estava apaixonada pelo babaca do Suigetsu. Aí quando o Suigetsu me traiu, eu sofri um pouco. Mas, em seguida, conheci o Gaara. Mas não sei como ou se vou superar o Gaara.

— Nadador olímpico faz o seu estilo né? – Perguntou Kiba.

— Não vou negar. Gosto do esporte, do físico dos nadadores. Mas o Gaara nunca foi pra mim só um corpo bonito. Ele sempre foi engraçado, gentil, sonhador. Tudo isso sempre o tornou fascinante pra mim.

— Entendi.

— E a Sakura? O que ela tem de especial? – Perguntou Karin.

— Ela é linda. Os olhos dela são impressionantes. Mas, fora isso, ela tem o dom de fazer a gente acreditar que é capaz, que todos os nossos sonhos são possíveis. Ela é incentivadora. Sempre gostei de ter uma parceira que me fazia querer ir adiante. Acho que meu problema foi que não soube ser assim quando ela precisou de alguém que a incentivasse. Pelo contrário, eu a culpei de me deixar de lado quando ela tava lutando pelo próprio sonho de virar médica. – Confessou Kiba.

— Você deve muito da sua carreira de ator à ela né?

— Totalmente. Se não fosse por ela dizer ao Kizashi pra me dar uma chance, não sei se teria insistido tanto na carreira de ator. Não é um meio fácil. Bons contatos são imprecindiveis. Fazer a peça do Kizashi me deu status de estrela, ganhei prêmio, pude conhecer a Tenten que me levou para o meu trabalho seguinte e agora to me preparando para o meu primeiro monólogo. É uma baita responsabilidade.

— Eu entendo o que você sente por ela. Acho que eu fui tipo o que a Sakura foi pra você para o Gaara.

— Como assim?

— Sem mim, ele não teria conseguido o patrocínio da joalheria Hyuuga. Eu fiz o sonho dele ser possível, ser atleta de alto rendimento não é fácil, ainda mais num país como o Brasil.

— Tenho certeza que ele é grato a você.

— Eu também, mas queria  que ele ainda fosse apaixonado por mim.

— Talvez, ele ainda seja.

— Será?

— Só ele poderia te dizer isso.

— Ele sumiu desde que terminamos.

— Todo mundo precisa de um tempo pra pensar depois de um término. Dê esse tempo a ele. – Orientou Kiba.

— Você está certo. Obrigada, Kiba. Você é incrível. – Agradeceu Karin.

— De nada. Quer vir assistir meu ensaio agora? Eu convidei uns amigos para irem me ver também, Temari estará lá. – Convidou Kiba.

— Ok. Eu vou. – Concordou Karin.

[...]

No teatro, Kiba mostrou à Karin os bastidores, o seu camarim, a apresentou formalmente a Kizashi e então foram receber os amigos dele. Estavam lá Tenten, Shikamaru e, claro, Temari. A irmã de Gaara abraçou Karin e ficou surpresa com a presença da ex-cunhada no teatro.

— O que faz aqui Karin? – Perguntou Temari.

— Eu convidei. – Kiba antecipou.

— Isso eu sei, mas não sabia que vocês eram amigos. – Comentou Temari.

— Na verdade, acabamos de virar amigos. Kiba me salvou de uma situação chata com Suigetsu. – Revelou Karin.

— O tal Suigetsu tava sendo grosseiro com ela no shopping. Tive que me meter. – Avisou Kiba.

— Obrigada por defender a Karin, Kiba. Para mim, ela é como uma irmã. – Agradeceu Temari.

— Como estão as coisas? – Perguntou Karin para Temari.

— Tá tudo bem. Eu e o Shika estamos nos organizando para viajarmos juntos. Só estou meio apreensiva de deixar o Gaara sozinho. Antes, ele ia ficar com você, mas agora to com medo que ele se isole demais. Não sai das piscinas. – Informou Temari.

— Mas hoje ele não foi. – Karin se entregou e Temari sorriu.

— Você foi atrás dele? – Perguntou Temari e Karin assentiu.

— Sinto falta dele. – Admitiu Karin.

— Ele também sente. Acho uma bobagem vocês estarem separados. Dá pra ver a quilometros que vocês se amam. – Comentou Temari.

— Ele falou alguma coisa de mim pra você?

— Gaara é muito reservado. Só disse que vocês precisavam de espaço. Mas não tem outra garota viu? Ele vive treinando e, quando não vai, fica em casa lendo ou vendo filmes.

— Entendi. Só tem três dias. Eu ficaria louca se ele já estivesse com alguém. – Respondeu Karin.

Após a breve conversa, Karin e Temari se juntara aos outros que estavam sentados conversando com Kiba. O ator explicava um pouco do espetáculo e de como estava sendo difícil substituir Deidara, falecido recentemente. Kizashi então elogiou o comprometimento de Kiba e o agradeceu por assumir o monológo, o que deixou o ator envaidecido. Após o papo, Kiba subiu ao palco e deu o seu melhor, como sempre.

Karin foi fisgada pela interpretação de Kiba e Temari não demorou a notar que o amigo estava flertando com a ruiva. No fim do ensaio, Karin despediu-se de todos com pressa por que já estava atrasada para seu estágio, mas prometeu aparecer na estreia, o que deixou Kiba feliz. Temari tratou de dar um cotovelada no amigo assim que a ex-cunhada saiu.

— Tá maluco, Kiba? – Gritou Temari.

— Eu? O que eu fiz? – Perguntou Kiba sem entender nada.

— Ela é a ex do meu irmão, cara! Respeita isso! Tem três dias só! – Avisou Temari e todos riram, menos Kiba.

— Não faltei com respeito a ninguém! – Defendeu-se Kiba.

— Temari, relaxa! Os dois são solteiros agora! Troca de olhares e sorrisos são tão incocentes! – Tenten saiu na defesa do amigo.

— Tema, não precisa se preocupar! A Karin ainda tá a fim do Gaara. – Disse Shikamaru.

— Sim, ela ainda pensa no meu irmão, mas, se depender do Kiba, isso acabará rápido. Eu saquei as suas investidas. Salvou a menina do ex abusivo, convidou pra assistir o ensaio, fez ela se sentir especial. Eu te conheço Kiba Inuzuka! – Disse Temari na defensiva.

— Seu irmão não quer mais, então, o que me impede? – Perguntou Kiba inocentemente.

— Quem te disse que ele não quer mais? O Gaara ficou mal com os ciúmes e aí terminou, mas tá na cara que os dois se amam. – Disse Temari.

— Na minha humilde opinião, se seu irmão amasse mesmo a Karin, não tinha terminado. – Disse Kiba.

— Tem lógica. – Concordou Tenten.

— Posso falar? – Pediu Shikamaru.

— Fale! – Disse Temari já nervosa.

— Essa história tem quatro lados. Vamos analisá-los. O primeiro lado é o da Karin. Ela não queria terminar o namoro, ainda ama o Gaara, mas está magoada. Aí ela conheceu um rapaz legal, nosso amigo Kiba, e veio pro ensaio, o que mostra um grau de interesse, mas ainda é precoce para saber como isso poderia prosseguir. O segundo lado é o do Gaara. Ele queria casar com a Karin e agora não sabe mais. Terminou por causa do ciúme dela e quer pensar a respeito. Por isso, focou nos treinos e ainda não pensou  na possibilidade de outra relação. O terceiro lado é o Kiba. Desde que terminou com a Ino, Kiba tenta reatar com a Sakura. Nenhuma tentativa deu certo, então ele virou um cara mulherengo. Ao avistar Karin em perigo, pagou de herói. Ficou encantado com a beleza e o papo dela. Convidou para ela vir aqui, flertou e tá na expectativa de um reencontro. O quarto lado é você Tema. Você ama seu irmão e aprova o relacionamento dele com a Karin. Tanto aprova que ficou chateada com o término e só a possibilidade deles não reaterem tira o seu humor do sério e aí você desconta no Kiba, que não tem nenhuma culpa de que Gaara e Karin terminaram.  – Finalizou Shikamaru.

— E qual a conclusão? – Perguntou Tenten que estava só de expectadora.

— Que tanto o Kiba, quanto a Karin e a Temari estão esperando uma decisão do Gaara para prosseguirem suas vidas. Porque Karin só vai querer amar de novo quando notar que não tem mais chances com o Gaara, Temari só vai parar de implicar com os flertes do Kiba quando o Gaara sinalizar que não tem mais interesse na ex e o Kiba só vai conseguir dar em cima da Karin sem ficar com a consciência pesada quando a Temari liberar o flerte. – resumiu Shikamaru.

— Bem lógico. – Disse Tenten pensativa.

— Então, depois de todas essas explicações, você fica avisado Kiba que é pra manter certa distância da Karin até que ela e o Gaara se resolvam. – Disse Temari.

— Mas eles terminaram! – Protestou Kiba.

— Tem TRÊS dias! Ainda dá tempo deles se arrependerem! – Disse Temari.

— Que tal vocês chegarem um acordo de quantos dias o Kiba deve esperar antes de investir e aí ninguém falta respeito com ninguém? – propôs Shikamaru.

— Ótima ideia! – Apoiou Tenten.

— Eu concordo. Quanto tempo, Temari? – Perguntou Kiba.

— Dois meses. – Pediu Temari.

— Ah, é muito tempo!  15 dias,  pode ser? – Negociou Kiba.

— 45 dias! – Abaixou Temari.

— 30 dias e não se fala mais nisso! – Pediu Kiba.

— Não tem conversa, Inuzuka! 45 dias ou a gente vai brigar feio! – Temari enfatizou e Kiba se deu por vencido.

— Tudo bem... 45 dias. – Concordou Kiba, estendendo a mão para Temari que apertou.

[...]

Tenten chegou ao apartamento de Neji e deu de cara com o namorado segurando um buquê de rosas vermelhas nos braços.

— É pra mim? – Perguntou sorridente, então Neji a entregou as flores.

— Sim, essas flores são um pequeno presente perto de tudo que eu quero te oferecer. – Disse Neji.

— São lindas, meu amor. Obrigada. – Respondeu Tenten sentindo o aroma das rosas.

— Eu ia te levar para um restaurante hoje, mas prefiro que fiquemos aqui, juntos. – Disse Neji.

— Eu acho ótimo! Não importa o lugar, o importante é estar com você. – Ressaltou Tenten.

— Sinto a mesma coisa e, por isso, fiquei pensando muito em nós desde que me encontrei com Hinata no outro dia. – Começou Neji.

— Fiquei contente em saber que você e sua família a perdoaram. – Comentou Tenten.

— Sim, agora tudo está em ordem. Por isso mesmo, estou pronto para dar mais um passo.

— Que passo? – Tenten perguntou confusa, então viu Neji ficar em um joelho e erguer as mãos abrindo uma caixa de veludo azul, dentro havia um anel com um grande diamante.

— Tenten, aceita se casar comigo? – Neji perguntou sem enrolação, então Tenten sorriu, se agachou e o abraçou e beijou.

— Mil vezes sim! – Disse vibrante.

— Preparada para ser a senhora Hyuuga? – Perguntou Neji enquanto colocava o anel no dedo da noiva.

— Nasci pra isso! Eu te amo, amo muito. – Disse Tenten beijando Neji.

[...]

Após a aula, Sasuke insistiu para que Sakura dormisse com ele. Para agradar o namorado, a Haruno aceitou e ficou de pedir uma pizza para que eles comessem já que chegaram da faculdade famintos. Então, Sasuke foi tomar um banho para relaxar e Sakura fez o pedido. Enquanto ligava a TV para procurar algo para ver, ela ouviu um barulho de telefone tocando longe, seguiu o som até a mesa da cozinha e lá em cima estava o celular de Sasuke. Não dava mais tempo de atender à ligação, mas o nome de quem havia ligado ainda estava lá: Konan. Em seguida, o celular de Sasuke apitou de novo. Dessa vez, uma mensagem apareceu no visor: “Estou na cidade. Quero te ver. Me liga. Beijão da Konan”.

Sakura não deveria sentir ciúme, mas aquela mensagem a lembrou de algo: Sasuke tinha tido um rolo com Konan no período em que estiveram separados. Um arrepio passou por sua coluna só de imaginar o que, talvez, aquela mensagem representasse. Seria locura demais pensar que aquela garota era uma vadia? Que ela estaria tentando enredar seu namorado em algum jogo de sedução?

Ainda presa no meio de seus devaneios, Sakura nem notou quando Sasuke a surpreendeu na cozinha ainda segurando o celular dele nas mãos.

— Alguém ligou? – Perguntou Sasuke tranquilamente.

— Sim, a Konan. Mas não deu tempo de atender. – Disse Sakura entregando o celular da namorado.

— Ela tá na cidade. Legal. Vocês já se conheceram? – Perguntou Sasuke.

— Eu a vi no dia da audiência da Ino e do Itachi, mas nunca conversamos. – Explicou Sakura.

— Você vai gostar dela, com certeza. Konan é uma ótima pessoa.

— Tão boa assim que você e ela... – Insinuou Sakura e Sasuke riu.

— Foi uma vez só e me fez perceber que eu não conseguiria te esquecer. – Enfatizou Sasuke.

— Não confio nela. – Sakura foi sincera.

— Foi ela que me contou sobre as mentiras do Itachi, lembra? – Sasuke disse.

— Lembro, mas ela não disse assim que soube, o que quer dizer que, talvez, ela tivesse esperanças sobre vocês. – Imaginou Sakura.

— Não precisa ter ciúme. Eu to aqui com você, não to? – Disse Sasuke beijando a namorada em seguida.

— Não duvido de você nem do seu amor. Mas não vou mentir. Não gosto dela cercando a gente.

— Ela não tá cercando a gente. Konan nem mora aqui. Ela veio à cidade e quis me ver, só isso. Provavelmente, deve ter se encontrado com o Itachi até.

— Ela é amiga do Itachi ainda? Mesmo depois de tudo que ele fez?

— Sim, ela é. Konan sempre diz que um erro não define uma pessoa.

— Mais um motivo pra não gostar dela.

— O que?

— Ela gostar do seu irmão me faz gostar menos dela. – Afirmou Sakura.

— Eu briguei com o meu irmão, mas ainda gosto dele. Isso faz você gostar menos de mim também? – perguntou Sasuke.

— Não, mas é um saco. Você não podia ter um irmão decente? – Retrucou Sakura, abraçando Sasuke pela cintura e ele beijou a testa dela.

— Desculpe, vou passar sua reclamação pra minha mãe. – Disse Sasuke e Sakura riu.

— Bobo! Aliás, como está a sua mãe depois da separação? – Questionou Sakura.

— Ainda meio perdida. Ela viveu uma vida ao lado do meu pai e agora tem que descobrir como vai ser sem ele. Espero que ela se saia bem. – Disse Sasuke.

— Sua mãe é uma mulher forte e corajosa. Com certeza vai conseguir. – Respondeu Sakura.

— Eu espero que sim...

[...]

Mikoto estava na sala lendo um livro, quando a porta da sala abriu e era Sasori. Ele então deu boa noite e a médica pausou sua leitura para falar com ele.

— Boa noite. – Disse Sasori.

— Boa noite. Sua avó já se recolheu, mas deixou seu jantar pronto. – Avisou Mikoto.

— Minha avó é um anjo. Como foi o seu dia? – Perguntou Sasori parando próximo a Mikoto.

— Estressante, como sempre. Fora os pacientes, tive que lidar com o ego inflamado do Fugaku. Mal vejo a hora de trocar de emprego. – Relatou Mikoto.

— Algo em vista? – Perguntou Sasori curioso.

— Estou estudando algumas propostas. Mas, confesso que tenho pensado em montar o meu próprio consultório. – Revelou Mikoto.

— A senhora já deveria ter feito isso. – Sinalizou Sasori.

— Senhora não, eu me sinto velho. Me trate por você. – Pediu Mikoto.

— Claro, como quiser. Então, por que demorou tanto a pensar no próprio consultório?

— Trabalhar no hospital com Fugaku era um sonho. Depois que realizei isso não quis outra coisa. Fiquei parada no tempo, achando que ainda éramos aquele casal apaixonado do início, mas errei. – Revelou Mikoto.

— Se você for abrir mesmo um consultório, eu poderia clinicar ao seu lado? Em breve me formo e não sei se quero continuar nas emergências da vida. – Pediu Sasori.

— Eu ia adorar tê-lo por perto. Você sempre foi um bom aluno, Sasori. Será um médico brilhante, mas quer um conselho?

— Até dois.

— Não faça como eu e fique parado após atingir um objetivo. Fique no consultório, mas dedique-se à pesquisa, plalestras, congressos, dê aulas, vá para um hospital, enfim, faça outras coisas. – Incentivou Mikoto.

— Eu pensei em trabalho voluntário. Minha avó sempre fala que precisam de médicos na igreja que ela frequenta. – Disse Sasori.

— É uma ótima ideia! Quem sabe não o acompanho nessa empreitada? – Disse Mikoto.

— Será um honra!  Bem, vou comer e depois dormir. Até amanhã. - Garantiu Sasori e saiu para a cozinha, deixando Miktoo pensativa.

— Até, querido.

[...]

Rio de Janeiro. Sábado, 11 de agosto de 2018.

Itachi  acompanhou Ino na consulta e pela primeira vez ouviu o coração de seu filho bater. Tentou conter-se, mas ficou emocionado. Ino notou as lágrimas do ex e ficou perplexa. Para quem não queria ser pai, ele estava muito sentimental. Na saída da consulta, ela o parou para conversarem.

— Vi suas lágrimas, Itachi. O que mudou? – Perguntou Ino diretamente.

— Hoje, sei que errei. Além disso, ouvir um coração batendo é um som marcante. – Respondeu Itachi.

— Já imaginou quando Inojin estiver aqui conosco? – Perguntou Ino.

— Já, sei que tudo vai mudar. Aliás, depois quero que vá até minha casa conhecer o quarto que montei para nosso filho. – Disse Itachi.

— Quarto? Inojin tem um quarto na sua casa? – Ino questionou confusa.

— Sim, um quarto completo. – Enfatizou Itachi.

— Você fez tudo sozinho? – Questionou Ino.

— Sozinho não. Tive ajuda. Konan me ajudou. – Revelou Itachi.

— Ah, Konan... É aquela atleta com quem você tinha um caso não é? Lembro-me dela. – Disse Ino.

— Eu e Konan somos amigos. Sentiu ciúmes? – Provocou Itachi e Ino riu.

— Ciúmes de você? Ah, Itachi, esse tempo já passou. Hoje em dia, a única coisa que sinto por você é pena.

— Não foi o que pareceu quando eu a ouvi falando o nome da Konan. – Rebateu Itachi.

— É essa mulher que vai conviver com meu filho quando ele nascer ou a sua lista já cresceu? – Perguntou Ino.

— Não tem mulher nenhuma na minha vida, ouviu? Só você. Konan é uma amiga. Por isso, vai sim conviver com Inojin, respondendo à sua pergunta.

— Sabe, Itachi, muitas vezes eu me perguntei o que signifiquei pra você. – Desabafou Ino.

— Já encontrou sua resposta? – Rebateu Itachi.

— Ainda não. Você poderia me dizer...

— Ino, você é a mulher mais linda que já cruzou meu caminho. Eu quis você desde a primeira vez que a vi e sinto muito por ter sido um idiota com você.

— Alguns meses atrás, isso era tudo que eu gostaria de ouvir.

— E hoje?

— Hoje, não mais. Não sinto mais arrepio algum, nenhuma borboleta no estômago, minha perna não bambeia e meu coração não dispara quando te vejo. Cada dia que passou fui pensando menos em você. Não te amo mais, Itachi. Você é o pai do meu filho e, realmente, espero que você seja capaz de amá-lo, mas nossa ligação para por aí. – Declarou Ino.

— É uma pena. Poderíamos ser uma família.

— É mesmo uma pena quando o amor acaba. Melhor eu ir. – Disse Ino.

— Eu te levo. – Ofereceu-se Itachi.

— Não precisa, meu pai veio me buscar. – Contou Ino.

— Seu pai? Logo ele que é tão ausente... – Comentou Itachi.

— Meu pai tem seus defeitos, mas me ama, ama o neto. Então, sim, ele veio me buscar. Depois nos falamos, Itachi. – Despediu-se Ino.

— Da próxima vez que nos vermos, espero que seja na minha casa para mostrar o quarto de Inojin. – Disse Itachi.

— Quem sabe? – Ino falou antes de seguir para o carro já estacionado que a esperava.   

[...]

Gaara chegou em casa e flagrou Temari falando com as paredes. Ele riu e então ela pausou o ensaio.

— Oi, sumido. – Disse Temari para o irmão.

— Oi, Tema. Tava falando com quem? – Perguntou Gaara, deixando sua mochila no sofá.

— Com ninguém. Estava ensaiando para um teste que vou ter nos próximos dias. E você onde estava?

— Fui treinar, depois dei um pulo na cafeteria. Desculpa por não ter avisado. Você tava dormindo e eu esqueci de deixar um bilhete.

— Tudo bem, Gaara. Sabe, se você tivesse feito isso no outro dia, teria encontrado com a Karin. Ela tava te procurando. – Avisou Temari.

— Por que ela não veio aqui então ou ligou? – Questionou Gaara.

— Ela queria que parecesse um encontro casual, imagino. – Opinou Temari.

— Bobeira. Falei pra ela que podíamos conversar  ou nos ver sem problemas. Mas ela tava bem?

— Ela sente a sua falta.

— Eu também sinto.

— Por que não liga você pra ela?

— Ah Tema... Não quero criar falsas esperanças na Karin.

— Você só terminou com ela por causa das crises de ciúme não foi? Não dá pra resolver?

— Foi. Não sei se dá pra resolver.

— Bem, você tem 44 dias pra decidir. Eram 45, mas já passou um dia.

— Hã?

— Vou explicar. No dia que encontrei a Karin, ela estava com o Kiba.

— Como assim?

— Calma, que eu já chego lá... Enfim, ela tinha ido atrás de você na cafeteria e, obviamente, você não estava lá. Na saída, ela esbarrou no Suigetsu, eles brigaram, ele foi grosseiro com ela e aí o Kiba se meteu na discussão. Então, Kiba e ela tomaram café juntos, ele a convidou para o ensaio no teatro, aí eu vi ela lá, conversamos, notei que o Kiba tá interessado nela, armei um escândalo e aí ele te deu 45 dias pra retomar o namoro ou ele vai investir pesado na Karin. – Resumiu Temari.

— Karin já tem um pretendente então...

— Tem e o Kiba é rápido, então, se eu fosse você, reatava o namoro logo. – Aconselhou Temari.

— Sei como ele é rápido. Traiu a Sakura e fisgou a Ino antes de mim.

— Ah, não vai me dizer que ainda sente algo pela loira azeda?

— Ino é uma amiga. Karin vivia insinuando que eu ainda sentia algo, mas não é verdade. Eu gosto dela, mas é carinho. Ela era minha crush mesmo, não nego, mas a vida dela foi pra outro lado.

— Eu ainda acho que a Ino é roubada, irmão. Não que ela seja má pessoa, mas é alguém que tem um pacote de vida incompatível com o seu.

— Só porque ela tá grávida de outro cara?

— Também, mas não é só por isso. Eu via como ela era com o Kiba. Ino é instável, ciumenta, possessiva. Ela não saberia lidar com a sua carreira, por exemplo. Você é todo regrado, organizado, tem comprometimento com tudo. Vocês entrariam em curto em pouco tempo. São muito diferentes!

— Você acha que a Karin é a pessoa certa pra mim?

— Acho e você achava também. Quando isso virou uma dúvida pra você?

— Não sei.

— Gaara, é a sua vida, então eu não posso me meter. Mesmo assim, vou falar como sua irmã, como alguém que te ama, admira e respeita ok?

— Ok.

— A Ino é bonita? É. Você deve ter alguma fantasia amorosa com ela? Sim. A Karin percebeu isso e se chateou? Sim. Mas a Ino serve pra você? Creio que não. To falando com a maior sinceridade do mundo. Agora, a Karin e você sempre foram tão fofinhos juntos, cheios de planos, apaixonados. Você nem pensava na Ino quando tava com a Karin. Quer dizer, pelo menos não até as últimas semanas... O que eu quero dizer é que ao lado da Karin você tem uma parceira, alguém com quem você pode contar. Lembra que ela arrumou um patrocínio quando nem te conhecia?

— Lembro. A Karin é um máximo mesmo.

— E aí? – Pressionou Temari.

— E aí o que? – Gaara se fez de desentendido.

— Já decidiu?

— Não é tão fácil.

— Tão confuso! Depois, você diz que a pessoa instável dessa família sou eu.


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