Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 39
Paz


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Não sumi ok? É que a vida é complicada mesmo. Já vou avisando que provavelmente o próximo capítulo vai demorar um pouco, mas uma hora ele chega. Uma boa notícia é que a fic vai demorar mais um pouco pra acabar! Tive que estender em alguns capítulos para poder dar conta de finalizar o arco de cada personagem! Antes que me peçam por mais SasuSaku já aviso que nesse vai ter pouco porque quis dar espaço para algumas outras tramas, mas nosso casal tá vivo, forte e cheio de planos pro futuro! Prometo fazer um capítulo inteiro só deles depois! Ah, antes que eu me esqueça quero agradecer a Katy pela linda recomendação! Obrigada! Mas também quero agradecer a cada um de vocês que tem paciência de esperar pelo próximo capítulo! Adoro dividir essa história com vocês e saber dos comentários! estou super ansiosa para lê-los! Então, não me decepcionem ok? Boa leitura! ♥



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Rio de Janeiro. Terça-feira, 7 de agosto de 2018.

Konan acompanhou Itachi até o shopping mais próximo. Lá, eles foram em TODAS as lojas que tinham coisas para bebês. Como sabiam que o filho de Itachi era menino, comprar roupinhas e sapatinhos foi fácil. Itachi fez questão de comprar um berço, um carrinho e o bebê conforto para o carro. Em outra loja, Konan pegou alguns brinquedos educativos.

— Onde vamos colocar tudo isso? – Perguntou Itachi após se direcionarem ao estacionamento com as compras.

— No quarto do bebê oras! – Exclamou Konan entrando no carro.

—  Você vai mesmo fazer com que meu quarto de hóspedes vire o do bebê? – Disse Itachi já começando a tirar o carro do estacionamento.

— Por que não? Você precisa encontrar um lugar para essa criança na sua vida e, nada melhor, do que começar pelo apartamento. O quarto é branco, não precisamos pintar. Os brinquedos vão dar vida aquele pedaço da casa. O bercinho também é branco então vai combinar. Vai ter um cômoda para as roupinhas, compramos um trocador também pra você tirar as fraldas sujas, a banheira, a mamadeira. Acho que tá tudo em ordem. – Lembrou Konan enquanto observava Itachi  tirar o carro do estacionamento.

— Acha que eu vou precisar contratar uma babá? – Perguntou Itachi na dúvida.

— Bem, talvez, seja necessário no futuro. Mas isso você combina com a mãe do Inojin. Ela também tem que participar.

—Não sei como vai ser com a Ino daqui pra frente.

—  Respeite-a. Com isso, todo o resto funciona.

— Não parece tão fácil quando ela me acusa até no silêncio.

— Talvez, ela precise de um tempo. Mas garanto que você sendo um pai presente daqui pra frente vai facilitar tudo. – Aconselhou Konan.

— Queria que você não fosse embora nunca pra continuar me dando conselhos tão bons. – Comentou Itachi dirigindo.

— Eu vou ficar por algumas semanas, então abuse enquanto isso. – Avisou Konan.

— Não tem como ser pra sempre? – Perguntou Itachi.

— Talvez, no futuro. Hoje, eu treino nos Estados Unidos, então até as Olimpíadas é por lá que eu vou ficar. – Respondeu Konan.

— Mas seus amigos Gaara e Suigetsu são nadadores como você e treinam aqui no Brasil. Por que você não pode fazer o mesmo? – Questionou Itachi na lata.

— Eles têm patrocínio aqui e eu não. – Explicou Konan.

— Se eu conseguisse um super patrocinador pra você, você ficaria? – Questionou Itachi.

— Ué? Você tem esse poder todo? Se tiver, quem sabe... – Konan fez mistério.

— Eu conheço muita gente com dinheiro sobrando. – Disse Itachi.

— Seu amigo Neji já patrocina o Gaara. Duvido que ele queira me patrocinar também. – Respondeu Konan.

— Ele não é a única pessoa poderosa que eu conheço, mas confesso que ia pedir pra ele.

— Eu agradeço o empenho, mas to bem onde estou.

— Konan, você ficaria melhor perto de mim. Além disso, eu vou precisar de uma mulher tão incrível quanto você pra me orientar nesse lance de paternidade. – Explicou Itachi.

— Eu não sou tão boa assim com crianças.

— Certamente, é melhor que eu. Posso pelo menos tentar conseguir o patrocínio? – Insistiu Itachi.

— Tá. Pode. Mas, se falhar, não se sinta culpado ok?

— Ok. – Itachi sorriu já se sentindo vitorioso.

[...]

Itachi deixou Konan em frente ao hotel em que ela estava hospedada. Por coincidencia, o telefone dela toca em seguida e é Gaara na chamada. Ela atende e se surpreende com o pedido dele para que ela olhe pra trás. Então, Konan dá de cara com Gaara, que corre para abraçá-la.

— Vim o mais rápido que pude te ver, antes que você fuja novamente! – Disse Gaara em tom brincalhão.

— Eu vou ficar por algumas semanas, então não se preocupe. Vamos beber alguma coisa? – Propôs Konan.

— Algo alcoolico? – Perguntou Gaara levantando uma sobrancelha e Konan riu.

— Não! É muito cedo pra isso. Que tal um suco ou café? – Sugeriu a nadadora.

— Café, por favor.  – Pediu Gaara.

— Ótimo! Vamos entrar no hotel e pedimos nosso café lá. Como estão as coisas? – Perguntou Konan entrando no hotel com Gaara e indo com ele em direção ao restaurante do local.

— Bem. Eu tenho treinado bastante e você?

— Também! Quero muito uma medalha em 2020. Tem visto o Suigetsu? – Perguntou Konan.

— Graças a Deus, não. – Respondeu Gaara enquanto eles se sentavam à mesa e pediam o café.

— Ah, tinha esquecido que vocês brigaram por causa da Karin. – Lembrou-se Konan.

— Eu não briguei com ninguém. Nunca fui amigo dele, ao contrário de você. Agora, se ele tá magoado porque estou com a Karin o problema é dele. – Avisou Gaara.

— Ele tá com o ego ferido, afinal, a ruiva foi namorada dele antes.

— Konan, o Suigetsu nunca gostou da Karin. Ele não tem o direito de ofender porque agora me namora. – Argumentou Gaara.

— É. Você tem razão. Afinal, ele quis assim.

— Sabia que a Karin te odeia? Ela deixou isso bem claro desde o primeiro dia que a vi. – Lembrou Gaara.

— Que boba! Por acaso, ela pensa que eu vou ter um caso com você também?

— Sim, ela é pensa. É um saco, mas pensa. – Revelou Gaara.

— Você merecia coisa melhor. – Opinou Konan.

— Karin é boa. Eu gosto muito dela, da nossa relação, por mais que não seja perfeita. – Disse Gaara.

— Nada é perfeito. Se o relacionamento funciona, então continue apostando nele. Quem tem que gostar dela é você, não eu. 

— Só não gosto das crises de ciúmes constantes. Tem piorado com o tempo.

— Gente insegura é foda! Por isso, não me amarro em ninguém. É tanta dor de cabeça!

— Konan, é que você ainda não se apaixonou pra valer! Quando a gente ama, a outra pessoa passa a ser tão preciosa que você se esmera pra continuar fazendo parte da vida dela. Pelo menos, sempre me senti assim com a Karin. 

— Ta aí no que discordamos. Eu não acho que ninguém tenha que se esmerar numa relação. Acredito em relacionamentos mais orgânicos. Não gosto de nada que requeira tanto esforço, perde a graça. Tá na sua cara que você tenta dar o seu melhor pra sua namorada mas ainda assim não é suficiente. – Argumentou Konan.

— Karin tem temperamento forte, só.

— Você tem certeza que quer se casar com ela?

— Por que não teria?

— Ah, eu lembro que antes de conhecer a Karin você tinha uma paixonite por uma modelo. Qual o nome dela mesmo? – Perguntou Konan tentando se lembrar.

— Ino Yamanaka. – Disse Gaara e Konan se assustou.

— Meu Deus! Eu tinha esquecido que você gostava dela! Ela é ex do Itachi! Eu a conheci! Mas enfim, você gostava dela antes né? Como mudou de ideia? – Perguntou Konan.

— Simples, ela nunca olhou pra mim! Quando a conheci, ela namorava aquele ator, o Kiba. Depois que romperam, ela logo engatou num relacionamento com o Itachi. Eu conheci a Karin no meio do percurso e me apaixonei. Não tem muito mistério.

— Entendi. A ruiva e o Itachi acabaram afastando vocês. Agora, você tá noivo da futura advogada e o Itachi será pai do bebê da Ino. – resumiu Konan.

— Você e o Itachi são bem intimos né? – Questionou Gaara.

— Somos amigos. – respondeu Konan.

— Mas já foram mais que isso né? – Riu Gaara.

— Já. Nós ficamos algumas vezes, sem compromisso, é claro. Depois, tanta coisa aconteceu que ficamos só na amizade mesmo. Ele é ótimo! Você devia conhecê-lo melhor.

— Ele não queria assumir o próprio filho, Konan! Como alguém assim pode ser ótimo?

— Gaara, um erro não define uma pessoa.

— Ele cometeu mais de um erro com Ino.

—  Eu confio nele. Ele é bom, apesar dos erros. Itachi será um bom pai daqui pra frente. Nós, hoje mesmos, já começamos a montar o quarto do bebê no apartamento dele. – Defendeu Konan.

— Nós? – Gaara riu – Você fala como se fosse esposa dele.

— Ele me pediu ajuda, então não neguei. – Respondeu Konan sem dar importância.

Antes que Gaara fose retrucá-la, o celular dele começou a tocar. Ele conferiu e no visor apareceu o nome de Karin. Konan então observou o amigo desligar a ligação ao invés de atender.

— Por que não atendeu? – Perguntou Konan na lata.

— Não quero brigar hoje. – Resumiu Gaara.

— Ela brigaria com você pelo simples fato de você estar aqui comigo? Acho que você precisa rever esse relacionamento. É uma prisão, por acaso? – Ironizou Konan.

— Não é uma prisão. Ela só é ciumenta.

— Ciúme não é prova de amor, Gaara. – Alertou Konan.

— Eu sei, mas, infelizmente, minha Karin é assim.

— De 0 a 10, o quanto você a ama?

— Hã?

— Responde e sem pensar muito! – Insistiu Konan.

— 11. - Respondeu Gaara e Konan balançou a cabeça em sinal negativo.

— Tá errado isso. Você pensa que a ama mais do que a si mesmo?

— Como assim? O que essa numeração quer dizer?

— É só uma brincadeira, mas eu levo a sério. Sempre que me envolvo com alguém, me pergunto se vale a pena e aí dou uma nota pra pessoa. É secreta, mas  consegue me dar um norte. Normalmente, os cara com quem eu fico ganham 7. Acho que só dei 9 para o Itachi e a única vez que pensei que alguém era um 11, eu estava completamente errada.

— Quem foi o 11?

— Isso não interessa. O fato é que passar do 10 é perigoso. Você já perguntou quantas vezes se anulou por causa de alguma vontade da Karin? O simples fato de você estar agora comigo é um fator de risco ao seu relacionamento e, por isso, você tem que esconder o nosso encontro. Não te incomoda?

— Konan, eu sei que pra você meu relacionamento co a Karin tá errado, mas eu não acho isso.

— Tá bom. Só estou tentando abrir os seus olhos.

— Bem, melhor eu ir... Se demorar muito, vou ter que explicar onde estava e aí vou acabar brigando de qualquer jeito.

— Tá. Vai lá...

— Não me olha assim!

— Assim como?

— Como se estivesse certa.

— Quem disse que eu não estou? Você só não está vendo! – Avisou Konan e Gaara então pagou a conta e saiu.

[...]

Gaara saiu do hotel e então ligou para Karin. Ela perguntou onde ele estava, mas o rapaz disse que era melhor ele contar tudo pessoalmente. Karin pediu para que ele fosse até seu partamento já que Naruto tinha saído, então ele foi. Ao chegar, Karin o recebeu com um abraço e um beijo.

— Fiquei preocupada. Por que demorou a retornar minhas ligações? – Perguntou Konan.

—  Eu estava com uma amiga. Achei melhor não atender. Desculpe. – Disse Gaara.

— Que amiga? – Perguntou Karin e Gaara imaginou o que estava por vir.

— Konan está de passagem pelo Rio, entãoa fui fazer uma visita breve.

— E não ia me contar?

— Claro que ia, Karin. Só não quis falar naquela hora. Eu não minto pra você nunca.

— Eu não quero que você pense que  sou uma neurótica, mas não gosto de saber das suas amizades com outras mulheres. Ainda mais com uma com quem você já transou.

— Karin, eu sou fiel a você. Não duvide de mim, assim me ofende.

— É que o Suigetsu...

—   Eu não sou ele. – Corrigiu Gaara.

— Você entende o motivo da minha insegurança?

— Não tem motivo pra isso! É bobeira!

— Você me acha boba? – Disse Karin já magoada.

—  Você não, mas o seu ciúme sim. É bobo, é chato, tem me cansado bastante. – Confessou Gaara.

—  Você se cansou de mim? – Disse Karin triste.

— Não. – Gaara então abraça Karin – Você é o meu amor. Só estou dizendo que ciúmes demais não é legal nem saudável pro nosso relacionamento. Você consegue compreender?

— Gaara, sei que tenho magoado você e que você não merece isso.

— Que bom! Concordamos com algo.

— Também acho que não foi só o meu ciúme que mudou nossa relação. – Disse Karin.

— Hã? O que mais você acha que mudou?

— Você. Eu me apaixonei por um cara que tava toda hora tentando me fazer feliz, mas o Gaara de hoje só pensa em treino, em brigar comigo por causa dos meus ciúmes. A gente tem perdido as coisas boas dessa relação.

— Karin, ir às Olimpíadas é o grande objetivo da minha vida.  Desculpa, mas eu nunca escondi isso de você.

— Eu sei. Claro, você não escondeu. Mas eu me iludi mesmo assim. Tenho que confessar que me frustrou um pouco a gente adiar a ideia do casamento pra 2020.

— São só dois anos. Aì você se forma, eu consigo a medalha e a gente casa. Você duvida?

— Gaara, eu não sou a mesma pessoa de dois atrás. O que me garante que daqui a dois anos você ainda vai querer casar comigo?

— Eu fiz planos com você. Planos que pretendo cumprir.

— Eu não tenho certeza.

— Como assim, Karin? – Indagou Gaara e Karin pegou uma agenda velha.

— Você se lembra dessa agenda? – Perguntou Karin.

— Sim, é onde eu anoto o que vou fazer durante cada dia da semana.

— Exato. Essa é a agenda do ano passado. Outro dia eu achei ela no meio das suas coisas e aí fiquei curiosa. Abri e li.

— Tá. Não tem nada demais aí.

— Eu discordo. Tem escrito coisas sobre o dia que você conheceu a Ino.

— Nem lembrava Karin. É sem importância.

— Não parece tão desimportante... Preste atenção nas suas palavras: “Nota mental: Ir visitar a Temari mais vezes no teatro para ver se encontro a Ino de novo. Essa garota não sai da minha cabeça”. – Leu Karin em voz alta.

— Foi antes de te conhecer!

— Tem mais... “Ir amanhã no prédio da Ino fazer uma visita. Preciso lembrar de dizer que estou apaixonado por ela”. – Leu Karin.

— Isso foi depois do aniversário da Sakura. Eu encontrei com ela e queria vê-la de novo. Mas quer saber? Eu nem fui fazer a tal visita. Sabe por que?

—  Por que?

— Alguns dias depois, eu conheci você e me apaixonei.  – Disse Gaara e então pegou a agenda e passou algumas folhas – “Nota mental: Agradecer a Karin na próxima vez que nos vermos por ela ser incrível.”

— E você agradeceu?

— Eu escrevi isso antes de ter a reunião com o Neji. Lembra que quando eu saí de lá te encontrei e em seguida a gente começou a namorar?

— Lembro.

— Ali, Karin, não existia mais a Ino na minha vida. Tanto que todos os meus outros avisos envolvem o seu nome. “Nota mental: comprar vinho pra Karin”. “Nota mental: Levar a Karin no restaurante novo que vi na TV”. “Nota mental: Ir mais à praia com a Karin.” “Nota mental: Chamar a Karin para assistir ao meu treino amanhã”. Acha pouco? Tem muito mais!

— Gaara, eu...

— Tá com vergonha né? – Perguntou Gaara e Karin assentiu.

— Desculpe, eu sou uma idiota. – Disse Karin.

— Você fica inventando desculpas pra brigar comigo. Você tá querendo terminar, é isso? Quer arrumar um motivo pra isso?

— Não, Gaara! Eu não quero isso!

— Pois é o que tá parecendo Karin.

— Desculpa, é que eu não to bem.

— A gente não tá bem. Essa sua reação a coisas do passado só mostra isso. Talvez, seja melhor a gente terminar mesmo. Assim, você pode achar o seu caminho independentemente de mim. Não quero ser um fardo pra você. Não ser o motivo de você ficar surtando por ciúmes.

— Eu amo você Gaara.

— Eu também te amo,mas se continuar assim não vai dar.

— Você quer terminar?

— Quero. Se for pra ser, a gente acha um caminho de volta. Mas, no momento, acho que é melhor pra nós dois certa distância.

— A gentenão vai poder se ver ou se falar?

— As portas da minha casa estarão sempre abertas pra você. Se quiser ligar, fique à vontade. Não to barrando você da minha vida.

— Seria um tempo então?

— Não, nada disso de tempo. A gente está terminando. Se algum dia você quiser voltar, vai ter que me conquistar e me pedir em namoro, do mesmo jeito que eu terei que fazer isso se sentir vontade. – Explicou Gaara.

— E se a gente não achar o caminho de volta? – Perguntou Karin já abraçando Gaara.

— Mesmo se a gente não achar o caminho de volta, eu vou ficar feliz de lembrar que eu tive uma namorada incrível como você. – Disse Gaara se afastando de Karin.

— Eu nunca tinha terminado um namoro assim, sem ninguém ter traído ninguém.

— Dá pra terminar sem ter que ficar brigado pra sempre.

— Sim, mas eu vou precisar pensar um pouco. Você pode ir embora agora? Quero ficar um pouco sozinha. – Pediu Karin.

— Tudo bem, eu vou. Se cuida. – Disse Gaara e deu um beijo na testa da ex-namorada.

[...]

Rio de Janeiro. Quarta-feira, 8 de agosto de 2018.

Neji e Tenten foram a um restaurante novo . Lá, pediram uma mesa que ficasse na área externa que tinha a Lagoa Rodrigo de Freitas como paisagem. Então, o casal caminhou até à mesa de mãos dadas. Após se sentarem, eles pediram um peixe que era a indicação do chefe e um vinho branco. Jantaram conversando sobre como aquele lugar era agradável e que deveriam voltar mais vezes. Por Tenten ser famosa, logo uma família que estava com uma filha adolescente parou para pedirem uma foto com a atriz que não recusou o carinho. Ao voltarem para o jantar, Neji elogiou a postura da namorada.

— Eu já te disse o quanto eu te acho profissional? – Questionou Neji.

— Acho que já, mas não tenho certeza. Diz isso porque aceitei tirar a foto com aquela menina? – Perguntou Tenten.

— Também, mas não só por isso. Você sempre parece que sabe o que é o certo a se fazer em qualquer situação. – Respondeu Neji.

— Talvez, eu saiba ou só arrisque...  – Sugeriu Tenten, levando, em seguida, a taça de vinho a boca.

— Seus movimentos sempre parecem altamente calculados para tudo.

— Aprendi a me planejar, meu amor. Só isso.

— Eu gosto disso.

— Do que mais você gosta?

— Ah, Tenten... Você é perfeita. Acho que nunca sonhei ter alguém assim ao meu lado, mas, ainda bem, hoje tenho. – Declarou Neji.

— Isso quer dizer que você me ama? – Perguntou Tenten.

— A cada dia mais. – Respondeu Neji.

— Aqui, nesse restaurante, tem um local logo ali na frente em que os casais podem dançar. Vem comigo? – Pediu Tenten, que já tinha finalizado sua refeição.

— Será uma honra. – Disse Neji já se levantando para acompanhar a namorada.

Enquanto dançavam, Neji pensava como era sortudo de ter sido amparado pelo amor de Tenten no momento mais difícil de sua vida até então, quando foi abandonado por Hinata no altar. Desde então, Tenten tem sido sua companheira, sua amante, sua amiga e, mais que tudo isso, seu amor. Ela preenchia seu dia com sorrisos e planos. Era adorável estar com ela. No momento em que pensava sobre isso tudo, a música de fundo acabou e começou a tocar em seguida “Malibu”, de Miley Cyrus, que era a música dele com Hinata.

Ouvir aquela música ao lado de outra pessoa que não fosse Hinata era estranho. Essa sensação por um momento embaralhou às certezas de Neji sobre Tenten, tudo porque aquela canção representava muitas coisas. Entre elas, estava a certeza de seu amor por Hinata. Amor que tinha sido jogado no esquecimento e rejeitado até que aquela memória musical o reviveu. De olhos fechados, embora estivesse com Tenten, Neji começou a pensar em todas as vezes que ouviu à música ao lado de Hinata, das vezes em que estiveram na praia juntos e, por fim, no pedido de casamento.

No final da música, Neji abriu os olhos e Tenten percebeu que ele estava estranho. O olhar de Neji não foi para ela. Pelo contrário, ele olhava diretamente para a porta do restaurante, onde Hinata estava ao lado de Naruto, esperando para ser levada até sua mesa. Tenten, sempre ágil, chamou a atenção do namorado para si.

— O Rio é uma cidade pequena né? Todo mundo se esbarra. – Comentou sem se mostrar abalada.

— Desde o casamento eu nunca mais a tinha visto. – Comentou Neji, enquanto observava Hinata de longe.

— Ela parece feliz agora. – Disse Tenten.

— É. Parece. – Concordou Neji.

— Melhor perdirmos a conta, não acha? – Disse Tenten.

— É melhor mesmo. Vamos voltar à mesa e pedimos. – Concordou Neji.

Ao retornarem à mesa, Neji pediu a conta. Enquanto isso, Naruto e Hinata já faziam seus pedidos na outra mesa. Então, ao olhar para os lados a fim de observar a decoração do restaurante, o olhar de Hinata cruzou com o de Neji e ela paralisou. Naruto logo percebeu e a chamou para realidade.

— O que foi? A presença dele te incomoda? – Perguntou Naruto e Hinata negou.

— Não. É só estranho encontrá-lo depois de tanto tempo. Parece que não falo com ele há uma vida. – Respondeu Hinata ainda impressionada com o reencontro.

— Nós sabíamos que isso alguma hora ia acontecer. – Disse Naruto.

— Sim, eu sabia. Só não podia imaginar que seria agora. Não estava preparada. – Admitiu Hinata.

— O que está sentindo? – Perguntou Naruto preocupado.

— Medo. – Confirmou Hinata e então ela viu Neji se levantar com Tenten.

— Não precisa. Eles já estão indo embora. – Disse Naruto.

— Será por nossa causa? – Questionou Hinata.

— Acho que não. Já faz tempo, Hina. Vocês dois seguiram em frente né? – Naruto perguntou.

— Sim. – Afirmou Hinata e então encarou Naruto – Só foi uma encontro estranho.

— Eu entendo que seja difícil para você vê-lo e vocês nem conversarem.

— Naruto, ele é meu primo. Como posso tratá-lo como um estranho depois de tudo?

— Bem, ele acabou de te tratar como uma estranha. – Respondeu Naruto.

— É.

— Vamos continuar o nosso jantar romântico? Não quero que o seu primo estrague a nossa noite. – Disse Naruto.

— Sim, não vamos discutir por isso.

[...]

Rio de Janeiro. Quinta-feira, 9 de agosto de 2018.

No dia seguinte, Hinata acordou com os acontecimentos da noite passada ecoando em sua cabeça. Ver Neji tinha afetado-a de uma forma irreversível. Ela precisava falar com ele. Não dava mais para fugir, fingir que estava tudo bem. Não estava. Por isso, Hinata saiu de casa convicta de que deveria falar com o primo.

Mesmo sabendo que ele poderia se recusar a vê-la, ela bateu na porta da casa dele cedo, antes que ele fosse para a empresa. Sabia que corria o risco de Tenten estar lá, mas arriscaria. Ela não aguentava mais esperar. Quando chegou ao prédio, pediu para que o porteiro anunciasse sua visita. Por sorte, Neji a autorizou a subir.

Assim que ele abriu a porta, Hinata o encarou e ele a deu passagem.

— Sente-se. Imagino que tenha algo a me dizer. – Disse Neji em tom formal, já vestido de terno.

— Tenho muitas coisas para falar, mas a primeira dela é: perdão. Sei que talvez você nunca me perdoe, mas eu preciso pedir. Me perdoe, Neji. – Disse Hinata francamente, então Neji se sentou.

— Bobagem. Já a perdoei há séculos. Não gosto de alimentar mágoas. O importante é: você está feliz? – Perguntou Neji.

— Sim, estou. E você? – Questionou Hinata.

— Também, mas tenho que confessar que fiquei um pouco triste ontem quando a vi e não nos falamos. Não foi estranho pra você?

— Foi, Neji. Fiquei o tempo todo pensando nesse nosso reencontro. Queria tanta ter falado com você, mas fiquei com medo.

— Achou que eu fosse destratá-la? – Supôs Neji.

— Pior, que ia virar às costas pra mim como fiz com você quando não retornei àquele altar.

— Hinata, eu confesso que sofri por um bom tempo, mas passou.

— Ainda é uma dor muito recente pra mim. – Admitiu Hinata.

—  Aprendi a conviver com a minha dor. Primeiro, fiquei só. Depois, foquei no trabalho. Em seguida, arrumei um novo amor. Deu certo.

— Também fiz isso. Pensamos igual.

— Hoje, vejo que você tinha razão. Nós nunca daríamos certo.  Então, de certa forma, eu deveria te agradecer por ter partido. – Disse Neji.

— Nunca pensei que fazer a coisa certa doesse tanto. – Disse Hinata com lágrimas nos olhos, então Neji lhe deu um lenço.

— Eu vou falar com meu tio e meu pai para que eles a perdoem também. A vergonha que passamos foi grande, mas já passou. Você não merece ficar sofrendo a vida inteira com isso. Fez pelo meu bem não foi? – Perguntou Neji se aproximando de Hinata.

— Sim, fiz isso porque te amo e quero que seja feliz. – Afirmou Hinata.

— Eu também te amo e quero que seja feliz. Sei que ao meu lado jamais seria.

— Eu nunca fui o tipo de pessoa que convive bem no seu meio.

— Eu sei. Peço que me desculpe, porque não era inha intenção forçá-la a ser quem não é. Afinal, eu me apaixonei por essa Hinata. Espero que Naruto saiba disso.

— Ele sabe. Naruto é uma ótima pessoa, respeita meu tempo, meus sonhos.

— Coisa que eu não soube fazer...

— Agora, isso não importa mais. Você respeita a Tenten?

— Sim, muito. Mas Tenten é diferente de você. Os sonhos dela são diferentes do seu. Coisas que te incomodavam muito para ela são besteiras. Ela lida bem com tudo. É decidida, forte, desinibida.

— Você a ama?

— Amo. Muito. – Afirmou Neji.

— Que bom! – Hinata sorriu.

— Você ama o Naruto?

— Eu amo o Naruto mais do que um dia pensei ser capaz. – Respondeu Hinata sinceramente.

— Acho que conseguimos finalizar nossa história de uma vez por toda hoje não é mesmo?

— Sim, Neji. Acho que conseguimos. Podemos voltar a agir como dois primos que se amam?

— Sim, Hinata. Você é minha família. Sempre vou te amar. – Neji então abraçou Hinata que começou a chorar em seus braços.

— Obrigada por me perdoar. Não saberia viver sem o seu perdão. – Revelou Hinata.

— Só me prometa que realizará seus sonhos está bem? – pediu Neji.

— Em nenhum momento pensei em abrir mão deles. – Respondeu Hinata.

[...]

De volta à faculdade, Sakura e Sasuke estavam namorando no corredor quando Naruto parou ao lado deles e interrompeu o beijo.

— Oi, gente. – Disse Naruto ao casal.

— Olá, Naruto! Que cara de enterro é essa? – Perguntou Sasuke.

— Você não parece muito animado com a volta às aulas. O que aconteceu? – Perguntou Sakura.

— Hinata sumiu o dia todo, não respondeu às minhas mensagens. – Respondeu Naruto.

— Vai ver ela teve algum imprevisto. – Argumentou Sakura.

— Eu não falo com ela desde ontem. E sabe o que é pior? Ela viu o Neji ontem. – Revelou Naruto.

— Como assim? – Questionou Sasuke.

— Lembra que eu falei que ia levar ela num restaurante top? Então, fomos e Neji estava com Tenten jantando lá. Ela ficou diferente desde então. – Explicou Naruto.

— Você acha que o encontro com o Neji mexeu com ela? – perguntou Sakura.

— Tenho certeza que sim. – Disse Naruto.

— Vai ver ela foi hoje atrás dele para conversarem. Já tava passando da hora dela tomar coragem. – Comentou Sasuke.

— Sasuke está certo. Ela e Neji precisavam conversar. – Disse Sakura.

— E se eles reatarem? – Perguntou Naruto parecendo desesperado.

— Por que não pergunta à ela? – Disse Sakura apontando para Hinata chegando na faculdade.

— Oi, pessoal. Tudo bem? – Perguntou Hinata.

— Com a gente sim, mas o seu namorado estava surtando. – Avisou Sasuke.

— Onde você tava? – Perguntou Naruto.

— Desculpa, eu não pude retornar às ligações. Hoje cedo, fui conversar com Neji. – Contou Hinata.

— Acertamos! – Disseram Sasuke e Sakura juntos e então deram um high five.

— E você ficou o dia todo conversando com ele? – Perguntou Naruto em tom enciumado.

— Não, só algumas horas. Neji foi bastate cordial comigo. Ele disse que me perdoou e que ia me ajudar com a minha família. Então, fui com ele até a empresa. Lá conversei com meu pai e meu tio. Fizemos as pazes! – Anunciou Hinata animada.

— Sua família te perdoou? Que máximo! – Comemorou Sakura.

— Muito bom ouvir isso, Hinata! – Disse Sasuke.

— Eu fico feliz que tenha feito as pazes com a sua família, mas, e quanto ao Neji? – Perguntou Naruto.

— Nada muda entre nós. – Hinata o tranquilizou.

— Sério? – Perguntou Naruto.

— Eu te amo, Naruto Uzumaki. – Disse Hinata já abraçando o namorado e o beijando em seguida.

— Amor, acho que sobramos aqui. – Comentou Sakura para Sasuke.

— Então, me beija pra gente não ficar de vela. – Pediu Sasuke e então Sakura o beijou.


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