Kiba acordou bem cedo para malhar. Na hora que estava saindo do estacionamento do prédio com o carro, ele avistou Sakura caminhando em direção ao ponto de ônibus. Foi quando ele parou o carro, buzinou e chamou a atenção de Sakura.

— Oi, Sakura. Quer carona? Tá indo pra onde? – Perguntou Kiba e Sakura o encarou incrédula.

— Não quero sua carona e pra onde eu to indo não importa. Por que você tá falando comigo mesmo? – Questionou Sakura.

— Eu me importo com você. – Respondeu Kiba.

— Bem, não foi isso que pareceu quando você tava beijando a Ino. – Disse Sakura.

— Entra aqui. A gente precisa conversar. – Pede Kiba.

— Não tenho o que falar com você. – Rebateu Sakura.

— Mas eu tenho. Por favor, entra aqui. Eu te levo para o local que você quer ir e aproveito pra falar o que preciso. Não tá atrasada? – Insistiu Kiba e Sakura olhou o relógio percebendo que estava atrasada para a aula no pré-vestibular.

— Ok, eu vou com você – Disse entrando no carro e colocando o cinto para felicidade de Kiba.

— Pra onde a senhorita vai? – Perguntou Kiba.

— Pré-vestibular Uchiha. É aqui perto. Sabe onde é? – Informou Sakura.

— Claro que sei. Já já chegaremos lá. – Disse ele arrancando com o carro e ligando o rádio do carro e tocava a música “Mexeu Comigo”, da Tiê.

— Valeu. – Disse Sakura enquanto desviava o olhar para a janela.

— Sakura, eu sei que to em dívida com você. – Disse Kiba.

— Divida? Não, você não me deve nada. É só esquecer que eu existo que tá tudo ótimo. – Disse Sakura sem encarar Kiba, que riu.

— Não consigo te esquecer. Tá aí meu problema. – Confessou Kiba e Sakura ficou mexida com a frase.

— Você me traiu, Kiba. Tá namorando a Ino. Se tem alguém que esqueceu a nossa história, esse alguém foi você. – Afirmou Sakura.

— Então, você não me esqueceu? – Questionou Kiba.

— Não se esquece uma história como a nossa do dia pra noite, to trabalhando diariamente nisso e fica mais fácil a cada dia. – Admitiu Sakura.

— Aquele cara do shopping faz parte do seu plano de me esquecer? – Questionou Kiba.

— Ele é só um amigo. – Contou Sakura e Kiba sorriu.

— Que bom! Eu tinha ficado com ciúme. – Relatou.

— Você não tem esse direito! Quer saber, para esse carro! Eu vou descer! – Anunciou Sakura tirando o cinto se segurança.

— Não vou parar e deixa de ser louca que você precisa chegar na sua aula a tempo! – retrucou Kiba.

— Cansei de olhar a sua cara! – Disse Sakura.

— Mais alguns minutos e você não vai precisar olhar mais, agora fica quieta, põe esse cinto de volta e me escuta! – Exigiu Kiba e ela acabou concordando.

— Ok.

— Sakura, me perdoa, por favor? Eu não vou conseguir viver sem o seu perdão. Minha vida tá um inferno tendo que conviver com a culpa. Se você não me quer mais, eu entendo. Eu juro que eu entendo! No seu lugar eu faria a mesma coisa, mas se põe no meu lugar? Dá pra você imaginar como é a minha vida sem você fazendo parte dela? Se eu não posso ser seu namorado, me deixa ser seu amigo? – Pediu Kiba.

— Desculpa, mas eu não consigo. Não vou te perdoar e muito menos ser sua amiga. – Afirmou Sakura.

— Você não ta pronta pra isso?

— Não. – Sussurrou Sakura, virando o rosto para a janela e deixando uma lágrima escorrer.

Kiba então estacionou na frente do pré-vestibular.

— Chegamos. – Informou Kiba, Sakura tirou o cinto e desceu o carro sem proferir qualquer outra palavra. Enquanto isso, Kiba observou a ex-namorada com o olhar até entrar no prédio com uma expressão triste no rosto.

[...]

Quando Sakura entrou chorando no prédio do pré-vestibular, Deidara logo percebeu. De pronto, o recepcionista perguntou o que tinha acontecido e abraçou a menina.

— O que te fizeram, Sakura? – Perguntou preocupado, enquanto as lágrimas dela marcavam sua camisa social.

— O Kiba. Ele pediu para ser meu amigo. Amigo, dá pra entender? – Perguntou Sakura.

— Ele é um idiota. Não fica assim... – Deidara consolou.

— Vou lavar o rosto. Não quero que ninguém me veja assim. – Disse Sakura.

— Vai. A aula já começou, mas é melhor você lavar esse rostinho vermelho antes de entrar lá. – Sugeriu Deidara e Sakura seguiu o conselho.

No banheiro, ela molhou o rosto três vezes, antes de secá-lo com toalhas de papel. Depois, ela se encarou no espelho, abriu a mochila e pegou uma pequena nécessaire com alguns itens básicos de maquiagem para reparar um pouco do estrago. Assim que saiu do banheiro, ela deu um beijo na bochecha em Deidara e entrou para a aula, que, por sorte, não era de Sasuke. A aula dele naquele dia seria a última.

As aulas seguiram até o momento em que Sasuke pisou na sala. Então, o Uchiha notou que Sakura estava realmente dispersa, como se sua cabeça estivesse em outro mundo, pensando em algo triste. No fim, como ela era sempre a última a sair da sala já que era lenta demais, Sasuke a abordou.

— Eu devia ter dado uma falta pra você na hora da chamada, Sakura. – Advertiu Sasuke e ela o encarou.

— Eu não to muito bem hoje. Foi mal. – Desculpou-se Sakura.

—  Seu mal-estar tem nome. Kiba Inuzuka. – Disse Sasuke e Sakura se surpreendeu.

— Como você sabe? – Estranhou.

— Deidara me contou. Ele disse que ia ter uma menina muito triste na minha aula porque o ex-namorado dela é um completo idiota. – Disse Sasuke.

— Ele é um fofoqueiro! Não devia ter te falado nada! – Resmungou Sakura.

— Ele está preocupado com você. Agora, eu também estou. Que tal a gente almoçar num self-service aqui do lado pra você me contar seu drama melhor? – Sugeriu Sasuke.

— Sério, não precisa. – Dispensou Sakura.

— Eu insisto. Você precisa tirar esse peso do seu coração, dividir com alguém. Pra ser sincero, quando meu namoro terminou tudo que eu queria era que alguém me escutasse choramingando um pouco, mas o meu melhor amigo é primo da minha ex e eu tive que aguentar calado. Então, me deixa fazer por você o que eu queria que tivessem feito por mim? – Insistiu Sasuke e dessa vez ganhou um sorriso de Sakura.

— Está bem. Eu vou. – Se deu por vencida.

— Ótimo! – Comemorou Sasuke.

Quando Deidara foi avisado do almoço entre eles, vibrou, pois já estava shippando os dois. Por isso, ele recusou prontamente o convite da dupla pra se juntar a eles no almoço.

— Uma pena que o Deidara não quis vir. – Lamentou Sakura já com o prato feito no restaurante, indo em direção a mesa.

— Ele sempre traz marmita, já imaginava que ia recusar. – Comentou Sasuke enquanto se sentava na mesa.- Bom apetite! – Disse Sasuke antes de começar a comer.

— Bom apetite! – Disse Sakura.

— Então, vai me contar sobre o motivo pelo qual o Kiba te fez chorar? – Sasuke perguntou diretamente.

— É que pra você entender o motivo, você precisa entender a história toda. – Disse Sakura entre uma garfada e outra.

— Sou todo ouvidos. – Disse Sasuke após dar uma golada no suco.

— Na verdade, a história começa quando eu me mudei para o prédio onde moro hoje. A carreira dos meus pais estava indo muito bem e eles resolveram sair do aluguel comprando um apartamento próprio. Foi aí que eles conheceram o Inoichi, pai da Ino, minha ex-melhor amiga que agora namora o Kiba. Meus pais compraram o apartamento do prédio que Inoichi projetou como arquiteto. Eu tinha 6 anos na época e não tinha feito muitos amigos, pois com a fama surgindo minha família era meio desconfiada com qualquer amizade. Mas a amizade de Inoichi parecia sincera. Assim, meio que por tabela, eu elegi a Ino minha melhor amiga. Ela vivia dentro da minha casa, nossas famílias viajavam juntas. Era um sonho. Aí quando nós tínhamos 9 anos, Kiba se mudou para o prédio. Formamos um trio. Ele era engraçado, desinibido e parecia ser o que faltava. Mas aí chegamos na adolescência e, aos 13 anos, eu me apaixonei pelo Kiba. Ele por mim. Demoramos um ano para assumir ao mundo que éramos namorados e quando isso aconteceu Ino ficou brava. Na época, pensei que era porque ela achava que ia perder nossa amizade, não imaginava que ela era apaixonada por ele também. Mas o tempo passou e continuamos os três unidos até que...

— A traição? – Chutou Sasuke e Sakura assentiu.

— Você imagina a dor que é ver a pessoa que você considera sua amiga com o “amor da sua vida” aos beijos? É uma traição dupla. Se fosse uma garota qualquer, eu, talvez, o perdoaria. Mas não! Não era uma garota qualquer, não era uma situação qualquer. Ele tinha acabado de ir na minha casa, se fazendo de namorado legal, tinha me feito sentir culpada por deixa-lo sozinho numa festa e quando eu chego lá ele estava me traindo! Aí, você grita, arma um barraco, termina aquilo tudo, mas a dor persiste... – Confessou Sakura.

— E o que ele fez hoje? – Questionou Sasuke.

— Ele me pediu perdão e para sermos amigos. Eu mal consigo olhar na cara dele e ele me vem com um pedido desses? É injusto comigo... Eu ainda to sofrendo! – Admitiu Sakura chorando e Sasuke ofereceu um lenço de papel pra ela.

— Talvez, ele pense que você seguiu em frente como ele fez. – Sugeriu Sasuke.

— Diferente dele, eu não to com outra pessoa. Eu não segui em frente. Eu to nessa. Eu to numa fossa desgraçada. – Revelou Sakura rindo de si mesma.

— Somos dois. Pra você não sentir que está sozinha nessa, eu encontrei a minha ex outro dia, a confrontei e ela veio me falando que a traição não foi planejada, que o problema não era eu e sim ela. Depois, o primo dela me disse que ela me traiu por não era mais apaixonada por mim e que só estava acostumada à nossa relação. – Sasuke se abriu.

— Sua ex é tão babaca quanto o Kiba. – Disse Sakura.

— Ou seja, eles não nos merecem. – Afirmou Sasuke.

— Com certeza, não! – Concordou Sakura.

— Olha, não faz bem pra gente ficar pensando neles. Por isso, eu vou te propor uma coisa...

— Se for...

— Me deixa terminar? – Interrompeu Sasuke ao ser interrompido por Sakura.

— Continue.

— Vai ter uma festa lá na minha universidade e eu acho que ia ser legal você ir, conhecer futuros médicos que nem você. Ia esquecer um pouquinho da sua dor. Fiz bastante isso nos primeiros dois meses após a Karin terminar comigo. – Sugeriu Sasuke.

— Uma festa com médicos?

— Futuros médicos. Ninguém formado ainda. – Corrigiu Sasuke.

— Eu to focada nos estudos. Melhor não... – Dispensou Sakura.

— Uma festa não mata ninguém. Além disso, você em casa não ia conseguir estudar direito sem uma pausa pra diversão. Ainda mais após um término. Vai te fazer bem! Vamos? – Insistiu Sasuke.

—  Ok. Vamos! – Concordou Sakura.

— A festa é no próximo sábado! Eu passo na sua casa e te pego! – Disse Sasuke.

— Ok. Vou te passar o endereço direitinho. – Sakura sorriu.

[...]

Na sexta-feira, Sakura levou Deidara para conhecer a sua casa após a aula. Isso fazia parte de um plano dos dois para Kizashi e Mebuki o conhecessem e aí pudessem ajudá-lo com a carreira de ator. Mas, enquanto os pais de Sakura não chegavam, os amigos ficaram batendo papo.

— Quer dizer que a senhorita tem um encontro amanhã hein? – Disse Deidara brincando.

— Não é um encontro. É uma festa. Só isso. Não é nada romântico. – Alegou Sakura.

— Fica com ele de novo, boba! O Sasuke é melhor partido que você poderia arrumar naquele pré-vestibular, depois de mim, claro. COF COF! – Insistiu Deidara e Sakura riu.

— Eu to vivendo a fase do luto de um relacionamento longo. – Disse Sakura.

— Bem, se você não quer pegar o Sasuke, vamos dar uma olhada no instagram dele para eu te apresentar os amigos do nosso herdeiro Uchiha. – Disse Deidara sacando o celular do bolso.

— Ele tem amigos tão gatos quanto ele? – Perguntou Sakura um tanto interessada.

— Tem sim. Tão bonitos quanto eu! – Riu Deidara.

— Egocêntrico! – Rebateu Sakura aos risos.

— Realista, querida! REALISTA! – Afirmou e então mostrou a foto de Naruto para Sakura – Este aqui é o Naruto. Loiro, olhos azuis, sempre bronzeado da praia, é solteiro também. Às vezes, vai no pré-vestibular encontrar com o Sasuke na saída. É engraçadinho. Nada demais. Ah, ele vai ser advogado e não médico.

— Você tem a ficha completa dele hein? Quer me passar o RG e o tipo sanguíneo também? – Riu Sakura.

— Se eu quisesse, poderia ser um aplicativo até mais legal que o Tinder com as informações que tenho sobre as pessoas. Mas o que achou dele?  – Comentou Deidara.

— Bonito, mas eu não sou muito de praia nem de gente muito engraçadinha. Próximo. – Decretou Sakura.

— Esse aqui é o irmão mais velho do Sasuke. Itachi Uchiha. Definição perfeita para ele é moreno sensual. Para sua tristeza, ele está viajando, mas pode ser uma opção pra você quando voltar. – Disse Deidara.

— Quantos anos ele tem? 30? Tem cara de ser muito sério! É gato, mas eu não me imagino num relacionamento com ele. – Opinou Sakura.

— Na verdade, ele tem 26. Você acha que ele é mais velho, porque ele está vestindo terno. – Disse Deidara.

— Pode ser, mas é isso o que eu acho. Próximo. – Concluiu Sakura.

— Bem, temos o Neji. É empresário, dono de joalheria, rico e bonito, mas tem um porém...

— Qual?

— Ele é namorado da Hinata, uma amiga muito fofa do Sasuke, que é estudante de medicina. – Informou Deidara.

— Deidara, anota aí nessa sua cabecinha avoada que eu não vou tentar seduzir o namorado de outra pessoa NUNCA!

— Ok. Tá anotado. E esse aqui? – Disse mostrando a foto de um ruivo, que Sakura achou bem interessante.

— Quem é esse? – Perguntou Sakura, tomando o celular da mão de Deidara.

— Ah... Gostou desse né? Por isso que deixei por último, sabia que ia te impactar! – Riu Deidara.

— Fala logo, Dei!

— Esse é o Sasori Akasuna. É veterano do Sasuke na faculdade de Medicina. É solteiro, gato (como você já viu), mas é pobre. Tinha que ter um defeito né? – Disse Deidara.

— Ser pobre não é defeito. – Rebateu Sakura.

— Se você acha... – Deu de ombros.

— Me fala mais dele... – Disse Sakura ainda vidrada na foto.

— Bem, ele é neto da Dona Chiyo, que é empregada da família do Sasuke. Por causa dos Uchiha que Sasori decidiu ser médico, teve todo o apoio deles, é como um irmão postiço do Sasuke, já que foram criados juntos. Mas tem um clima de rivalidade entre eles também!  

— Gostei dele. – Disse Sakura.

— Então, você deve conhecê-lo na festa... Por que não investe no gato? – Sugeriu Deidara.

— Foi divertido brincar com você de procurar um novo namorado, mas eu não pronta pra isso na real. O Sasori parece um cara legal, mas, se eu o conhecer na festa, não tentarei ficar com ele. Nem com o Sasuke! Aliás, com ninguém! Foco nos estudos, lembra? – Disse Sakura.

— Você é muito radical! – Disse Deidara.

— Ouvi um barulho na porta, acho que deve ser a minha mãe! Vamos ver?

— Vamos!

Assim, Deidara e Sakura seguiram até a sala e, realmente, era Mebuki que havia chegado e ficou contente de ver Sakura acompanhada.

— Oi, mãe. Esse aqui é o Deidara. Dei, essa é a minha mãe, Mebuki. – Disse Sakura.

— É um prazer conhecê-la, senhora Haruno! Sou um grande fã! – Disse Deidara.

— Então você o famoso Deidara! Sakura não para de falar de você, rapaz! – Fala Mebuki, enquanto o cumprimenta com dois beijinhos.

— Isso é ótimo! – Sorriu Deidara.

— Minha mãe sabe que você é ator e dá a maior força pra você seguir a carreira, Dei! – Comentou Sakura.

— Ainda não tive muitas oportunidades de mostrar o meu talento, mas não desisto! – Afirmou Deidara.

— Isso é o mais importante, querido! Eu mesma e o meu Kizashi levamos muitos nãos nessa vida, mas nunca abrimos mãos de nosso sonho! Hoje é realidade e eu aposto que um dia o seu será também! – Incentivou Mebuki.

— Mãe, se a senhora souber de algum teste podia indicar o Deidara não é mesmo? Às vezes, as pessoas só precisam de um empurrãozinho para irem mais longe. – Sakura piscou para Deidara que sorriu.

— Vai ficar no meu radar e, assim que souber de qualquer coisa que se encaixe com o perfil do seu amigo, eu aviso! – Sorriu Mebuki.

— Obrigada pela força! – Agradeceu Deidara.

— Você merece, Dei! – Afirmou Sakura.

— Você tem sido importante nessa nova fase da vida minha filha, então é o mínimo que posso fazer por você. Sakura, precisava mesmo de um bom amigo! – Disse Mebuki.

— Agora eu tenho o melhor amigo do mundo! – Afirmou Sakura enchendo Deidara de beijos e o abraçando.

— Eu que ganhei na loteria! Sua filha é maravilhosa! – Elogiou Deidara.

— Sempre soube que minha filha é uma estrela. É uma pena que ela tenha recusado os palcos. – Lamentou Mebuki.

— Mas será uma médica incrível! Eu tenho certeza disso. – Afirmou Deidara encarando Sakura.

— Que assim seja! Agora, vamos, Dei, pois eu ainda quero dar uma passada no shopping! – Disse Sakura já puxando a mão do amigo.

— Tudo bem... Novamente, foi um prazer estar com a senhora! – Disse Deidara se despedindo de Mebuki.

— Volte sempre, querido! As portas de minha casa estão abertas para você! – Garantiu Mebuki.

— Tchau, mãe! Volto pro jantar! – Disse Sakura e saiu.

— Tchau, filha! Se cuida! – Disse Mebuki e os viu partir.

[...]

Sakura e Deidara entraram no elevador rindo. Estavam animados, pois Mebuki havia adorado Deidara. Os dois amigos já faziam mil planos sobre a estreia do recepcionista como ator em alguma peça, quando o elevador parou no segundo andar e Kiba entrou lá. Sakura emudeceu na hora e Deidara tratou de passar seu braço pelo ombro da Haruno para abraçá-la. De alguma forma, ele era sua armadura.

— Boa tarde. – Disse Kiba e a porta por atrás dele se fechou.

— Boa tarde. – Deidara respondeu e Sakura ficou quieta até chegarem no térreo.

Kiba viu os amigos caminhando de mãos dadas, foi quando ele resolveu perguntar sobre o que estava lhe incomodando.

— É isso mesmo, Sakura? – Gritou Kiba e então ela e Deidara pararam para encarar o garoto.

— Isso o que? – Rebateu Sakura.

— Você me ignora, anda pra cima e pra baixo com esse cara e depois me diz que não tem nada com ele? – Pergunta Kiba.

— Não enche, Kiba! – Diz Sakura e então segue andando com Deidara rumo ao portão.

— Eu pensava que você era diferente, mas é igual a todas as outras! – Grita Kiba e dessa vez é Deidara que se irrita.

Deidara larga a mão de Sakura, segue em passos rápidos até Kiba e então desfere um único soco no rapaz que não reage por estar surpreso.

— Você lava essa boca pra falar da Sakura entendeu? Ela é melhor que você que é um bando de bosta! Você é um merdinha, tinha uma namorada incrível e a perdeu! Agora para de chorar feito um bebê! Se ela tá comigo ou não o problema não é seu! – Discursou Deidara e depois voltou até Sakura que o agradeceu, enquanto Kiba continuava machucado no chão.

— Obrigada, Dei! Você é meu herói! – Disse Sakura.

— Vamos embora daqui antes que esse babaca diga mais alguma coisa... – Diz Deidara puxando a mão de Sakura.

[...]

O soco de Deidara fez o nariz de Kiba sangrar. Ainda caído no chão, o garoto ouviu o grito de Ino. Por acaso, ela estava chegando na hora que Sakura e Deidara estavam saindo.

— O que aquele cara fez com você? – Perguntou Ino ajudando o namorado a levantar.

— Foi um soco, Ino. Só isso. – Disse Kiba.

— Você tá sangrando! Eu vou chamar a polícia! – Disse Ino alterada.

— Não precisa... – Disse Kiba.

— Por que não? – Ino ainda estava chocada com a passividade do namorado.

— Eu mereci aquele soco. – Disse Kiba.

— Você se culpa demais... Quando você fala assim, parece que eu não tenho vez no seu coração... – Analisou Ino.

— Não fala besteira. To com você não? – Disse Kiba já andando com Ino de volta para o elevador.

— Está. Bem, vamos colocar um gelo nisso aí. – Disse Ino.

— Eu vou chegar atrasado no teatro, Ino. – Retrucou Kiba.

— Se a gente não der um jeito nesse seu nariz, você nem vai para o teatro. Será que quebrou? – Perguntou Ino.

— Acho que não. – Comentou Kiba.

— Melhor irmos para o hospital...

— Nada de hospital. Cuidamos disso aqui.

— Ok, se é o que você quer...

[...]

Kiba chegou no teatro atrasado e os amigos quase o mataram e só não o fizeram porque o rosto dele tava machucado.

— Que que aconteceu com a tua cara? – Perguntou Shikamaru assim que viu Kiba entrar no camarim.

— O novo affair da Sakura fez isso. – Disse Kiba visivelmente mal-humorado.

— A Sakura tá de namorado novo e ele ainda estragou a sua cara? Vou virar fã dele hein? – Brincou Temari.

— O assunto é sério, Temari! Por que esse cara fez isso com você? – Perguntou Tenten, preocupada com o amigo.

— Eu ofendi a Sakura. – Disse Kiba.

— Depois de tudo que você fez ainda insultou a garota? Tá maluco! – Disse Temari.

— Cada dia que passa fica difícil te defender, Kiba. – Avisou Shikamaru.

— Eu perdi a cabeça quando a vi com o cara pela segunda vez! Tava errado, mas o ciúme falou mais alto. O sangue ferveu! – Admitiu Kiba.

— Se você gosta tanto assim da Sakura, o que tá fazendo com a Ino? Eu não entendo! – Desabafou Tenten.

— A Sakura não me quer mais. Então, eu vou começar a dar valor pra alguém que goste de mim como a Ino gosta. – Disse Kiba.

— Você tá se iludindo, baby! – Advertiu Temari.

— Por mais que eu não goste da nossa colega de elenco, tenho que concordar com ela dessa vez. Kiba, você é um completo idiota usando a Ino pra tirar a Sakura da sua cabeça. Isso só piora tudo.  – Disse Shikamaru.

— Sakura não vai me perdoar. Ela deixou bem claro. – Disse Kiba.

— Você agindo dessa forma fica difícil né? – Tenten disse a Kiba.

— O que vocês querem que eu faça? – Perguntou Kiba.

— Termine com a Ino! – Disseram Tenten, Temari e Shikamaru ao mesmo tempo.

— É unanime? – Perguntou Kiba.

— É. – Responderam em uníssono.

— Vou pensar sobre isso. – Disse Kiba.

[...]

No sábado, dia da festa, Sasuke estava se olhando no espelho quando Naruto invadiu o quarto.

— Cheguei! Vou com você pra festa! – Anunciou Naruto.

— Cara, eu não falei que vou levar a Sakura? Quer empatar? – Perguntou Sasuke.

— Ei, cara! Você não disse que não ia chamá-la para sair até eu chamar a Hinata para um encontro também? – Estranhou Naruto.

— É que não é bem um encontro. Afinal, não vai ser só eu e ela. É eu, ela, você, todo mundo... – Explicou Sasuke.

— Então, não faz mal eu ir buscar ela junto com você! Aliás, eu quero analisar ela direitinho antes! – Disse Naruto.

— Você precisa aprovar? – Questionou Sasuke.

— Tenho! E se ela não for tudo isso que você fala? Você precisa do meu aval! – Afirmou Naruto e Sasuke riu.

— Aham, Naruto... É claro que preciso... – Disse irônico.

— Você não me leva a sério mesmo né?

— Na última vez que você foi meu cupido, isso não deu muito certo. Até o Sasori é melhor cupido que você! Aliás, se comporte quando estiver perto dele...

— O ruivo sem graça vai tá lá também? Que saco! – Resmungou Naruto.

— Ele não é sem graça, só leva a sério a vida. Você sabe que nada caiu do céu pra ele. – Argumentou Sasuke.

— Ok. Eu sei da infância sofrida, do abandono dos pais, dele viver sob o seu teto com a avó. Mas isso não faz dele a melhor pessoa no mundo ok? – Avisou Naruto.

— O que ele te fez? – Questionou Sasuke.

— Nada... ainda, mas eu não vou com a cara dele. – Disse Naruto.

— Eu sei que ele não é a pessoa mais simpática do mundo, mas eu tento relevar quando ele é um pé no saco. – Disse Sasuke.

— Você tem ciúme dele com seus pais né?- Perguntou Naruto.

— Quando eu era criança tinha, mas hoje não mais. – Confessou Sasuke.

— Seu pai tem muito orgulho dele porque vai se formar médico. Lembro de um dia que teu pai disse que Sasori era o filho que ele gostaria de ter tido! – Disse Naruto.

— Verdade. Meu pai disse isso na época que Sasori escolheu a medicina pra tentar chatear o Itachi, mas não surtiu muito efeito. Itachi nunca ligou pro que o pai fala mesmo. – Lembrou Sasuke.

— Bem, acho que tá na hora da gente ir. – Disse Naruto olhando o relógio.

— Ok. Vamos que eu tenho que passar na casa da Sakura primeiro! – Concordou Sasuke.