Rio de Janeiro. Segunda-feira, 06 de fevereiro de 2017.

De manhã, Sakura pegou uma carona com a mãe até o pré-vestibular. Era o seu primeiro dia de aula e ela estava animada. Era seu recomeço. Todinho seu. Sem ninguém para atrapalhar. Por sorte, desde a estreia da peça de teatro não tinha visto mais a fuça de Ino e Kiba. E, se isso não queria dizer boa sorte, Sakura não sabia mais o que essas duas palavrinhas significavam.

Assim que passou pela porta, a Haruno avistou Deidara em seu posto como de costume. O recepcionista logo abriu o sorriso ao ver a amiga e a cumprimentou.

— Bom dia, futura médica! – Saudou Deidara.

— Bom dia, futuro ator! – Respondeu Sakura.

— Sabe que a sua primeira aula é na sala 302, né? – Informou Deidara e Sakura assentiu.

— Claro que sei! Não to atrasada né? – Disse Sakura conferindo o relógio.

— Que nada! Faltam 5 minutos para começar! Corre logo e arrume um lugar bem na frente! – Sugeriu Deidara.

— Ok. Depois nos falamos, Dei! Quero saber o que você achou da peça do meu pai! – Disse Sakura despedindo-se do recepcionista.

— Vai logo! – Deidara a apressou.

A sala estava quase cheia, mas tinha um lugar vazio na primeira fila que parecia ter sido deixado especialmente para Sakura. Ela logo se sentou lá, tirou a postila da mochila e esperou pacientemente até o professor entrar. A aula era de biologia, um assunto que Sakura amava.

— Bom dia, turma! Sejam bem-vindos a nossa primeira aula de biologia do ano! Meu nome é Sasuke Uchiha e eu serei um dos professores de vocês dessa matéria. – Disse Sasuke após deixar suas coisas na mesa e escrever seu nome no quadro com a caneta preta.

Sakura arregalou os olhos e quase enfartou ao notar que o Sasuke professor era o mesmo Sasuke que ela tinha beijado alguns dias antes no teatro. Sua mão gelou e ela não perdeu tempo em sair da sala antes que o Uchiha percebesse que ela era uma de suas alunas.

— Deidara do céu, me ajuda! – Suplicou Sakura.

— Que foi menina? Tá passando mal? – Perguntou preocupado.

— Me troca de turma! Por favor, me troca! Eu nunca te pedi nada! – Implorou Sakura.

— Por que você quer trocar de turma? – Questionou.

— O Sasuke! O Sasuke é o professor daquela turma! – Argumentou Sakura.

— Sim, eu te falei dele quando você veio aqui não falei? Ele é ótimo! Apesar de não ser formado, ele é muito estudioso! Dá uma chance dele te ensinar! – Disse Deidara.

— Eu não duvido da capacidade dele, mas é que eu já beijei o Sasuke! Não tem clima de ficar lá sendo aluna dele entendeu? – Confessou Sakura e Deidara riu.

— Já pegou o Sasuke? Que rápida! – Disse Deidara e Sakura ficou vermelha.

— Não fala isso de novo! Vai que alguém escuta? Não quero ficar mal falada aqui não! – Disse Sakura.

— Tudo bem. É segredo nosso então. Mas, querida, eu não posso te trocar de turma. – Disse Deidara.

— Por que? Eu pago a mais se precisar! – Jurou Sakura.

— Porque não tem vaga querida! Todas as turmas estão cheias, então você vai ter que ficar nessa ou desistir do curso. – Informou Deidara e Sakura murchou.

— Que droga! – Resmungou Sakura.

— Olha, volta pra lá, senão você vai perder conteúdo. – Incentivou Deidara.

— Ok, eu volto. Mas se ele me matar de vergonha lá dentro você é culpado! – Disse Sakura e voltou para a sala.

— Sasuke não é disso, querida! Ele é um ótimo rapaz! – Disse Deidara antes que Sakura batesse a porta.

De volta a sala, Sakura sentou no seu lugar, enquanto isso Sasuke escrevia algum conteúdo no quadro que parecia um resumo. Sakura abriu o caderno, copiou tudo e ficou rezando para ele não descobrir que ela estava na sala.

Quando Sasuke se virou para a turma e começou a explicar o conteúdo, ele viu Sakura na primeira fila e abriu um sorriso.

— Pessoal, antes de dar prosseguimento ao nosso conteúdo, eu gostaria que cada um de vocês se apresentasse e me dissesse porque escolheram a medicina. Serve de treino pro primeiro dia de aula na faculdade. Comece você, menina de cabelo cor de rosa. – Disse Sasuke e Sakura ficou de pé.

—  Meu nome é Sakura, tenho 19 anos e escolhi a Medicina porque quero salvar vidas. Meus pais são atores, tenho orgulho deles, da arte que fazem, do projeto do meu pai como diretor e entendo o quanto eles queriam que eu seguisse o mesmo caminho. Mas a minha estrada é outra e eu to aqui pra provar isso pra mim e pra eles também. – Resumiu Sakura.

— Muito bem, Sakura. Próximo! – Pediu Sasuke e assim seguiu até o último aluno falar.

Sasuke então voltou ao conteúdo e, aos poucos, Sakura percebeu que em nenhum momento ele tentou causar alguma situação de constrangimento. Pelo contrário, ele foi habilidoso, gentil e prestativo com os alunos que tinham dúvidas não só sobre a matéria, mas também sobre a rotina de um aluno de medicina. Ele não estava ali atoa. Filho de Fugaku Uchiha, dono daquele pré-vestibular, Sasuke sabia que era seu dever continuar o legado do pai.

No fim da aula, Sasuke foi falar com Sakura.

— Então, quer dizer que você quer ser médica? – Perguntou Sasuke enquanto Sakura terminava de arrumar o material na mochila.

— Sim, eu quero e vou ser. – Afirmou sem encarar Sasuke.

— Tá com vergonha? – Perguntou Sasuke e Sakura finalmente o olhou.

— Um pouco. Afinal, eu fui a louca que te agarrou na porta do teatro para se esconder do ex. Pensei que nunca mais ia te ver na vida. – Confessou Sakura.

— Não precisa ter. No seu lugar, acho que eu faria a mesma coisa. – Disse Sasuke.

— Então, nada de um clima estranho entre a gente? – Questionou Sakura.

— Da minha parte não vai ter clima nenhum. – Garantiu Sasuke.

— Obrigada. – Disse Sakura.

— Bem, até a próxima aula, Sakura! – Despediu-se Sasuke.

— Até! – Respondeu Sakura e viu Sasuke sair da sala para em seguida respirar fundo. Havia sobrevivido.

Quando Sakura finalmente saiu da sala, Deidara estava rindo da cara dela.

— E aí? Como foi? – Perguntou o recepcionista.

— To viva! Ufa! Mais foi uma situação delicada! Sorte que o Sasuke é gente boa mesmo! Gostei dele! – Afirmou Sakura.

— Sei... Gostou né? – Brincou Deidara.

— Não desse jeito que você está insinuando. – Respondeu Sakura.

— Quer dizer que não vai investir nele? – Perguntou Deidara.

— É claro que não! Foco total nos estudos. Namoro só me trouxe dor de cabeça e problema. Até entrar na faculdade de Medicina não vou me distrair com paixões. Ainda mais por professor! Deus me livre! – Sakura rejeitou totalmente a ideia.

— Ok! Ok! Não tá mais aqui quem falou! – Disse Deidara.

[...]

Sasuke estava estudando um conteúdo para uma próxima aula, quando a empregada, Chiyo, anunciou que Naruto aguardava por ele na sala. Então, Sasuke fechou o livro e foi encontrá-lo.

— Oi, Naruto. Tudo bem? – Perguntou Sasuke, vendo que Naruto já estava comendo um pedaço de bolo e tomando suco.

— Tá tudo ótimo! Dona Chiyo sempre me alimenta muito bem! – Disse Naruto de boca cheia.

— Talvez você devesse comprar comida na sua casa pra deixar de ser esfomeado. – Sasuke deu a dica e Naruto riu.

— Na minha casa tem comida sim, mas é que aqui tem alguém pra preparar aí facilita muito! – Defendeu-se Naruto.

— Não que eu queria saber, mas Karin não cozinha pra você não? Quando a gente namorava, ela fazia vários jantares legais. – Perguntou Sasuke.

— Tá. Seria injusto eu falar que ela não faz comida, mas a verdade é que ela faz menos vezes do que eu gostaria. E ela vive indo comer fora com o tal do Suigetsu, aí eu tenho que ficar pedindo comida pelo telefone. – Confessou Naruto.

— Pobre Naruto! Se não tiver comida em casa, pode vir pra cá. Onde comem quatro, comem cinco. Meus pais nem a Chiyo vão se incomodar. Todos te adoram. – Disse Sasuke.

— Bom, então já vou avisando que hoje eu fico pro jantar! – Naruto abriu um largo sorriso.

— Ok. Não tem problema! E aí, curtindo o fim das férias? – Perguntou Sasuke.

— Mais ou menos. Já estou entediado de não fazer nada. – Confessou Naruto.

— Semana que vem as aulas começam e aí você pode voltar a implorar por férias de novo. – Debochou Sasuke.

— Engraçadinho! – Bufou.

— Você fala de mim, mas é você que devia arrumar namorada sabia? Tá há muito tempo sozinho. – Observou Sasuke.

— Você até tem razão, mas é que a minha crush tem namorado. – Disse Naruto.

— Quem é a sua crush? – Perguntou Sasuke.

— Aquela sua amiga gata, Hinata. Ela ainda namora o primo? – Perguntou Naruto.

— Sim, ela ainda namora o primo. Você nem a conhece pessoalmente! Como ela pode ser a sua crush? – Questionou Sasuke.

— Preciso confessar que eu stalkeio as redes sociais dela, mas ainda não curti nada porque não quero dar em cima de uma garota que tem namorado. Sei que a minha família tá meio desmoralizada depois do que a Karin fez, então não to querendo ser pivô de nenhuma separação por agora. – Justificou Naruto e Sasuke riu.

— Ata que a Hinata ia trocar o Neji por você! – Debochou Sasuke.

— Não acha que ela seria capaz de se apaixonar por mim? – Questionou Naruto.

— Não! – Sasuke foi direto.

— Qual é? Eu sou seu melhor amigo! Tenho meus encantos! – Disse Naruto.

— Não imagino alguém como a Hinata caindo na sua lábia. Ela é estudiosa, metódica, organizada, elegante, mais adulta que você. – Afirmou Sasuke.

— Por que? – Perguntou Naruto já cruzando os braços.

— Você é como um animal de estimação, Naruto! Come, dorme, às vezes faz uma gracinha, mas quando a gente vê tá destruindo a casa. A Hinata poderia até te achar bonitinho durante 5 minutos, mas ia abandonar você depois porque não ia aguentar sua bagunça. – Comparou Sasuke.

— Olha, não me compara com um cachorro não! Além disso, as pessoas que abandonam cachorrinhos são sem coração! E eu duvido que a Hinata faria isso! Mas enfim, a questão da bagunça eu melhorei bastante desde que comecei a morar sozinho. – Se explicou.

— Naruto, preciso mesmo te lembrar todas as vezes que você fez algo imbecil? – Perguntou Sasuke.

— Não foram tantas vezes assim. – Ponderou Naruto.

— No primeiro dia que você se mudou para o apartamento, você quase colocou fogo nele com uma vela! – Lembrou Sasuke.

— Era uma vela aromática! Eu adoro cheirinhos bons! – Argumentou Naruto.

— A questão aqui é que NINGUÉM acende uma vela, deixa ela perto de uma cortina esvoaçante e sai de casa! – Afirmou Sasuke.

— Eu só fui jogar o lixo fora! – Argumentou.

— Foi imbecil do mesmo jeito. E eu preciso lembrar da vez que você preparou um jantar pra mim e pra Karin com comida congelada fora do prazo de validade?

— Não foi nada grave! – Disse Naruto.

— Nós paramos na emergência do hospital naquela noite! – Acusou Sasuke.

— Foi só dor de barriga. – Disse Naruto.

— Poderia ter sido coisa pior! – Insistiu Sasuke.

— Eu juro pra você que eu sou uma pessoa melhor hoje!

— Você não tem que me jurar nada! O que eu to querendo dizer é que você e a Hinata são opostos! Ela é a água e você óleo. Não se misturam. Além disso, ela tem um relacionamento longo com o Neji e, pelo que pude observar, ele é um cara centrado e está pronto para formar uma família com ela no momento certo. – Justificou Sasuke.

— Sabe o que eu sinto quando eu olho pra uma fotos deles? – Perguntou Naruto.

— Inveja? – Chutou Sasuke e Naruto riu.

— Não, idiota! Eu sinto que não há paixão. São duas pessoas em estado automático que se acostumaram uma com a outra. – Disse Naruto.

— Ser acostumado com outra pessoa não é algo ruim. – Observou Sasuke.

— Na sua opinião pode ser, mas na minha é o pior erro que um casal pode cometer. Veja você e a Karin, vocês estavam nesse mesmo piloto automático e quando ela descobriu que podia se sentir apaixonada de novo te largou sem pestanejar! – Desabafou Naruto e aquela fala magoou Sasuke.

— Então foi isso? Ela te disse que me traiu por isso? – Questionou Sasuke e Naruto percebeu que havia falado demais.

— Olha, cara, desculpa. Eu falei o que não devia. Esquece isso. – Naruto tentou mudar de assunto.

— Agora vá até o fim e diga tudo. – Ordenou Sasuke sério.

— Tá bom. Eu sou meio intrometido, você sabe, então eu perguntei pra ela porque a traição. No início ela não quis muito falar, mas depois disse que você estava sempre focado nos livros, no futuro e que ela queria viver o agora e que o Suigetsu era isso. Ele representava o agora, a paixão, a chama acesa que não existia mais na relação de vocês. – Disse Naruto e Sasuke ficou pensativo.

— Bem, se formos analisar por esse lado, você tem pelo menos 1% de chance com a Hinata. – Disse Sasuke, querendo voltar para o assunto anterior e esquecer que haviam mencionado Karin na conversa.  

— Desculpa pelo que eu disse. – Insistiu Naruto, sabendo que havia magoado o amigo.

— Tá tudo bem. Você só foi sincero. – Concordou Sasuke.

— Não vamos mais pensar no meu amor platônico pela sua amiga e vamos focar na sua vida agora. Como foi o primeiro dia de aula lá no pré-vestibular? Pronto pra deixar seu pai ainda mais orgulhoso? – Perguntou Naruto voltando a ficar animado.

— Foi supreendentemente bom. Lembra da garota que me beijou no teatro? – Perguntou Sasuke.

— A do cabelo cor de rosa? Não me diga que...

— Sim, ela estava lá. Vou dar aula pra ela o ano todo. – Disse Sasuke com um sorrisinho.

— Isso que eu chamo de notícia maravilhosa! Acho que a seca de alguém aqui está prestes a acabar definitivamente! – Comemorou Naruto.

— Lá é meu local de trabalho. Não vou me meter com uma aluna, mas foi legal vê-la na sala. Ela ficou com vergonha, achei fofa. – Confessou Sasuke.

— Primeiramente, lá é trabalho voluntário, uma espécie de estágio que o seu pai te obrigou a fazer para ganhar as horas extras pra faculdade. Segundamente, o lance de vocês é anterior a essa história de você professor e ela aluna! – Lembrou Naruto.

— Meu pai não me obrigou. Ele só sugeriu! – Corrigiu Sasuke.

— Dá no mesmo! – Naruto deu de ombros.

— Discordo. – Disse Sasuke.

— Você vai ignorar o fato de que a única garota que te deu bola depois da Karin está na turma que você dá aula? Isso é o destino trabalhando a seu favor! Só um idiota não a chamaria para sair! – Disse Naruto

— Vamos fazer um acordo. Eu chamo a Sakura para sair no dia que você chamar a Hinata para um encontro. Beleza? – Propôs Sasuke.

— O nome dela é Sakura? Que lindo nome! Enfim, fechado meu amigo! Você vai quebrar a sua cara duas vezes! – Disse Naruto.

[...]

Após aquela sessão da peça, Ino foi até o camarim se encontrar com Kiba, pois casal havia combinado de jantar fora. No entanto, ao entrar lá e cumprimentar o namorado com um selinho demorado, a loura recebeu olhares feios dos colegas de elenco de Kiba.

— Pronto? – Perguntou Ino para Kiba.

— Sim, estava só te esperando. – Disse Kiba, indo pegar sua mochila.

— Não vai apresentar sua namorada pra gente não? – Alfinetou Tenten, que preferia ver Kiba com Sakura.

— Ah, claro... Pessoal, essa é a Ino, acho que vocês já a viram por aqui algumas vezes comigo e com a Sakura. – Disse Kiba um tanto incomodado com a situação.

— Prazer em conhecê-los! – Disse Ino sorrindo, com a mão estendida para Tenten, que não a apertou.

— Oi, Ino. – Disseram Shikamaru e Temari.

— Só vou dar um aviso, garota. Você não é bem-vinda aqui. – Tenten se posicionou.

— Quem é você para falar isso? – Questionou Ino.

— A protagonista desse espetáculo, amiga do Kiba, amiga da Sakura e por isso não vou com a sua fuça. – Esclareceu Tenten.

— Kiba, não vai me defender? – Perguntou Ino indignada.

— Tenten, pega leve! – Pediu Kiba

— Kizashi já sabe disso? – Rebateu Tenten.

— Ainda não, mas vai saber. – Avisou Kiba.

— É claro que não sabe. Kiba não ia arriscar a carreira por tão pouco. – Disse Temari se metendo na conversa.

— Nem eu no lugar dele contaria. – Concordou Shikamaru.

— Tá com medo de perder o emprego dos seus sonhos? – Perguntou Tenten.

— Não vai nos defender, Kiba? – Perguntou Ino chocada com a atitude passiva do namorado.

— Não é isso, Tenten. E não se mete Ino. – Disse Kiba.

— Será que ela só sabe falar isso? – Perguntou Temari para Shikamaru sobre Ino.

— Não sabe se defender, loirinha? – Perguntou Shikamaru.

— Não sabia que seus amigos eram tão idiotas, Kiba. Te espero lá fora. – Disse Ino, abandonando o namorado e se recusando a responder Shikamaru.

— Viu o que vocês fizeram? – Perguntou Kiba.

— Eu vi o que você fez! Que burrada trocar a Sakura por isso! – Bradou Tenten.

— Eu não troquei a Sakura! – Disse Kiba.

— Você a traiu com a melhor amiga dela. Se isso não é trocar, não sei mais o que é... – Comentou Tenten.

— Nem eu! – Concordou Shikamaru.

— Eu traí, mas em nenhum momento eu pensei em terminar meu namoro com a Sakura. – Defendeu-se Kiba.

— Cara, você não percebe que está cometendo mais um erro? Se você tinha alguma chance de voltar com a Sakura, agora que você está com a Ino perdeu todas as suas chances. Sinto muito por você! – Disse Tenten.

— Eu já decidi. Vou tirar a Sakura da minha cabeça! Só peço que não contem ao Kizashi agora, porque eu mesmo quero falar com ele. – Pediu Kiba.

— Você sabe que ele não vai gostar nada desse seu namoro... – Disse Tenten.

— Se a filha dele não me quer mais, tem quem queira... – Disse Kiba e se retirou.

— É um idiota mesmo! – Comentou Temari.

— Ele está namorando a Ino para fazer ciúme pra Sakura. Vocês não veem? – Perguntou Tenten.

— Esse plano vai dar errado. – Afirmou Shikamaru.

— Só o burro do que Kiba que não vê isso. – Finalizou Temari.

[...]

Naquela noite, Sakura tinha saído com Deidara para o cinema. A estudante tinha se dado muito bem com o recepcionista e realmente já o via como um amigo. Quando estavam saindo da sala do cinema para o corredor do shopping, eles cruzaram com Kiba e Ino de mãos dadas. No mesmo momento, Sakura agarrou a mão de Deidara.

— Embarca na minha história e não solte a minha mão de jeito nenhum! – Sussurrou Sakura e Deidara assentiu.

— Oi, Sakura! – Disse Kiba parando em frente a ex.

— Oi, Sakura! – Disse Ino.

— Oi. – Disse Sakura séria.

— Já trocou de namorado? – Perguntou Kiba.

— Minha vida amorosa não interessa mais pra você ou pra sua namoradinha. – Disse Sakura.

— Querida, quem são eles? – Perguntou Deidara entrando na brincadeira.

— Ninguém importante. Apenas moramos no mesmo prédio. – Disse Sakura sorrindo.

— Na verdade, eu sou o ex-namorado dela. – Disse Kiba.

— E eu era amiga dela. – Informou Ino.

— Pra você ver como eu andava mal acompanhada! – Comentou Sakura e Deidara quase não segurou o riso.

— Prazer em conhecê-los. Graças a mancada que vocês dois deram, eu pude conhecer a Sakura, então obrigado. Se eu tivesse uma garrafa de champanhe agora faria um brinde aos pombinhos! – Disse Deidara, o que fez Sakura sorrir.

— Não tem de que! Vamos amor?  – Disse Ino, puxando Kiba para ir embora.

— Eu pensava que você era diferente, Sakura... – Disse Kiba triste e saiu com Ino. Aquilo de alguma forma deixou Sakura mal.

— Ótimo! Agora ele pensa que eu sou uma vadia! – Comentou Sakura com Deidara.

— Ei, não se sinta assim! Ele que errou com você! – Disse Deidara.

— Eu sei, mas ele me viu beijando o Sasuke no outro dia, agora me viu com você. Deve estar imaginando coisas ruins de mim. – Disse Sakura.

— Em primeiro lugar, ele não tem esse direito. Depois, você agora é solteira, pode ficar com que quiser. Até comigo se esse for o seu desejo! – Disse Deidara.

— Obrigada, Deidara! Você é um anjo, mas eu não to procurando namorado. Acabei de perceber que eu ainda amo o Kiba. – Admitiu Sakura.

— Ele não merece, Sakura...

— Eu sei. Eu concordo completamente com você, mas essa é a única explicação que eu vejo pra me importar tanto com o que ele pensa de mim. – Disse Sakura.

— Sempre que precisar de um ombro amigo, lembre-se que eu to aqui. – Ofereceu Deidara.

— Era exatamente disso que eu tava precisando agora, um amigo... Obrigada por ocupar esse lugar. – Disse Sakura dando um abraço em Deidara.