Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 38
Vida nova


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Tentei correr aqui para conseguir fazer o capítulo! Por causa da pressa, não revisei. Desculpem! Mas resolvi postar logo para não demorar muito, porque senão fosse hoje, talvez, esse capítulo só saísse em fevereiro! Espero que gostem e comentem! Obrigada por lerem ♥



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Rio de Janeiro. Domingo, 5 de agosto de 2018.

Sakura ainda não tinha visto Ino nem Kiba. Mas  isso estava prestes a mudar. Sua melhor amiga tinha feito questão de fazer um jantar de boas vindas para ela. Sakura então se arrumou, ligou para Sasuke e o chamou para acompanhar ela e sua família. Quando o namorado chegou ao apartamento, Sakura o recebeu com um abraço apertado, como se não quisesse soltá-lo mais. Sasuke notou a tristeza da Haruno e então beijou seu ombro desnudo por conta das alças finas do vestido preto que ela vestia.

— Tá tudo bem? – Perguntou o Uchiha e Sakura forço um sorriso.

— Vai ficar. – Garantiu Sakura.

— Cadê seus pais? – Perguntou Sasuke.

— Eles estão terminando de se arrumar. Ino disse que ia preparar uma jantar impecável, então, queremos estar a altura. – Disse Sakura.

— Ino na cozinha? Tem certeza disso? Ela nunca pareceu o tipo que assume o fogão... – Disse Sasuke.

— Bem – risos – ela está tentando, o que é ótimo! Ino quer ser uma boa mãe e, na cabeça dela, boas mães são boas cozinheiras. – Contou Sakura.

— Minha mãe é ótima e não sabe fritar um ovo. – Opinou Sasuke.

— Pois é. Em nenhum momento eu disse que concordava com o que ela pensava, mas esse é o jeito da Ino. Ela está animada com o jantar, com o bebê e também com o fato do seu irmão assumir o bebê. Esse jantar é meio que uma comemoração de tudo. – Resumiu Sakura.

—  Fiquei aliviado com a decisão do Itachi. Sei que não foi algo que ele queria, mas é bom ele assumir que errou. A criança não tem culpa. – Disse Sasuke.

— Com certeza! – Concordou Sakura e então Kizashi e Mebuki apareceram na sala.

— Sasuke, querido! Que bom que já chegou! Estamos todos prontos? – Perguntou Mebuki.

—  Vim o mais rápido que pude! – Disse Sasuke sorrindo.

— Bom ver que você despertou do coma, Sasuke! Sakura ficou desesperada quando soube. Ela só pensava  em pegar o avião e ir ao seu encontro... – Dedurou Kizashi.

— A Sakura te ama muito, Sasuke. – Comentou Mebuki.

— Mãe, pai... por favor... – pediu Sakura envergonhada.

— Eu tenho certeza que tenho a melhor namorada do mundo. – Respondeu Sasuke, trocando um olhar apaixonado com Sakura.

— Bem, melhor nós irmos, senão a Ino vai estranhar a gente se atrasar. – Interrompeu Sakura.

— Vamos! – Todos concordaram.

[...]

Ino tinha se empenhado, de fato, para fazer a noite de todos ser agradável. Quando a família Haruno e Sasuke chegaram ao apartamento da loira, uma música leve tocava ao fundo, Kiba estava no sofá com uma taça de vinho e Ino sendo uma adorável anfitriã. O abraço da Yamanaka com Sakura foi longo, então Ino disse para Sakurar tentar relaxar. Em seguida, abraçou Sasuke, que se dedicou a afagar a barriga da mulher que carregava seu sobrinho no ventre.

— Vai ser um meninanão, né? – Perguntou Sasuke e Ino assentiu.

— Será. Inojin já é minha vida, então nem quero imaginar como vai ser depois que ele crescer. – Comentou Ino.

— Ino, quero pedir desculpas por não ter ficado do seu lado antes. – Disse Sasuke.

— Eu entendo suas razões. Tá tudo bem. Pelo menos, agora está. – Ino sorriu e então foi falar com Mebuki e Kizashi, que em suas mãos traziam presentes para o pequeno Inojin.

— Oi Kiba. – Cumprimentou Sakura, se aproximando do amigo, sendo, em seguida, acompanhada por Sasuke.

— Oi, Sakura. Bom te ver. Como tá? – Perguntou Kiba, se referindo ao acontecido com Deidara.

— Me refazendo e você? – Perguntou Sakura.

—  Estou bem. Ficou sabendo que sou o novo protagonista do monólogo? – Perguntou Kiba, embora já soubesse a resposta.

— Sim, eu já sabia. Fiquei feliz de saber que seria você. – Respondeu Sakura.

— O Deidara deve estar vendo de algum lugar as lindas homenagens que vocês estão fazendo por ele. – Comentou Sasuke.

— É o mínimo. – Resumiu Sakura.

— Ele era um cara querido por todos. Não éramos muito próximos, mas sei o que ele significava pra você, Sakura. Então, ele é importante pra mim também. – Disse Kiba.

— Obrigada, Kiba. – Disse Sakura.

— Gente, vou servir o jantar! – Anunciou Ino interrompendo a conversa de todos.

— O que você fez? Lasanha? – Perguntou Kiba, se levantando do sofá.

— Engraçadinho – risos – Fiz algo mais elaborado. Temos salada, um risoto de camarão e, para a sobremesa, Crème brûlée. – Gabou-se Ino.

— Tá chique ela! – Riu Sakura.

— Meu sobrenome é riqueza, fofa! – Afirmou Ino.

— E para beber Ino? – Quis saber Kizashi.

— Como vocês já devem imaginar, não estou bebendo, mas recebi uma ótima indeicação de vinho para servir a todos vocês e para aqueles que não quiserem beber tenho água e suco e melancia. – Comunicou Ino.

— Quem indicou o vinho? – Perguntou Sasuke curioso.

— O Gaara. – respondeu Ino tranquilamente e Kiba fez uma careta.

— Você ainda está flertando com ele mocinha? – Perguntou Kiba.

— Não, claro que não. Nos esbarramos no supermercado e ele indicou o vinho. Foi só isso. Não fantasia, Kiba. – Disse Ino.

— Ah, tá. Claro que sou eu quem está fantasiando. – Debochou Kiba, então Sakura e Sasuke riram.

— Idiota! – criticou Ino e então todos foram jantar ainda com ar de riso.

Todo o jantar foi muito agradável. Ino falou praticamente o jantar inteiro sobre as experiências de mãe de primeira viagem e recebeu inúmeros conselhos de Mebuki. Vez ou outra, Sasuke e Kiba conversavam sobre o período em que o Uchiha ficou fora e Sakura ficou surpresa em ver os dois sendo cordiais. No fim do jantar todos quiseram brindar à vida, então, Kiba fez questão de puxar o brinde.

— Nossa noite foi incrível, senhoras e senhores! Por isso, nada mais justo que brindemos à vida. Temos que comemorar porque estamos vivos, porque estamos tendo uma segunda chance ou por darmos à vida a alguém, como é o caso da Ino. Então, acho que devemos dar um grito de guerra para expurgarmos tudo que não presta de nossas vidas e começarmos de novo. Repitam comigo: Chupa Itachi! – Disse Kiba e todos repetiram.

— Chupa Itachi!

— Amor, sei que ele é seu irmão, mas foi um crápula.  – Comentou Sakura após beber um pouco do vinho.

— Eu sei. Sinceramente, não sei como perdoá-lo. – Confessou Sasuke.

— Talvez, ele não mereça perdão. –Opinou Ino.

— Tenho que concordar com a Ino nesse ponto. – Intrometeu-se Kiba.

— Não sejam tão radicais! Ele é jovem e errou, mas está querendo se corrigir. Acho que todos vocês deveriam perdoá-lo. – Palpitou Mebuki.

— Sei que é difícil perdoar, mas é uma atitude que só grandes pessoas são capazes de tomar. Como sei que todos vocês são grandiosos, imagino que o perdão seja questão de tempo. – Disse Kizashi.

— Acho que não sou tão nobre assim... – Disse Ino.

— Nem eu. – Completou Kiba.

— Sasuke? Sakura? – Perguntou Kizashi, querendo saber o que os dois pensavam.

— Não sei opinar no momento, pai. O que Itachi fez foi errado. Peerdoar agora seria como passar a mão na cabeça dele e dizer que é um bom menino. Se o perdão for fácil, ele continuará comentendo os mesmos erros. – Argumentou Sakura.

— E você Sasuke? O que pensa a respeito? – Indagou Kizashi.

— Estou decepcionado com meu irmão. Amo Itachi, mas o que ele fez foi errado. Não consigo perdoá-lo agora. Talvez, com o tempo... – Sasuke deixou no ar a vontade de perdoar o irmão.

— Acredito que sua mãe não esteja feliz vendo os dois filhos brigados... – Comentou Mebuki.

— Não, ela não está.  Mas ela entende como eu me sinto e vai me dar espaço. – Respondeu Sasuke.

[...]

Após o jantar, Sakura foi acompanhada por Sasuke até sua casa. Já em seu quarto, a Haruno fez questão de mostrar ao namorado a caixa com as coisas de Deidara e o Uchiha ficou surpreso com o conteúdo, especialmente dos cadernos.

— Você tem certeza que quer ficar com todas essas lembranças? – Perguntou Sasuke.

— Que mal tem? – Perguntou Sakura, se sentando ao lado do namorado.

— Talvez, traga mais sofrimento. – Opinou Sasuke.

— Não me sinto assim quando estou rodeada pelas coisas dele. Aliás, me sinto bem. É como se o Dei ainda estivesse aqui. – Confessa Sakura.

— Mas ele não está. – Rebate Sasuke e Sakura o encara.

— Você não está com ciúmes dele né? Não agora, depois de tudo que aconteceu... – Chocou-se Sakura.

— Ele sempre foi apaixonado por você. Lendo o que ele escreveu nesses cadernos fica óbvio. – Argumentou Sasuke.

— O Dei nunca desrespeitou o nosso namoro. Pelo contrário, sempre foi o nosso maior incentivador. – Disse Sakura.

—  Não é o que parece lendo isso aqui... – Disse Sasuke abrindo na página em que Deidara admitia estar apaixonado por Sakura.

— Se eu te contar que eu e o Dei nos beijamos quando nós estávamos separados, o que você diria? – Perguntou Sakura.

— É sério isso? Ele ainda teve a coragem de te beijar? – Perguntou Sasuke.

— Na verdade, ele se declarou e me pediu em namoro. – Confessou Sakura.

— Sakura, eu sei que a situação é delicada porque ele morreu, mas eu não gostei de saber disso. – Afirmou Sasuke.

— Esses fatos mudam o que você sente pelo Deidara? Acha ele menos digno das homenagens que fizemos e ainda vamos fazer para ele? – Questionou Sakura.

— Eu sei que o Deidara foi uma pessoa boa. Isso não muda, mas é claro que não me sinto confortável sabendo dos sentimentos dele por você, que ele brigaria comigo por você.

— Sasuke, ele me levou ao aeroporto para que eu fosse até você. Ele jamais brigaria contigo. – Disse Sakura.

— Tudo bem. – suspira – Não vou pedir para você se livrar das coisas dele. Se você se sente bem cercada por tudo isso, pode ficar.

— Obrigada. – Sakura então abraça Sasuke.

— Não me intrometer no seu processo de luto. Eu te amo e estou aqui para o que precisar. – Afirmou Sasuke.

— Eu te amo. Você é incrível, sabia? – Disse Sakura e em seguida ganhou um beijo tranquilo de Sasuke.

— Sei. Só um cara incrível teria uma namorada tão maravilhosa assim. – Disse Sasuke e ganhou o mais belo sorriso de Sakura.

— Dorme aqui? – Pediu Sakura.

— Tem certeza? – Perguntou Sasuke.

— Absoluta. Preciso de alguém pra fazer cafuné enquanto eu durmo. – Admitiu Sakura.

— Ok. Cafunés garantidos, mas eu quero ser pago com beijos. Pode ser? – Ofereceu Sasuke.

— Beijos e cafunés parecem uma boa combinação... Fechado! – Disse Sakura sorrindo.

— Eu não trouxe pijama pra trocar... – Disse Sasuke ingenuamente.

— Pra que roupa? Dorme pelado ué... – Disse Sakura naturalmente e Sasuke riu.

— Ok. – Disse ele já tirando as roupas e Sakura foi trancar a porta do quarto.

— A noite é toda nossa, baby. – Disse admirando o corpo nu de Sasuke na cama.

[...]

Rio de Janeiro. Segunda-feira, 6 de agosto de 2018.

Itachiu ensaiou um discurso para dizer a Ino a noite toda. Agora, de manhã, ele estava plantado na frente do prédio da ex-namorada tomando coragem para encará-la. Talvez, fazer isso seja a coisa mais difícil que ele tenha encarado desde então. Admitir estar errado e pedir perdão não eram hábitos comuns de Itachi.

Por isso, ele quase recuou no momento após tocar a campainha do prédio. Mas, logo o porteiro apareceu e Itachi perguntou se Ino estava no apartamento. O porteiro então ligou para o apartamento e comunicou Itachi que a senhorita Yamanaka estava aguardando por ele. Itahci então agradeceu e subiu pelo elevador social.

Quando chegou ao andar, Ino já esperava por ele com a porta aberta. Fazia algum tempo que eles não se viam, então ele ficou surpreso ao ver a barriga já aparente de Ino. Seu filho morava ali. Ino reparou que o olhar do ex estava repousado em sua barriga, então ela logo tratou de chamar a atenção para o seu rosto.

— Entre Itachi. Temos muito o que conversar. – Disse Ino já entrando no apartamento e Itachi  acompanhou.

— Você está com quantos meses mesmo? – Perguntou Itachi ainda confuso com as datas.

— 7 meses.  27ª semana. – Respondeu Ino.

— Logo ele vai nascer. Já tem um nome? – Perguntou Itachi sentando-se no sofá da sala.

— É Inojin. Sasuke não te disse? – Perguntou Ino.

— Eu e ele não estamos nos falando. – Respondeu Itachi.

— Ah, claro. Ele descobriu que você é um babaca e quer distância da pessoa tóxica que você é. – Alfinetou Ino.

— Lembre-se que um dia você me amou e amou tanto que espera um filho meu. – Disse Itachi.

— Agora ele é seu? Engraçado que não foi isso que você disse dinte do juiz. – Argumentou Ino.

— Eu errei. Peço desculpas por tudo de ruim que eu fiz a você e ao bebê. Me arrependi e estou aqui porque quero ser um pai para essa criança. – Admitiu Itachi.

— O que mudou? – Questionou Ino.

— Ser pai nunca esteve nos meus planos. Não vou justificar para você o que aconteceu para que eu pensasse dessa forma, mas quero que saiba que fiz uma promessa. Prometi que se Sasuke saísse do coma, daria meu nome a esse bebê. – Revelou Itachi.

— É só isso que Inojin terá? Um sobrenome? – Questionou Ino seriamente.

— Não, claro que não. Ele terá uma pensão e farei o possível para se rum pai presente. Posso ficar com ele nos finais de semana. – Propôs Itachi.

— Meu filho não merece ter um pai só aos fins de semana. – Disse Ino.

— O que quer que eu faça? Quer casar comigo? Formar uma família? – Perguntou Itachi.

— Não é pra tanto... – Disse Ino.

— Não é? Se você quiser, eu caso. Eu queria você como esposa antes do bebê. Eu ainda amo você, Ino. – Disse Itachi.

— Me ama? Não diga uma besteira dessas... Quem ama não faz o que você fez. Não quero formar uma família com você. Itachi, você é o pai do Inojin e só. Terei de lidar com você por toda uma vida? Sim, mas isso não me obriga a ser sua esposa. Isso deixou de ser um desejo meu há meses. – Relatou Ino.

Então, o que quer de mim se rejeita meu amor? – Perguntou Itachi.

— Quero que você me acompanhe nas consultas, saiba do desenvolvimento do Inojin nas últimas semanas, compre uma roupinha e um brinquedinho pra ele se lembrar de você quando estiver ausente. Espero que você esteja presente no dia do parto, que venha vê-lo na maternidade, que troque fraldas, dê banhos, que mais pra frente leve na escola, no futebol, na natação, que ensine ele a comer verduras e frutas, que conte histórias para ele dormir. Enfim, eu quero que você seja pai.  – Desabafou Ino.

— Eu posso ser esse cara. – Concordou Itachi visivelmente emocionado.

— Que bom. – Respondeu Ino deixando uma lágrima escapar e a secando em seguida.

— Ino, você me perdoa? – Perguntou Itachi.

—  Quem tem que te perdoar aqui não sou eu. – Disse Ino, então Itachi se ajoelhou aos pés dela, colocou as mãos na sua barriga e começou a falar com Inojin.

— Eu fui um péssimo pai nos últimos sete meses, Inojin. Espero que você possa me perdoar algum dia. Apesar de tudo, você teve muito amor da Ino, que é uma mãe incrível. A partir de agora, seu pai vai tentar ser alguém legal, alguém de quem você será capaz de se orgulhar um dia ok? – Disse Itachi e então Inojin mexeu e o Uchiha riu.

— Ele mexeu. Acho que ficou feliz em ouvir a sua voz. – Disse Ino.

— Eu to feliz em senti-lo também. – Admitiu Itachi sem soltar a barriga de Ino.

—  Não decepciona a gente de novo. – Pediu Ino.

— Não vou. – Itachi se levanta. – O Inojin está precisando de algo com urgencia? Eu posso providenciar. – Avisa Itachi.

— Ele é um menino de sorte. Tem tudo. – Respondeu Ino.

— E seus pais? – Perguntou Itachi, mudando de assunto.

— Meu trabalha muito, não para em casa, mas está feliz com o fato de ser avô. Já a minha mãe continuara morando fora, mas liga sempre e prometeu vir para o parto. – Contou Ino.

— Você não se sentiu sozinha nesses sete meses? – Perguntou Itachi.

— Às vezes, sim. Mas, na maior parte do tempo, Sakura, os pais dela e o Kiba estão comigo.

— Você e o Kiba... – Ia insinuando Itachi, mas Ino o corta.

— Eu  e o Kiba somos amigos.

— Só amigos?

— Só. Se tivessemos reatado, eu lhe diria. Não escondo minha vida de ninguém, embora ache que com quem eu saio ou deixo de sair não seja da sua conta.

— Eu não tenho chance? Que dizer... você está solteira, nós vamos ter um filho. Seria natural que a gente tentasse de novo. – Sugeriu Itachi.

— O mundo mudou Itachi. Eu não preciso mais casar com você para ter honra e o respeito da sociedade. Eu já quis muito ser a senhora Uchiha, mas não quero mais.

— É uma pena. Formaríamos uma linda família.

— Somos família, mas não desse jeito. Podemos ser amigos...

— Não sei ser amigo de mulheres bonitas. – Admitiu Itachi.

— É uma pena. É tudo que poderíamos ser pelo bem do Inojin.

— Entendi. Bem, você tem meu telefone. Se precisar, ligue. Agora, eu preciso ir trabalhar. – Disse Itachi se preparando para partir.

— Eu ligo pra avisar a data da próxima consulta. Quero que vá comigo. – Disse Ino.

— Combinado. Aguardarei ansiosamente. – Despeciu-se Itachi, dando um beijo de surpresa em Ino na bochecha.

— Tchau. – Ino disse após abrir a porta e vê-lo indo embora.  

[...]

A noite de Sasuke tinha sido boa. Então, ele chegou em casa cantarolando baixinho.  No entanto, o sorriso sumiu de sua face ao ver seus pais discutindo na sala. Havia duas malas, mas não parecia que ninguém ia viajar. Após observar um pouco da briga, ele logo entendeu. Mikoto e Fugaku estavam se separando.

— Ei, o que aconteceu? – Perguntou Sasuke perplexo.

— Diga a ele Fugaku! Vamos ver se tem coragem! – Afrontou Mikoto.

— Filho, sua mãe está exaltada, mas vamos nos entender. Estou tentando me explicar. É muito bom verque você se recuperou – Disse Fugaku indo abraar o filho, já que o encontrava pela primeira vez após sua chegada.

— Não mude assunto! – resmungou Mikoto.

— Eu não estou entendendo nada. O que aconteceu? – Perguntou Sasuke após se afastar do abraço do pai.

— Já que o Fugaku é um covarde e não diz, eu vou falar. Seu pai me traiu, Sasuke! – Revelou Mikoto e Sasuke ficou boquiaberto.

— Não é possível... – Disse Sasuke.

— Tanto é possível que eu flagrei ele com uma enfermeira aos beijos! – Afirmou Mikoto.

— Foi um deslize, meu filho! Sua mãe não entende, mas você é capaz de me entender, não é? – Perguntou Fugaku na esperança do flho defendê-lo.

— Não, não entendo. Como o senhor teve coragem de trair a sua esposa enquanto eu estava em coma em outro país? Até o crápula do Itachi esteve comigo no hospital, mas o senhor nem ligou para saber o meu estado de saúde. – Esbravejou Sasuke.

— Filho, você sabe que o hospital me consome muito, que trabalho bastante para dar o padrão de vida que vocês têm. – Argumentou Fugaku.

— Pelo visto, não consome o bastante porque sobrou tempo para transar com a enfermeira. – Se meteu Mikoto.

— Vocês estão se separando? – Perguntou Sasuke.

— Sim, essas não as malas do seu pai. Ele está se mudando. – Avisou Mikoto.

— Eu não quero me mudar Mikoto. – Retrucou Fugaku.

— O que? Prefere trazer a sua enfermeira para morar aqui e me expulsar da minha casa? – Questionou ironicamente Mikoto.

— É claro que não! Não seja teimosa, mulher! – Bradou Fugaku.

— Pai, é melhor o senhor ir embora. A mãe já decidiu. Esse casamento acabou ou o senhor não tá vendo? – Perguntou Sasuke e finalmente Fugaku se deu conta.

— É. São 27 anos de casamento jogados fora por nada. – Lamentou Fugaku.

— Não me culpe, pois foi você quem destruiu esse casamento. Pegue suas malas e vá. – Disse Mikoto abrindo a porta do apartamento.

Fugaku pegou as malas em silêncio e saiu. Ao ver o marido saindo, Mikoto desabou e chorou na frente de Sasuke, que abraçou a mãe. Eles não falaram nada. Mikoto só precisava que Sasuke continuasse ali a amparando, já que seu mundo acabara de desabar diante de seus olhos. Mikoto não sabia como ia continuar sem Fugaku, mas daria uma jeito.

[...]

Mais tarde, Sasuke foi se encontrar com Sakura no shopping. Ele precisava espairecer e a namorada combinou de tomarem um lanche para ele comer e desabafar.

— Eu imagino o quanto tenha sido duro ver os seus pais se separando. – Comentou Sakura enquanto Sasuke estava focado em beber seu milkshake de uma vez só.

— Minha família sempre teve harmonia, Sakura. Não sei quando isso mudou, porque mudou. Admitiu Sasuke.

— Talvez, o casamento deles já estivesse em crise  e o seu pai só se deu conta disso quando sua mãe passou os três meses fora. – Chutou Sakura.

— Eles se amavam. Pelo menos, sempre pareceu. – Disse Sasuke.

— Nem sempre um casamento acaba por falta de amor. – Argumentou Sakura.

— Por que você acha que o casamento dos meus pais acabou? – Perguntou Sasuke.

— Não sei, não conheço seus pais tão bem. Tivemos pouca convivência. Mas, pelo pouco que eu conheço, acho que seu pai era muito dependente da sua mãe. Aí, quando ela se voltou para cuidar de você, ele se sentiu trocado e tentou substituí-la. Acho que ele pensou que era temporário, mas o flagrante fez o plano dele ir por água abaixo. – Imaginou Sakura.

—  Então, meu pai era dependente da minha mãe, mas a minha mãe não era dependente do meu pai?

— Exatamente. Sua mãe sempre foi independente. Apesar de ser a mulher casada e mãe, ela sempre foi uma pessoa com uma vida profissionais ativa. Nada a aprende ao seu pai. O elo entre eles devia ser o amor, o respeito, a confiança. Então, seu pai rompeu com o respeito e a confiança. Só amor não faz milagre. – Insistiu Sakura.

— Verdade. Obrigada por me ouvir. Eu precisava conversar com alguém. – Agradeceu Sasuke.

— Sim, pode contar sempre com a sua namorada, vulgo amor da sua vida. – Respondeu Sakura, segurando a mão de Sasuke em cima da mesa.

— Sakura Haruno, amor da minha vida, razão pela qual respiro, motivo de abrir os olhos, minha garota, futura esposa, mãe dos meus filhos, avó dos meus netos e...

— Médica! Não esqueça que eu serei uma grande médica! – Lembrou Sakura.

— Como esquecer? Além de tudo isso, vou ter minha própria médica. Queria que você voltasse a morar comigo logo. – Revelou Sasuke.

— Acho que fomos precipitados com isso de ir morar junto. Podemos esperar. Somos jovens!

— Eu sei, Sakura. Mas, sinto falta de noites como as de ontem.

— Eu também sinto, amor.

— Então, por que você não casa comigo logo?

— Ei, você não escutou nada do que eu disse sobre termos nos precipitado? A gente precisa namorar, noivar e casar. Nessa ordem. Sem pular etapas pode ser?

— Pode ser. – Disse num resmungo.

— Você fica tão lindo resmungando, sabia? – Sakura riu.

— Te amo. – Declarou-se Sasuke, então Sakura lhe roubou um beijo.

[...]

Mikoto estava jantando sozinha. Ela estava triste, pensativa e seu único conforto era taça de vinho tinto que bebia. De repente, ela ouviu um barulho na porta da sala e se questionou se era Fugaku. Será que o ex-marido teria a ousadia de impor sua presença mesmo após ela tê-lo expulsado dali? O som dos passos se aproximava então, quando ela levantou o olhar para encarar a pessoa parada na entrada da sala de jantar, se surpreendeu ao ver Sasori parado ali.

— Boa noite, dona Mikoto.  – Disse Sasori.

— Boa noite, Sasori. – Respondeu Mikoto pausando o jantar.

— Desculpe se te assustei. Não queria incomodá-la com a minha presença. É que a minha avó me deu a chave da porta. – Avisou Sasori.

— Não tem problema, querido. Sua avó me avisou que você está morando aqui novamente. – Disse Mikoto tranquilamente.

— Sim, eu tive que entregar o quarto que eu alugava no apartamento de um amigo. Ele começou a namorar e agora quer privacidade com a garota. Tive que sair às pressas. Mal tive tempo de ver um lugar novo, mas vou procurar. Não quero abusar da sua hospitalidade. – Disse Sasori educadamente.

— Não se preocupe. Fique o tempo que precisar. Já jantou? – Perguntou Mikoto.

— Ainda não. Vim direto do meu plantão do hospital. Comi um lanche lá, mas já estou com fome.

— Então, se sirva e jante comigo. É muito chato comer sozinha. – Convidou Mikoto.

— Tudo bem. – Disse Sasori, então ele foi até a cozinha se servir e voltou para se sentar com Mikoto.

— A comida ainda está quente? – Perguntou Mikoto.

— Esquentei no micro-ondas. Cadê a minha avó? – Perguntou Sasori.

— Ela já se recolheu. Sua avó já tem certa idade, então a dispensei para descansar. – Comentou Mikoto.

— Claro. Quando eu me formar, farei com que ela se aposente. Já passou da hora dela parar de trabalhar. – Disse Sasori.

— Justo. Afinal, ela dedicou a vida inteira a criar você, a pagar o seu estudo. – Disse Mikoto.

— Sim, ela fez o melhor. Mas nós também tivemos muita ajuda. Se não fosse a senhora e o seu marido, teria parado no ensino médio. – Admitiu Sasori.

— Seria um talento desperdiçado. Você será um excelente médico, Sasori. – Elogiou Mikoto.

— Assim espero... Dessa forma, poderei sustentar minha avó. – Disse Sasori.

— Você é um bom garoto. Nunca entendi porque Itachi sempre implicou com você. – Comentou Mikoto.

— Ele via a forma como seu marido me tratava e se sentia preterido. – Esclareceu Sasori.

— Itachi foi muito mimado. Fugaku sempre me culpou por isso. Mas enfim... agora ele não é mais meu marido. Não pode me culpar por mais nada. – Revelou Mikoto.

— O que aconteceu? – Perguntou Sasori curioso.

— Fugaku passou os últimos três meses me traindo com uma enfermeira do hospital. Assim que voltei dos Estados Unidos, eu o flagrei. Fim. – Resumiu Mikoto.

— Sinto muito. – Disse Sasori sinceramente.

— Não sinta. Foi melhor assim. Prefiro o fim a viver uma farsa. Provavelmente, essa não foi a primeira vez que ele fez algo parecido. Burra, eu não percebi antes. – Disse Mikoto.

— Sasuke e Itachi já sabem? – Perguntou Sasori.

— Sasuke ficou sabendo hoje, mas Itachi ainda não sabe. Não nos falamos desde ontem. Acho que ele tinha coisas pendentes para resolver. – Comentou Mikoto.

— Bem, melhor você ligar para ele e contar. Se meus pais estivessem vivos e fossem se separar, eu gostaria de saber o mais rápido possível.

— Vou fazer isso, querido. – Afirmou Mikoto.

[...]

Mais tarde, Mikoto ligou para Itachi. O primogênito estava entusiasmado com a ideia de ser pai e desatou a falar com a mãe no telefone antes mesmo que ela desse a notícia do divórcio.

— Itachi, querido, você pode falar agora? – Perguntou Mikoto assim que o filho atendeu.

— Claro, mãe! Tá tudo bem? – Perguntou Itachi.

— Sim e você? – Perguntou Mikoto.

— Estou. Hoje, fui falar com a Ino. Ela não me tratou bem, é claro. Não esperava que fosse diferente, mas nos acertamos. Acho que só agora começou a cair a ficha de que vou ser pai. Nunca quis ser, mas encostar na barriga dela, falar com o bebê, esse tipo de coisa mudou algo em mim. – Confessou para a mãe.

— Que ótimo, querido! Fico feliz por você e pelo meu neto. – Disse Mikoto.

— Bem, eu também estou feliz. Mas a senhora não deve ter ligado só para saber disso não é mesmo?

— Não, Itachi. Na verdade, eu tenho um assunto sério para falar com você. – Começou Mikoto.

— O que aconteceu? Algo com Sasuke? – Chutou Itachi.

— Seu irmão está ótimo. Não foi nada com ele. Na verdade, diz respeito a mim e ao seu pai. Infelizmente, nosso casamento chegou ao fim. – Contou Mikoto.

— O que ele fez? – Questionou Itachi.

— Ele me traiu, mas, querido, não quero que você fique com raiva do seu pai. – Pediu Mikoto.

— Ele não tinha esse direito, mãe! – Argumentou Itachi.

— Eu sei, mas foi o que aconteceu. Seu pai queria continuar o casamento apesar de tudo, mas não admiti. Acho que não conseguiria confiar nele novamente. Você me entende, filho? – Perguntou Mikoto.

— É claro que sim. A senhora tem o meu total apoio. – Confirmou Itachi.

[...]

Rio de Janeiro. Terça-feira, 7 de agosto de 2018.

Konan chegou ao Rio de Janeiro com vontade de ver Itachi e Sasuke. Primeiro, passou no apartamento do Uchiha mais velho e foi recebida com um abraço de urso.

— Senti saudade. – Confidenciou Itachi.

— Eu também! – Respondeu Konan sorrindo.

— A que devo a sua visita? – Disse Itachi, já puxando Konan para dentro do apartamento.

— Além da vontade de te ver, vim pra cá a trabalho. Tenho que posar para uma linha de maiôs. Não sou modelo, mas eles insistiram tanto para ter uma atleta na campanha que acabei topando pela grana. – Confessou Konan.

— Você é muito bonita. Seria uma ótima modelo. – Observou Itachi.

— E você muito cortês. Aliás, me conta, como foi com a mãe do seu filho? Temos um final feliz? – Perguntou Konan.

— Ela foi educada, mas não me deu bola. Eu até propus casamento e ela recusou! – Contou Itachi.

— Que má! Se você me propusesse casamento, eu diria sim! – Disse Konan.

— Bem, eu não te engravidei e larguei. Ou seja, acho que ela tem motivos mais graves pra não aceitar. – Disse Itachi.

— Ah, você é tão bonitinho que ela deveria dar uma chance. Afinal, vocês serão uma família né?

— Sim, mas só somos a família do Inojin.

— Tá animado, papai? – Perguntou Konan num tom brincalhão.

— Comecei a ficar animado com a ideia de ser pai. Vai ser uma tarefa difícil. Não sei se dou conta. Não quero ser como o meu pai que, por sinal, é um babaca e traiu a minha mãe. – Revelou Itachi.

— O que? Seu pai e sua mãe estão separados agora ou ela perdoou?

— Ela fez as malas deles e o expulsou de casa. Achei justo. Viu? Eu tenho a quem puxar! Sou um babaca como ele. – Disse Itachi.

— Você errou e errou feio, mas não é uma pessoa ruim. Também não acredito que seu pai seja tão horrível assim. – Defendeu Konan.

— Ah, nem vem Konan...

— Desde a primeira vez que conversamos, eu soube que estava diante de alguém fantástico.  Não me faça mudar de ideia.

— Só você me vê com esses olhos. – Respondeu Itachi.

— Bem, eu te vejo como você realmente é. Agora, precisamos ver como fazer um quarto pro bebê aqui nesse apartamento. Você já comprou um berço? – Perguntou Konan.

— Não. Ele já tem um quarto na casa da mãe. – Disse Itachi.

— Ah, mas ele precisa de um quarto aqui também já que vocês dois não vão casar. Quer que eu te ajude? Posso te ajudar a decorar o quarto.  – Ofereceu-se Konan.

— Acho que pode ser uma boa ideia. – Concordou Itachi.


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