Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 37
Minha escolha é você


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente! Feliz ano novo! Ainda tá valendo né? Desculpem a demora, mas me enrolei completamente, tive um bloqueio criativo no meio do capítulo e aí tive que ir escrevendo um pouquinho a cada dia para concluí-lo. Enfim, espero que vocês gostem e depois comentem. Beijos e obrigada por todo o apoio sempre!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/732127/chapter/37

Massachusetts, Estados Unidos. Sexta-feira, 3 de agosto de 2018.

Sakura estava voltando para o Brasil. Ela, Sasuke, Naruto, Hinata, Mikoto e Itachi retornariam para casa no mesmo voo. Por conta disso, Sakura deu de cara com Itachi no aeroporto e, obviamente, do encontro saiu faísca.

— É um desprazer imenso ver a sua cara. – Disse Sakura a Itachi após cumprimentar Sasuke e Mikoto.

— Melhor ir se acostumando cunhadinha. Se pretende ficar com o meu irmão, logo seremos da mesma família. – Apontou Itachi.

— Fique quieto, Itachi. – Mandou Sasuke.

— Dessa vez tenho que concordar com o seu irmão. Filho, se comporte. Afinal, o errado dessa vez foi você. – Completou Mikoto.

— Tudo bem, mãe. Vou ali lanchar pra evitar que a mocinha aí fique olhando muito tempo pra minha cara. Com licença. – Disse Itachi e saiu.

— É bom saber que a senhora não apoia as atrocidades que o seu filho fez. – Disse Sakura.

— Realmente, não concordo com as atitudes de meu filho. No entanto, também não quero que você alimente ainda mais uma briga entre irmãos. Sasuke e Itachi são família e precisam voltar a se falar. – Opinou Mikoto.

— Eu entendo o que a senhora pensa, afinal, é o seu filho. Também não quero alimentar briga nenhuma. Quero justiça! Quero que ele assuma o filho, que trate a minha amiga Ino com respeito e lhe peça perdão por todo o mal feito até agora. – Posicionou-se Sakura.

— Tenho certeza de que meu filho agirá como o homem maduro que é. - Garantiu Mikoto.

— Vamos mudar de assunto por favor? Sakura, cadê Hinata e Naruto? – Sasuke perguntou.

— Eles foram despachar a bagagem e a fila tava um pouco grande. Já devem estar chegando. – Disse Sakura.

— Você não precisou despachar? – Questionou Mikoto.

— Não, trouxe apenas a bagagem de mão. Desde o início só vim para ver o Sasuke. – Contou Sakura.

— Aliás, Sakura, te devo desculpas. Fiz um mal julgamento de você e da sua amiga por causa do meu filho, então, tenho que reconhecer que também errei. Faço gosto no seu namoro com Sasuke. Sua atitude de vir atrás dele num momento de dificuldade só mostra que bem bom caráter. – Elogiou Mikoto.

— Obrigada, senhora. Como eu já disse, estou feliz em ver que a senhora age de forma diferente que Itachi. – Disse Sakura.

— Quem está feliz aqui sou eu de ver minha mãe e minha namorada se dando bem. – Disse Sasuke.

Em seguida, Hinata e Naruto chegaram. Os dois avisaram que o voo deles já estava sendo anunciado e que era melhor eles procurarem o portão de embarque. Itachi embarcou por último. Resolveu ficar afastado para não bater boca com Sakura e piorar a situação com o irmão. Ele sabia que não seria fácil para Sasuke perdoá-lo.

[...]

Rio de Janeiro. Sexta-feira, 3 de agosto de 2018.

Ino estava bem. Sakura havia ligado para a amiga dos Estados Unidos e contado sobre Sasuke e também sobre Itachi. De certa forma, Ino ficara aliviada com a promessa do ex-namorado de registrar seu filho. Com a chegada da amiga, Ino prometeu fazer um jantar em sua casa para Sakura, Mebuki e Kizashi. Como não era muito de cozinhar, resolveu de última hora o que faria e foi no mercado comprar. Por acaso, ela acabou encontrando com Gaara na sessão de bebidas.

— Oi, Gaara. – Disse Ino ao vê-lo.

— Oi, Ino. Tudo bem? – Perguntou Gaara.

— Mais ou menos. Confesso que ainda estou um pouco abatida com a morte do Deidara. – Comentou Ino.

— Pois é. Foi triste mesmo um rapaz tão jovem com um futuro tão bonito pela frente morrer desse jeito horrível. – Disse Gaara.

— Ele era uma pessoa tão boa, sabe? Ele salvou minha vida e do meu bebê. Tomara que a alma dele esteja em paz. A Sakura também está sofrendo. – Completou Ino.

— Eles eram muito próximos né? – Perguntou Gaara.

— Muito! Eram unha e carne! Você o conhecia também? Porque eu te vi no velório, embora a gente não tenha se falado lá. – Comentou Ino.

— Só o conhecia de vista mesmo. A Temari que conhecia melhor. Fui no velório acompanhar a minha irmã. – Disse Gaara.

— Vocês teriam se dado bem. O Deidara era cheio de vida. – Disse Ino.

— Ino, e como tá a gravidez? – Perguntou Gaara olhando para a barriga de Ino.

— Bem. Muito bem! Estou fazendo o pré-natal direitinho e tá tudo certo com o Inojin. – Disse Ino.

— Inojin é um menino de sorte. Vai ter uma mãe linda. – Elogiou Gaara.

— Ah Gaara – risos – você falando assim eu até acredito!

— É pra acreditar! Você é uma das mulheres mais lindas que eu já vi! Grávida tá ainda mais bonita. – Continuou elogiando.

— Às vezes, eu penso que sou a mais feia. – Confessou Ino.

— Besteira! – Retrucou Gaara.

— Depois de escolher tão mal meus namorados, vi que essa beleza que você fala é só acessório, que não cativa. Então, eu me sinto feia por dentro. – Ino tenta explicar.

— Você não é feia por fora nem por dentro.  – Afirmou Gaara.

— Como tem tanta certeza? – Perguntou Ino.

— Apenas sei. – Diz Gaara e então pega uma garrafa de vinho. – Você devia levar uma dessa também. É o melhor vinho do mundo! – Comentou Gaara.

— Vou levar uma então – Ino pega a garrafa e coloca no carrinho – Embora eu não possa beber, os convidados podem gostar.

— Com certeza vão! Temari e Karin amam esse vinho também! – Revelou Gaara.

— Esse vinho aí é para alguma delas? – Perguntou Ino como quem não queria nada.

— Sim, Karin me pediu para levar o vinho hoje à noite. – Contou Gaara.

— Qual a comemoração? – Questionou Ino.

— Nada em especial. Gostamos de fazer um jantar romântico por semana para não cair na rotina. – Informou Gaara.

— Que fofo! – Derreteu-se Ino sem perceber e Gaara riu.

— Acha mesmo? – Perguntou Gaara.

— Acho. Sua namorada é uma garota de sorte. – Disse Ino sendo sincera.

— Eu também sou. Bem, melhor eu ir para não me atrasar. Até mais, Ino. – Despediu-se Gaara.

— Até. – Ino disse e viu Gaara se afastar.

— Por que um cara desse não se apaixona por mim, senhor? – Reclamou Ino baixinho para Gaara não ouvir.

[...]

Sem Naruto no apartamento, Karin tinha todo o espaço para si. Com isso, Gaara tinha ficado lá por várias noites e, para se despedirem da casa só pra eles, o casal resolveu fazer um jantar romântico. Karin amava profundamente cada gesto de Gaara para manter a relação deles boa. O namoro tinha começado com muita paixão e admiração mútua, mas nos últimos tempos eles tinham brigado e caído na rotina. Para manterem aquela relação viva, Gaara propôs que fizessem os jantares e funcionou. Desde que começaram as brigas tinham diminuído muito.

Quando Gaara chegou com o vinho, tudo estava pronto. Karin já estava banhada e perfumada, então o recebeu com um beijo caloroso que fez brotar um sorriso bobo na face de Gaara.

— Você está linda, sabia? – Elogiou Gaara, o que fez os olhos de Karin brilharem.

— Sim, sabia. Você também está, mesmo de bermuda e chinelo. – Analisou Karin.

— Vou me trocar. Trouxe o vinho. – Avisou Gaara.

— Não precisa se trocar. Tá bom assim. Eu te amo pelo que você é e não por causa de como você se veste. – Disse Karin e Gaara sorriu.

— Se eu já não tivesse te pedido pra casar comigo, eu juro que faria agora. – Respondeu Gaara.

— Tá faltando o anel! – Karin mostrou a mão.

— Eu sei. Falha minha, mas quero que no dia de te dar o anel seja especial. Não combinamos isso?

— Sim, combinamos. Noivado em momento oportuno e casamento pós olimpíadas. Já sei até de cor. – Disse Karin.

— Eu sei que não era exatamente como você queria. – Admitiu Gaara.

— Por mim, a gente não precisa de cerimônia, de véu, grinalda, nada disso. Bastava eu, você e o nosso canto. – Diz Karin e então Gaara segura o rosto da namorada com as duas mãos e o aproxima do dele.

— Vai ser assim. Não agora, mas daqui a alguns anos vai ser assim. Confia em mim? – Pediu Gaara e Karin assentiu.

— É claro que eu confio. – Respondeu Karin e Gaara a beijou.

— Eu te amo. – Disse Gaara.

— Eu também. Amo muito. – Disse Karin.

— Vamos jantar? – Perguntou Gaara.

— Vamos! – Disse Karin.

Durante o jantar, Karin e Gaara falaram sobre a faculdade dela, os treinos dele e sobre amenidades com o vinho que tomavam.

— Você sempre acerta o vinho! Esse então é incrível! Por que não pensou em ser sommelier? – Questionou Karin ainda segurando sua taça.

— Eu já pensei viu? Quis fazer um curso, mas os treinam me ocupam muito. – Respondeu Gaara.

— Você é um homem de muitos talentos. Sabia que isso te deixa ainda mais interessante? – Disse Karin.

— Que bom! Assim certa estudante de Direito não perde o interesse por mim! – Brincou Gaara.

— Tenho certeza que tem muitas garotas correndo atrás de você... – Insinuou Karin.

— Você tem ciúme? – Riu Gaara.

— Um pouco. Você não tem ciúme de mim? – Rebateu Karin.

— Não. Confio no meu taco. – Respondeu Gaara.

—  E você acha que eu não confio no meu? – Perguntou Karin.

— Sinceramente? Não. Você sempre briga comigo quando me vê falando com uma garota bonita, tipo a Ino. – Disse Gaara.

— Ah, claro... Tínhamos que tocar no nome da sua crush! – Ironizou Karin.

— Karin, eu tive uma queda por ela no passado! A gente nem se conhecia! Não fantasia, por favor! – Pediu Gaara.

— Não pareceu pra mim fantasia quando vocês marcaram um café às escondidas. – Disse Karin.

— Não era às escondidas! Eu até te levei! – Explicou Gaara.

— Só me levou porque eu apareci de surpresa! Se eu não estivesse lá, você teria flertado com ela! – Acusou Karin.

— A única pessoa com quem eu flerto é você! – Afirmou Gaara.

— E aqueles elogios que você deixa nas fotos dela do Instagram? Você pensa que eu não vejo? – Questionou Karin.

— Karin, é um elogio! Eu só estava sendo legal! – Defendeu-se Gaara.

— Então não seja legal... – Disse Karin.

— Você quer que eu seja mal-educado com uma conhecida, melhor, com uma amiga minha, por causa do seu ciúme? – Questionou Gaara. 

— Sabe a impressão que eu tenho? Que se ela te desse bola e não estivesse prenha de outro cara, você correria como cachorrinho abanando o rabo pra ela. – Disse Karin.

— Assim você me ofende! – Respondeu Gaara chateado.

— Você que me ofende quando elogia essa garota, quando sai com ela, quando mostra que tem interesse por ela. – Reclamou Karin.

— Seu ciúme me sufoca. Até porque não é só com a Ino que você dá esses shows... – Disse Gaara.

— Ah, claro... Eu sou a maluca ciumenta agora.

— É sim, mas eu relevo porque te amo. Como você explica outro dia você ter desligado o telefone na cara da Konan? – Perguntou Gaara.

— Ela tava enchendo o saco ligando toda a hora. Fora isso, você já transou com ela! Meu ciúme não é irracional! – Defendeu-se Karin.

— Não é porque o Suigetsu te traiu com ela, que eu vou fazer o mesmo. Olha, a Konan é minha amiga, nós nos conhecemos há anos. Eu já transei com ela, assim como você já transou com outras pessoas e eu não vou ficar fazendo cena toda vez que você estiver próxima ao Sasuke ou até mesmo do imbecil do Suigetsu.

— Claro que você não precisa fazer cena, porque eu não dou motivos! – Alegou Karin.

— E eu dou? – Retrucou Gaara.

— Dá. Você sabe que dá.

— O que eu faço que você não gosta?

— Se eu falar a lista, a gente não vai parar de brigar nunca. – Admitiu Karin.

— Então, são tantas coisas assim que você não gosta? Por que tá comigo então?

— Porque eu te amo! Eu quero me casar com você!

— Você quer casar comigo ou com a projeção que fez de mim? – Perguntou Gaara.

— Com você. – Garantiu Karin.

— Pois quando você vem com esse papo de ciúme não parece. Karin, eu sou gentil, gosto de elogiar as pessoas e eu te disse isso desde o primeiro dia. Lembra que eu elogiei seu sorriso? – Perguntou Gaara.

— Lembro. Elogiou tanto que em seguida a gente se apaixonou. Tenho medo de te perder.  – Disse Karin.

— Se você não quiser, você não vai me perder.

— Será?

— Confia, Karin. Confia. – Repetiu Gaara.

[...]

Karin esperou Gaara ir dormir para sair. Ainda chateada com a briga que tiveram no jantar, ela foi dar uma volta na praia. Quando estava saindo, ligou para Neji e pediu para o amigo a encontrar num quiosque próximo do prédio em que ela morava.

— Qual a emergência? – Perguntou Neji ao se juntar a Karin, que bebia cerveja no quiosque.

— Namoro em crise. Como se resolve? – Questionou Karin.

— Querida, se eu soubesse teria me casado com a Hinata. Não sou muito bom nisso. Mas qual o seu problema? – Disse Neji.

— Sinto ciúme do Gaara o tempo todo. Na maioria das vezes, eu disfarço, mas tem vezes que não dá. Ele diz algo e aí começamos a discutir, então uma noite adorável se transforma em nós dois emburrados e sem transar. – Resumiu Karin.

— Deixa de bobeira, faz as pazes com ele e vai transar! Pra que ciúme? Ele é o seu namorado não das milhares de garotas que são encantadas por ele. – Disse Neji.

— É difícil quando uma das garotas é uma grande amiga dele e quando a outra é paixonite que ele tinha antes de me conhecer. – Desabafou Karin e em seguida bebeu a cerveja que restava em seu copo e o encheu de novo

— Eu conheço essas garotas? – Perguntou Neji.

— A amiga dele acho que você não conhece pessoalmente, é a nadadora Konan. Mas a outra esteve no seu quase casamento com a Hinata. É a Ino, melhor amiga da namorada do Sasuke. – Informou Karin.

— A ex-namorada do Itachi? – Perguntou Neji.

— Bingo! – Disse Karin e bebeu mais.

— Ela é bonita mesmo. Fez uma campanha da joalheria quando namorava o Itachi. – Comentou Neji.

— Não tenho motivos para ter ciúme? – Questionou Karin.

— O Gaara está com você. Se ele não quisesse esse relacionamento, já tinha caído fora. Então, na minha visão, você devia parar de ficar imaginando coisas. Senão, no próximo ataque de ciúmes periga você mesma o convencer de que esse namoro não vale a pena. – Aconselhou Neji.

— Vou tentar não brigar mais com ele por ciúmes.

— Tente mesmo. Eu acho vocês dois adoráveis juntos. – Disse Neji.

— Obrigada. Você e a Tenten também combinam muito. Como está o namoro? – Perguntou Karin.

— Vai bem. Ela é bonita, inteligente, sensual e tem a minha admiração profunda. Estou apaixonado por ela. – Admitiu Neji.

— Está mesmo? E se a Hinata aparecesse na sua frente dizendo que tudo foi um grande erro e que quer uma nova chance? – Perguntou Karin.

— Primeiro, a Hinata não vai fazer isso. Ela está namorando o seu primo no momento e acredito eu que esteja feliz. Segundo, Tenten me faz feliz. É diferente de como era com a Hinata, mas é bom. Sinto que estamos na mesma frequência. – Confessou Neji.

— Bem, fico feliz por você. Falando do meu primo, ele ama mesmo a Hinata. Fica que nem um retardado quando está próximo a ela. – Comentou Karin.

— Acho que no fundo todos ganhamos com a não realização desse casamento. – Disse Neji.

— Que bom! Neji, melhor eu voltar pra casa. Se o Gaara acorda e não me vê na cama sabe se lá Deus o que ele vai pensar... – Disse Karin pedindo a conta.

— Certamente, vai pensar que você foi abduzida ou que fugiu. – Disse Neji.

— Tomara que eu o encontre dormindo como um anjinho. – Disse Karin já pagando a conta.

— Depois nos falamos? – Perguntou Neji.

— Com certeza! Quero conhecer melhor sua namorada, quero me tornar a melhor amiga dela também. – Disse Karin.

— Você vai adorá-la. Tenten é incrível. – Disse Neji se levantando.

Rio de Janeiro. Sábado, 4 de agosto de 2018.

Após um longo voo, Sakura, Sasuke, Hinata, Naruto, Itachi e Mikoto chegaram ao Brasil. No aeroporto, Sasuke se despediu da mãe, que seguiu para casa e se recusou a falar com Itachi, que resolveu ir para o seu apartamento. Enquanto isso, Sakura era recebida por abraços e beijos de Mebuki e Kizashi que vieram buscá-la.

Os pais da Haruno sabiam que a filha ainda estava muito mal pela morte de Deidara e queriam lhe oferecer colo. Por isso, Sakura logo se despediu do namorado e disse que precisava ficar um tempinho com a sua família e se preparar para visitar o túmulo de Deidara, o que Sasuke compreendeu perfeitamente.

Então, Sasuke, Naruto e Hinata seguiram para o apartamento antigo de Sasuke. Lá, eles descansaram um pouco e depois pediram comida, porque ninguém estava a fim de cozinhar.

— Você morava mesmo aqui, Hinata? Porque a geladeira está vazia. – Observou Sasuke impressionado.

— Eu fazia poucas compras, comia muito na rua ou na casa do Naruto. Então, aqui só tinha o básico mesmo. – Explicou Hinata.

— A Hina tava sempre ocupada demais com a faculdade pra se preocupar com isso. – Completou Naruto.

— Entendi. Sua sorte é que a Karin cozinha na sua casa, porque senão todo mundo ia morrer de fome. – Apontou Sasuke.

— Falando na mala da minha prima, eu nem liguei pra avisar que a gente chegou bem... – lembrou Naruto já sacando o celular para mandar uma mensagem pra Karin.

— Tá muito cedo pra ligar. Melhor mandar mensagem. Eu já mandei pra Hanabi dizendo que estamos bem e que é pra ela informar nosso pai da minha volta. – Avisou Hinata.

— Como estão as coisas aqui? Eu nem tinha perguntado... Mudou algo nos três meses em que fiquei em coma? – Perguntou Sasuke.

— Tá tudo na mesma. Karin continua namorando o Gaara e a família da Hina ainda não a perdoou. – Disse Naruto.

— Eu acho que você e o Neji deviam conversar. – Aconselhou Sasuke.

— Ele não quer me ver nem ter notícias minhas. Hanabi deixou bem claro isso. – Disse Hinata.

— Sinceramente, eu acho que a Hina tem que mudar de página. Ficar insistindo com eles também não é legal. Só vai te machucar mais, Hina. – Disse Naruto.

— É a família dela, Naruto! – Insisitiu Sasuke.

— O Sasuke tá certo. Uma hora eu vou ter que conversar com todos eles, mas acho que ainda não chegou a hora. – Disse Hinata.

[...]

Mikoto chegou em casa e só encontrou com Dona Chiyo limpando a casa. Logo deu por falta de seu marido, mas ouviu da empregada que ele ainda estava no hospital de plantão. Mikoto então guardou suas coisas, tomou um banho, trocou de roupa e seguiu até o hospital para surpreender seu marido.

Infelizmente, Fugaku não tinha atendido nem retornado nenhuma de suas ligações. Por isso, o médico ainda não sabia que Sasuke tinha acordado e muito menos que a família inteira estava de volta após três meses longe. Mikoto estava morrendo de saudade. Quando chegou ao hospital, se dirigiu até a sala do marido e se recusou a ser anunciada. Mas a surpresa ao abrir a porta não foi nada agradável.

— Fugaku! – Ela gritou perplexa ao flagrar o marido beijando a enfermeira Tsunade, que estava sentada em cima de sua mesa.

— Mikoto, o que faz aqui? – Perguntou nervoso, já se afastando da enfermeira.

— Eu que tinha que perguntar o que essa daí faz sentada em cima da sua mesa e te beijando! – Gritou Mikoto.

— Ela não é ninguém! Mikoto, senta aqui... vamos conversar? – Propôs Fugaku tentando acalmar a esposa.

— Melhor eu ir... – Disse Tsunade arrumando o vestido.

— Melhor você sumir da minha frente antes que eu arranque cada fio de cabelo seu! – Disse Mikoto e Tsunade saiu quase correndo.

— Não precisava ter tratado Tsunade desse jeito. – Disse Fugaku.

— Você queria que eu tratasse a sua amante como, meu querido? – Perguntou sarcástica.

— Mikoto, ela não é importante. Foi só uma distração, um erro. – Afirmou Fugaku.

— Eu pensei que você me amasse, Fugaku. – Disse Mikoto magoada.

— E eu a amo! Estás pensando bobagens! – Alegou Fugaku.

— Bobagem? Eu estava há três meses em outro país cuidando de nosso filho! Aliás, filho que você sequer quis visitar! E agora que volto para lhe contar que o Sasuke está bem, que despertou do coma, eu te flagro com uma enfermeira? Não penso que seu comportamento ou minha reação sejam bobagens – Argumentou Mikoto.

— Ele acordou? Quando? Por que não me ligou avisando? – Questionou Fugaku.

— Eu tentei! Eu liguei, mas você sempre estava ocupado, certamente com a sua amante. Ocupado demais pra dar atenção a sua família! Então, quis te surpreender e quebrei a minha cara e junto o meu coração – Acusou Mikoto

— Mikoto, eu já disse que Tsunade não é importante. Foi um deslize, uma fraqueza. Estava me sentindo só e ela me distraiu. – Confessou Fugaku.

— Ah, claro... Minha ausência agora é desculpa pra sua traição? Eu permaneci os mesmos três meses longe de você e nem por isso te traí. Você desonrou nosso casamento! – Disse Mikoto.

— O que quer que eu faça? Peça perdão? Pois peço! Me desculpe, Mikoto! – Disse Fugaku arrependido.

— Teu arrependimento é raso! Só está me pedindo desculpas porque você foi flagrado! Senão, continuaria com teu caso e eu a corna! – Acusou Mikoto.

—  Você está exagerando! Só te traí porque me senti solitário. Amo nossa família. Não quero que você fique com raiva de mim. – Disse Fugaku.

— Raiva? Eu tenho nojo de você. Quero o divórcio, que você saia de casa hoje! – Afirmou Mikoto convicta de sua decisão.

— Meu amor, você vai jogar tantos anos de casamento no lixo por causa de um caso tão breve? – Questionou Fugaku boquiaberto.

— Quem jogou nosso casamento no lixo foi você, quando nos desrespeitou num momento tão dramático. Nosso filho em coma e você se divertindo com uma enfermeira?  Quer que eu te aceite de volta como se nada tivesse acontecido? – Perguntou Mikoto chocada.

— Podemos dar a volta por cima. Você retornou para nossa casa, Sasuke está bem. Tudo pode voltar a ser como antes. – Assegurou Fugaku.

— Não, não pode. O que eu vi faz toda a diferença do mundo. Você e aquela mulher estavam se agarrando aqui, no seu local de trabalho. Local onde eu trabalho também. Sei que hoje não foi a primeira vez e que também não será a última. Não nasci ontem, Fugaku. Você já me traiu outras vezes, não? – Perguntou Mikoto.

— Que pergunta! É claro que não! – Defendeu-se Fugaku.

— Nossos filhos não são mais crianças. Eles vão entender que a relação dos pais não dá mais certo. – Disse Mikoto.

— É sério, Mikoto? Não vai querer dar uma segunda chance para o nosso casamento? – Perguntou Fugaku.

— Durma hoje num hotel e amanhã vá buscar suas malas. Elas estarão prontas. Não quero você na minha casa. – Disse Mikoto.

— Mikoto, por favor... – Suplicou Fugaku.

— Vá procurar a sua enfermeira. A partir de agora eu não sou mais a a sua mulher. – Disse Mikoto e saiu chorando.

[...]

Sakura tomou um banho quando chegou em casa, colocou uma roupa confortável e então se uniu aos pais na sala. Precisavam conversar.

— É tão bom ter você de volta em casa. – Admitiu Mebuki.

— Estava contando os segundos para voltar. Queria estar aqui quando Deidara foi sepultado. – Disse Sakura.

— Filha, aonde quer que ele esteja, o Deidara sabe o quanto você o ama. Sua presença fisicamente é algo muito menor do que tudo que ele representa pra você. – Disse Kizashi.

— A família dele deixou uma caixa de coisas do Deidara pra você. Eles acharam que você ia querer ficar com algumas lembranças dele. – Informou Mebuki.

— O que tem na caixa? – Perguntou Sakura.

— Ela está guardada no seu quarto. Mexemos por alto. Tem algumas roupas, cadernos, CDs, DVDs, enfim... – Respondeu Kizashi.

— Vou analisar tudo com calma outra hora. – Disse Sakura.

— Claro, você ainda tem que digerir tudo que conteceu. – Concordou – Mebuki.

— Sakura, você sabe que o espetáculo não pode parar. O monólogo do Deidara precisa dar continuidade a temporada. Pensei que Kiba poderia ser uma boa solução para atuar em “Presente do Subjuntivo”. – Comentou Kizashi.

— Substituir o Dei? – Perguntou Sakura.

— Eu sei que ele é insubstituível, filha, mas a peça precisa seguir. Deidara gostaria que fosse assim. – Insistiu Kizashu.

— Vai ser estranho ver outra pessoa dizendo as falas dele. – Comentou Sakura.

— Kiba é um bom ator. Ele vai conseguir dar sua personalidade ao personagem e se adaptar ao texto, assim como Deidara fazia. – Disse Mebuki.

— Sim, não duvido da capacidade do Kiba. Pai, pode convidá-lo para fazer o monólogo. O Dei ia querer que o show continuasse. – Respondeu Sakura.

—O Deidara não será esquecido.  – Garantiu Kizashi.

— Diga a ela sobre a homenagem... – Disse Mebuki.

— Ah, claro! Sakura, o Deidara será homenageado pelo teatro. A sala em que se apresentava com o monólogo “Presente do Subjuntivo” ganhará seu nome. Se chamará Sala Deidara de Arte. – Informou Kizashi e Sakura começou a chorar.

— É sério? – Perguntou incrédula.

— Sim, filha. É. – Confirmou Mebuki.

—  E eu queria muito que você fizesse um discurso no dia da reestreia da peça falando sobre o Deidara. O que acha? – Perguntou Kizashi.

— Eu ia amar fazer isso. Acho que Deidara ficaria orgulhoso dele mesmo. – Afirmou Sakura.

— Então isso é um sim? – Questionou Kizashi.

— Sim! – Disse Sakura enxugando as lágrimas e abraçando os pais em seguida.

[...]

Rio de Janeiro. Domingo, 5 de agosto de 2018.

Kiba tinha acabado de se apresentar com Tenten na penúltima sessão da temporada da peça em que estavam em cartaz, quando conversava com Temari e Shikamaru no camarim. Tenten já havia saído para jantar com Neji. Então, estavam só os três até a chegada de Kizashi.

— Posso atrapalhar a conversa de vocês? – Perguntou Kizashi ainda parado na porta.

— Claro! Entre, Kizashi! Estavámos falando de bobagens... – Disse Kiba.

—  Sakura chegou bem de viagem, Kizashi? – Perguntou Temari preocupada.

— Sim, ela está em casa agora. Ainda colando os caquinhos de como ficou ao saber da morte do Deidara. – Informou Kizashi.

— Depois eu vou passar lá... – Disse Kiba.

— Todos nós vamos visitá-la. – Completou Shikamaru.

— Todos são bem-vindos. Acho que tudo que ela precisa agora é de um abraço amigo mesmo. Aliás, eu vim aqui para fazer um convite a você, Kiba. – Começou Kizashi.

— Que convite? É melhor você entrar e sentar-se aqui para me falar melhor... – Disse Kiba, puxando uma cadeira para Kizashi.

— É assunto de trabalho? Melhor vocês conversarem a sós. Vamos embora, Temari? – Perguntou Shikamaru já de mãos dadas com a namorada.

— Vamos. Tem um jantarzinho maravilhoso esperando por nós em casa. – Respondeu Temari.

— Quem cozinhou? – Perguntou Kiba curioso, pois sabia que tanto Temari quanto Gaara eram horríveis na cozinha.

— Karin, a minha cunhada. Ela é um anjo que o Gaara achou e trouxe para as nossas vidas. Melhor cozinheira ever. – Garantiu Temari.

— Melhor ele segurar ela então. – Riu Kiba.

— Querido, ele até já pediu a mão dela em casamento. Karin já faz parte da família. Melhor irmos agora. Até mais. – Despediu-se Temari.

— Até pessoal. – Despediu-se também Shikamaru.

— Tchau! Tragam uma marmita pra mim amanhã! – Pediu Kiba.

— Tchau, queridos. Tenham um bom jantar! – Disse Kizashi.

— Pronto. Que convite você tem para me fazer Kizashi? – Perguntou Kiba.

— Tenho um papel pra você. Você se importaria em substituir o Deidara no monólogo? – Perguntou Kizashi.

— Oh, não é qualquer papel... É O PAPEL! – Observou Kiba.

— A resposta é simples Kiba: sim ou não? – Kizashi foi direto.

— Não é tão simples assim. Eu quis muito esse papel, mas você mesmo disse que eu não era o ator ideal, tanto que o personagem ficou com o Deidara. Agora, substituí-lo acho que é uma tarefa muito difícil. – Avaliou Kiba sinceramente.

— Eu me lembro do que te disse. É verdade que o Deidara se saiu melhor que você no teste, mas você é um ótimo ator, Kiba. Tenho certeza que segura o personagem. Não quero testar mais ninguém. Fora que eu acho que a Sakura se sentirá melhor sabendo que não foi qualquer um que ficou com um personagem  interpretado por alguém tão querido.  O que acha?

— Sakura está de acordo com isso?

— Eu perguntei o que ela pensava antes de vir aqui. Ela concorda comigo que você é a melhor opção.

— Então, Kizashi, eu aceito seu convite. Vou precisar de umas duas semanas de ensaio, mas topo sim. – Concordou Kiba.

— Ótimo! Vai ser uma homenagem ao Deidara. – Afirmou Kizashi.

[...]

Sakura entrou no quarto e foi direto para perto da caixa com os pertences de Deidara. A cada peça que pegava, ela se recordava um pouco do amigo. Entre os objetos, estava uma jaqueta jeans que o ator sempre usava. Sakura levou a peça ao nariz e pode sentir um pouco do cheiro do perfume dele ainda impregnado na roupa. Mexendo mais um pouco, ela entrou um caderno cheio de textos e pensamentos de Deidara. Numa das páginas, Sakura encontrou um poema que chamou a sua atenção.

Minha escolha é você

É óbvio

Minha escolha é você

Em dias de sol

Em dias de chuva

Nos nublados também

É claro como o dia

É brilhante como o sol

Minha escolha é você

Para o bem ou para o mal

É óbvio

Te querer não parece justo

É errado, embora óbvio

Estarei aqui para ser seu amigo

Minha escolha é você

Embora sua escolha não seja eu

Amar você é para sempre

É fechar os olhos e seguir pelo mesmo caminho

É saber que não estou sozinho

Que não preciso estar

Por isso minha escolha é você

Minha escolha sempre será  você

Posso estar enganado

Posso ter feito a escolha errada

Mas já escolhi

Não te escolher não é uma opção pra mim

Por tantos outros caminhos já passei

Tantas outras escolhas já fiz

Mas quero seguir o teu caminho

Teu lado, teu canto, teu rumo

Meu querer é escolher você

Após ler o poema, Sakura notou uma pequena nota no fim da página.

“Obs: Não sei porque continuar a escrever coisas sobre a Sakura, afinal a escolha dela é o Sasuke e não eu. Não fazer mais isso.”

Sakura fechou o caderno e ficou pensativa. Em seguida, saiu em direção ao escritório do apartamento, onde seus pais estavam conversando sobre trabalho.

— Pai, mãe, eu tive uma ideia. – Disse Sakura interrompendo a conversa dos pais.

— Que ideia filha? – Perguntou Kizashi.

— Não vamos apenas homenagear o Dei no dia da inauguração da sala com seu nome. Vamos fazer um espetáculo comemorando sua vida. Ele deixou textos bem interessantes no caderno. Pai, você podia estruturar tudo numa peça. - Sugeriu Sakura.

— Eu preciso ler e estudar o que ele escreveu para saber se dá pra montar uma peça Sakura. – Advertiu Kizashi.

— Seu pai tem razão, filha. Deidara foi alguém muito especial, mas não sabemos até que ponto o que ele escreveu dá pra usar uma peça. – Enfatizou Mebuki.

—  São textos sobre ele e sobre mim, na maioria dos casos. Um ou outro sobre a insegurança dele ao subir no palco e achei um também sobre a glória do reconhecimento. Dava pra traçar a trajetória de vida dele. – Observou Sakura.

— “Dei: do começo ao fim”. Podia ser o título. – Improvisou Kizashi já pensando na possibilidade de montar a peça.

— Podia ser “Minha escolha é você”. – Disse Sakura.

— Por que? – Perguntou Mebuki.

— É o título de um poema dele.  – Respondeu Sakura.

— Sobre o que? – perguntou Kizashi.

—  Sobre mim. – Disse Sakura e então Kizashi e Mebuki se entreolharam.

— Querida, vamos analisar tudo e depois decidimos o nome da peça, pode ser? – Pediu Kizashi.

— Claro. – Concordou Sakura.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Penso em você, logo desisto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.