Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 31
Decisão difícil


Notas iniciais do capítulo

Oi, genteeeee! Provavelmente o próximo capítulo vai demorar mais do que o normal, mas não se preocupem porque ele sairá! Enfim, espero que curtam este capítulo e compartilhem comigo o que acharam e o que esperam para os próximos! Boa leitura! ♥



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Rio de Janeiro. Terça-feira, 27 de março de 2018.

A luz da manhã invadiu a janela do quarto de Sasuke, atingindo lentamente o seu rosto. Inquieto, ele se revirou na cama e se deu conta que estava dividindo-a com alguém. Não lembrava muito bem como tinha chegado em casa, mas alguns flashes passaram por sua cabeça. Então, ele se lembrou de que após Konan beijá-lo, eles acabaram dançando e bebendo a noite toda. No fim, ficou difícil resistir ao charme e as investidas da atleta, que não economizou para conquistá-lo.

Sasuke então levantou com cuidado da cama, tentando não acordar Konan que estava adormecida ao seu lado. Devagar, ele caminhou até o banheiro e se trancou lá. Junto com a ressaca, veio a culpa de ter transado com sua nova amiga. Konan não deveria ter sido usada por ele, porque se sentia carente. É claro que para ela tinha sido divertido, mas Sasuke se culpava, pois sabia que não deveria ter feito aquilo, mas se deixou levar pelo momento. Depois de tomar um banho e colocar uma roupa, ele saiu do banheiro e flagrou Konan vestindo sua roupa.

— Bom dia, baby. – Disse Konan tranquilamente sem qualquer constrangimento.

— Bom dia, Konan. Eu nem sei o que falar... – Disse Sasuke meio sem jeito e Konan riu.

— Você tá vermelho! Que gracinha! Sem dúvidas você é bem diferente do Itachi! – Comentou Konan, procurando por sua bolsa que tinha largado em algum lugar.

— A gente não deveria ter...

— Ei, não precisa se desculpar! Foi legal! Eu curti bastante! Você não gostou? – Perguntou Konan após achar a bolsa.

— Não é isso... É que...

— Você tá se sentindo culpado por causa da sua ex? Hey, baby, foi só diversão! A gente não precisa repetir, se você não quiser... Mas é claro que eu gostaria de repetir... – Insinuou Konan, deixando Sasuke ainda mais vermelho.

— Não é só isso. Eu amo outra pessoa e você é ficante do meu irmão. Não tá certo! – Afirmou Sasuke.

— Sasuke, eu não sou propriedade do seu irmão! Eu quis ficar com você, cara! E eu gostei... Muito. – Revelou Konan.

— Desculpe, eu não quis te ofender. – Sasuke se retratou.

— Tudo bem. Olha, eu não vou esquecer o que aconteceu ontem. Foi bom e a gente não precisa ter vergonha de se sentir atraído um pelo outro não. Você ama outra garota? Ok, eu sei lidar com isso. Só não me trate mal ou me afaste por causa disso ou por causa do Itachi.

— Você merece mais do que eu sou capaz de oferecer. – Disse Sasuke.

— Eu sei. Não se preocupa não – Konan dá um selinho em Sasuke – Foi só diversão.

— Você é bem livre né?

— Não tenho vergonha dos meus desejos. Agora, a gente pode tomar café da manhã? Eu to faminta! – Disse Konan.

— Vou preparar nosso café! – Concordou Sasuke.

[...]

Após Konan sair de seu apartamento, a sensação de culpa que Sasuke sentia não passou. Por  isso, ele resolveu ligar para o Brasil, pois queria desabafar com Itachi sobre o que tinha feito. De certa forma, sentia que tinha traído seu irmão, afinal aquela garota tinha ficado com ele primeiro.

— Alô. – Disse Itachi ao atender o telefone.

— Oi, Itachi. Tá podendo falar? – Perguntou Sasuke.

— Claro que eu posso. E aí? Como está a vida nos Estados Unidos? – Perguntou Itachi, interessado em saber como o caçula estava.

— Um pouco confusa. – Respondeu Sasuke e Itachi riu.

— O que aconteceu? Pela sua voz, parece que você se meteu em alguma encrenca... – Deduziu Itachi.

— Sabe aquela sua amiga, a Konan? – Disse Sasuke.

— Claro, o que tem ela? – Perguntou Itachi.

— Acho que nós passamos um pouco do limite na noite passada. – Confessou Sasuke.

— O que? Vocês transaram? – Perguntou Itachi incrédulo.

— Eu não queria, juro que não era a minha intenção, mas ela é bem sedutora... Quando dei por mim, já tinha acontecido entende? Eu não queria magoar você irmão, imagino que você goste dela... – Desculpou-se Sasuke.

— Olha, é claro que eu não gostei, mas também não posso fazer nada. A Konan é dona da vida dela, do corpo também. Se ela quis ficar com você, eu não tenho como impedir. Só me diz uma coisa: Vocês agora são um casal? – Perguntou Itachi.

— Não, longe disso. Eu disse a ela que foi um erro.

— Que indelicadeza com a moça... – Recriminou Itachi.

— Eu ia dizer o que? Não devia ter feito sexo com ela. Konan é maravilhosa, vem me ajudando aqui, mas para por aí. – Garantiu Sasuke.

— Tenho que confessar que ela é impressionante na cama. – Comentou Itachi.

— Prefiro não comentar o que você acabou de dizer. – Respondeu Sasuke e Itachi riu.

— Tá com vergonha? – Debochou Itachi.

— Não, só respeito a Konan. Ela não merece que nós dois fiquemos comentando como ela é ou deixa de ser na intimidade. – Respondeu Sasuke.

— Ah, sempre o certinho! Como você é chato, Sasuke! – Disse Itachi.

— Bem, eu te liguei só falar disso mesmo... – Disse Sasuke.

— Queria meu perdão por ter ficado com a Konan é?

— Não é exatamente isso. Eu queria jogar limpo, porque imagino que você sinta algo por ela.

— Obrigado pelo cuidado com meus sentimentos irmão. Eu nunca brigaria com você por causa de mulher nenhuma, entendeu?

— Entendi. Ah, Itachi, alguma notícia do Deidara? – Perguntou Sasuke.

— Parece que ele está recuperando a memória aos poucos. Além disso, ele está morando na casa dos pais da Sakura e junto com ela. – Contou Itachi.

— Entendi. Que bom que ele está se recuperando. Da Sakura você tem notícia?

— Não, só dos advogados dela. Vou morrer numa grana pra esse tal Deidara, mas não posso fazer nada quanto a isso. – Confessou Itachi.

— Você está pagando pelo seu erro. É o justo.

— Ok.

— Bem, depois nos falamos irmão. – Despediu-se Sasuke.

— Sim, depois nos falamos. Mande lembranças a Konan. – Disse Itachi e desligou.

[...]

Hinata estava se sentindo bem com o começo de sua nova vida. Por causa da partida de Sasuke por seis meses para os Estados Unidos, ela acabou ficando responsável pelo apartamento que ele havia alugado para morar com Sakura. Hinata não queria mais ficar no apartamento de Naruto agora que eram namorados, porque senão seria como se estivesse casada com ele, o que ela não desejava de forma alguma.

Quando ela terminou de desempacotar a última caixa de sua mudança para o apartamento, ela comemorou com uma xícara de café ao lado do namorado na cozinha.

— Finalmente, um lar! – Exclamou Hinata sorridente.

— Ei, lá em casa podia muito bem ser o seu lar Hina. – Opinou Naruto.

— Sei que sim, mas desde que saí da casa do meu pai não tinha um canto só meu. Além disso, agora Karin pode voltar para a sua casa. – Disse Hinata.

— Sinceramente, preferia você lá do que ela. – Desabafou Naruto.

— Não diga isso! Sua prima ficou chateada conosco, então é bom que eu saia agora para que ela possa voltar. Assim, vocês ficam bem também. – Disse Hinata.

— Talvez, Karin nem volte. Ela se deu bem em dividir um apartamento com o Gaara e a irmã dele.

— Você vai voltar a ter a sua liberdade então...

— Me sinto mais livre quando estou do seu lado. – Soltou Naruto com sua voz sedutora.

— Só não me peça em casamento, por favor. – Pediu Hinata.

— Correria risco de ser deixado no altar?

— Sim, acho que suas chances seriam altas. – Respondeu Hinata sinceramente.

— Então, seu problema com o Neji não era exatamente a relação de vocês? – Perguntou Naruto.

— É complicado. Acho que envolvia tudo. Eu e Neji estávamos em momentos diferentes de vida, com planos diferentes e é óbvio que não ia dar certo por mais que houvesse amor.

— Odeio ouvir você falar que ama o Neji. – Retrucou Naruto emburrado.

— Naruto, Neji é minha família. Por mais que o relacionamento tenha acabado, eu sempre o amarei como meu primo. – Disse Hinata.

— É um laço que não pode ser cortado? – Questionou Naruto.

— Infelizmente, não. Seria mais fácil se eu simplesmente pudesse não lidar com o Neji nunca mais, só que eu terei. Algum dia, num futuro distantes, nossos pais não estarão mais aqui e serei eu a comandar os outros 50% da empresa da família.

— Hina, você pretende administrar a joalheria?

— Sinceramente, não tenho vontade, mas também não quero me desfazer da empresa. Talvez, entregue nas mãos de Hanabi. Quero me dedicar totalmente à medicina.

— Seu pai não vai deserdá-la?

— Não, não vai. Ele não gostou do que eu fiz, mas compreende as minhas razões.

— Queria conhecer meu sogro. – Disse Naruto despretensiosamente.

— Um dia você irá conhecê-lo. Só deixe o tempo passar ok?

— Ok.

[...]

Sakura está no mercado fazendo algumas compras para a comemoração de seu aniversário quando esbarra em Itachi no corredor onde ficam as bebidas. Então, ele a para e começam a conversar.

— Que prazer em vê-la, Sakura. Pra que tanta cerveja? Vai ter festa é? – Pergunta Itachi.

— Não é da sua conta, mas vai ter festa sim. Meu aniversário é amanhã. – Informou Sakura.

— Parabéns adiantado! Deve ser por isso que Sasuke perguntou sobre você hoje. – Relatou Itachi,  que deixou Sakura intrigada.

— O que ele perguntou?

— Pediu por notícias suas e também do seu amigo Deidara. Aliás, como ele está?

— Se recuperando. Por sorte, sua irresponsabilidade não lhe custou a vida. – Alfinetou Sakura.

— Sinto muito por seu amigo, aquilo foi um acidente. – Disse Itachi.

— Não vejo dessa forma. Você tinha uma intenção ali, que era atingir a Ino. – Rebateu Sakura.

— Ah, Sakura, não venha estragar o meu dia falando dessa cobra.

— Cobra? O que a Ino te fez? Ela te amou, agora é a mãe do seu filho e você a trata como merda.

— Isso é a tal sororidade é? Mulheres se apoiando sem nem perguntar se realmente deveriam...

— Por que eu não apoiaria a Ino? Ela é minha amiga e está sendo julgada e ameaçada por você.

— Nós sabemos que a Ino não é digna de confiança. Ela traiu você Sakura e do mesmo jeito ela me traiu. Como já disse, esse bebê não é meu filho.

— Veremos isso quando o resultado do DNA sair.

— Ah, com certa vamos...

— Com licença, Itachi. Tenho mais o que fazer do que perder tempo com você. – Disse Sakura se retirando.

— Tudo bem! Vá em frente! Que bom que meu irmão já está transando com outra garota mesmo! – Provocou Itachi, jogando na cara de Sakura que Sasuke já tinha arrumado outra pessoa.

— Ele já está namorando outra? – Perguntou Sakura ainda atingida pela notícia.

— Bem, eles estão se conhecendo, mas pode evoluir para um namoro. Quem sabe... – Jogou Itachi no ar.

— Tenho que ir... – Adiantou-se Sakura, enquanto Itachi viu que tinha conseguido deixá-la desconfortável.

[...]

Sakura voltou para casa pensando nas palavras soltas por Itachi. Então, Sasuke estava se relacionando com alguém nos Estados Unidos. Fazia tão pouco tempo que eles tinham terminado, que ela se perguntou se o relacionamento deles não tinha significado nada para ele. No caminho para casa, ela chorou um pouco dentro do carro antes de subir com as compras. Quando chegou, sua mãe logo percebeu os olhos vermelhos e inchados, então perguntou a razão do choro.

— Querida, você estava chorando? – Perguntou Mebuki preocupada.

— Não é nada. Onde estão papai e o Dei? – Perguntou Sakura colocando as compras em cima da mesa da cozinha.

— Kizashi levou Deidara ao teatro, queria ajudá-lo a se lembrar de mais coisas. Querida, isso está longe de não ser nada. – Disse Mebuki.

— Ótimo, assim o Dei tem mais chances de recuperar a memória mesmo. – Comentou Sakura.

— Filha, não vai querer mesmo falar o motivo do choro?

— Não vai adiantar dizer.

— Desabafar faz bem, querida. Diga-me, quem te fez chorar?

— Encontrei com Itachi no supermercado.

— E o que esse crápula te disse que te deixou nesse estado?

— Ele disse que o Sasuke está com outra garota lá nos Estados Unidos. – Disse segurando o choro.

— Oh, querida, sinto muito. Sei que você ainda o ama... – Disse Mebuki, puxando a filha para um abraço.

— De que adianta me diz? Ele tá lá, vai ficar por seis meses e nem sei se volta... – Disse Sakura.

— No fundo, você ainda pensava que vocês pudessem se acertar né?

— Ah, mãe... Talvez, depois da situação da Ino se resolver... Não sei. É que o fato dele ter seguido em frente me deixou abalada.

— Vai passar querida. Lembra quando o Kiba te traiu? Você conseguiu ser forte e lidar com isso. Quem sabe um novo amor?

— A senhora acha mesmo que um novo amor é capaz de curar um antigo?

— Sim, eu acho. Mas tudo na hora certa. Dê tempo ao tempo. – Aconselhou Mebuki.

— Vou dar esse tempo então. – Concordou Sakura.

— Ótimo! Agora, me deixa ver seu sorriso? – Pediu Mebuki e Sakura sorriu. – Essa é a minha garota!

— Te amo, mãe. – Disse Sakura.

— Eu também, filha! Agora, amanhã é seu aniversário. Além de nós? Quem mais virá ao nosso jantar? – Perguntou Mebuki.

— Acho que será só nós, a Ino e estou pensando em chamar o Kiba também. O que acha?

— Eu não sou fã número um do Kiba, mas, se é importante pra você a presença dele, então o garoto será bem-vindo

— Acho que será bom tê-lo por perto.

— Então, o convide. Seu pai irá gostar de vê-lo frequentando nossa casa novamente. Kizashi tinha se sentido como um órfão desde que o namoro de vocês terminou.

— Eu sei. Bem, vou dar um pulo na casa do Kiba então.

— Não demore! Marquei hora no salão para nós duas daqui a uma hora.

— Ok, mãe. Voltarei logo.

[...]

Kiba ficou surpreso ao ver Sakura parada em sua porta. Logo a convidou para entrar e ficou feliz por sua presença.

— Vim te fazer um convite! – Anunciou Sakura ao entrar no apartamento.

— Convite? Por acaso, mudou de ideia sobre comemorar o aniversário? – Questionou Kiba.

— Na verdade, minha mãe me convenceu a fazer um jantar só para os mais próximos. – Revelou Sakura.

— Estou incluso nessa lista? Quanta honra! – Disse Kiba admirado.

— Quero pedir desculpas pela última vez que nos vimos. Sei dos seus sentimentos e em momento algum quis brincar com eles. Estimo sua amizade Kiba e espero que possa me presentear com a sua presença amanhã. – Disse Sakura.

— Não me deve desculpa alguma, Sakura. Fui rude com você no nosso último encontro. Você que tem que me desculpar. – Respondeu Kiba.

— Podemos deixar tudo isso no passado e começar de novo? – Perguntou Sakura.

— Claro que podemos.

— Ótimo! Amanhã o jantar será servido às 20h00. Peço que você chegue com meia hora de antecedências, às 19h30. Teremos alguns petiscos e bebidas. A comida será preparada pela minha mãe, então não espere nada muito chique. – Avisou Sakura.

— Sua mãe é uma ótima cozinheira. Além de mim, quem são os outros convidados? – Perguntou Kiba.

— Ah, como eu disse serão só os mais próximos. Seremos eu, meus pais, Deidara, Ino e você.

— O pessoal do teatro não foi convidado?

— Não, pois não é uma festa. É só um jantar fmiliar.

— Você me considera sua família?

— Kiba, nós temos muita história. Meu pai o considera como um filho.

— Pensei que ele tivesse me trocado pelo Deidara. – Disse enciumado.

— O Dei também é parte de nossa família. – Pontuou Sakura.

— Falando nele, como Deidara está?

— Bem, na medida do possível. A memória está sendo exercitada para ver se ele tem mais lembranças. Papai o levou no teatro hoje, inclusive. – Relatou Sakura.

— Que bom! Quanto mais rápido ele ficar bem, poderá voltar a vida ao normal, ao trabalho.

— Sim, estamos todos torcendo por isso. Agora, eu preciso ir... Minha mãe marcou uma hora para nós no salão. – Avisou Sakura, pronta para ir embora.

— É impossível de te deixar mais linda. – Elogiou Kiba e Sakura sorriu.

— Agradeço, mas o meu espelho discorda! Enfim, nos vemos amanhã? – Perguntou Sakura após ser acompanhada até a porta por Kiba.

— Com certeza! Não perderia seu aniversário por nada. – Afirmou Kiba.

— Até mais então! – Despediu-se Sakura com dois beijinhos na bochecha de Kiba que quase viraram um selinho porque ele virou um pouco o rosto na hora. – Kiba! – Exclamou Sakura em tom de repreensão pela atitude do ex.

— Foi um beijinho inocente! – Defendeu-se.

— Ata! Inocente é uma coisa que você não é faz tempo...

— Até amanhã, Sakura! – Acenou Kiba ao vê-la entrando no elevador.

— Sem esse tipo de beijinho amanhã, entendeu? – Disse Sakura.

— Você ainda vai implorar por um beijo meu e eu que vou negar! – Brincou Kiba e Sakura riu antes de fechar a porta do elevador e sumir.

[...]

Rio de Janeiro. Quarta-feira, 28 de março de 2018.

Na manhã do seu aniversário de 21 anos, Sakura acordou com um café da manhã servido por seus pais. Logicamente, ela ficou feliz e os agradeceu por tanto mimo. Em seguida, eles cantaram parabéns para ela e a abraçaram. Não demorou muito para Deidara aparecer na porta e se juntar a eles, dando um abraço em Sakura. Estar ali com todos eles era algo maravilhoso. Sakura sentia-se plena perto deles.

— Desse jeito eu vou chorar! – Confessou Sakura com os olhos marejados.

— Oh, querida! Você merece todas as homenagens do mundo! – Disse Mebuki afagando os cabelos da filha.

— Agora, prepare-se porque tem que abrir os presentes! – Disse Kizashi, entregando a sacola com o seu.

— O melhor presente é vocês como pais! Não precisavam ter comprado nada! – Disse Sakura, enquanto abria o pacote.

— É uma pequena demonstração de afeto apenas. – Afirmou Mebuki.

Sakura se surpreendeu ao abrir o pacote e dar de cara com jaleco branco em que seu nome constava bordado em fios de ouro “Dra Haruno”.

— Que jaleco lindo! – Falou animada, já vestindo o jaleco em seguida.

— Que bom que gostou! Queremos que tenha certeza que é um orgulho pra nós ter uma médica na família. – Disse Kizashi pela primeira vez, dando sinal de que o fato de Sakura abrir mão do teatro já havia sido superado.

— Significa muito pra mim isso pai! – Respondeu Sakura abraçando o pai.

— Tenho que confessar que foi ideia a sua mãe, mas, como sempre, ela tem ótimas ideias. – Confessou Kizashi.

— Obrigada! Muito obrigada os dois! – Disse Sakura.

— Em breve, você se formará e será uma linda médica. Tudo que nós queremos, filha, é que você seja feliz. Seja lá onde for, com quem for e em que profissão for. Te amamos! – Derreteu-se Mebuki.

— Também amo vocês! – Respondeu Sakura.

— Sinto muito, Sakura. Não comprei um presente pra você dessa vez. – Disse Deidara um pouco sem jeito.

— O meu maior presente é você estar aqui comigo vivo! Isso não tem preço! – Afirmou Sakura e Deidara sorriu.

— Até me senti importante agora... – Falou Deidara.

— Você é MUITO importante pra mim, Dei! – reafirmou Sakura.

[...]

Enquanto Sakura e a família preparavam-se para receberem Ino e Kiba mais tarde, os outros amigos se Sakura arranjaram formas de parabenizá-la. A primeira pessoa a mandar um feliz aniversário foi Tenten. A atriz enviou um arranjo de flores do campo para a amiga com um gentil cartão, que emocionou Sakura.

“Querida Sakura,

Essas flores são o mínimo que posso oferecer-te para brindar mais um ano de sua linda vida tão cheia de significado. Lembro de quando nos conhecemos nos bastidores do teatro, quando comecei a ensaiar com teu pai e a empatia entre nós foi imediata. Agradeço-te por ser a amiga fiel, a conselheira sábia, a alma alegre e a estudiosa que és. São pessoas como vocês que fazem desse cruel mundo um lugar menos hostil. Sei que esse ano não terá festa por conta das últimas reviravoltas do destino, mas penso que tu não devas deixar de comemorar, mesmo que em sua simplicidade esse dia tão importante. Seja feliz, querida! Esses são meus sinceros votos!

Tenten Mitsashi”

— Tenten, é sempre muito gentil! Depois vou ligar para agradecê-la. – Disse Sakura.

— Esse nome não me é estranho... Por acaso, eu a conheço? – Perguntou Deidara inocentemente e Sakura riu.

— E como! – Respondeu Sakura.

— Tenten é atriz em minha companhia. Quer dizer, era até começar a produzir suas próprias peças. – Informou Kizashi.

— Vocês certamente se conheceram. – Reforçou Mebuki.

— Vamos dizer que vocês chegaram a ser íntimos... – Insinuou-Sakura ainda rindo e Deidara entendeu.

— Oh, íntimos... Você quer dizer que... – Disse Deidara sem completar a frase.

— Sim, isso mesmo que você deve estar imaginando ou pior. Quem sabe você não se lembra? – Instigou Sakura e Deidara se concentrou tentando lembrar da atriz.

— Claro! Ela é famosa! Como pude me esquecer do rosto! Ela ficou comigo? Acho que sou um homem de sorte... Ainda tenho algo com ela e não sei? – Perguntou Deidara.

— Na verdade, acho que nunca chegou a ser algo sério, mas vocês se divertiram bastante juntos. – Informou Sakura.

— E por que ela não foi me visitar no hospital? – Perguntou Deidara.

— Ela é muito ocupada, Dei. Além disso, você não se lembrava dela. Acho que ela não quis constrangê-lo, mas sempre me ligou perguntando por você. – Disse Sakura.

— Ela vem hoje para o jantar? – Perguntou Deidara interessado.

— Não, ela não vem. Hoje é só para a família. – Disse Mebuki.

— Ino e Kiba não são da família. – Observou Deidara.

— Para Sakura são como se fossem. – Respondeu Kizashi.

— Ah, entendi... Eu também sou? – Questionou Deidara.

— É claro que é! Como um irmão! – Respondeu Sakura.

Algumas horas depois e bem menos formal, chegaram os parabéns de Temari e Shikamaru. Ambos, pelo Facebook em dois textos com fotos deles juntos.

“Feliz aniversário, Sakura! Quando entrei para a companhia de seu pai, ganhei uma amiga! Desde que vem se dedicando a passar no vestibular e agora à faculdade de Medicina, sei que temos andado menos juntas, mas isso não diminui ou apaga o grande carinho que sinto por ti! Você é luz! Nasceu para iluminar a vida de todos nós com sua sabedoria e carisma! Como diz seu querido pai, Kizashi, você nasceu destinada a ser uma estrela e seu palco será um grande hospital onde salvará muitas vidas! Te amo muito! Aproveite seu dia! Bjs Temari”

“Sakura, parabéns por mais esse ano de vida! 21 aninhos, hein? Viva intensamente como sempre fez! Acredito que assim não haverá nada para você se arrepender no futuro, porque até os erros ensinam minha cara! Sinto falta de te ver na coxia do teatro com mais frequência, mas sei que você está empenhada em seu brilhante futuro como médica! Sinto muito orgulho em poder te chamar de amiga! Abs Shikamaru”

— Pai, a Temari e o Shikamaru estão namorando? – Perguntou Sakura ao pai após terminar de ler os recados e agradecê-los nos comentários.

— Não sei, mas eles andam grudados ultimamente. – Disse Kizashi.

— Aposto que eles tão juntos! – Disse Sakura.

— Por que filha? Eles não eram como cão e rato antes? – Questionou Mebuki.

— Ah, eles postaram a mensagem praticamente na mesma hora! Isso tem cara de que, seja lá onde eles estão, eles estão juntos e decidiram me parabenizar na mesma hora! – Deduziu Sakura.

— É bem possível... – Comentou Deidara.

— Você lembra deles, Dei? – Perguntou Sakura curiosa.

— Lembro dos rostos, mas não lembro de ter conversado com eles. – Revelou Deidara.

— Já é alguma coisa. – Comentou Sakura.

— É um ótimo sinal! Deidara está indo muito bem! – Elogiou Mebuki.

— Aos poucos, ele vai se lembrar de tudo. Ontem, no teatro, Deidara se lembrou do dia da estreia do monólogo. – Revelou Kizashi.

— Sério, Dei? – Perguntou Sakura entusiasmada.

— Sim, alguns flashes e de partes do texto do monólogo. Pisar no palco foi muito importante. – Disse Deidara.

— Precisamos voltar lá mais vezes! – Afirmou Kizashi.

— Da próxima vez quero ir com vocês! – Disse Sakura.

— Vou adorar! – Respondeu Deidara.

Quando Sakura já estava pronta para o jantar, o seu telefone tocou. No visor do celular, apareceu o nome de Hinata. Então, Sakura atendeu.

— Oi, Hina! – Disse Sakura.

— Feliz aniversário, Sakura! Que sua vida seja cheia de bênçãos! – Disse Hinata alegre.

— Obrigada, Hina! Desejo tudo em dobro pra você nessa nova fase da sua vida! – Respondeu Sakura.

— Obrigada mesmo! E aí, como foi o seu dia hoje? – Perguntou Hinata.

— Foi um dia normal. Fiquei o dia inteiro em casa com meus pais o Dei, daqui a pouco vamos jantar. – Respondeu Sakura.

— Não vai ter festa esse ano? – Perguntou Hinata.

— Não, não estou no clima. Fico devendo uma festa para o próximo ano. – Disse Sakura.

— Naruto apostou comigo, dizendo que ia ter festa. Ele disse que você não nos chamou por causa do Sasuke. – Revelou Hinata e ao fundo Sakura conseguiu ouvir Naruto aos gritos dizendo que tinha certeza que teria uma festa e Sakura riu.

— Que bobo! Eu nunca deixaria de convidar vocês por causa do Sasuke! Independentemente do que aconteceu comigo, vocês são meus amigos! Realmente, esse ano não terá festa. O jantar aqui em casa será só para a família e Ino e Kiba vem, já que moram no nosso prédio e são nossos vizinhos, mas será só isso. Para você ter noção, foi a minha mãe que cozinhou. Não teremos nem um buffet. – Explicou Sakura.

— Por favor, diga isso ao Naruto! Ele não para de me atazanar! – Disse Hinata.

— Eu direi! Mas antes me conte como anda o namoro de vocês...

— Estamos bem! É um relacionamento bem diferente do meu anterior, mas tenho que confessar que me sinto mais livre nesse namoro. – Garantiu Hinata.

— O importante é que você está feliz! Agora, passe o telefone para o Naruto! Quero falar com ele! – Pediu Sakura e Hinata obedeceu.

— Oi Sakura! Feliz aniversário! – Disse Naruto.

— Da onde você tirou que eu estou dando uma festa e não convidei vocês por causa do Sasuke? – Perguntou Sakura.

— Ah, você se afastou da gente depois que o Sasuke foi para os Estados Unidos e vocês terminaram... – Argumentou Naruto.

— Disse para a Hina e repito para você, Naruto, não tem nada a ver meu término com o Sasuke e minha amizade com vocês. – Disse Sakura.

— Não tem mesmo uma festa na sua casa e depois vamos ver as fotos? – Perguntou Naruto desconfiado e Sakura riu.

— Quer ver com seus próprios olhos? O jantar só será servido daqui a duas horas, então, sinta-se convidado para vir. Minha casa é sua também. – Disse Sakura com toda a paciência do mundo.

— Não, obrigado. Me sentiria um penetra. – Declinou o convite.

— Naruto, você é uma figura! Bem, depois não me diga que não foi convidado...

— Quem vai estar nesse jantar? – perguntou Naruto.

— Eu, meus pais, Deidara, Ino e Kiba.

— Só eles mesmo?

— Sim, só eles. Adoraria receber você e Hinata caso vocês queiram vir. Só não convidei antes porque realmente não é uma festa. – Insistiu Sakura.

— Tudo bem. Eu entendo suas razões. Olha, só não se afasta da gente por causa das burrices do Sasuke viu? Ele vai se arrepender do que fez. Aliás, ele já mandou os parabéns pra você? – Perguntou Naruto.

— Ainda não. Naruto, você tem tido notícias dele? – Perguntou Sakura

— Nos falamos algumas vezes pelo celular. Ele sente saudade de casa, imagino que de você também. – Disse Naruto.

— Ele não te disse nada sobre a nova garota com quem ele está saindo? Itachi me contou sobre Sasuke e um novo amor. – Disse Sakura.

— Ah, não cai na pilha do Itachi. Não é nada sério. A mina é linda, mas eles só ficaram uma vez. – Contou Naruto.

— Então, é verdade mesmo né? Ele ficou com uma garota lá... – Comentou Sakura decepcionada.

— Sakura, ele te ama. É só você estalar os dedos que ele volta correndo pro Brasil. – Afirmou Naruto.

— Não sei se é bem assim, Naruto. – Disse Sakura com os olhos marejados.

— Você tá triste... Eu te deixei triste foi? Sakura, por favor, não chora... – Disse Naruto ao notar a voz embargada da garota.

— Não foi nada não. Já passou. Então, Naruto, aparece mais tarde! Vou adorar ter você e a Hinata aqui. – Convidou Sakura novamente.

— Agora que eu te fiz chorar que não vou ter cara para aparecer aí, mas, olha, fica bem ok? É seu aniversário! É dia de ficar feliz! – Disse Naruto.

— Eu sei! Vou ficar feliz!

— Se cuida, viu?

— Você também, Naruto! Manda beijo pra Hina. – Disse Sakura antes de desligar e ir secar as suas lágrimas.

[...]

Após desligar o telefone, Sakura foi para a sala esperar pela chegada de Ino e Kiba. Enquanto Mebuki e Kizashi estavam na cozinha finalizando o jantar, Deidara ficou ao lado da Haruno.

— Quem era ao telefone? – Perguntou Deidara curioso.

— Hinata e Naruto. Você se lembra deles? – Disse Sakura.

— Ah, claro. Naruto é o melhor amigo do Sasuke e Hinata estuda com ele. Lembro que os conheci. – Respondeu Deidara.

— Eles me parabenizaram e perguntaram se teria uma festa, pois parecia que eu estava evitando os dois. – Informou Sakura.

— E você estava? – Questionou Deidara.

— Talvez, inconscientemente eu tenha me afastado. Estar com eles é uma lembrança do Sasuke e ainda é tão recente nossa separação... Mesmo assim, não senti que estivesse evitando os dois. Gosto deles, são meus amigos. – Afirmou Sakura.

— Por que você não os convidou para o jantar? – Perguntou Deidara.

— Pelo mesmo motivo que não convidei Tenten, Temari e Shikamaru: não é uma festa. Esse jantar é como o de um dia qualquer. É a minha mãe no fogão, fazendo algo pra nós e o meu pai selecionando o que vamos beber. Ino e Kiba são meus amigos de infância, além disso meus vizinhos... Não são convidados. São de casa praticamente. E você é meu hóspede. – Completou Sakura.

— Eu e você entendemos dessa forma, mas o Naruto não viu dessa forma.

— Eu sei, Dei. Acho que o magoei por não convidá-lo de antemão, mas realmente não imaginei que fosse ferir seus sentimentos.

— O convidou agora?

— Convidei, disse que às portas estão abertas, mas ele não quis vir. Notou que fiquei chorosa quando em deu informações do Sasuke.

— O que ele contou?

— Ah, Dei... Só o óbvio.

— O que o óbvio?

— Que o Sasuke já começou a reconstruir a vida dele e dessa nova etapa eu não faço parte.

— O que o Itachi disse foi verdade então?

— Segundo o Naruto, sim.

— Sakura, liga pro Sasuke. – Disse Deidara entregando o telefone para a amiga que rejeitou.

— Não, se ele quiser que ligue. O aniversário é meu. – Disse Sakura.

— Mas quem terminou o namoro foi você e, se tem algo atormentando essa cabeça, você deveria ligar e perguntar.

— O que você sugere que eu diga? – Perguntou Sakura.

— Você pode começar dizendo que terminar foi um erro, que sente saudades e aí questioná-lo sobre o tal novo amor que Itachi contou e Naruto confirmou. – Sugeriu Deidara.

— Não vou apagar esse mico.

— Prefere ficar aí imaginando mil coisas do que ter a resposta para as suas perguntas?

— Já tive minha resposta. Ele está transando com outra e não vai voltar nos próximos seis meses.

— Sakura, depois não diga que eu não avisei...

— Dei, se o Sasuke me ligar ou mandar uma mensagem que seja para dar os parabéns prometo seguir seu conselho, mas se ele não ligar acabou de uma vez por todas. Não vou alimentar nem mais fantasias sobre uma possível reconciliação no futuro. – Decretou Sakura.

— Você é tão dura. Por que isso?

— Não sei ser de outro jeito. Gosto das coisas às claras, seja o que for. Fui sincera com ele quando disse como me sentia com as atitudes dele apoiando esse irmão bandido dele. O que ele fez tanto com você quanto com a Ino foi errado.

— Você não curte muito injustiças né?

— Se posso escolher não compactuar com elas, prefiro. Mesmo que meu coração se parte ao meio depois disso. – Confessou Sakura, deixando escapar uma lágrima, sendo em seguida abraçada por Deidara.

— Não importa o que acontecer, eu estarei do seu lado... – Disse Deisara antes deles ouvirem a campainha tocar.

— Acho que nosso primeiro convidado chegou! – Disse Sakura secando a lágrima e ficando de pé para atender a porta.

— Bem pontual... – Observou Deidara e então Sakura abriu a porta e se deparou com Ino.

— Feliz aniversário, Sakura! Te amo, te amo, te amo! – Disse Ino abraçando Sakura e a enchendo de beijos.

— Obrigada, Ino! Também te amo! – Respondeu antes de se afastar de Ino, que a entregou um presente.

— Bem, esse é o seu presente. Queria dizer que é só uma lembrancinha, mas seria uma mentira porque eu gastei uma nota nisso aí, então é bom você gostar! – Avisou Ino, enquanto Sakura abria o pacote.

— É um maiô lindo! – Disse Sakura admirando a peça;

— É um modelo exclusivo que só você e outras quatro pessoas tem no mundo! – Informou Ino.

— Prometo usá-lo no próximo verão! – Disse Sakura.

— Você gostou mesmo? – Perguntou Ino.

— Adorei, Ino! Você tem um ótimo bom gosto! Agora sente-se! Como está o meu afilhado nessa sua barriga? – Perguntou Sakura.

— Digo que seu afilhado está bem, só me dando alguns enjoos de manhã. E aí Deidara? Tudo bem? – Perguntou Ino.

— Tudo na paz do senhor. – Respondeu Deidara sorrinso.

— Cadê a tia Mebuki e o tio Kizashi? – Perguntou Ino.

— Estão na cozinha! Acho que o prato principal ainda não ficou pronto. – Revelou Sakura,

— Bom, acho melhor eu ir dar um hello pra eles. Já volto! – Disse Ino, deixando Sakura e Kiba sozinhos novamente, mas, antes mesmo que eles engatassem uma nova conversa, a campainha tocou novamente.

— Eu aposto que é o Kiba! – Disse Deidara e Sakura riu.

— Eu aposto o mesmo! – Sakura então abriu a porta e Kiba surgiu com um belo buquê de peônias.

— Feliz aniversário, Sakura. – Disse Kiba entregando as flores.

— Oh, obrigada, Kiba! São lindas as flores. – Agradeceu Sakura, então ela e Kiba entraram.

— Não sabia o que comprar, então pensei que você gostaria das flores. Elas são delicadas e lindas como você. – Disse Kiba num tom galanteador e Deidara teve que se segurar para não vomitar ali mesmo, podia ter esquecido de Kiba, mas ainda não gostava dele.

— Agradeço mesmo! Ino já chegou... Ela está com meus pais na cozinha. Quer ir lá cumprimenta-los também? – Sugeriu Sakura, mudando de assunto.

— Vamos lá! – Sorriu Kiba, seguindo Sakura e algo inquietou Deidara. Não gostava de ver Kiba próximo a Sakura.

[...]

Durante o jantar, Kizashi e Mebuki fizeram questão de levantar um brinde ao aniversário de Sakura, que ficou sensibilizada novamente pelas palavras gentis dos pais que novamente reafirmaram o quão orgulhosos se sentiam dela. Então, Ino aproveitou e pediu a palavra, pois queria agradecer à amiga o voto de confiança em sua palavra, o que deixou Sakura emocionada, por se lembrar de Sasuke. Depois, eles cantaram o parabéns e Mebuki ajudou a aniversário a partir o bolo. Quando questionada pelo primeiro pedaço, Sakura se negou a escolher.

— Qual é, Sakura? Você tem que escolher! – Exigiu Kiba.

— Eu e seu afilhado queremos ser escolhidos! – Manifestou-se Ino.

— Eu só acho justo que o pai e primeiro herói da vida da Sakura ganhe o primeiro pedaço. – Insinuou Kizashi.

— Parem com isso! Se ela não quer escolher, que seja assim. – Mebuki saiu em defesa da filha.

— Sei que para Sakura todos nós somos merecedores do primeiro pedaço. – Pronunciou-se Deidara, que então ganhou um sorriso de Sakura, o que deixou Kiba enciumado.

— Está totalmente certo, Dei! Por isso, não vou escolher. Eu amo cada um de vocês. Pai, mãe, obrigada por terem me dado a vida! Eu me esforço todos os dias para ser merecedora dos pais incrível que eu tenho, que sempre me ampararam e deram asas para que eu voasse por conta própria. Ino, você é a irmã que eu nunca tive! Pentelha, engraçada e, muitas vezes, mais burra que uma porta, mas eu te amo mesmo assim e você está carregando nessa barriga o meu afilhado que eu também já amo muito. Kiba, eu não sei nem mensurar o quanto você é importante pra mim. Fez parte do meu passado, está no meu presente e certamente fará parte do meu futuro. E, Dei, você foi, é e sempre será o melhor presente que eu ganhei na vida. Nunca quero deixar de estar do seu lado, contemplar teu sorriso e desfrutar da tua sabedoria, porque meu amigo ainda tá pra nascer alguém tão sábio quanto você! – Disse Sakura emocionando a todos.

Depois do discurso de Sakura, cada um comeu sua primeira fatia do bolo. No fim, quando todos já estavam na sala, ouvindo música, bebendo vinho (menos Ino por estar grávida) e conversando, Kiba chamou Sakura para dançar. Ela então aceitou e, em seguida, Kizashi também começou a dançar com Mebuki e Ino com Deidara.

Todos dançavam ao som de “Tell Me You Love”, de Demi Lovato. Kiba estava muito próximo de Sakura, então aproveitou para ter uma conversa ao pé do ouvido com a ex-namorada.

— Você bem que podia dizer que me ama. – Sugeriu Kiba, fazendo Sakura sorrir.

— Você não desiste mesmo né? – Perguntou Sakura.

— Não consigo. Desde o dia que perdi você, minha vida perdeu a graça. Quero recuperar o que tínhamos, era tão bonito, tão especial... – Confessou Kiba.

— Se fosse possível, eu também ia gostar de recuperar o que tínhamos, mas não dá.

— Por que não?

—Porque não dá pra ser como antes.

— Pode ser melhor. – Afirmou Kiba, dando um pequeno beijo no pescoço de Sakura que ficou arrepiada.

— Pode ser pior também. – Argumentou Sakura, mas antes que Kiba pudesse dizer mais alguma coisa, a dança foi interrompida porque Deidara se sentiu mal, ficando um pouco tonto.

— Deidara, você está bem? – Perguntou Ino, enquanto apoiava o amigo no sofá.

— Um pouco confuso. – Admitiu Deidara e, no segundo seguinte, Sakura já estava ao seu lado.

— O que aconteceu? – Perguntou Sakura.

— Eu lembrei. Tudo de uma vez. Vários flashes em seguida e, de repente, estava tudo aqui. – Deidara apontou para a cabeça.

— Você recuperou sua memória? Mas como? – Questionou Sakura.

— O médico nos avisou que poderia ser de repente. – Lembrou Kizashi.

— Que felicidade, Deidara! – Disse Mebuki animada.

— Eu estava olhando pra você e para o Kiba e então lembrei da nossa primeira conversa sobre ele no dia que você foi ao pré-vestibular pela primeira vez, então lembrei do teatro, do teste em que o Kiba tentou me coagir, da Tenten, do ano novo e até do momento em que interferi na briga de Ino e Itachi. – Disse Deidara.

— Parece que ver vocês dois juntos despertou as memórias do Deidara. – Sugeriu Ino.

— Até imagino porquê... – Disse Kiba em tom quase inaudível.

— Melhor cada um ir para sua casa agora. Deidara precisará descansar. – Disse Mebuki.

— Concordo com a mamãe. Depois nos falamos pessoal. – Disse Sakura.

— Bom, até amanhã então. – Disse Ino e então se despediu de todos com um abraço.

— Uma boa noite para todos. – Despediu-se Kiba, visivelmente triste por não conseguir amolecer o coração de Sakura.

[...]

Após Ino e Kiba irem embora e Kizashi e Mebuki começarem a limpar a casa, Sakura ficou conversando com Deidara em seu quarto.

— Sakura, é tão bom olhar o seu rosto e lembrar de tudo... – Disse Deidara afagando o rosto da amiga que ainda estava emocionada.

— Eu tive tanto medo que você não se recuperasse totalmente!

— Agora, eu posso retomar a minha vida.

— Vai ser uma pena porque você vai embora daqui...

— Sim, vou sentir falta de estar sob o mesmo teto que você, mas nos veremos com frequência, eu prometo.  –Disse Deidara e então eles foram interrompidos por Kizashi que parou na porta do quarto.

— Filha, achei o celular do Kiba caído no sofá. Ele nem deve ter se dado conta de que perdeu o aparelho. Você pode levar pra ele? – Perguntou Kizashi.

— Sim, posso. Vou dar um pulo lá agora. Antes que ele se desespere atrás do celular. – Disse Sakura, saindo do quarto. – Volto logo, Dei.

— Ok, Sakura. Quando você voltar eu já devo estar dormindo. – Disse Deidara.

— Ok, boa noite. – Sakura então mandou um beijo pelo ar para o amigo que fungiu agarrá-lo com as mãos.

[...]

Eram os últimos minutos do dia 28 de março, quando Sasuke apagava pela enésima vez um pequeno texto com as felicitações para Sakura. Konan, que tinha passado o dia inteiro ao lado do Uchiha, acompanhou a agonia dele se segurando para não enviar o texto.

— Envia essa joça de uma vez. – Reclamou Konan já sem paciência.

— Não devo. – Admitiu Sasuke.

— Por que não? Está morrendo de vontade de se declarar pra sua ex e implorar por uma nova chance. – Alfinetou Konan, visivelmente incomoda.

— Porque já sei o que ela vai me dizer.

— O que ela dirá?

— Que nós não podemos ficar juntos enquanto eu permanecer ao lado do Itachi.

— Sasuke, ficar do lado da sua família não é algo errado. Se eu estivesse numa situação parecida, faria o mesmo.

— Se a Sakura não tivesse nada a ver com a outra parte da briga, talvez, ela pensasse como você.

— Então, esquece ela e me beija. Pronto! Resolvi seu problema. – Afirmou Konan, colocando-se à disposição.

— Não é tão fácil assim. Antes, fosse...

— Você escolheria me amar? – Questionou Konan interessada.

— Certamente, minha vida seria mais fácil se eu amasse alguém como você. – Respondeu Sasuke e então o relógio bateu meia-noite.

— Acho que, oficialmente, você esqueceu o aniversário da Sakura esse ano. – Comentou Konan.

— Parece que sim... – Disse Sasuke observando o ponteiro do relógio passar.

[...]

Rio de Janeiro. Quinta-feira, 29 de março de 2018.

Nos primeiros minutos do dia seguinte ao aniversário de Sakura, a Haruno tocou a campainha de Kiba, que ficou surpreso com a visita da ex.

— Sakura, mal acabei de chegar da sua casa e você já veio me ver! Não me diga que sentiu minha falta? – Questionou Kiba e Sakura riu.

— Na verdade, vim trazer isso – entrega o celular dele – Você esqueceu lá em casa.

— Ah, claro! Estava procurando com um louco. Obrigado. – Disse Kiba.

— Era só pra isso mesmo. Já vou indo. Boa noite. – Sakura ia se virar, mas Kiba segurou o seu braço.

— Não vá. Quero ficar um pouquinho a sós com você, posso? – Pediu Kiba, puxando-a para o apartamento e Sakura se deixou levar.

— O que quer de mim? – Perguntou Sakura.

— Seu amor. – Disse Kiba novamente.

— Eu amo outra pessoa. – Disse Sakura, se referindo a Sasuke.

— Alguém que não lhe mandou nem um feliz aniversário? – Disse Kiba.

— Como você sabe? – Questionou Sakura.

— Eu olhei as suas redes sociais e não vi nem sinal dele por lá. Presumi que ele não tivesse falado com você. – Relatou Kiba.

— Sasuke e eu terminamos, então ele provavelmente não deve nem ter lembrado da data. – Disse Sakura.

— E é alguém assim que você quer amar, enquanto meu coração está à altura das suas mãos? – Disse Kiba pegando as mãos da Haruno e colocando sobre o seu peito – Vê como ele bate acelerado quando está perto de você.

— Kiba... – Disse Sakura num lamento.

— Eu te amo, Sakura. Sempre amei, sempre vou amar. – Disse Kiba antes de puxá-la para um beijo, que não foi negado.

Sakura se rendeu àquela investida do ex-namorado. A Haruno estava triste por se sentir esquecida por Sasuke, então ali estava seu antigo grande amor pedindo uma nova chance, dando-lhe carinho, fazendo-a sentir-se desejada novamente. Sakura cedeu, correspondeu e acompanhou Kiba até seu quarto, onde transaram. Senti-lo tão intensamente, a fez querer por algumas horas esquecer que amava Sasuke.  

No entanto, no dia seguinte, o sentimento de culpa a seguiu. Olhar Kiba dormindo como um anjo, fez se sentir uma bruxa por tê-lo usado como fuga.

— Kiba, espero que você me perdoe. – Disse Sakura ao vê-lo acordar.

— Perdoar pelo que? Nossa noite foi maravilhosa! – Disse Kiba sentando-se na cama.

— Porque nossa noite significou coisas diferentes para nós dois.

— Para mim, significou que nós ainda nos amamos e temos uma linda vida pela frente juntos. – Disse sorrindo.

— Não significou o mesmo para mim. Eu estava com você, mas meus pensamentos estavam com Sasuke. – Disse Sakura e aquilo machucou Kiba.

— Não pode ser! Quando você estava comigo, eu senti a paixão! – Retrucou Kiba.

— É claro que eu me sinto atraída por você! Kiba, você é lindo, nós temos histórias, mas para por aí. Eu estava magoada, triste e você foi tentador. Eu fui fraca. Não deveria tê-lo confundido... – Desculpou-se Sakura.

— Você tá jogando a nossa segunda chance fora?

— Você merece mais Kiba. Você é bom, merece uma garota que te ame na mesma medida.

— Poupe-me de suas palavras. Elas não me consolam. Melhor você sair daqui. – Kiba a expulsou.

— Sinto muito, Kiba. – Disse Sakura pela última vez antes de sair da casa do ex-namorado.

[...]

Quando Sakura chegou em casa, Deidara esperava por ela na sala.

— Oi, Dei. Acordou cedo hein? – Disse Sakura, tentando ser bem-humorada.

— Na verdade, não consegui dormir. Você passou a noite com o Kiba? – Perguntou Deidara diretamente.

— Foi um erro tudo bem? Entendo que você esteja preocupado comigo, mas não precisa. – Defendeu-se Sakura.

— Você não entende nada! O Kiba gosta de você e lógico que ele vai jogar pesado pra te reconquistar, mas você também não pode ceder. Ou esqueceu o quanto ele já te fez sofrer?

— Eu sei, Dei. Eu me lembro bem do que ele já fez .

— Parece que, na verdade, quem perdeu a memória foi você e não eu.

— Você já recuperou sua memória.

— E parece que você perdeu a sua pra cair nos braços daquele...

— Kiba é meu amigo. Não entendo o motivo da sua raiva. – Disse Sakura sem entender os ciúmes de Deidara.

— Não to com raiva.

— Então qual o motivo do interrogatório? Está pior do que os meus pais! – Alertou Sakura.

— Desculpa, eu só me importo com você.

— Eu adoro que você se importe comigo, meus sentimentos, mas não há porque se preocupar com o Kiba. Passei a noite com ele, é verdade. Cedi, é verdade. Mas não estou namorando com ele de novo. Deixei bem claro que foi um erro, ele deve estar me xingando de uns mil nomes agora e eu preciso tomar um banho pra voltar pra minha vida. Pode ser? – Disse Sakura.

— Eu extrapolei. Você tem razão. – Admitiu Deidara.

— Agora, vai dormir Dei. Você precisa descansar também. – Sakura dá um beijo na bochecha de Deidara e se retira. Então ele passa mão no próprio rosto e suspira.

— A pior parte de lembrar de tudo é ter certeza que o amor que eu sinto por você não vai passar. – Admitiu Deidara baixinho para que Sakura não fosse capaz de ouvir.


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