Penso em você, logo desisto escrita por British


Capítulo 28
Contra o relógio


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Eu tava esquematizando os capítulos aqui e tudo indica que a fanfic vai acabar no capítulo 35. Bom, vamos ver como fica até lá. Então, aproveitem a leitura e comentem né? Beijos e obrigada ♥



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Rio de Janeiro. Segunda-feira, 12 de março de 2018.

Durante sua estadia na casa de Naruto, Hinata e o Uzumaki tinham estreitado ainda mais os seus laços. Mas, o que para ela era só amizade, para ele tinha outro significado. A cada dia que passava, Naruto ficava ainda mais apaixonado pela Hyuuga e por muitas vezes pensou em se declarar, mas sempre hesitava por conhecer os sentimentos de Hinata por Neji. Então, ao ver a reação dela ao ler que tinham fotografado Neji saindo do apartamento da atriz Tenten Mitsashi, tinha ficado claro para Naruto que sua chance ainda era inexistente com ela.

— Acha que Neji está namorando com a Tenten? – Questionou Naruto ao ver Hinata fechar o jornal.

— Quem sabe? Não é impossível, afinal Neji sempre a admirou e agora está solteiro. – Comentou Hinata sem qualquer emoção.

— Você ficou chateada? – Insistiu Naruto.

— Não tenho mais esse direito. – Reconheceu Hinata.

— Ele sabe da sua viagem para os Estados Unidos?

— Não, não sabe. Pelo que Hanabi me disse ele não quer saber mais de nada relacionado a mim.

— E você vai mesmo?

— Eu preciso ir, pensar em como voltar a minha vida ao normal. Fico feliz que o Neji esteja recomeçando com alguém, Tenten parece ser fantástica... – Hinata não consegue completar a frase, pois começa a chorar, então Naruto a abraça.

— Você não precisa ir para recomeçar. Pode ficar aqui comigo. – Sugeriu Naruto e Hinata deu um leve sorriso.

— Obrigada pela sua amizade. Sem você, eu nem teria onde ficar. – Agradeceu Hinata.

— Você pode contar comigo para sempre, Hina.

— A Karin ainda está chateada com você?

— A fera está mais mansa, acho que, depois que ela conversou com o Gaara, ele a tranquilizou.

— Sinto muito por causar tanto transtorno. – Desculpou-se.

— Não se preocupe. Tudo que me importa é que você fique bem, sendo aqui ou em Harvard.

— Eu já comecei a arrumar as malas, porque se tudo der certo eu parto daqui a duas semanas.

— Mas já?

— Sim, vou fazer uns cursos antes de começar o ano letivo lá. Vai ser bom para a minha adaptação.

— Eu vou sentir sua falta. – Confessou Naruto.

— Eu também vou sentir sua falta. Mas são só seis meses.

— Pra mim vai parecer uma eternidade. – Confessou Naruto.

— Eu prometo ligar todo dia.

— Eu vou cobrar isso hein?

— Pode cobrar, Naruto. – Riu Hinata.

[...]

Neji estava numa reunião com Itachi, quando o publicitário disse que precisava fazer uma pausa porque sua mente ainda estava muito cansada por conta da viagem.

— Aproveitou a festa do prêmio? – Perguntou Neji a Itachi.

— Muito pouco, afinal tive que voltar para termos a nossa belíssima reunião. Mesmo assim, desfrutei algumas horas na companhia de uma bela mulher.

— Li jornal que a sua ex-namorada foi lá e te acusou de abandoná-la após descobrir a gravidez dela. É verdade isso, Itachi?

— Está mesmo nos jornais? Que saco! É claro que é mentira, Neji! Você me conhece, sabe que eu não faria isso por mais que odeie crianças.

— Sei lá... Você sempre falou que não quer ter filhos, então achei que podia ter uma possibilidade.

— Pensou errado. – Rebateu Itachi.

— Se é mentira, um exame de DNA resolve a história.

— Sim, isso será resolvido.

— Mas, até lá, acho melhor você se afastar da nova campanha publicitária da joalheria. – Disse Neji.

— O que? – Itachi se surpreendeu.

— Não me leve a mal, Itachi. Você é meu amigo, eu adoro o seu trabalho, mas essa garota fez uma acusação grave. Mesmo sendo mentira, você terá que provar isso primeiro. Senão pode manchar a imagem da minha empresa. Tenho que separar negócios e amizade dessa vez. – Afirmou Neji.

— Eu compreendo a sua decisão, mas não gosto. – Confessou Itachi.

— Tire umas férias. Será bom porque você trabalha demais. Quem sabe ir atrás da tal moça da viagem? Você disse que ela é atleta, então foge do estereótipo de modelos com quem você costuma sair.

— Peguei o telefone da Konan, mas acho que ela não quer nada comigo também. Foi diversão só.

— É uma pena. Acho que relacionamentos com comprometimento estão ficando fora de moda. – Observou Neji.

— Fala isso por você e Hinata?

— Também. Veja só no que deu meu relacionamento estável... Fui largado no altar. Acho que foi a maior vergonha que já passei em minha vida.

— Teve notícias dela?

— Hanabi tenta me contar alguma coisa, mas não quero saber. Hinata não faz mais parte da minha vida.

— Saiu no jornal sobre você e a Tenten... Tá pegando ela? Porque eu tentei e ela me rejeitou na lata. – Perguntou Itachi sem qualquer descrição.

— Gosto da Tenten. A companhia dela me alegra, mas não estamos juntos. Ela se declarou, mas eu propus amizade.

— Nenhum beijinho?

— Não. Eu ainda penso na Hinata, apesar de tudo. Acho que não seria bom começar um relacionamento novo, sendo que o antigo deixou marcas tão fortes.

— Você é meu exemplo, Neji. Queria ser como você.

— Mas não é – Risos.

— Fazer o que? Eu ganhei o prêmio de Homem do Ano, mas não de Homem Perfeito. Tenho meus defeitos, reconheço.

— Como é que as pessoas chamam mesmo? Não é Homão da Porra? – Lembrou Neji e Itachi riu.

— Sim, é. Neji, você é o único de nós que conseguiria esse título. – Admitiu Itachi.

— O Sasuke também conseguiria. – Comentou Neji.

— Duvido muito... Meu irmãozinho também não é perfeito.

— Bem, se você acha. Mas você tentou mesmo pegar a Tenten?

— Sim, eu tentei. Mas foi totalmente em vão. O que ela tem de bonita, tem de osso duro de roer. Ela cortou meu barato, disse que não misturava negócios e prazer. Brochei totalmente depois dela falar isso.

— E aí desistiu?

— Resolvi não insistir porque depois conheci a Ino e rolou uma química.

— Ah, entendi. Itachi, você me perdoa, mas eu esqueci que tinha marcado uma outra reunião com parceiro da empresa. Podemos nos falar depois? – Perguntou Neji.

— Claro, não quero incomodá-lo. Você deve ter milhões de assuntos mais importantes do que a campanha publicitária né?

— A campanha é importante, mas acho que daqui pra frente quero tocar com um novo profissional. Você me manda por e-mail algumas sugestões de pessoas em quem você confia? – Perguntou Neji.

— É claro. Pode deixar que mando. Depois nos falamos. – Despediu-se Itachi e saiu.

[...]

Sakura estava indo para a casa de seus pais visitá-los quando recebeu uma ligação de Deidara. Rapidamente, atendeu. Sentia falta de conviver com ele todos os dias. Agora, só tinha lhes restado as mensagens e ligações, entre rápidas visitas no teatro.

— Oi, Dei! Que bom ouvir sua voz! – Disse Sakura ao ouvi-lo do outro lado da linha.

— Oi, Sakura! Estava com saudades. Então, não aguentei e liguei mesmo. Como você tá? – Perguntou Deidara.

— Estou bem. Acho que eu e Sasuke demos uma trégua nas brigas, pelo menos até o resultado de DNA sair. – Contou Sakura.

— Que bom! Não tem nada que me deixe mais triste do que te ver infeliz. – Confessou Deidara.

— Digo o mesmo, Dei. Ei, o que você tá fazendo agora? – Perguntou Sakura.

— Ah, eu to no shopping de bobeira. Vim comprar uma roupa para um evento na próxima semana e agora estou olhando vitrine.

— Já comprou?

— Já.

— Então, o que acha de vir encontrar comigo na casa dos meus pais? Daqui a dez minutos eu chego lá. –Disse Sakura.

— Opa, vou sim. Tava querendo mesmo falar com seu pai. Em 25 minutos eu to por aí. – Disse Deidara.

— Ótimo! Vem logo! Estou te esperando! – Disse Sakura.

— Beijo. Até daqui a pouco.

— Até, Dei! Te amo. – Desligaram.

[...]

Itachi saiu do escritório de Neji bufando de raiva. Por causa de Ino, ele tinha sido retirado de mais uma grande campanha da Joalheria Hyuuga e isso era imperdoável. Ainda furioso, o Uchiha pegou seu carro e foi até o prédio de Ino. Chegando lá, o porteiro o informou que ele tinha sido proibido de subir. Então, Itachi ficou na porta do prédio esperando-a descer e mandou o porteiro informar a ela que ele não arredaria o pé de lá até falar com ela.

Horas se passaram e Itachi permaneceu ali como uma estátua. Então, quando Ino finalmente deu o ar da graça, Itachi começou a bater palmas.

— Tá feliz, Ino? – Perguntou Itachi debochado e Ino não parecia entender.

— Feliz? Por que estaria? – Questionou Ino se aproximando do ex-namorado.

— Perdi uma campanha publicitária por causa daquele vexame que você deu ontem! – Acusou Itachi e Ino riu.

— Esse vai ser só o começo do seu fim! Vou acabar com você, com essa carreira que você tanto se orgulha! – Ino tripudiou e Itachi armou a mão para bater nela.

— Bate! Bate mesmo, porque aí eu vou ter mais um motivo pra te jogar na cadeia e não vai ser porque você deixou de pagar pensão pro SEU filho!

— Eu não vou perder a cabeça com uma cadela como você! – Disse Itachi fora de si.

— Quando você virou isso? Eu não consigo entender! Esse cara que tá falando comigo não pode ser o mesmo Itachi que namorava comigo! – Argumentou Ino.

— Eu só cansei de ser otário! De me apaixonar por garotas que só querem tirar proveito de mim! Você é mais uma com esse golpe da barriga!

— Golpe? Eu não estou te dando um golpe! Esse bebê é seu! Só quero que você dê seu nome a ele.

— O nome Uchiha não é para ser dado pra qualquer um não. – Afirmou Itachi e Ino então se descontrolou e deu um forte tapa na cara de Itachi.

Naquele momento, Itachi via tudo em vermelho na sua frente. Seu sangue fervia e tudo que ele queria era acabar com Ino. No entanto, no momento em que ele ia empurrá-la, Deidara apareceu, se colocou na frente e acabou levando o empurrão no lugar dela.

Deidara bateu a cabeça no chão com força e ficou desacordado. Ino então começou a gritar, chamando Itachi de assassino e pedindo por socorro. Não demorou muito para Kiba aparecer e socorrer Deidara junto com Ino. Enquanto isso Itachi repetia que não tinha culpa, que não queria ter machucado ninguém, que Deidara tinha se intrometido na briga dele com Ino.

Após uns 15 minutos, a ambulância chegou para levar Deidara para o hospital. Então, Kiba e Ino foram com Deidara na ambulância e Itachi disse que acompanharia o veículo com seu carro.

No hospital, eles foram avisados de que Deidara tinha sofrido um traumatismo craniano. Ele já tinha feito a radiografia e ido para a cirurgia para evitar danos ao cérebro.

Itachi estava sentado na sala de espera, com as mãos sobre a cabeça, preocupado com as consequências de seu ataque de raiva. Enquanto isso, Ino o observava.

— Vai ficar tudo bem. Sei que você não queria fazer aquilo com o Deidara. – Disse Ino sentando-se ao lado de Itachi.

— Não queria mesmo, mas você me provocou tanto que eu perdi a cabeça. – Respondeu Itachi finalmente encarando a ex-namorada.

— Você ia me machucar, Itachi. – Falou Ino com os olhos cheios de lágrimas.

— Agi no impulso. Eu não queria que nada disso acontecesse. – Defendeu-se Itachi.

— E se no lugar do Deidara fosse eu? Se eu tivesse perdido o beber ou morresse?

— Ino, para. Apesar de tudo, eu não quero que nada de ruim te aconteça.

— Mas e ao bebê?

— Olha, eu ainda prefiro que esse bebê não exista, mas eu nunca pensei em momento algum em te empurrar para você cair e perder o bebê. Foi um ato de impulso na hora da raiva. – Explicou Itachi.

— Bem, Deidara salvou a minha vida. – Disse Ino.

— Você avisou algum familiar dele? – Perguntou Itachi.

— Acho que ele não tem família aqui na cidade. O Kiba está ligando pra Sakura. Ela é a pessoa mais próxima que ele tem aqui. – Disse Ino.

[...]

Kiba não sabia como dizer aquilo para Sakura. Quando ela atendeu o telefone, saiu falando que não tinha tempo para conversar com Kiba, que estava na casa dos pais, até que foi cortada pela informação de que Deidara estava no hospital.

— O QUE? O que aconteceu com o Dei? – Disparou Sakura desesperada.

— Sakura, calma! Por favor, você precisa ficar calma! – Disse Kiba.

— Onde o Dei está? – Questionou Sakura.

— Ele está naquele hospital próximo a sua casa. Ele estava chegando no nosso prédio quando viu a Ino e o Itachi discutindo, então se meteu no meio, levou um empurrão e bateu a cabeça no chão. – Explicou Kiba.

— Ele está consciente? – Perguntou Sakura.

— Não, ele ficou inconsciente e agora está sendo operado Sakura.

— Foi grave então...

— Não temos notícias ainda. Como eu nem a Ino conhecemos ninguém da família dele, resolvemos ligar pra você.

— Aqui no Rio, a família dele sou eu. Já vou praí. – Disse Sakura e em seguida desligou.

[...]

Sakura contou o que tinha acontecido para os pais, então Kizashi e Mebuki resolveram levá-la até o hospital. Lá, Sakura correu para perto de Kiba, que a abraçou. Enquanto isso, Ino permanecia ao lado de Itachi conversando.

— Alguma novidade, Kiba? – Perguntou Sakura preocupada.

— Até agora nada. – Respondeu Kiba.

— Sakura, que bom que você chegou! – Disse Ino abraçando Sakura.

— Vim o mais rápido que pude! – Disse Sakura.

— O Deidara salvou minha vida e do bebê. Se não fosse por ele... – Confessou Ino e então Sakura desviou seu olhar para Itachi.

— Eu sei Ino. – Sakura então anda até Itachi e para em sua frente – Você é um covarde! – Sakura dá um tapa da na cara dele.

— Quem você pensa que é pra me bater? – Questiona Itachi.

— Eu sou a melhor amiga da Ino e do Deidara. Você mexeu com os dois, então mexeu comigo também! Sinto pena que o Sasuke acredite nas suas mentiras, porque eu não acredito. Se alguma coisa acontecer com o Dei, eu não vou descansar até colocar você na cadeia! – Bradou Sakura furiosa.

— Não era minha intenção machucar seu amigo. Ele se meteu onde não devia. – Respondeu Itachi.

— Pelo contrário, eu acho que ele se meteu onde devia sim. Porque senão era a Ino que teria batido com a cabeça no chão! Você queria que ela e o bebê morressem né? – Disparou Sakura.

— Você está falando bobagens. – Retrucou Itachi.

— Não acho!

— Sakura, seu amigo vai ficar bem. Ele está sendo bem cuidado nesse hospital. – Disse Itachi.

— É bom mesmo que ele fique bem. – Disse Sakura antes de virar suas costas para Itachi.

[...]

Sakura estava muito nervosa. Tomou água, mas nada a acalmava. Então, Sasuke chegou lá. Não tinha sido Sakura que o havia chamado ali, mas Itachi. Preocupado com a namorada, o Uchiha mais novo chegou e foi direto falar com ela.

— Sakura, Itachi me ligou dizendo o que aconteceu. Teve alguma notícia do Deidara? – Perguntou Sasuke visivelmente aflito ao notar os olhos de Sakura inchados por causa do choro.

— Eu não sei! Ninguém deu uma notícia até agora! Eu to com medo, Sasuke! Não posso perder o Deidara! – Disse Sakura abraçando o namorado com força.

— Calma, meu amor. Vai ficar tudo bem. Por favor, não fica assim. – Pediu Sasuke, beijando a testa da amada.

— A culpa da Sakura estar assim é do teu irmão. – Intrometeu-se Kiba.

— Não fala do meu irmão. Você não sabe de nada. – Rebateu Sasuke.

— Acho que quem não sabe de nada aqui é você. A Ino é a grande vítima dessa história toda e o seu irmãozinho um mentiroso idiota que pôs a vida do Deidara em perigo. Eu nem gosto do cara, mas tenho que sair em defesa dele agora, porque ele evitou que seu irmão fizesse mal a Ino. – Disse Kiba.

— Cala a boca, Kiba! – Retrucou Sasuke sem saber mais o que dizer.

— Amor, dessa vez o Kiba tem razão. A culpa disso tudo é do Itachi. – Disse Sakura.

— Eu? O culpado sou eu agora? Isso tudo foi um grande acidente. Sasuke, irmão, você sabe que eu não fiz nada de propósito, não sabe? – Indagou Itachi, deixando Sasuke confuso.

— O Itachi cometeu um erro, mas não foi de propósito. Eu confio no meu irmão, Sakura. Além disso, nada garante que o bebê da Ino é filho dele. Só saberemos a verdade quando sair o resultado do exame de DNA que ainda sequer foi feito. Então, concedo ao meu irmão o benefício da dúvida. – Disse Sasuke.

— Eu não acredito que você está falando isso. – Diz Sakura desapontada.

— Eu não falei que ele é igualzinho o irmão... – Ironizou Kiba e Sasuke o fuzilou com o olhar.

— Chega! Vocês têm que parar de brigar! No momento, o mais importante aqui é a saúde do Deidara! – Disse Ino.

— A Ino tem razão. Sasuke, acho melhor você e o seu irmão irem embora daqui. Nós conversamos em casa. – Disse Sakura friamente, secando uma lágrima que teimava em cair de seus olhos.

— Sakura, quero ficar do seu lado. – Disse Sasuke.

— Não quero você aqui. Claramente, você não está do meu lado nessa história. – Respondeu o encarando e Sasuke entendeu o recado.

— Te espero em casa então. – Despediu-se Sasuke.

— Melhor irmos, Sasuke. – Disse Itachi e então saíram, deixando Ino, Kiba e Sakura na sala de espera.

[...]

Assim que saíram do hospital, Sasuke parou ao lado de Itachi no estacionamento do hospital e o colocou contra a parede.

— Eu acabei de comprar uma briga por você. Então, espero que você não esteja mentindo pra mim. – Disse Sasuke.

— Sua namorada está enganada sobre mim. É a amiga dela que não presta. Você vai ver e sua namorada ainda vai te pedir perdão por tudo que disse. – Respondeu Itachi.

— Mas numa coisa a Sakura não está errada: você machucou o amigo dela. O que você tinha na cabeça?

— A Ino me provocou. Eu nem vi ele se metendo entre nós. Quando dei por mim, ele estava caído no chão inconsciente e Ino me acusando aos gritos. Fiquei nervoso, agi por impulso. Não foi algo calculado, Sasuke! Foi um acidente! – Defendeu-se Itachi.

— Você sabe o quanto a Sakura estima o Deidara? Se algo acontecer a ele, eu nem sei como vão ficar as coisas... – Disse Sasuke preocupado.

— O que acha que ela vai fazer?

— Ela está com raiva de mim por ter ficado do seu lado. Se algo acontecer com o Deidara, meu relacionamento pode não sobreviver. – Desabafou Sasuke.

— Existem outras garotas, irmão. – Disse Itachi.

— Mas só uma Sakura. É ela quem eu amo e se eu perdê-la por sua causa, Itachi...

— Você vai virar as costas pro seu único irmão por causa de uma mulher?

— Eu não quero ter que escolher entendeu? Quero ficar do seu lado, mas quero que meu relacionamento com ela continue!

— Talvez, as duas coisas não sejam possíveis. Então pense bem se vai mesmo virar as costas pra mim no momento em que eu mais preciso. – Disse Itachi antes de entrar no carro e deixar Sasuke lá parado refletindo.

[...]

A falta de notícias de Deidara estava deixando Sakura agoniada. Quando finalmente o médico apareceu perguntando quem era da família de Deidara, Sakura se apresentou como única pessoa responsável por ele ali, alegando que a família dele morava em outro estado. O médico então lhe informou sobre o estado do ator.

— Bem, sendo assim, acho que tenho más e boas notícias para você. – Começou o médico.

— A boa notícia primeiro, doutor. – Pediu Sakura.

— Seu amigo não corre risco de vida. Acredito que em breve ele acordará. – Disse o médico e Sakura vibrou ao lado de Ino, Kiba, Mebuki e Kizashi.

— Isso é ótimo, doutor! – Sakura sorriu.

— Mas e a má notícia? – Perguntou Ino preocupada.

— Bem, não sabemos se ele vai ficar com alguma sequela. Temos que esperar até que ele acorde, o que pode demorar algumas horas ou até dias. – Disse o médico.

— Que tipo de sequela? – Perguntou Kizashi.

 - Ele pode ter distúrbios cognitivos, como mudanças de comportamento, irritabilidade, lentidão, memória prejudicada e atenção. Mais raramente, distúrbios de movimento, como paralisia, perda de equilíbrio e convulsões. Uma reabilitação é possível, mas muitas vezes é longa e complexa.

— O Deidara pode não ser nunca mais o mesmo? – Questionou Sakura.

— Vamos torcer para que isso não aconteça. – Disse Ino em solidariedade à amiga.

— Não vamos antecipar o sofrimento. Até porque ele precisa acordar primeiro. – Respondeu o médico.

— Agradecemos pelos esclarecimentos, doutor. – Disse Mebuki, amparando Sakura em seu abraço.

— Posso vê-lo, doutor? – Perguntou Sakura.

— Pode sim. Mas vou liberar só você por enquanto. Se precisarem esclarecer mais alguma dúvida, estarei à disposição. – Disse o médico e se retirou, levando Sakura até o quarto onde Deidara estava se recuperando.

Sakura parou ao lado de Deidara inconsciente na cama, então segurou a mão dele e em seguida beijou. Seus olhos se encheram de lágrimas, então Sakura chorou sobre ele.

— Ah, Dei... Por que logo com você? Esse mundo é tão injusto! Logo agora que a sua vida estava tão boa, a peça dando certo, você realizando seus sonhos... Você não pode ficar com sequela nenhuma entendeu? Você não pode permitir que aquele desgraçado do Itachi atrapalhe seu futuro! – Sakura seca as lágrimas e continua – Será que você é capaz de me ouvir? Dei, se você estiver escutando, por favor, acorda... – Sakura pede sussurrando no ouvido de Deidara, mas ele não acorda – O médico disse que pode demorar um pouco, mas, por favor, não demore muito. Obrigada por ter salvado a Ino. Se não fosse por você, ela poderia ter perdido o bebê ou até morrido. Então, obrigada... Mais uma vez você provou ser um anjo. – Sakura então dá um beijo na bochecha de Deidara e depois de observá-lo por mais alguns minutos, sai do quarto. 

[...]

Quando Sakura chegou ao apartamento, Sasuke esperava por ela na sala. O olhar estava preocupado, mas Sakura parecia mais calma.

— Como está o Deidara? – Perguntou Sasuke e Sakura respirou fundo antes de responder.

— Vivo, mas o médico ainda não sabe se ele terá alguma sequela. Ele ainda não acordou. – Respondeu Sakura.

— Ele vai ficar bem, amor. Vamos rezar... – Disse Sasuke tentando se aproximar dela, mas Sakura deu um passo para atrás.

— Eu não sei, Sasuke. Por enquanto, tudo que existe é uma grande incerteza e eu to morrendo de medo. Você já imaginou se ele ficar com alguma sequela? São os sonhos dele em jogo por causa do seu irmão! – Acusou Sakura.

— Você vai, de novo, querer brigar comigo por causa do meu irmão?

— É que eu não entendo como você pode ficar do lado dele! Primeiro, teve tudo que ele fez a Ino. Agora, ele machucou o Deidara! O que mais ele precisa fazer de errado pra você se convencer que ele não é o cara bom que você imagina? – Questionou Sakura.

— Você sabe o que eu penso sobre a Ino. Quanto ao Deidara, ele realmente errou, mas foi um acidente. Itachi já está arcando com todos os custos médicos do Deidara.

— Isso é o mínimo que ele poderia fazer! Seu irmão é um idiota, além disso é agressivo! Senão fosse pelo Deidara, seria a Ino naquele hospital agora. Tudo que ele queria era que ela perdesse o bebê!

— Você está acusando meu irmão sem provas, Sakura. – Sasuke saiu em defesa do irmão.

— A prova é o Deidara naquela cama de hospital! – Rebateu Sakura.

—  Eu to cansado de discutir com você... – Desabafou Sasuke.

— Você não aguenta uma discussão comigo porque não tem como provar a inocência do seu irmão e é um cego que não vê o que ele fez!

— Sakura, por favor...

— Sasuke, estou muito decepcionada com você. – Admitiu Sakura.

— Decepcionada por eu ficar ao lado do meu irmão e não da sua amiga?

— Decepcionada porque você não ficou do MEU lado. Minha melhor amiga está sendo ameaçada pelo seu irmão. Meu melhor amigo está numa cama de hospital por causa dele também. Nesse momento, sou eu que precisa do seu apoio e você só sabe dizer o quanto o Itachi está sendo injustiçado!

— Eu sinto muito, mas Itachi é minha família. Não vou ficar contra ele. Meu irmão precisa de mim.

— Eu pensei que a gente pudesse superar isso, mas estou vendo que não conseguimos... – Disse Sakura decepcionada.

— O que você quer dizer com isso?

— Agora, acabou Sasuke. Não há amor que nos salve numa situação dessas.

— Você está jogando fora nossa relação por causa da Ino e do Deidara?

— Não, eu estou terminando nosso namoro porque você é incapaz de admitir que o seu irmão não é a vítima dessa história. Eu não posso ficar aqui com você, sabendo que o filho da minha amiga vai nascer sem um pai para cuidar dele e que o meu melhor amigo pode ficar com uma sequela que pode acabar com a carreira que ele tanto sonhou como ator. Ficar com você agora seria ir contra a tudo que eu acredito e contra às pessoas que eu amo. – Disse Sakura deixando duas lágrimas rolarem sua face.

— Sakura, não faz isso... – Suplicou Sasuke.

— Eu vou voltar para o hospital. Quero estar lá quando o Deidara acordar, então depois eu venho buscar minhas coisas. – Disse Sakura passando para o quarto, onde ia arrumar uma mochila com o básico para dormir no hospital.

— Sakura, eu te amo. Não faz isso com a gente, por favor... – Pediu Sasuke seguindo-a até o quarto.

— Eu já te disse tudo que tinha pra dizer, Sasuke. – Sakura põe algumas coisas na mochila e a fecha.

— Não é possível que tudo que a gente sente um pelo outro tenha virado pó tão rapidamente! – Disse Sasuke impedindo a saída de Sakura do quarto.

— Eu amo você, Sasuke, mas eu já disse uma vez que isso não é suficiente para me manter num relacionamento. Quando eu terminei com o Kiba, eu também o amava. Sei que vai doer, mas já passei por isso, sei que vou sobreviver. O que eu não posso deixar acontecer é ficar com você agora e assistir o nosso relacionamento desmoronar nas próximas semanas. É o que vai acontecer... A Ino está certa, o Deidara arriscou a vida dele e tudo o que você consegue me dizer é  que está do lado do seu irmão.

— Você me culpa por ficar do lado do meu irmão? Ele é MEU IRMÃO, Sakura! Eu cresci com ele, ele foi meu modelo de ser humano a vida inteira!!!

— Acho que está na hora de você rever seus modelos de ser humano. Tchau, Sasuke. – Disse Sakura passando por Sasuke e saindo do apartamento.

Sasuke queria correr atrás dela, mas não conseguiu dar um passo. Sabia que ela tinha decidido e que não voltaria atrás. Não foi por falta de aviso. Ela tinha dado uma chance a ele, mas o Uchiha escolheu sua família em vez de seu amor. Era uma decisão complicada, mas que ele tomou mesmo que quase inconscientemente. Embora parte de si quisesse apoiar Sakura, sentia que tinha o dever de ficar ao lado de sua família como bom Uchiha que era.


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